LEGISLAÇÃO

sábado, 23 de junho de 2012

GREVE E OPERAÇÃO PADRÃO





Greve pressiona comércio e presente do Dia dos Pais deve ficar mais caro

 Henrique Saunier . 

Mobilização dos auditores fiscais da Receita Federal retém mercadorias nos portos de Manaus e desabastecimento deve elevar em até 15% os preços dos presentes para os pais.
[ i ]No Porto de Manaus, em apenas uma semana de operação-padrão, pelo menos 30% das cargas ficaram acumuladas.
Manaus - Os presentes para o Dia dos Pais poderão ficar até 15% mais caros por causa da greve dos auditores fiscais, deflagrada na última segunda-feira.
O reajuste nos preços, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), se faz necessário porque os empresários estão tendo que gastar mais com o aluguel de contêiner e armazenagem das mercadorias que estão sendo liberadas com demora pela operação-padrão dos profissionais aduaneiros. Pelo menos 400 cargas aguardam liberação nos portos e aeroporto da capital. 
Segundo o presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, os empresários com mercadorias retidas nos portos precisam pagar aproximadamente R$ 600 diários pela armazenagem do contêiner e aluguel no pátio do terminal, gerando custos extras. “Não somos contra as reivindicações deles (auditores fiscais) e até concordo com os seus pedidos, mas a forma como eles estão protestando pode prejudicar a população inteira”, declarou Assayag.
O dirigente salientou que encomendas feitas especialmente para o Dia dos Pais estão represadas nos terminais. “Temos uma dinâmica diferente da indústria, por causa dos nossos estoques. Então em uma primeira semana o setor não deve ser afetado. Mas pela segunda em diante, os efeitos vão começar a aparecer”, destacou Ralph.
Indústria
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, afirmou que foi informado por empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) da falta de materiais, mas não confirmou se já houve parada em linhas de produção nas fábricas, devido à greve.
Ele ressaltou que algumas companhias foram obrigadas a substituir os itens produzidos em suas linhas por outros, devido à falta. “O impacto já está acontecendo. Pode ser que algumas empresas deixem de atender a algum pedido, mas prejuízos mesmo só vamos conseguir estimar na próxima semana”, comentou Périco.
Sindicato
De acordo com o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Eduardo Toledo, 400 Declarações de Importação (DI) foram acumuladas na semana da paralisação e esperam liberação.
Toledo assegurou que não há prejuízos à arrecadação federal, pois os tributos são recolhidos no momento da emissão da DI, mas lembrou que as perdas estão acontecendo em outra frente do movimento: a operação crédito zero.
A operação consiste em não lançar os tributos provenientes de fiscalizações realizadas pela Receita Federal. Até o momento, 60% das fiscalizações em aberto estão paralisadas, segundo o Sindifisco Nacional. A entidade não informou os valores gerados.
O presidente destacou que a operação-padrão nos portos aduaneiros de Manaus não prejudica a liberação de mercadorias perecíveis e nem medicamentos. “A nossa paralisação não visa prejudicar a população, o cidadão comum. Pouca gente sabe, mas o auditor fiscal é fundamental para manter os empregos no PIM, pois são eles quem fiscalizam se as empresas não trazem as mercadorias já montadas de fora”, ressaltou.
Atualmente, existem 180 auditores fiscais ativos no Amazonas, 98% concentradosem Manaus. Pelomenos 300 seria o contingente essencial, afirmou Eduardo Toledo.

Nenhum comentário: