LEGISLAÇÃO

terça-feira, 19 de junho de 2012

COMÉRCIO EXTERIOR - 19/06/2012



Câmbio impulsiona ganho do exportador


A valorização cambial foi a principal responsável pelo ganho de rentabilidade geral de 5,2% nas exportações brasileiras no acumulado de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), apenas 2 dos 24 setores pesquisados tiveram queda na rentabilidade. Extração de petróleo e gás e produtos de metal tiveram alta expressiva também em função do aumento do preço das vendas ao exterior, enquanto o desempenho significativo de têxteis e confecção foi causado por menor pressão dos custos. Para analistas, no entanto, a tendência é de maior estabilização do câmbio ao longo do ano. Por isso, eles não esperam novos ganhos adicionais para o exportador.
O ganho médio de rentabilidade só não foi maior porque houve um aumento de 3% no índice de custo das empresas. Sem as pressões oriundas de salários e insumos, entre outras despesas, a rentabilidade poderia ter crescido mais com a ajuda do câmbio. Em comparação com uma cesta de moedas, o real teve desvalorização de 8,6% no período, enquanto o índice de preço das exportações aumentou 0,9%. Juntos, e sem os custos, eles teriam dado um ganho adicional de quase 10% ao exportador. O dólar, por exemplo, saiu do patamar de R$ 1,75 em janeiro para R$ 1,90 em abril.
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"Alguns setores, como bens de consumo não duráveis, são mais afetados pelo câmbio do que o extrativo, por exemplo, que possui preços cotados no mercado internacional. Como, em geral, não houve grande variação nos preços de exportação desde o fim do ano passado, a desvalorização do real é que trouxe o ganho de rentabilidade", afirma Rodrigo Branco, economista da Funcex.
Dentro da média de 5,2%, alguns setores alcançaram percentuais bem maiores de rentabilidade no primeiro quadrimestre deste ano, ajudados pelo aumento de preços. O segmento de extração de petróleo e gás natural registrou aumento de 25,8% na rentabilidade. Esse resultado se deu pelo patamar elevado do preço internacional do petróleo, principalmente no primeiro trimestre, que fez o índice de preços de exportação ficar 19,5% maior que o do início de 2011.
O preço também explica a única queda significativa de rentabilidade, que ocorreu em extração de minerais metálicos, setor fortemente ligado ao minério de ferro. O exportador de minerais metálicos vendeu a tonelada por um preço 14,5% menor do que no ano passado, derrubando a rentabilidade em quase 12%.
O aumento de custo de 3% foi disseminado entre os setores. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sugerem que parte expressiva dessa alta está relacionada ao aumento das despesas com mão de obra. No primeiro quadrimestre deste ano, a folha total de salários da indústria ficou 3,8% mais cara que em igual período do ano passado. Em segmentos como produtos têxteis e de confecção, ao contrário, a folha total de pagamentos encolheu 1,6% e 2%, respectivamente, na mesma comparação. Para vestuário, a economia foi resultado da desoneração da folha feita pelo governo no início do ano e da diminuição no número de funcionários.
A economia com salários nesses dois setores pode ter influenciado no menor aumento de custos: ele subiu 1% para a indústria têxtil e caiu 0,6% nas confecções. Custos que subiram menos e aumento de preços fizeram a rentabilidade desses dois setores superar dois dígitos neste começo de 2012.
Para Fernando Ribeiro, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a venda de produtos mais caros, tanto em têxtil quanto em vestuário, também ajudou no aumento de rentabilidade de 13,8% e 16,4%, respectivamente.
"É difícil ver na pesquisa esse tipo de movimento, pois não há diferenciação entre o tipo de roupa ou tecido vendido. Mas a indústria está se especializando, trabalhando com produtos de mais qualidade e maior valor agregado. O produtor de básicos está saindo do mercado por causa da forte competição internacional", diz Ribeiro.
A situação captada pelos dados da Funcex é inversa ao que aconteceu no início de 2011, quando 80% dos setores perderam rentabilidade. "No ano passado, o cenário internacional estava pior, mais incerto. Não que tenha mudado muito, mas antes não havia essa desvalorização cambial. Hoje, há menos incerteza quanto ao futuro", diz o consultor em comércio internacional Welber Barral, que acredita que o crescimento da rentabilidade neste ano deve acompanhar o câmbio. Como a tendência do dólar é girar em torno de um patamar de R$ 2, o resultado de 2012 vai depender do tipo de comparação que for feita. "Em relação ao ano passado, vai ser maior [a rentabilidade], mas daqui para frente deve estabilizar."
Ribeiro ressalta, contudo, que, para maio e junho, a pesquisa vai apontar que o exportador continuou ganhando mais vendendo o mesmo produto do fim do ano passado. Isso por causa da desvalorização do real do mês passado, que também será carregada para os contratos neste mês. "Isso está acontecendo no geral, pois o câmbio afeta todos. Mas alguns setores vão pela via inversa. O próprio petróleo, que teve grande rentabilidade, começou a ter queda de preço no fim de março", afirma.
O resultado do ano vai depender do comportamento dos produtos cotados no mercado internacional, segundo o economista. "Não acho que vá haver grandes aumentos. O mais provável são quedas, na verdade. E com o câmbio mantendo-se estável, a tendência é de perda geral de rentabilidade, em relação ao que foi observado até agora."
Fonte:  Valor Econômicohttp://www.suinoculturaindustrial.com.br/noticias/cambio-impulsiona-ganho-do-exportador/20120618082159_O_010





Economia – Comércio Exterior : Comissão do Senado discute barreiras da Argentina a produtos brasileiros

O senador Paulo Paim (PT-RS) preside nesta manhã a segunda audiência pública sobre os impactos das barreiras comerciais adotadas pela Argentina para produtos brasileiros. A secretária de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, e o representante do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio Almeida, participam do debate, além de diversos líderes sindicais do Rio Grande do Sul.
Conforme explicou o senador, as restrições impostas pelo governo argentino têm causado demissões em massa no Rio Grande do Sul, principalmente nos setores têxtil, calçadista e alimentar, instalados no Sul do país.
Também foram convidados para o debate Paulo Chitolina, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Janir César Morais Lino, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa, e Claudir Nespolo, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, entre outros representantes de centrais sindicais e de federações de trabalhadores de indústrias gaúchas.
Fonte: Agência Senado




Secretária de Comércio Exterior reclama das barreiras argentinas

Brasília – A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, disse hoje (18) que o governo brasileiro “não está satisfeito” com a postura comercial adotada pela Argentina. As declarações foram dadas durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa do Senado.
“Não estamos satisfeitos, mas esse contato direto pode facilitar o entendimento entre os dois países”, observou. Ela ainda registrou que o governo brasileiro não ignora os prejuízos causados à indústria nacional e espera resolver os entraves impostos ao comércio bilateral.
Tatiana informou que uma nova reunião entre os governos brasileiro e argentino está marcada para a próxima semana em Buenos Aires.
“As barreiras se multiplicam, vêm afetando todos os parceiros comerciais e isso nos preocupa. Mas seguiremos empenhados enquanto houver qualquer empresa brasileira enfrentando obstáculos para vender ao exterior. Estamos absolutamente atentos aos setores intensivos em mão de obra e especialmente afetados por barreiras do país vizinho”.
Mesmo com os problemas enfrentados pela indústria brasileira, a secretária destacou que não houve paralisação na relação bilateral. Apesar da redução de 11% no comércio com a Argentina em 2011, o Brasil exportou US$ 7,5 bilhões neste ano, com saldo positivo de US$ 1,2 bilhão.
A queda, segundo a secretária, é resultado também do impacto da crise econômica. “Há uma crise internacional em curso que vem afetando as exportações de todos os parceiros comerciais. Como temos um comércio muito intenso, somos afetados. Mas não somos os únicos”.

Edição: Rivadavia Severo 
Da Agência Brasil




Diálogo sobre barreiras com Argentina não é satisfatório

Segundo a secretária do MDIC, o governo argentino está receptivo às demandas brasileiras, mas os resultados não são satisfatórios para o Brasil

Roberta Lopes, da 
Brasília - O Brasil está em diálogo permanente com a Argentina para reduzir as barreiras impostas pelo país vizinho à entrada de produtos brasileiros. Foi o que informou hoje (18) a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres. Segundo ela, o governo argentino está receptivo às demandas brasileiras, mas os resultados não são satisfatórios para o Brasil.




“Estamos em um diálogo permanente. Não estamos satisfeitos com o resultado. Estamos em um trabalho permanente de negociações com os argentinos com vistas à melhorar a situação do comércio bilateral, que é muito importante para o Brasil”, disse ela em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Ela disse ainda que o Brasil busca nas negociações com o governo argentino previsibilidade no comércio para que as empresas brasileiras não sejam surpreendidas na fronteira com os seus produtos barrados. “Eles entendem a preocupação do governo brasileiro quanto à previsibilidade do comércio e demonstraram abertura para garantir isso, ou seja, evitar que as barreiras surpreendam empresas brasileiras na fronteira. Há uma abertura do governo argentino, há disposição em discutir um acordo que garanta previsibilidade ao comércio”.
Tatiana Prazeres disse ainda que o Brasil não pode ser mais prejudicado do que outros países nas relações comerciais com a Argentina. “A crise internacional afeta o comércio da Argentina com seus parceiros, além de questões econômicas que a Argentina enfrenta, que motivam barreiras que nos prejudicam e prejudicam outros parceiros. O governo brasileiro tem se insurgido contra isso e não podemos ser mais prejudicados do que outros por isso.”
Desde fevereiro, a Argentina adota o mecanismo de licença prévia de importação, o que significa que os importadores de bens de consumo devem apresentar a Declaração Jurada Antecipada de Importação (Djai) dada por órgãos do governo argentino. Esse mecanismo burocratiza a liberação de cargas, atrasa os embarques e prejudica vários setores exportadores do Brasil.



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