LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 27 de junho de 2012

COMÉRCIO EXTERIOR - 27/06/2012



Argentina suspenderá acordo automotivo com México
O governo da Argentina planeja cancelar o acordo automotivo que mantém com o México desde 2002, informou nesta segunda-feira Bruno Ferrari, secretário mexicano da Economia.
"A Argentina nos comunicou sua intenção de suspender os efeitos do Acordo de Complementação Econômica sob o argumento de um crescente déficit", particularmente no comércio bilateral de veículos leves, disse Ferrari em entrevista coletiva.
O funcionário destacou que a decisão argentina deve ser formalizada já nesta terça-feira, deixando sem efeito as vantagens tarifárias no comércio bilateral.
Em março passado, Brasil e México renegociaram seu acordo automotivo para superar a questão do déficit no lado brasileiro e fixaram limites de exportações.
Em maio, a Argentina manifestou a necessidade de incrementar suas exportações e o México propôs aprofundar o intercâmbio comercial, incluindo outros setores, mas Buenos Aires "negou a proposta do México e insistiu em um incremento rápido de suas exportações" de veículos, lembrou Ferrari.
México exportou para a Argentina em 2011 o total de 1 bilhão de dólares em veículos, contra 305 milhões importados do país sul-americano.
No mesmo período, a Argentina vendeu ao México o total de 9,693 bilhões de dólares, contra 11,5 bilhões de exportações mexicanas.
"A falta de competitividade da economia Argentina se traduz por pouca seriedade no cumprimento de seus compromissos comerciais e, ao mesmo tempo, por um incremento na aplicação de medidas restritivas ao comércio", destacou Bruno Ferrari.
Segundo Francisco de Rosenzweig, subsecretário de Comercio Exterior, o México analisa apresentar uma denúncia à Organização Mundial do Comércio.





Apex e Abimaq prorrogam convênio para promoção de exportações

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Apex-Brasil assinaram um termo aditivo para investir mais R$ 4 milhões no projeto Brazil Machinery Solutions, de promoção de exportações do setor nacional de máquinas e equipamentos. Com a assinatura do termo aditivo estão sendo planejadas diversas ações, como a instalação de um escritório no exterior para que as empresas associadas à Abimaq possam ter um suporte para atuar nos mercados latino-americanos no pós-venda. O programa, criado em agosto de 2010, já realizou 33 ações, como feiras e encontros com empresários estrangeiros.
Rogério Bellini, diretor de negócios da Apex-Brasil, e Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, assinam prorrogação do convênio entre as entidades
“A Abimaq é uma das parceiras mais antigas da Apex. Trabalham juntas desde 2000. É um aprendizado contínuo e hoje temos um know how maior, o que nos permite realizar ações mais estruturantes que as que tínhamos no começo”, diz Klaus Curt Miller, diretor executivo de Comércio Exterior da Abimaq e responsável pelo Brazil Machinery Solutions. Na avaliação do executivo, o principal ponto da parceria entre a Apex e a Abimaq é aumentar a inteligência comercial do setor. “Mas o fato de termos uma agência governamental com subsídios técnicos e que possui capital para investir em ações de promoção já é um avanço muito grande, em relação ao cenário que tínhamos antes”, afirma.
O Brazil Machinery Solutions conta hoje com 160 empresas participantes (cerca de 10% dos associados da Abimaq) e tem como foco os seguintes mercados: África do Sul, Angola, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Índia, México, Peru, Rússia e Venezuela, além da América Central. O projeto realiza diversas ações para aproximar o empresariado brasileiro de potenciais compradores, demonstrando a qualidade e os diferenciais das máquinas e equipamentos produzidos no País. Para a Abimaq, o destaque do programa é o Warm-up, uma ação inovadora que já está sendo realizada em países prioritários na América do Sul, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Como explica Miller, o Warm-up é um encontro de relacionamento que antecede algumas das principais feiras no exterior, para facilitar o contato prévio dos empresários brasileiros com possíveis clientes que visitarão as feiras. “É uma tentativa de trazer uma vantagem competitiva para os nossos associados. Assim, durante o evento, as companhias nacionais têm já o segundo contato com potenciais clientes”, conta.
Outra vantagem competitiva que está sendo planejada é a instalação de um escritório em algum país da América Latina. “O pós-venda no setor de máquinas é importante, pois um equipamento parado significa prejuízo. Às vezes, uma máquina pode demorar até 20 dias para ser consertada e por isso é importante ter um equipe técnica local para atuar na instalação, no suporte e na chamada preventiva de emergência”, explica. Os mercados-alvo que estão sendo analisados para a ação são os mesmos do Warm-up. Na avaliação do diretor da Abimaq, os destinos mais prováveis são Peru e Colômbia, pois a Argentina tem uma proximidade muito grande com o Brasil (o que tornaria desnecessária uma instalação permanente) e o setor chileno de máquinas é bastante focado em mineração, o que não o torna rentável para outros tipos de máquinas.



Colômbia, Peru e Europa assinam tratado para livre comércio
Os governos da Colômbia e do Peru firmaram hoje um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a União Europeia (UE), após vários anos de negociações. O comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, destacou que "em tempos de crise econômica, o aumento do comércio e do investimento é o caminho pelo qual é preciso seguir para gerar crescimento e emprego". As informações são da agência Ansa.
A assinatura do convênio aconteceu em Bruxelas e ainda contou com a participação do embaixador dinamarquês Jonas Bering Liisberg, e do ministro colombiano do Comércio, Sergio Díaz-Granados, e o ministro peruano de Comércio Exterior, José Luis Silva Martinot.
Quando entrar em vigência, o tratado eliminará taxas alfandegárias de todos os produtos industriais e agrícolas entre os países participantes. Desta forma, as empresas europeias devem reduzir seus custos em cerca de 16 milhões de euros (cerca R$ 41,5 milhões) no envio de químicos e 60 milhões de euros (cerca de R$ 155 milhões) no que diz respeito aos produtos têxteis.




Brasil atrasa importação de carro argentino
SÃO PAULO - O Brasil aumentou a pressão sobre a Argentina e endureceu as travas para a importação de veículos....
SÃO PAULO - O Brasil aumentou a pressão sobre a Argentina e endureceu as travas para a importação de veículos. Em vez dos 60 dias permitidos pela Organização Mundial de Comércio (OMC), as licenças para importação de carros argentinos estão demorando até três meses para serem liberadas.
Uma fonte do governo brasileiro confirmou ao Estado que o atraso é proposital. O objetivo é pressionar a Argentina a liberar a entrada de produtos brasileiros. Vários setores estão sendo prejudicados pelas barreiras argentinas, como têxteis, calçados, máquinas e alimentos.
O assunto será discutido nesta terça-feira pela secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, e pela secretária de Comércio Exterior da Argentina, Beatriz Paglieri, em Mendoza. A reunião bilateral ocorre um pouco antes da Cúpula do Mercosul.
De janeiro a maio, as importações de veículos argentinos caíram 13,8%, para US$ 2,05 bilhões. Por conta do atraso nas licenças, a queda é mais acentuada que a desaceleração do mercado doméstico brasileiro. De janeiro a maio, o licenciamento de carros no Brasil recuou 4,8%. As exportações de veículos para a Argentina cederam 1,7%.
"O setor automotivo virou moeda de troca entre Brasil e Argentina", reclamou uma fonte. Segundo executivos do setor, o atraso para a liberação das licenças reduziu o fluxo de produção das fábricas na Argentina e elevou os custos das montadoras, que têm que arcar com estacionamento de veículos nos portos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não quis comentar.
Em maio do ano passado, o Brasil começou a exigir licenças para a importação de carros (antes a liberação era automática). O objetivo era retaliar a Argentina por conta das barreiras contra o Brasil. Chegaram a se formar filas de carros na fronteira.
Depois de várias reuniões bilaterais, o Brasil manteve a exigência de licenças para a importação de veículos, mas vinha respeitando o limite de 60 dias da OMC. Nas últimas semanas, começou a extrapolar esse prazo. O setor automotivo, incluindo autopeças, representa 47% do comércio entre Brasil e Argentina.
365 dias. A Argentina também não obedece os prazos da OMC para liberação de licenças de importação e recentemente começou a exigir autorização prévia para a entrada de produtos. Em alguns casos, o tempo de espera do exportador brasileiro ultrapassa um ano. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), 1,69 milhões de pares aguardam permissão para entrar na Argentina - 12 mil pares há mais de 365 dias.
As exportações brasileiras de calçados para a Argentina caíram 59% em volume, para 1,392 milhões de pares, de janeiro a maio deste ano. O país vizinho, que era o terceiro maior comprador dos sapatos brasileiros, hoje está em sétimo lugar. A situação é tão grave que algumas empresas estão desistindo de exportar.
É o caso da Calçados Pegada, do Rio Grande do Sul. A empresa desmobilizou a equipe de vendas em Buenos Aires. "Não temos mais intenção de trabalhar com a Argentina enquanto não houver regras claras", disse Astor Ranft, diretor da Pegada.
No setor têxtil, US$ 8 milhões em exportações para a Argentina aguardam as licenças, conforme a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). As exportações do setor para o vizinho caíram 24% de janeiro a maio. Segundo Domingos Mosca, consultor da Abit, a Argentina ainda é um cliente importante, embora o Brasil tenha perdido muito espaço para a China.
Para evitar as barreiras, a Döhler envia toalhas e lençóis semi prontos para a Argentina, onde recebem a costura final e são embalados. Com essa estratégia, retomou parcialmente as exportações. "Até entendo o desejo de recuperar a indústria, mas estão exagerando", diz Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial.

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