Prestadores de serviços ainda têm dificuldade para exportar
Gustavo Machado
São Paulo - A cada ano o Brasil fortalece sua posição entre os maiores produtores agrícolas no mundo. Dotado de terras e tecnologia, a balança comercial do País é altamente influenciada pelas exportações de commodities agrícolas. Outros setores da economia, como a indústria e serviços, perdem espaço no total comercializado internacionalmente. No caso do terceiro setor, as vendas de produtos baseados na prestação de serviços correspondem a apenas 13% das exportações.
Porém, o setor tenta se consolidar no exterior com a nova posição brasileira no mercado global. Especialistas indicam que o marca Brasil está ganhando força, e com isso, áreas de engenharia, arquitetura, design, consultoria financeira e empresarial começam a abrir portas em outros países.
De acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Comércio e Serviços (SCS), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de serviços passaram de US$ 26,2 bilhões em 2009 para US$ 30,3 bilhões em 2010. O movimento crescente aparece nas estatísticas há quase uma década, com apenas uma interrupção em 2009, devido à crise enfrentada pelas economias desenvolvidas.
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca o potencial do mercado internacional. "O peso do Brasil tem criado aumento da demanda no exterior. A tendência é aumentar cada vez mais", afirma.
No entanto, em 2010, a balança comercial do terceiro setor registrou déficit de US$ 29,4 bilhões, um aumento de 64,6% em relação a 2009. Roberto Simonard, economista da ESPM, indica que a apreciação do real frente ao dólar influenciou o crescimento da diferença entre as exportações e importações. "O Brasil tem pouca musculatura nesta área. São três os problemas principais: a mão-de-obra, concorrência e o câmbio", explica.
Para Castro, há outros impeditivos para o baixo nível de internacionalização das companhias brasileiras. Segundo o vice-presidente da AEB, as empresas desconhecem dos benefícios auferidos a companhias exportadoras. "Existem benefícios fiscais, como a retirada de PIS/Cofins e ISS [Imposto sobre serviços], que podem desonerar de 15% a 17% os encargos do empresário", comenta.
A negociação com países próximos ao Brasil é a principal alternativa para o empreendedor com aspirações internacionais. Simonard indica que o Mercosul e África são os melhores mercados para os prestadores de serviços. "Temos força nestes mercados. A visibilidade brasileira ajuda a desenvolver o setor", afirma.
Entre os produtos mais negociados pelas empresas nacionais estão os serviços empresariais, de viagens, de transportes, governamentais, financeiros e comerciais. Marco Stefanini, presidente da Stefanini TI Solutions, explica que empresas do terceiro setor enfrentam maiores problemas no processo de consolidação em outro País. "O Brasil possui vantagem competitiva em apenas três áreas: Agrícola, siderúrgica e mineradora. As tecnológicas passam por dificuldades", afirma. "Existem bons profissionais, mas falta certo marketing ao produto", reclama.
Atualmente, a Stefanini é a maior empresa de Tecnologia da Informação do País, além de figurar entre as companhias mais internacionalizadas no ranking da Fundação Dom Cabral. "Quando montamos nossa primeira filial na Argentina, começamos do zero. Fizemos uma prospecção e montamos o escritório sem um único cliente", conta Marco Stefanini sobre a aposta feita há 15 anos. Após diferenciar sua empresa dos concorrentes, o empresário vangloria-se de não possuir rivais à altura. "Havia cinco ou seis empresas há alguns anos. Hoje, por terem sido vendidas, ou por problemas financeiros, elas não existem mais", comenta.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o setor de tecnologia é um dos que apresentam melhor ambiente de negócios no exterior. As áreas de Entretenimento, Editorial, Franquias, Arquitetura, Design, Engenharia acompanham a de Tecnologia da Informação.
José Augusto de Castro entende que o terceiro setor detém uma gama de negócios maior que a indústria e a agricultura. "A área de serviços é muito grande. O que falta hoje é um acompanhamento melhor do comércio internacional do setor", afirma.
Há alguns anos, o Mdic deu início ao projeto Sistema de Comércio de Serviços (Siscoserv), baseado no anterior Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), para acompanhar a movimentação financeira destas empresas. Após ter sido engavetado, a Medida Provisória 540, aprovada há duas semanas, garante o desenvolvimento do Siscoserv. Castro entende que o novo sistema fomentará o interesse dos prestadores de serviços em exportar. "Somente com o Siscoserv, o empresário entenderá o quanto o comércio exterior movimenta no setor de serviços", afirma.
http://www.dci.com.br/Prestadores-de-servicos-ainda-tem-dificuldade-para-exportar-6-397457.html
Gustavo Machado
São Paulo - A cada ano o Brasil fortalece sua posição entre os maiores produtores agrícolas no mundo. Dotado de terras e tecnologia, a balança comercial do País é altamente influenciada pelas exportações de commodities agrícolas. Outros setores da economia, como a indústria e serviços, perdem espaço no total comercializado internacionalmente. No caso do terceiro setor, as vendas de produtos baseados na prestação de serviços correspondem a apenas 13% das exportações.
Porém, o setor tenta se consolidar no exterior com a nova posição brasileira no mercado global. Especialistas indicam que o marca Brasil está ganhando força, e com isso, áreas de engenharia, arquitetura, design, consultoria financeira e empresarial começam a abrir portas em outros países.
De acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Comércio e Serviços (SCS), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de serviços passaram de US$ 26,2 bilhões em 2009 para US$ 30,3 bilhões em 2010. O movimento crescente aparece nas estatísticas há quase uma década, com apenas uma interrupção em 2009, devido à crise enfrentada pelas economias desenvolvidas.
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca o potencial do mercado internacional. "O peso do Brasil tem criado aumento da demanda no exterior. A tendência é aumentar cada vez mais", afirma.
No entanto, em 2010, a balança comercial do terceiro setor registrou déficit de US$ 29,4 bilhões, um aumento de 64,6% em relação a 2009. Roberto Simonard, economista da ESPM, indica que a apreciação do real frente ao dólar influenciou o crescimento da diferença entre as exportações e importações. "O Brasil tem pouca musculatura nesta área. São três os problemas principais: a mão-de-obra, concorrência e o câmbio", explica.
Para Castro, há outros impeditivos para o baixo nível de internacionalização das companhias brasileiras. Segundo o vice-presidente da AEB, as empresas desconhecem dos benefícios auferidos a companhias exportadoras. "Existem benefícios fiscais, como a retirada de PIS/Cofins e ISS [Imposto sobre serviços], que podem desonerar de 15% a 17% os encargos do empresário", comenta.
A negociação com países próximos ao Brasil é a principal alternativa para o empreendedor com aspirações internacionais. Simonard indica que o Mercosul e África são os melhores mercados para os prestadores de serviços. "Temos força nestes mercados. A visibilidade brasileira ajuda a desenvolver o setor", afirma.
Entre os produtos mais negociados pelas empresas nacionais estão os serviços empresariais, de viagens, de transportes, governamentais, financeiros e comerciais. Marco Stefanini, presidente da Stefanini TI Solutions, explica que empresas do terceiro setor enfrentam maiores problemas no processo de consolidação em outro País. "O Brasil possui vantagem competitiva em apenas três áreas: Agrícola, siderúrgica e mineradora. As tecnológicas passam por dificuldades", afirma. "Existem bons profissionais, mas falta certo marketing ao produto", reclama.
Atualmente, a Stefanini é a maior empresa de Tecnologia da Informação do País, além de figurar entre as companhias mais internacionalizadas no ranking da Fundação Dom Cabral. "Quando montamos nossa primeira filial na Argentina, começamos do zero. Fizemos uma prospecção e montamos o escritório sem um único cliente", conta Marco Stefanini sobre a aposta feita há 15 anos. Após diferenciar sua empresa dos concorrentes, o empresário vangloria-se de não possuir rivais à altura. "Havia cinco ou seis empresas há alguns anos. Hoje, por terem sido vendidas, ou por problemas financeiros, elas não existem mais", comenta.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o setor de tecnologia é um dos que apresentam melhor ambiente de negócios no exterior. As áreas de Entretenimento, Editorial, Franquias, Arquitetura, Design, Engenharia acompanham a de Tecnologia da Informação.
José Augusto de Castro entende que o terceiro setor detém uma gama de negócios maior que a indústria e a agricultura. "A área de serviços é muito grande. O que falta hoje é um acompanhamento melhor do comércio internacional do setor", afirma.
Há alguns anos, o Mdic deu início ao projeto Sistema de Comércio de Serviços (Siscoserv), baseado no anterior Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), para acompanhar a movimentação financeira destas empresas. Após ter sido engavetado, a Medida Provisória 540, aprovada há duas semanas, garante o desenvolvimento do Siscoserv. Castro entende que o novo sistema fomentará o interesse dos prestadores de serviços em exportar. "Somente com o Siscoserv, o empresário entenderá o quanto o comércio exterior movimenta no setor de serviços", afirma.
http://www.dci.com.br/Prestadores-de-servicos-ainda-tem-dificuldade-para-exportar-6-397457.html
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