Maior volume da história
As exportações mato-grossenses atingiram vendas recordes de US$ 9,23 bilhões de janeiro a outubro deste ano. Em apenas dez meses, a receita não apenas ultrapassa todo o volume contabilizado em 2010, US$ 8,45 bilhões, como se revela 9,2% superior. A melhor performance estadual havia sido registrada em 2009, quando os embarques somaram US$ 8,49 bilhões. Mato Grosso se mantém há 15 anos como o maior exportador do Centro-oeste, sendo atualmente o 8° no Brasil.
Quase 80% da receita estadual vieram diretamente do campo, por meio dos embarques do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho. O complexo soja responde sozinho por 63,7% do total. No acumulado de 2011, dos US$ 9,23 bilhões em vendas, US$ 5,88 bilhões vieram desta commodity. Em segundo lugar, com participação de 15,3%, estão os embarques de milho, que neste mesmo período de comparação apresentam cifras de US$ 1,41 bilhão. No ranking estadual, o terceiro lugar pertence ao complexo carnes (aves, suínos e bovinos), que acumula negócios de US$ 1,08 bilhão e responde por 11,78% das exportações.
Até o momento, a pauta parece seguir imune às turbulências macroeconômicas como a crise mundial - que sufoca os Estados Unidos e alguns países europeus -, o embargo russo - que desde junho proíbe a entrada de produtos de origem animal (suína e bovina) de vários estados, assim como Mato Grosso – e ao câmbio desfavorável ao exportador – já que o dólar esteve na parte do ano, até agosto, desvalorizado perante o real -.
Como explica o economista e consultor em Comércio Exterior, Vitor Galesso, o Estado mantém essa performance porque é um exportador de alimentos, “e mesmo em momentos de crise, o último item a ser cortado é o alimento”. Em função de uma pauta de exportações basicamente dependente do complexo soja, o Estado não tenha se contaminado pela crise norte-americana, por exemplo.
A soja, cujo maior comprador é a China, é utilizada pelos importadores como base na produção de ração animal, como também acaba sendo a principal fonte para alimentação humana. “Enquanto os chineses tiverem apetite crescente pela soja, os preços internacionais da commodity se manterão em alta e as exportações mato-grossenses seguirão em ascendência”. Como faz questão se salientar, as exportações não estão imunes como parecem, “nosso desempenho está diretamente atrelado ao apetite chinês, enquanto eles derem conta, continuaremos crescendo”. Questionado sobre o tempo que resta para se aproveitar um mercado tão promissor como este, Galesso é categórico ao afirmar que “estamos falando de uma população gigantesca e que há pouco tempo apenas sobrevivia. Tem pouco tempo que passou a melhorar sua alimentação e cada melhora demanda mais produtos. Há muito espaço para essa população crescer na China”.
Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, outro fator que colabora para a manutenção do ritmo de vendas é a transformação das matérias-primas, que ganham valor agregado, assim como abertura de novos mercados.
Com relação à expansão das cotações do dólar, Galesso explica que a elevação da moeda em si, pouco pôde ser aproveitada pelos exportadores, já que a maioria dos contratos é fechada com muita antecedência e cumprida ao longo do ano. O valor médio do dólar passou de R$ 1,55 (julho) para R$ 1,74 em setembro. “A oscilação fez com que algumas operações fossem aceleradas, como forma de se evitar a alta da moeda. Mas ele não chegou a influenciar positivamente as receitas porque poucos conseguiram aproveitar o pico da moeda”.
MERCADOS – Pouco mais de 50% das exportações foram destinadas à Ásia e 46,9% à União Européia. O coordenador de Comércio Exterior da Sicme, Paulo Henrique Cruz, explica que a China é a maior parceira das exportações no Estado, responsável por 32% de todos os embarques realizados. O bloco Oriente Médio, que aumentou em mais de 57% as compras da pauta estadual, surge como mercado emergente, especialmente o Irã, destino do óleo de soja e do milho.
2011 – O recorde atual é resultado de seis meses nos quais a receita com as exportações contabilizaram mais de US$ 1 bilhão, fato inédito no balanço estadual. O melhor mês foi agosto quando as exportações atingiram US$ 1,11 bilhão. O pior desempenho deste ano foi registrado em janeiro, quando as vendas somaram US$ 484,18 milhões. Na comparação mensal com setembro houve uma sensível queda, já o mês anterior obteve receita de US$ 1,06 bilhão, ante US$ 1,03 bilhão de outubro. Na comparação anual a alta é de quase 90%, já que em outubro de 2010 os embarques somaram US$ 545,78 milhões e passaram a US$ 1,03 bilhão. A Balança Comercial somou US$ 7,96 bilhões em dez meses, cifras 22,76% acima do saldo de US$ 6,48 bilhões em igual período de 2010. As importações aumentaram 69% em relação ao ano passado e contabilizam – com um dólar favorável – a marca de US$ 1,27 bilhão.
Diário de Cuiabá
Brasil quer aval do Mercosul para novo regime automotivo
Simone Cavalcanti (scavalcanti@brasileconomico.com.br)
Correspondente do Brasil Econômico em Brasília
Setor automotivo deve ter novas regras em 2012
Previsto para 2012, os benefícios fiscais para o setor estarão vinculados ao conteúdo nacional da produção e serão negociados com parceiros para evitar embates futuros.
O governo vai apertar o cerco na exigência de conteúdo nacional das montadoras que atuam no país e que serão beneficiados pelo novo regime automotivo, que será lançado oficialmente em 2012.
O objetivo é reduzir ao máximo as possibilidades de as empresas usarem gastos relacionados ao processo produtivo - mas que não são especificamente voltados à compra de partes e peças produzidas no país - para cumprir a exigência de conteúdo nacional.
Atualmente, para atingir os 65% de nacionalização requeridos pelo governo são incluídos no cálculo despesas financeiras de recursos empregados em propaganda e marketing, além de salários pagos a trabalhadores brasileiros.
"Vamos aumentar a exigência de peças nessa composição, pois não queremos apenas montadoras, queremos ter uma indústria de autopeças forte", disse ao Brasil Econômico à secretária de Desenvolvimento de Produção, Heloísa Menezes.
Essa é uma das linhas mestras do novo regime automotivo em gestação pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC), de Ciências e Tecnologia e da Fazenda, que deve ser anunciado no próximo ano para vigorar entre 2013 e 2016.
Aval externo
O recrudescimento das exigências para a quantidade de componentes nacionais no processo de fabricação dos automóveis no Brasil, entretanto, vai requerer uma negociação ampla com os parceiros do Mercosul.
O Itamaraty quer colocar o tema à mesa nos primeiros meses de 2012 durante as reuniões do grupo de trabalho sobre a política automotiva comum ao bloco, que deve entrar em vigor a partir de 2013. O que existe hoje são acordos bilaterais e, portanto, não seguem as regras da União Aduaneira.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Menezes, os entendimentos que o Brasil estabeleceu com seus parceiros preveem que os gastos relacionados ao processo produtivo sejam usados para alcançar um percentual de 60% de conteúdo nacional dos veículos.
"Isso é bom para outros países que têm indústria automotiva e de autopeças menos desenvolvidas."
Na visão da diplomacia brasileira, a conjuntura internacional pode ser um bom momento para que os outros países, principalmente Paraguai e Uruguai, aceitem as mudanças propostas e um rol de políticas harmônicas para o setor. O argumento é que, enquanto as economias mais maduras patinam, o cone Sul continua a crescer e a atrair os olhares dos investidores.
Seria então o momento de adotar regras para conduzir esses investimentos para o desenvolvimento dos países e da região. Exemplo claro, cita diplomata envolvido nas negociações, é a entrada da China para a montagem de caminhões no Paraguai. Se não há regras comuns, principalmente vigorando sobre o conteúdo nacional, mais facilmente o país será apenas um pátio de montagem sem chances de desenvolver uma indústria de autopeças própria.
O governo brasileiro acredita que poderá convencer seus sócios a impor mais peças nacionais na montagem dos veículos. Isso porque os acordos automotivos bilaterais com a Argentina e com o Uruguai expiram em 2013 e 2014, respectivamente, e isso poderia levar os parceiros a considerar a proposta.
No entanto, caso o pleito não seja acordado, a decisão sobre a maior exigência será tomada de forma unilateral.
"Não havendo acordo para mudança, o impacto do regime ficará minorado e vai gerar situações diferenciadas para quem está no Mercosul e quem está fora, uma vez que essas empresas são globais."
A secretária disse que o percentual exigido para o conteúdo de componentes nacionais não necessariamente deverá ser elevado. O ajuste dependerá de como será feito o foco em autopeças.
A intenção do governo, afirmou, é chegar ao formato sem causar rusgas com os países vizinhos e, por isso mesmo, vai abrir uma negociação direta entre os sócios do Mercosul.
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/brasil-quer-aval-do-mercosul-para-novo-regime-automotivo_109129.html
Preço garante à China 84% da importação de alguns bens
A participação da China nas importações brasileiras de vários produtos manufaturados disparou nos últimos anos, atingindo em alguns casos proporções muito elevadas. De janeiro a setembro de 2011, as compras de celulares chineses representaram 70% do total importado pelo Brasil desses bens, uma alta forte em relação aos 55% do mesmo período de 2010. Nos nove primeiros meses de 2002 nenhum celular adquirido pelo Brasil do exterior viera da China.
O país asiático também domina com folga o mercado brasileiro de importação de outros manufaturados - a fatia é de 72% nos tecidos de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais, de 81% nos brinquedos, de 84% nos aparelhos eletromecânicos ou térmicos de uso doméstico (aspiradores de pó e enceradeiras) e de 53% nas máquinas automáticas para processamento de dados. Já a participação da China no total das compras de manufaturados é mais modesta - ficou em 17,2% de janeiro a setembro deste ano. Os números são do Departamento de relações internacionais e comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), elaborados com informações do Ministério do Desenvolvimento.
Com o câmbio valorizado por aqui e depreciado por lá, uma mão de obra ainda barata e grandes vantagens de escala, a China consegue vender produtos como esses a preços muito atraentes. De janeiro a setembro, o preço de bombas e compressores chineses ficou 64% abaixo do valor médio de importação desses produtos de outros países. Os motores, geradores e transformadores elétricos da China ficaram quase 40% mais baratos.
O diretor de relações internacionais e comércio exterior da instituição, Roberto Giannetti da Fonseca, diz que a competição chinesa se torna muitas vezes "irresistível", devido à combinação de incentivos fiscais, tributários e financeiros promovidos pelo governo, num cenário marcado por uma moeda artificialmente desvalorizada.
O avanço rápido da fatia chinesa nas importações de alguns produtos impressiona. De janeiro a setembro de 2001, menos de 5% das compras externas de máquinas automáticas para processamento de dados (como caixas de supermercado) vinham da China. No mesmo período deste ano, o percentual chegou a 53%. No caso de tecidos de fibras têxteis, sintéticas e artificiais, o pulo foi de 4% em 2001 para 72% em 2011. Um ponto importante é que muitas empresas de outros países - como dos Estados Unidos, Europa ou Japão - usam a China como plataforma exportadora, dados os baixíssimos custos de produção do país.
O diretor do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Sarti, aponta três motivos para o aumento forte da China na pauta de importações de manufaturados. "O primeiro é sem dúvida a questão do câmbio", diz ele. "Outro ponto importante é o financiamento aos importadores de produtores chineses, o que ganha relevância quando se negociam produtos de maior valor agregado." Para completar, está em curso um processo de internacionalização das empresas chinesas. Há muitas companhias do país asiático se instalando por aqui, o que eleva a compra de componentes e produtos acabados da China, afirma Sarti.
Ele destaca ainda que, no pós-crise, os fabricantes chineses passaram a olhar o mercado brasileiro com ainda mais atenção, porque o consumo por aqui cresce a taxas bem mais expressivas do que em tradicionais clientes do país asiático, como Estados Unidos e Europa.
Para Sarti, o forte aumento das importações indica que o Brasil está perdendo a oportunidade de aproveitar o dinamismo do mercado interno para "melhorar e adensar a estrutura de suas cadeias produtivas". O mau desempenho da indústria, que pode crescer apenas 1% em 2011, espelha esse fenômeno, segundo ele.
O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, diz que o aumento avassalador da participação de produtos chineses nas importações de alguns manufaturados está longe de ser um fenômeno exclusivamente brasileiro. "Há uma tendência de a China ser o grande produtor de manufaturados no mundo", observa ele, destacando que os pesados custos que recaem sobre a indústria brasileira, como a alta carga tributária, as deficiências de infraestrutura e uma mão de obra mais cara, afetam a competitividade do país. "O câmbio é mais um detalhe."
De janeiro a setembro, a fatia chinesa no total de importações de manufaturados foi pouco superior a 17%, bem menos que os 70% a 80% de alguns produtos. Um dos motivos é que o Brasil importa muitos automóveis da Argentina, do México e da Coreia do Sul, bens com grande peso na pauta. Além disso, o país também compra grandes volumes de óleos combustíveis no exterior, produtos com características de commodities, mas classificados como manufaturados. De qualquer modo, a participação chinesa no total desses bens tem crescido com força - em 2001, era de 2,5%.
Valor Econômico/Por Sergio Lamucci De São Paulo
http://portosenavios.com.br/site/noticiario/geral/12714-preco-garante-a-china-84-da-importacao-de-alguns-bens
Brasil supera EUA como maior exportador global de soja
Mas nesta quarta-feira o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas , enquanto reduziu a previsão para os EUA, afetado por problemas climáticos
Reuters Fale conoscoComunicar errosRSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letraO Brasil superará na temporada 2011/12 os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Segundo o departamento do governo norte-americano, o Brasil exportará na temporada 38 milhões de toneladas, contra 36,06 milhões de toneladas dos EUA, que historicamente tem sido o principal exportador mundial.
Saiba mais
Exportações brasileiras de café crescem 32,8% em outubroIBGE estima safra recorde de grãos no anoConab prevê área de plantio de grãos até 3% maiorAté o mês passado, o USDA projetava exportações do Brasil na temporada de 36,5 milhões de toneladas, contra 37,42 milhões dos EUA.
Mas nesta quarta-feira o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas , enquanto reduziu a previsão para os EUA, afetado por problemas climáticos.
"Isso ocorre porque eles tiveram problemas, a produção de soja deles (EUA) está comprometida em relação à estimativa inicial", explicou a gerente de Agroenergia da consultoria Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals.
Os Estados Unidos são os maiores produtores de soja do mundo, com safra estimada em 11/12 em 82,9 milhões de toneladas, contra 90,6 milhões de toneladas na temporada anterior, segundo o USDA.
"Para não afetar o consumo interno (dos EUA), o abastecimento para a indústria de rações, eles cortam as exportações", acrescentou Jacqueline.
Na safra passada, o Brasil exportou 29,9 milhões de toneladas, segundo o USDA, enquanto os norte-americanos exportaram 40,8 milhões de toneladas de soja.
O Brasil superou os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo somente uma vez, na temporada 2005/06, quando as exportações dos EUA foram em torno de 25 milhões de toneladas, enquanto os brasileiros exportaram 26 milhões de toneladas.
CÂMBIO
Outro fator que colabora para o Brasil avançar nas exportações globais de soja é o câmbio, lembrou a analista, considerando que o dólar tem se fortalecido no mundo, deixando a soja norte-americana menos competitiva.
"Com a valorização do dólar, a nossa soja acaba ficando mais competitiva, vem pegar aqui mesmo em época de safra lá. O Brasil ganhou competitividade nesse marcado", destacou Jacqueline.
Ela lembrou ainda que o Brasil se beneficia da manutenção da forte demanda da China, o principal importador global de soja, apesar de preocupações econômicas globais.
"Essa sombra da crise deixa o mercado inquieto, mas na escala de retrações os alimentos são os últimos a serem afetados", comentou ela.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1190410&tit=Brasil-supera-EUA-como-maior-exportador-global-de-soja
As exportações mato-grossenses atingiram vendas recordes de US$ 9,23 bilhões de janeiro a outubro deste ano. Em apenas dez meses, a receita não apenas ultrapassa todo o volume contabilizado em 2010, US$ 8,45 bilhões, como se revela 9,2% superior. A melhor performance estadual havia sido registrada em 2009, quando os embarques somaram US$ 8,49 bilhões. Mato Grosso se mantém há 15 anos como o maior exportador do Centro-oeste, sendo atualmente o 8° no Brasil.
Quase 80% da receita estadual vieram diretamente do campo, por meio dos embarques do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho. O complexo soja responde sozinho por 63,7% do total. No acumulado de 2011, dos US$ 9,23 bilhões em vendas, US$ 5,88 bilhões vieram desta commodity. Em segundo lugar, com participação de 15,3%, estão os embarques de milho, que neste mesmo período de comparação apresentam cifras de US$ 1,41 bilhão. No ranking estadual, o terceiro lugar pertence ao complexo carnes (aves, suínos e bovinos), que acumula negócios de US$ 1,08 bilhão e responde por 11,78% das exportações.
Até o momento, a pauta parece seguir imune às turbulências macroeconômicas como a crise mundial - que sufoca os Estados Unidos e alguns países europeus -, o embargo russo - que desde junho proíbe a entrada de produtos de origem animal (suína e bovina) de vários estados, assim como Mato Grosso – e ao câmbio desfavorável ao exportador – já que o dólar esteve na parte do ano, até agosto, desvalorizado perante o real -.
Como explica o economista e consultor em Comércio Exterior, Vitor Galesso, o Estado mantém essa performance porque é um exportador de alimentos, “e mesmo em momentos de crise, o último item a ser cortado é o alimento”. Em função de uma pauta de exportações basicamente dependente do complexo soja, o Estado não tenha se contaminado pela crise norte-americana, por exemplo.
A soja, cujo maior comprador é a China, é utilizada pelos importadores como base na produção de ração animal, como também acaba sendo a principal fonte para alimentação humana. “Enquanto os chineses tiverem apetite crescente pela soja, os preços internacionais da commodity se manterão em alta e as exportações mato-grossenses seguirão em ascendência”. Como faz questão se salientar, as exportações não estão imunes como parecem, “nosso desempenho está diretamente atrelado ao apetite chinês, enquanto eles derem conta, continuaremos crescendo”. Questionado sobre o tempo que resta para se aproveitar um mercado tão promissor como este, Galesso é categórico ao afirmar que “estamos falando de uma população gigantesca e que há pouco tempo apenas sobrevivia. Tem pouco tempo que passou a melhorar sua alimentação e cada melhora demanda mais produtos. Há muito espaço para essa população crescer na China”.
Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, outro fator que colabora para a manutenção do ritmo de vendas é a transformação das matérias-primas, que ganham valor agregado, assim como abertura de novos mercados.
Com relação à expansão das cotações do dólar, Galesso explica que a elevação da moeda em si, pouco pôde ser aproveitada pelos exportadores, já que a maioria dos contratos é fechada com muita antecedência e cumprida ao longo do ano. O valor médio do dólar passou de R$ 1,55 (julho) para R$ 1,74 em setembro. “A oscilação fez com que algumas operações fossem aceleradas, como forma de se evitar a alta da moeda. Mas ele não chegou a influenciar positivamente as receitas porque poucos conseguiram aproveitar o pico da moeda”.
MERCADOS – Pouco mais de 50% das exportações foram destinadas à Ásia e 46,9% à União Européia. O coordenador de Comércio Exterior da Sicme, Paulo Henrique Cruz, explica que a China é a maior parceira das exportações no Estado, responsável por 32% de todos os embarques realizados. O bloco Oriente Médio, que aumentou em mais de 57% as compras da pauta estadual, surge como mercado emergente, especialmente o Irã, destino do óleo de soja e do milho.
2011 – O recorde atual é resultado de seis meses nos quais a receita com as exportações contabilizaram mais de US$ 1 bilhão, fato inédito no balanço estadual. O melhor mês foi agosto quando as exportações atingiram US$ 1,11 bilhão. O pior desempenho deste ano foi registrado em janeiro, quando as vendas somaram US$ 484,18 milhões. Na comparação mensal com setembro houve uma sensível queda, já o mês anterior obteve receita de US$ 1,06 bilhão, ante US$ 1,03 bilhão de outubro. Na comparação anual a alta é de quase 90%, já que em outubro de 2010 os embarques somaram US$ 545,78 milhões e passaram a US$ 1,03 bilhão. A Balança Comercial somou US$ 7,96 bilhões em dez meses, cifras 22,76% acima do saldo de US$ 6,48 bilhões em igual período de 2010. As importações aumentaram 69% em relação ao ano passado e contabilizam – com um dólar favorável – a marca de US$ 1,27 bilhão.
Diário de Cuiabá
Brasil quer aval do Mercosul para novo regime automotivo
Simone Cavalcanti (scavalcanti@brasileconomico.com.br)
Correspondente do Brasil Econômico em Brasília
Setor automotivo deve ter novas regras em 2012
Previsto para 2012, os benefícios fiscais para o setor estarão vinculados ao conteúdo nacional da produção e serão negociados com parceiros para evitar embates futuros.
O governo vai apertar o cerco na exigência de conteúdo nacional das montadoras que atuam no país e que serão beneficiados pelo novo regime automotivo, que será lançado oficialmente em 2012.
O objetivo é reduzir ao máximo as possibilidades de as empresas usarem gastos relacionados ao processo produtivo - mas que não são especificamente voltados à compra de partes e peças produzidas no país - para cumprir a exigência de conteúdo nacional.
Atualmente, para atingir os 65% de nacionalização requeridos pelo governo são incluídos no cálculo despesas financeiras de recursos empregados em propaganda e marketing, além de salários pagos a trabalhadores brasileiros.
"Vamos aumentar a exigência de peças nessa composição, pois não queremos apenas montadoras, queremos ter uma indústria de autopeças forte", disse ao Brasil Econômico à secretária de Desenvolvimento de Produção, Heloísa Menezes.
Essa é uma das linhas mestras do novo regime automotivo em gestação pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDIC), de Ciências e Tecnologia e da Fazenda, que deve ser anunciado no próximo ano para vigorar entre 2013 e 2016.
Aval externo
O recrudescimento das exigências para a quantidade de componentes nacionais no processo de fabricação dos automóveis no Brasil, entretanto, vai requerer uma negociação ampla com os parceiros do Mercosul.
O Itamaraty quer colocar o tema à mesa nos primeiros meses de 2012 durante as reuniões do grupo de trabalho sobre a política automotiva comum ao bloco, que deve entrar em vigor a partir de 2013. O que existe hoje são acordos bilaterais e, portanto, não seguem as regras da União Aduaneira.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Menezes, os entendimentos que o Brasil estabeleceu com seus parceiros preveem que os gastos relacionados ao processo produtivo sejam usados para alcançar um percentual de 60% de conteúdo nacional dos veículos.
"Isso é bom para outros países que têm indústria automotiva e de autopeças menos desenvolvidas."
Na visão da diplomacia brasileira, a conjuntura internacional pode ser um bom momento para que os outros países, principalmente Paraguai e Uruguai, aceitem as mudanças propostas e um rol de políticas harmônicas para o setor. O argumento é que, enquanto as economias mais maduras patinam, o cone Sul continua a crescer e a atrair os olhares dos investidores.
Seria então o momento de adotar regras para conduzir esses investimentos para o desenvolvimento dos países e da região. Exemplo claro, cita diplomata envolvido nas negociações, é a entrada da China para a montagem de caminhões no Paraguai. Se não há regras comuns, principalmente vigorando sobre o conteúdo nacional, mais facilmente o país será apenas um pátio de montagem sem chances de desenvolver uma indústria de autopeças própria.
O governo brasileiro acredita que poderá convencer seus sócios a impor mais peças nacionais na montagem dos veículos. Isso porque os acordos automotivos bilaterais com a Argentina e com o Uruguai expiram em 2013 e 2014, respectivamente, e isso poderia levar os parceiros a considerar a proposta.
No entanto, caso o pleito não seja acordado, a decisão sobre a maior exigência será tomada de forma unilateral.
"Não havendo acordo para mudança, o impacto do regime ficará minorado e vai gerar situações diferenciadas para quem está no Mercosul e quem está fora, uma vez que essas empresas são globais."
A secretária disse que o percentual exigido para o conteúdo de componentes nacionais não necessariamente deverá ser elevado. O ajuste dependerá de como será feito o foco em autopeças.
A intenção do governo, afirmou, é chegar ao formato sem causar rusgas com os países vizinhos e, por isso mesmo, vai abrir uma negociação direta entre os sócios do Mercosul.
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/brasil-quer-aval-do-mercosul-para-novo-regime-automotivo_109129.html
Preço garante à China 84% da importação de alguns bens
A participação da China nas importações brasileiras de vários produtos manufaturados disparou nos últimos anos, atingindo em alguns casos proporções muito elevadas. De janeiro a setembro de 2011, as compras de celulares chineses representaram 70% do total importado pelo Brasil desses bens, uma alta forte em relação aos 55% do mesmo período de 2010. Nos nove primeiros meses de 2002 nenhum celular adquirido pelo Brasil do exterior viera da China.
O país asiático também domina com folga o mercado brasileiro de importação de outros manufaturados - a fatia é de 72% nos tecidos de fibras têxteis, sintéticas ou artificiais, de 81% nos brinquedos, de 84% nos aparelhos eletromecânicos ou térmicos de uso doméstico (aspiradores de pó e enceradeiras) e de 53% nas máquinas automáticas para processamento de dados. Já a participação da China no total das compras de manufaturados é mais modesta - ficou em 17,2% de janeiro a setembro deste ano. Os números são do Departamento de relações internacionais e comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), elaborados com informações do Ministério do Desenvolvimento.
Com o câmbio valorizado por aqui e depreciado por lá, uma mão de obra ainda barata e grandes vantagens de escala, a China consegue vender produtos como esses a preços muito atraentes. De janeiro a setembro, o preço de bombas e compressores chineses ficou 64% abaixo do valor médio de importação desses produtos de outros países. Os motores, geradores e transformadores elétricos da China ficaram quase 40% mais baratos.
O diretor de relações internacionais e comércio exterior da instituição, Roberto Giannetti da Fonseca, diz que a competição chinesa se torna muitas vezes "irresistível", devido à combinação de incentivos fiscais, tributários e financeiros promovidos pelo governo, num cenário marcado por uma moeda artificialmente desvalorizada.
O avanço rápido da fatia chinesa nas importações de alguns produtos impressiona. De janeiro a setembro de 2001, menos de 5% das compras externas de máquinas automáticas para processamento de dados (como caixas de supermercado) vinham da China. No mesmo período deste ano, o percentual chegou a 53%. No caso de tecidos de fibras têxteis, sintéticas e artificiais, o pulo foi de 4% em 2001 para 72% em 2011. Um ponto importante é que muitas empresas de outros países - como dos Estados Unidos, Europa ou Japão - usam a China como plataforma exportadora, dados os baixíssimos custos de produção do país.
O diretor do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Sarti, aponta três motivos para o aumento forte da China na pauta de importações de manufaturados. "O primeiro é sem dúvida a questão do câmbio", diz ele. "Outro ponto importante é o financiamento aos importadores de produtores chineses, o que ganha relevância quando se negociam produtos de maior valor agregado." Para completar, está em curso um processo de internacionalização das empresas chinesas. Há muitas companhias do país asiático se instalando por aqui, o que eleva a compra de componentes e produtos acabados da China, afirma Sarti.
Ele destaca ainda que, no pós-crise, os fabricantes chineses passaram a olhar o mercado brasileiro com ainda mais atenção, porque o consumo por aqui cresce a taxas bem mais expressivas do que em tradicionais clientes do país asiático, como Estados Unidos e Europa.
Para Sarti, o forte aumento das importações indica que o Brasil está perdendo a oportunidade de aproveitar o dinamismo do mercado interno para "melhorar e adensar a estrutura de suas cadeias produtivas". O mau desempenho da indústria, que pode crescer apenas 1% em 2011, espelha esse fenômeno, segundo ele.
O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, diz que o aumento avassalador da participação de produtos chineses nas importações de alguns manufaturados está longe de ser um fenômeno exclusivamente brasileiro. "Há uma tendência de a China ser o grande produtor de manufaturados no mundo", observa ele, destacando que os pesados custos que recaem sobre a indústria brasileira, como a alta carga tributária, as deficiências de infraestrutura e uma mão de obra mais cara, afetam a competitividade do país. "O câmbio é mais um detalhe."
De janeiro a setembro, a fatia chinesa no total de importações de manufaturados foi pouco superior a 17%, bem menos que os 70% a 80% de alguns produtos. Um dos motivos é que o Brasil importa muitos automóveis da Argentina, do México e da Coreia do Sul, bens com grande peso na pauta. Além disso, o país também compra grandes volumes de óleos combustíveis no exterior, produtos com características de commodities, mas classificados como manufaturados. De qualquer modo, a participação chinesa no total desses bens tem crescido com força - em 2001, era de 2,5%.
Valor Econômico/Por Sergio Lamucci De São Paulo
http://portosenavios.com.br/site/noticiario/geral/12714-preco-garante-a-china-84-da-importacao-de-alguns-bens
Brasil supera EUA como maior exportador global de soja
Mas nesta quarta-feira o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas , enquanto reduziu a previsão para os EUA, afetado por problemas climáticos
Reuters Fale conoscoComunicar errosRSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letraO Brasil superará na temporada 2011/12 os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Segundo o departamento do governo norte-americano, o Brasil exportará na temporada 38 milhões de toneladas, contra 36,06 milhões de toneladas dos EUA, que historicamente tem sido o principal exportador mundial.
Saiba mais
Exportações brasileiras de café crescem 32,8% em outubroIBGE estima safra recorde de grãos no anoConab prevê área de plantio de grãos até 3% maiorAté o mês passado, o USDA projetava exportações do Brasil na temporada de 36,5 milhões de toneladas, contra 37,42 milhões dos EUA.
Mas nesta quarta-feira o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas , enquanto reduziu a previsão para os EUA, afetado por problemas climáticos.
"Isso ocorre porque eles tiveram problemas, a produção de soja deles (EUA) está comprometida em relação à estimativa inicial", explicou a gerente de Agroenergia da consultoria Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals.
Os Estados Unidos são os maiores produtores de soja do mundo, com safra estimada em 11/12 em 82,9 milhões de toneladas, contra 90,6 milhões de toneladas na temporada anterior, segundo o USDA.
"Para não afetar o consumo interno (dos EUA), o abastecimento para a indústria de rações, eles cortam as exportações", acrescentou Jacqueline.
Na safra passada, o Brasil exportou 29,9 milhões de toneladas, segundo o USDA, enquanto os norte-americanos exportaram 40,8 milhões de toneladas de soja.
O Brasil superou os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo somente uma vez, na temporada 2005/06, quando as exportações dos EUA foram em torno de 25 milhões de toneladas, enquanto os brasileiros exportaram 26 milhões de toneladas.
CÂMBIO
Outro fator que colabora para o Brasil avançar nas exportações globais de soja é o câmbio, lembrou a analista, considerando que o dólar tem se fortalecido no mundo, deixando a soja norte-americana menos competitiva.
"Com a valorização do dólar, a nossa soja acaba ficando mais competitiva, vem pegar aqui mesmo em época de safra lá. O Brasil ganhou competitividade nesse marcado", destacou Jacqueline.
Ela lembrou ainda que o Brasil se beneficia da manutenção da forte demanda da China, o principal importador global de soja, apesar de preocupações econômicas globais.
"Essa sombra da crise deixa o mercado inquieto, mas na escala de retrações os alimentos são os últimos a serem afetados", comentou ela.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1190410&tit=Brasil-supera-EUA-como-maior-exportador-global-de-soja
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