Redução na exportação de máquinas preocupa
Barreiras argentinas e concorrência chinesa afetam o desempenho das fabricantes
Marcelo Beledeli, de Ribeirão Preto (SP)
EDSON SILVA/ FOLHAPRESS/JC
Apesar das pressões, empresas investem diante da expectativa de crescimento do mercado interno.O fechamento do mercado argentino e a concorrência com os produtos chineses devem levar as indústrias brasileiras de máquinas e equipamentos agrícolas a buscar novas estratégias de investimentos e vendas nos próximos anos. Durante a 18ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), os grupos John Deere e Valtra relataram suas preocupações com a situação atual do mercado e explicaram seus planos para os próximos anos.
No início do ano, a Argentina impôs barreiras comerciais através da não renovação das licenças automáticas de importação de máquinas brasileiras. No caso da John Deere, as vendas para o país vizinho representam 50% de todo o volume da companhia na América do Sul. Porém, as exportações para o mercado argentino não passaram de 150 colheitadeiras nos três primeiros meses de 2011. Um dos efeitos dessa queda foi a demissão de 230 funcionários da unidade da companhia em Horizontina.
Segundo o diretor de Relações Institucionais para a América do Sul da companhia, Alfredo Miguel Neto, os problemas que o setor enfrenta com a Argentina devem ser discutidos em conjunto entre os governos dos dois países e as montadoras representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "O acordo que temos atualmente entre os dois países não prevê licenças de importação para o setor automotivo", declarou.
Uma solução encontrada pelas indústrias para superar a dificuldade comercial é transferir parte de sua produção para o território argentino. O grupo AGCO, que controla as marcas Massey Fergunson e Valtra, já possui uma unidade de montagem de tratores no país. No entanto, a empresa já estuda investir na expansão de suas operações com a instalação de uma fábrica no país vizinho. "A ideia é que a gente possa suprir o mercado de lá com o que for fabricado localmente", explica Jak Torretta, diretor de produtos da AGCO na América do Sul.
Além das dificuldades comerciais com a Argentina, outro problema apontado pelas empresas é a redução da competitividade do produto brasileiro, frente às indústrias chinesas, devido aos altos custos de produção. As vantagens de produzir na China e a atração do grande mercado daquele país têm levado as companhias internacionais a buscar uma maior presença no gigante asiático. Recentemente, a John Deere lançou sua quinta fábrica chinesa, um investimento de US$ 50 milhões em uma unidade de escavadeiras. Já a AGCO anunciou no final do mês passado a compra de 80% de participação na chinesa Shandong Dafeng Machinery. A empresa, criada em 1995, produz colheitadeiras de milho, arroz, soja e outros grãos.
De acordo com Torretta, uma estratégia que as empresas brasileiras podem adotar é aumentar o nível de importação de peças fabricadas na China, a fim de reduzir os custos de produção. No entanto, há limites para a prática. Os programas de crédito governamentais, como o Mais Alimentos, que estão impulsionando as vendas das empresas no mercado interno, exigem 60% de nacionalização do produto final. "Além disso, todas as peças críticas para o funcionamento das máquinas têm que ser produzidas no Brasil, a fim de permitir um envio rápido para os clientes que necessitarem", afirma.
É exatamente no mercado interno onde as empresas do setor apostam em crescimento. A John Deere confirmou ontem que ampliará os investimentos de US$ 2 bilhões previstos para o Brasil e anunciará novos aportes para o crescimento do seu parque fabril. Apenas no primeiro trimestre deste ano a companhia teve uma alta de 25% no faturamento no País em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o mercado nacional como um todo registrou quedas de 12% a 15%.
A AGCO também planeja novos investimentos no País. Um deles é a reestruturação da unidade de colheitadeiras da Valtra em Santa Rosa, onde US$ 25 milhões deverão ser aplicados nos próximos quatro anos. De acordo com a empresa, uma das principais vantagens do mercado brasileiro é que as empresas estrangeiras dificilmente conseguem realizar entradas agressivas, devido às dificuldades de estabelecer sistemas de atendimento pós-venda eficientes. "Eles não possuem revendas preparadas para fornecer peças de reposição em tempo hábil para os produtores", explica Torretta.
Gerdau inova e entrega prêmio Melhores da Terra em Ribeirão
Foi entregue ontem na Agrishow o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Novidade. Essa foi a primeira vez que a premiação, considerada a maior da América do Sul para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas, foi realizada na feira de Ribeirão Preto (SP). Tradicionalmente, o anúncio é realizado na Expointer, em Esteio.
Para definir os vencedores, a comissão julgadora percorreu por três dias o evento, antes da abertura oficial, e avaliou as 23 inscrições, entrevistando seus representantes e fabricantes. "Essa é uma premiação que contempla não apenas a tecnologia colocada nas máquinas e equipamentos, mas também a sua contribuição para a melhoria da agricultura brasileira", destacou Luiz Fernando Coelho de Souza, coordenador da comissão e professor da Ufrgs.
O troféu Ouro foi concedido à colheitadeira de algodão Cotton Blue 2826, da Montana, de São José dos Pinhais (PR). A máquina é a primeira introduzida no Brasil com características específicas para utilização na lavoura do algodão adensado. Já a empresa gaúcha Joscil, de Condor, recebeu o troféu Prata pela fabricação de um sistema de blindagem autolimpante para moegas de recebimento de granéis. O outro troféu prata foi concedido para a colhedora de cana modelo Colhimenta CM20, da empresa Menta Mit Máquinas Agrícolas, de Cajuru (SP).
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=61227&fonte=news
Importação de gasolina vai atingir 2, 5 milhões de barris até maio
A Petrobras fechou a importação de 1 milhão de barris de gasolina para abastecer o mercado brasileiro em maio. Com isso, as importações do derivado nos cinco primeiros meses do ano vão chegar a 2,5 milhões de barris.
O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, afirmou que o consumo dos derivados de petróleo no primeiro trimestre subiu 4,5%, e acrescentou que a gasolina está próxima dessa média. Além de gasolina, a Petrobras importou este ano diesel, a uma média de 70 mil barris por dia, e gás liquefeito de petróleo (GLP), o que, segundo ele, foi comprado "de forma esporádica" ao longo do ano.
Costa ressaltou que as importações de gasolina não ameaçam a tendência de o superávit comercial da empresa fechar o ano com alta expressiva. O diretor ponderou que ainda não há uma estimativa para o desempenho do saldo comercial em 2011, mas garantiu que o valor será positivo. O executivo destacou que a empresa tem batido recorde de produção de gasolina nas refinarias, com cerca de 400 mil barris diários, volume próximo ao consumo brasileiro.
"A importação de gasolina é pequena, cerca de seis dias de consumo", disse o executivo. No ano passado, a empresa importou 3 milhões de barris de gasolina. O diretor negou que a companhia esteja estudando, no momento, novas importações.
Segundo ele, a importação de 2,5 milhões de barris de gasolina este ano até maio é consequência da intenção da companhia de manter algum produto nos estoques. "Estamos batendo recorde de produção de gasolina nas refinarias. Fizemos mudança de catalisadores nas unidades de craqueamento catalítico e isso propiciou o aumento da produção de gasolina. Essa importação que fazemos é mais para ter um estoque de segurança", afirmou, lembrando que todas as refinarias da estatal estão operando a capacidade plena, entre 1,85 milhão e 1,9 milhão de barris por dia de derivados. "Este ano teremos menos parada para manutenção que no ano passado."
O diretor também acredita que o consumo de gasolina vá diminuir nos próximos meses com a entrada da atual safra de cana-de-açúcar no mercado.
Costa afirmou que não há nenhuma decisão tomada a respeito de um possível aumento dos combustíveis nas refinarias. "Continuamos analisando dentro da visão de política de longo prazo. Neste minuto não temos nenhuma posição a respeito."
Valor Econômico
Barreiras argentinas e concorrência chinesa afetam o desempenho das fabricantes
Marcelo Beledeli, de Ribeirão Preto (SP)
EDSON SILVA/ FOLHAPRESS/JC
Apesar das pressões, empresas investem diante da expectativa de crescimento do mercado interno.O fechamento do mercado argentino e a concorrência com os produtos chineses devem levar as indústrias brasileiras de máquinas e equipamentos agrícolas a buscar novas estratégias de investimentos e vendas nos próximos anos. Durante a 18ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), os grupos John Deere e Valtra relataram suas preocupações com a situação atual do mercado e explicaram seus planos para os próximos anos.
No início do ano, a Argentina impôs barreiras comerciais através da não renovação das licenças automáticas de importação de máquinas brasileiras. No caso da John Deere, as vendas para o país vizinho representam 50% de todo o volume da companhia na América do Sul. Porém, as exportações para o mercado argentino não passaram de 150 colheitadeiras nos três primeiros meses de 2011. Um dos efeitos dessa queda foi a demissão de 230 funcionários da unidade da companhia em Horizontina.
Segundo o diretor de Relações Institucionais para a América do Sul da companhia, Alfredo Miguel Neto, os problemas que o setor enfrenta com a Argentina devem ser discutidos em conjunto entre os governos dos dois países e as montadoras representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "O acordo que temos atualmente entre os dois países não prevê licenças de importação para o setor automotivo", declarou.
Uma solução encontrada pelas indústrias para superar a dificuldade comercial é transferir parte de sua produção para o território argentino. O grupo AGCO, que controla as marcas Massey Fergunson e Valtra, já possui uma unidade de montagem de tratores no país. No entanto, a empresa já estuda investir na expansão de suas operações com a instalação de uma fábrica no país vizinho. "A ideia é que a gente possa suprir o mercado de lá com o que for fabricado localmente", explica Jak Torretta, diretor de produtos da AGCO na América do Sul.
Além das dificuldades comerciais com a Argentina, outro problema apontado pelas empresas é a redução da competitividade do produto brasileiro, frente às indústrias chinesas, devido aos altos custos de produção. As vantagens de produzir na China e a atração do grande mercado daquele país têm levado as companhias internacionais a buscar uma maior presença no gigante asiático. Recentemente, a John Deere lançou sua quinta fábrica chinesa, um investimento de US$ 50 milhões em uma unidade de escavadeiras. Já a AGCO anunciou no final do mês passado a compra de 80% de participação na chinesa Shandong Dafeng Machinery. A empresa, criada em 1995, produz colheitadeiras de milho, arroz, soja e outros grãos.
De acordo com Torretta, uma estratégia que as empresas brasileiras podem adotar é aumentar o nível de importação de peças fabricadas na China, a fim de reduzir os custos de produção. No entanto, há limites para a prática. Os programas de crédito governamentais, como o Mais Alimentos, que estão impulsionando as vendas das empresas no mercado interno, exigem 60% de nacionalização do produto final. "Além disso, todas as peças críticas para o funcionamento das máquinas têm que ser produzidas no Brasil, a fim de permitir um envio rápido para os clientes que necessitarem", afirma.
É exatamente no mercado interno onde as empresas do setor apostam em crescimento. A John Deere confirmou ontem que ampliará os investimentos de US$ 2 bilhões previstos para o Brasil e anunciará novos aportes para o crescimento do seu parque fabril. Apenas no primeiro trimestre deste ano a companhia teve uma alta de 25% no faturamento no País em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o mercado nacional como um todo registrou quedas de 12% a 15%.
A AGCO também planeja novos investimentos no País. Um deles é a reestruturação da unidade de colheitadeiras da Valtra em Santa Rosa, onde US$ 25 milhões deverão ser aplicados nos próximos quatro anos. De acordo com a empresa, uma das principais vantagens do mercado brasileiro é que as empresas estrangeiras dificilmente conseguem realizar entradas agressivas, devido às dificuldades de estabelecer sistemas de atendimento pós-venda eficientes. "Eles não possuem revendas preparadas para fornecer peças de reposição em tempo hábil para os produtores", explica Torretta.
Gerdau inova e entrega prêmio Melhores da Terra em Ribeirão
Foi entregue ontem na Agrishow o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Novidade. Essa foi a primeira vez que a premiação, considerada a maior da América do Sul para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas, foi realizada na feira de Ribeirão Preto (SP). Tradicionalmente, o anúncio é realizado na Expointer, em Esteio.
Para definir os vencedores, a comissão julgadora percorreu por três dias o evento, antes da abertura oficial, e avaliou as 23 inscrições, entrevistando seus representantes e fabricantes. "Essa é uma premiação que contempla não apenas a tecnologia colocada nas máquinas e equipamentos, mas também a sua contribuição para a melhoria da agricultura brasileira", destacou Luiz Fernando Coelho de Souza, coordenador da comissão e professor da Ufrgs.
O troféu Ouro foi concedido à colheitadeira de algodão Cotton Blue 2826, da Montana, de São José dos Pinhais (PR). A máquina é a primeira introduzida no Brasil com características específicas para utilização na lavoura do algodão adensado. Já a empresa gaúcha Joscil, de Condor, recebeu o troféu Prata pela fabricação de um sistema de blindagem autolimpante para moegas de recebimento de granéis. O outro troféu prata foi concedido para a colhedora de cana modelo Colhimenta CM20, da empresa Menta Mit Máquinas Agrícolas, de Cajuru (SP).
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=61227&fonte=news
Importação de gasolina vai atingir 2, 5 milhões de barris até maio
A Petrobras fechou a importação de 1 milhão de barris de gasolina para abastecer o mercado brasileiro em maio. Com isso, as importações do derivado nos cinco primeiros meses do ano vão chegar a 2,5 milhões de barris.
O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, afirmou que o consumo dos derivados de petróleo no primeiro trimestre subiu 4,5%, e acrescentou que a gasolina está próxima dessa média. Além de gasolina, a Petrobras importou este ano diesel, a uma média de 70 mil barris por dia, e gás liquefeito de petróleo (GLP), o que, segundo ele, foi comprado "de forma esporádica" ao longo do ano.
Costa ressaltou que as importações de gasolina não ameaçam a tendência de o superávit comercial da empresa fechar o ano com alta expressiva. O diretor ponderou que ainda não há uma estimativa para o desempenho do saldo comercial em 2011, mas garantiu que o valor será positivo. O executivo destacou que a empresa tem batido recorde de produção de gasolina nas refinarias, com cerca de 400 mil barris diários, volume próximo ao consumo brasileiro.
"A importação de gasolina é pequena, cerca de seis dias de consumo", disse o executivo. No ano passado, a empresa importou 3 milhões de barris de gasolina. O diretor negou que a companhia esteja estudando, no momento, novas importações.
Segundo ele, a importação de 2,5 milhões de barris de gasolina este ano até maio é consequência da intenção da companhia de manter algum produto nos estoques. "Estamos batendo recorde de produção de gasolina nas refinarias. Fizemos mudança de catalisadores nas unidades de craqueamento catalítico e isso propiciou o aumento da produção de gasolina. Essa importação que fazemos é mais para ter um estoque de segurança", afirmou, lembrando que todas as refinarias da estatal estão operando a capacidade plena, entre 1,85 milhão e 1,9 milhão de barris por dia de derivados. "Este ano teremos menos parada para manutenção que no ano passado."
O diretor também acredita que o consumo de gasolina vá diminuir nos próximos meses com a entrada da atual safra de cana-de-açúcar no mercado.
Costa afirmou que não há nenhuma decisão tomada a respeito de um possível aumento dos combustíveis nas refinarias. "Continuamos analisando dentro da visão de política de longo prazo. Neste minuto não temos nenhuma posição a respeito."
Valor Econômico
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