LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 19 de maio de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 19/05/2011

Brasil e Argentina começam a negociar as barreiras comerciais
A ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, e o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Ênio Cordeiro, baixaram ontem o tom das reclamações em torno das barreiras protecionistas aplicadas pelos dois países e definiram uma reunião de altos funcionários de seus governos para revisar as travas ao comércio bilateral. Giorgi pediu a liberação dos automóveis argentinos retidos na fronteira como gesto positivo para as negociações. Cordeiro não descartou, mas frisou que "as medidas de boa vontade devem ser recíprocas", deixando claro que não haverá gestos de forma unilateral.

Eles se reuniram por duas horas, no gabinete da ministra, e acertaram um encontro, na próxima semana, entre o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, e o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi. "Os secretários vão trabalhar em uma agenda que incluirá todas as questões pendentes, tanto pontuais quanto estruturais", disse Giorgi, por meio de comunicado. A tendência é que ela própria se reúna, depois, com o ministro Fernando Pimentel.
Fontes argentinas informaram que o encontro deverá ocorrer na segunda e terça-feira, em Buenos Aires. Também garantiram que o governo se dispõe a acelerar a liberação de licenças não automáticas à importação de produtos brasileiros "uma vez que se libere o primeiro automóvel" na fronteira.

A Adefa, associação que congrega as montadoras instaladas na Argentina, emitiu uma nota dura na qual adverte sobre os riscos para a produção e para o nível de emprego no país. O presidente da entidade, Aníbal Borderes, diz que a briga comercial "põe dúvidas sobre o funcionamento do Mercosul".
Os dois lados afirmam, reservadamente, que a tensão começou a diminuir e apostam em um acordo pelo menos sobre pontos básicos na próxima semana. A Argentina está preocupada com os efeitos que as barreiras brasileiras podem ter sobre o nível de atividade da economia. O presidente da União Industrial Argentina, José Ignacio de Mendiguren, apresentou esse temor ontem ao ministro da Economia, Amado Boudou.

Se o problema se prolongar, a indústria pode refletir em breve o bloqueio do Brasil, diz Ricardo Delgado, diretor da consultoria Analytica. Ele lembra que cerca de 70% da expansão industrial registrada pela Argentina em 2010 se concentrou em apenas dois setores: automotivo e autopeças. Esses dois ramos responderam por 2,5 pontos percentuais do crescimento de 9,2% da economia em 2010.

Para 2011, Delgado prevê uma expansão de até 7% do PIB, mas que pode ser afetada caso as exportações fiquem dificultadas "por alguns meses". De cada cem automóveis produzidos pelas montadoras argentinas, 55 são exportados para o mercado brasileiro. Quem tem mais unidades retidas na alfândega brasileira são a GM, a Toyota e a Mercedes -Benz.
O pesquisador-chefe da Fundação Mediterrânea, Jorge Vasconcelos, estima um crescimento de 6,5% para a economia argentina neste ano. Mas adverte que a "indústria deve começar a preparar-se para uma desaceleração na trajetória das importações brasileira, por motivos econômicos e pelo conflito envolvendo as licenças não automáticas". Mais de 40% das exportações argentinas de produtos industrializados têm o Brasil como destino, concentração que não se via nos últimos 20 anos.
Valor Econômico



Protesto contra importação de arroz fecha fronteira no RS
Cerca de 5.000 arrozeiros do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina interromperam ontem a ponte internacional de Uruguaiana (RS), na fronteira com a Argentina, para protestar contra as condições desfavoráveis de comercialização.

Eles reclamam da concorrência do arroz importado de países-membros do Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, que tem preferências tarifárias. Na última safra, 1 milhão de toneladas de arroz foram importadas desses países.

A ponte de Uruguaiana, que permanecia bloqueada até o fechamento desta edição, é o principal corredor rodoviário do comércio bilateral entre Brasil e Argentina.

O movimento pede a suspensão das importações de países vizinhos por seis meses e um perdão de dívidas do setor. Segundo o grupo, a saca tem custo de produção de R$ 29 no Brasil e está sendo vendida por até R$ 19, preço equivalente ao do arroz uruguaio e argentino.

"Não queremos prejudicar o Mercosul, mas queremos regras [mais duras] para o arroz que entra no Brasil. Atualmente, estamos com 2 milhões de toneladas paradas nos armazéns", explica Juarez Petry, um dos coordenadores do protesto. O Estado do Rio Grande do Sul produziu 63% do arroz brasileiro nesta safra
Folha de São Paulo



Restrição a importação pode trazer impacto no longo prazo, diz Ford
O presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, avaliou que a decisão do governo federal de aplicar licenças não automáticas para a importação de veículos da Argentina ainda não provocou impacto nas operações da empresa. Segundo ele, se as barreiras forem mantidas no longo prazo existe o risco da iniciativa comprometer o desempenho da empresa.
"No curto prazo, nós não vemos com preocupação", disse, após participar de comemoração dos 10 anos de operação da Fábrica de Caminhões da Ford, em São Bernardo do Campo (SP). "Se medidas como essa forem permanentes ou estiverem presentes por um longo período, existe um risco, claro, para todas as operações", acrescentou.

O presidente ressaltou que, nos primeiros quatro meses de 2011, a Ford Brasil importou cerca de 19 mil veículos e exportou, em torno de 23 mil. "Nós não vimos ainda nenhum efeito disso em nossas operações, mas é muito importante que essa decisão seja avaliada no contexto do que é importante para o Brasil, seja na importação como na exportação", disse. A iniciativa, anunciada na semana passada, criou um impasse com a Argentina, que viu o anúncio como retaliação às barreiras comerciais aplicadas contra os produtos brasileiros.

Na avaliação de Oliveira, a decisão do governo tem de ser clara e transparente, para que o setor se adapte às eventuais mudanças. "É muito importante nós termos clareza, transparência nessas transações, para que todo o nosso planejamento possa ser entregue de acordo com a necessidade." Oliveira defendeu que o Brasil mantenha a sua competitividade no mercado internacional e reconheceu que os produtos brasileiros têm perdido espaço. Segundo ele, o aumento dos custos de operações no Brasil nos últimos anos, combinado com a valorização do real, tem tornado os produtos brasileiros menos competitivos no mercado internacional. "São indicadores que mostram que precisamos olhar com muito cuidado para ter certeza de que, no longo prazo, a nossa competitividade vai se manter."

Caminhões
No evento, o presidente da Ford anunciou o início da produção da Linha Novo Cargo 2012, que faz parte de um plano de investimento da empresa para o período de 2007 a 2013, de R$ 670 milhões. Além do mercado interno, a Ford Caminhões abastece hoje Argentina, Chile e Venezuela. Em uma década, a produção acumulada de veículos chegou a 280 mil. Na América do Sul, a participação da empresa chega a 19% do total.
Agência Estado



China anuncia investimentos e Brasil reclama de barreiras
Os ministros brasileiros e chinês decidiram criar um grupo técnico só para discutir e resolver mensalmente os conflitos na área comercial e de investimentos.

O anúncio de novos investimentos milionários de empresas chinesas no Brasil fez parte dos comunicados do ministro de Comércio da China, Chen Deming, em visita ao país. Ele informou às autoridades brasileiras que a empresa de maquinário pesado Sany decidiu investir US$ 200 milhões para fabricar no Brasil equipamentos voltados ao mercado de exploração de petróleo; e a Chery pode investir até US$ 400 milhões para fabricar carros em território brasileiro. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, previu investimentos de US$ 8 bilhões dos chineses no Brasil neste ano. No comércio, contudo, o quadro é menos favorável.
Pimentel revelou que espera aumentar as vendas do Brasil à China em 20%, o menor índice de crescimento nas exportações brasileiras àquele país nos últimos anos, inferior até a 2009, quando as exportações cresceram 23%. No ano passado, o aumento foi de 46%. Na conversa entre Pimentel, Deming e o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, os brasileiros se queixaram de que, apesar do anúncio, em abril, da liberação de três frigoríficos para venda de carne de suínos à China, nenhum teve embarque autorizado até agora.
Os ministros comentaram que são muitas as queixas contra importações chinesas e que um anúncio como o de mais compras de aviões da Embraer, seria uma boa demonstração do interesse chinês em aumentar o valor agregado das vendas brasileiras ao país. Deming fez questão de repetir em público, para jornalistas e para empresários, que o governo chinês entende e quer atender às preocupações brasileiras com excesso de dependência das exportações de produtos básicos, como ferro e soja à China.
Na reunião com os ministros, Deming apresentou uma extensa lista de propostas de investimento chineses para o Brasil, para linhas de transmissão da futura hidrelétrica de Belo Monte, para oleodutos e projetos de exploração e prospecção do petróleo do pré-sal. A Sany, que deve instalar fábrica em Minas Gerais, forneceu equipamentos para salvar operários presos em minas de cobre do Chile e para o desastre na usina nuclear de Fukushima, no Japão. Deming pediu insistentemente apoio do governo brasileiro para venda direta de commodities como soja sem intermédio de trading companies, hoje responsáveis pelo negócio.
Os ministros brasileiros e chinês decidiram criar um grupo técnico só para discutir e resolver mensalmente os conflitos na área comercial e de investimentos. "Qualquer dificuldade que encontrarem, nos informem, estaremos à disposição", disse Deming, para empresários chineses e brasileiros reunidos na Confederação Nacional d a Indústria (CNI), em seminário sobre oportunidades de negócio no Brasil.
Deming informou que há interesse chinês na proposta apresentada pelo ministro Patriota, de desenvolvimento conjunto de tecnologias "verdes" (com menor emissão de carbono e poluentes) para automóveis. Patriota lembrou da necessidade de incrementar o turismo, com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, e informou que há grande interesse da TAM em criar linhas diretas para a China. O ministro chinês não comentou o assunto.
Deming garantiu que, segundo o último plano quinquenal chinês, o país e seus empresários pretendem se voltar cada vez mais para o mercado interno, aumentando o esforço de importações, o que tornará a China o primeiro mercado para produtos de luxo em pouco tempo (já é o segundo). "Nossa prioridade está em importação e investimentos no exterior", garantiu. Com o cenário de baixo crescimento nos Estados Unidos e Europa por um longo prazo, o Brasil surge como um dos destinos mais atrativos para estes investimentos, afirmou. Só os investimentos anunciados durante a visita da presidente Dilma Roussef à China somam cerca de US$ 1 bilhão, calculou.
Deming insistiu, porém, que a melhoria de qualidade da pauta de exportações brasileiras e a atração de investidores exigirá medidas adicionais do governo e do setor privado para diversificar a produção exportável e criar "ambiente mais favorável ao investimento". Os empresários chineses têm se queixado da excessiva valorização do real, relatou o ministro chinês. Mas, segundo o ministro, os chineses estão dispostos a manter o superávit comercial em favor do Brasil e não pretendem adotar medidas para reduzi-lo.
Os interesses chineses estão, principalmente, na área de infraestrutura e agricultura, mas também vêm se estendendo por outras área industriais. O ministro fez um convite, aceito por Pimentel, para participação do Brasil na próxima feira de Guagzhou (antigo Cantão), uma das maiores da Ásia, que terá um pavilhão dedicado à América Latina. O Brasil terá seu próprio pavilhão, afirmou Pimentel.
Valor Econômico



Argentina pede ao Brasil ''gesto de boa vontade''
A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, reuniu-se ontem com o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Enio Cordeiro, para começar a desativar a escalada do conflito comercial entre os dois países.
No encontro, Débora e Cordeiro discutiram a data da reunião entre o secretário da Indústria argentino, Eduardo Bianchi, e o secretário executivo do ministério do Desenvolvimento do Brasil, Alessandro Teixeira.

Essa reunião, segundo fontes próximas às negociações, será realizada na segunda-feira e terça-feira, em Buenos Aires.
Cordeiro disse que a administração Kirchner espera que o Brasil "faça um gesto de boa vontade" e libere parte dos automóveis que estão parados na fronteira. O diplomata, na sequência, ressaltou: "As medidas de boa vontade devem ser recíprocas".
Segundo fontes argentinas, embora as licenças não automáticas continuem, Buenos Aires pede que seja aplicado um sistema administrativo de fast-track (via rápida) para que os carros sejam liberados em prazo inferior aos 60 dias previstos. Por semana, em média, a Argentina envia 8 mil automóveis para o Brasil.

Por enquanto, a avaliação do gabinete do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, é que nada será feito antes da reunião entre os secretários.

Em entrevista na embaixada do Brasil, Cordeiro disse que "existe a melhor intenção do Brasil e da Argentina de chegar à uma solução que satisfaça ambos os lados."
A 20 quarteirões dali, no Ministério da Indústria, com tom menos bélico do que nos últimos dias, a ministra Giorgi definiu a reunião com o diplomata brasileiro como "muito positiva". Na sequência, indicou que "vamos privilegiar a relação de sócios estratégicos".

Segundo ela, "os secretários (Bianchi e Teixeira) trabalharão sobre uma agenda que incluirá todos os assuntos pendentes, sejam pontuais ou estruturais". O plano é que após a reunião dos secretários, os dois governos programem um conclave entre os dois ministros - Débora e Pimentel - protagonistas desse imbróglio bilateral.

A ideia é desativar a crise antes da cúpula do Mercosul, marcada para daqui um mês e meio em Assunção, Paraguai. Essa será a primeira cúpula do Cone Sul que reunirá as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner. O plano é mostrar coesão dentro do Mercosul, criado há 20 anos.

O presidente da Ford Brasil, Marcos de Oliveira, disse que as medidas ainda não provocaram impacto nas operações do grupo. Mas, "se forem mantidas no longo prazo, há risco de comprometer nosso desempenho".
O Estado de São Paulo



País nega salvaguarda provisória contra China
O governo negou pedido para iniciar uma investigação de salvaguarda transitória contra importações chinesas. A decisão foi publicada segunda-feira no "Diário Oficial". No mesmo dia, os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e de Relações Exteriores, Antonio Patriota, recebiam o ministro do Comércio da China, Chen Deming.

A investigação contra a entrada de tecidos denim chineses (utilizados no jeans) foi solicitada em abril pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Outros três pedidos de salvaguarda transitória, feitos pelo setor de máquinas e equipamentos, estão em análise.

A salvaguarda transitória é uma "trégua" contra importações que desorganizam o mercado, mas pode ser aplicada só contra a China. Os chineses aceitaram esse mecanismo quando entraram na Organização Mundial de Comércio, mas o consideram discriminatório e ameaçam de retaliação aqueles que o adotem.

"Não teve influência política. As evidências não demonstravam a desorganização do mercado, que é a base dos casos de salvaguarda", disse o diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do ministério do Desenvolvimento, Felipe Hees.

Os dados mostram que, apesar do avanço das importações chinesas, os fabricantes de denim elevaram produção, vendas e lucratividade. Entre 2008 e 2010, a produção nacional do tecido aumentou 7,5%, as vendas da indústria local, 17,4%, e o lucro bruto das empresas, 7,9%.

As importações de tecidos denim da China subiram 111,5% entre 2008 e 2010, muito acima da alta de 9% das compras totais. Ainda assim, as importações representavam só 3% do consumo.
Segundo o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, a entidade vai reanalisar o caso. "Nossa preocupação é antecipar os fatos. Os danos não estão claros hoje, mas estarão no futuro. Se o paciente estiver na UTI, pode ser tarde demais", disse.

Sensível. A adoção de salvaguarda transitória é tema mais sensível para Pequim do que a aplicação de antidumping (a China é o principal alvo no mundo) ou até de triangulação. Também na última segunda-feira, o governo Dilma mostrava força na defesa comercial, iniciando o primeiro caso de triangulação contra produtos chineses.

Segundo fontes do governo, os pedidos de salvaguardas transitórias chegaram a ser mencionadas nas conversas entre Pimentel e Chen. O ministro brasileiro disse que optou por não seguir esse caminho porque não havia justificativa técnica. Pimentel reforçou o pedido de melhorar o perfil das exportações brasileiras para a China.

No governo Lula, foram protocolados vários pedidos de salvaguardas contra a China. Os chineses reagiram e bloquearam as exportações brasileiras de soja, levando o Brasil a transformar as salvaguardas em antidumping.

Bons resultados
7,5%
foi a alta da produção nacional de denim

17,4%
foi o aumento das vendas
O Estado de São Paulo




Cooperativas registram exportação recorde no primeiro quadrimestre
Brasília (17 de maio) – No primeiro quadrimestre de 2011, as exportações das cooperativas apresentaram crescimento de 34,4% sobre igual período de 2010, alcançando um total de US$ 1,681 bilhão. Considerando a série desde 2005, este foi o maior resultado alcançado para os primeiros quatro meses do ano.
Historicamente, a balança comercial das cooperativas apresenta saldo positivo, tendo alcançado US$ 1,598 bilhão de janeiro a abril de 2011. O resultado também é recorde para o período e supera em 36,7% o saldo do primeiro quadrimestre de 2010 (US$ 1,169 bilhão). Além disso, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) de janeiro a abril de 2011 foi a que apresentou o melhor resultado da série (US$ 1,764 bilhão), com um aumento de 32,5% em relação ao mesmo período de 2010 (US$ 1,331 bilhão).

Também houve expansão de 2,3% nas importações efetuadas por cooperativas. As compras externas passaram de US$ 81,2 milhões de janeiro a abril de 2010 para US$ 83,1 milhões de janeiro a abril de 2011.
Sobre a participação na pauta no primeiro quadrimestre do ano, as exportações das cooperativas passaram de 1,9%, em 2005, para de 2,4%, em 2011. Nas importações, a participação representa 0,1% do total das aquisições em 2011.

Exportações
Entre os principais produtos exportados pelas cooperativas no primeiro quadrimestre de 2011 destacam-se os do agronegócio: café em grãos (com vendas de US$ 256,6 milhões, representando 15,3% do total exportado pelas cooperativas); trigo (US$ 208,4 milhões, 12,4%); açúcar refinado (US$ 205,8 milhões, 12,2%); açúcar em bruto (US$ 179,9 milhões, 10,7%); soja em grãos (US$ 174,6 milhões, 10,4%); farelo de soja (US$ 156,5 milhões, 9,3%); pedaços e miudezas comestíveis de frango (US$ 150 milhões, 8,9%); etanol (US$ 110,5 milhões; 6,6%); e carne suína congelada (US$ 49,2 milhões, 2,9%).
Os países que mais compraram das cooperativas brasileiras foram: Alemanha (vendas de US$ 195,6 milhões, representando 11,6% do total); Estados Unidos (164,8 milhões, 9,8%); China (US$ 129,3 milhões, 7,7%); Emirados Árabes Unidos (US$ 106,4 milhões, 6,3%); Argélia (US$ 104,9 milhões, 6,2%); Rússia (US$ 94,8 milhões, 5,6%); Países Baixos (US$ 78,7 milhões, 4,7%); Japão (US$ 77,9 milhões, 4,6%); Nigéria (US$ 52,6 milhões, 3,1%); Arábia Saudita (US$ 47,6 milhões, 2,8%); Bélgica (US$ 44,5 milhões, 2,6%); e Bangladesh (US$ 42,2 milhões, 2,5%).

O Paraná foi o estado com maior valor de exportações de cooperativas, US$ 588,2 milhões, representando 35% do total das compras externas do segmento. Em seguida aparecem: São Paulo (US$ 483,5 milhões, 28,8%); Minas Gerais (US$ 254,4 milhões, 15,1%); Rio Grande do Sul (US$ 161,4 milhões, 9,6%); Santa Catarina (US$ 87,4 milhões, 5,2%); Mato Grosso (US$ 40,9 milhões, 2,4%); Mato Grosso do Sul (US$ 19,5 milhões, 1,2%); Goiás (US$ 17,2 milhões, 1,0%); e Tocantins (US$ 10 milhões, 0,6%).
Importações
Nos primeiros quatro meses do ano, os principais produtos importados pelas cooperativas foram: cloretos de potássio (com compras de US$ 15,8 milhões, representando 19,1% do total importado pelas cooperativas); diidrogeno-ortofosfato de amônio (US$ 8,6 milhões, 10,4%); máquinas para fiação de matérias têxteis (US$ 8 milhões, 9,7%); ureia com teor de nitrogênio (US$ 7,2 milhões, 8,6%); farinhas e “pellets” da extração do óleo de soja (US$ 5 milhões; 6,1%); malte não torrado (US$ 4,2 milhões, 5,1%); batatas preparadas ou conservadas, congeladas (US$ 3,5 milhões, 4,2%); outros adubos e fertilizantes (US$ 3,3 milhões, 3,9%); máquinas e aparelhos para preparação de carnes (US$ 2,8 milhões, 3,4%); produtos semimanufaturados, de outras ligas de aços (US$ 2,2 milhões, 2,6%); e arroz semibranqueado, não parboilizado, polido (US$ 2,1 milhão, 2,5%).

As compras externas das cooperativas foram originárias, no período em análise, principalmente da Alemanha (compras de US$ 16,5 milhões, representando 19,9% do total); dos Estados Unidos (US$ 10 milhões, 12%); da Argentina (US$ 7,4 milhões, 8,9%); da Bélgica (US$ 6,5 milhões, 7,8%); do Canadá (US$ 6,2 milhões, 7,4%); do Paraguai (US$ 6,2 milhões, 7,4%); da Rússia (US$ 5,5 milhões, 6,6%); da China (US$ 4,8 milhões, 5,8%); da Ucrânia (US$ 4,4 milhões, 5,3%); dos Países Baixos (US$ 3 milhões, 3,6%); da Espanha (US$ 2,7 milhões, 3,3%); do Uruguai (US$ 2,4 milhões, 2,9%); e de Israel (US$ 1,9 milhão, 2,3%).
O Paraná foi o estado com maior valor de importações via cooperativas, US$ 33,3 milhões, representando 40,1% do total das importações deste segmento. Em seguida aparecem: Santa Catarina (US$ 13,9 milhões, 16,8%); São Paulo (US$ 13,3 milhões, 16,0%); Goiás (US$ 7,1 milhões, 8,6%); Mato Grosso (US$ 6,6 milhões, 8%); Rio Grande do Sul (US$ 5,9 milhões, 7,1%); e Mato Grosso do Sul (US$ 2,8 milhões, 3,3%).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

 
 
Nova revitalização para o porto de Manaus
Revitalização pretende abranger toda a área do local, entre armazéns, trecho da Manaus Moderna e outros setores do entorno

Com o lançamento de um novo Projeto de Revitalização do Porto de Manaus, que pretende abranger toda a área do local, entre armazéns, trecho da Manaus Moderna e outros setores do entorno, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Gaitano Laertes Pereira Antonaccio e o diretor Álvaro Liberal de Assis, se reuniram na Capitania dos Portos, no final da semana passada a fim de tomarem conhecimento da nova empreitada.

Convidados pelo superintendente da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc), do Ministério dos Transportes no Amazonas, Sebastião Reis e pelo coordenador geral de Hidrovias e Portos Interiores do Ministério dos Transportes, comandante Wilson Isidório Cruz.

“Esta atitude é da maior importância para atender o crescimento e o desenvolvimento empresarial do amazonense nas suas mais diversas demandas”, destacou o presidente da ACA.

Na ocasião, ficou definido que hoje, quarta (18), na sede da ACA, o superintendente Sebastião Reis e Wilson Cruz, participam da reunião de diretoria onde apresentarão os detalhes do projeto e vários assuntos sobre a área portuária de Manaus serão discutidos.
A crítica (Manaus)



Argentina pede que Brasil libere os carros
Apelo foi feito ontem ao embaixador Enio Cordeiro pela ministra Débora Giorgi

O governo da Argentina voltou a pedir ao Brasil que libere os automóveis que estão parados na fronteira brasileira à espera de concessão de licença de importação, enquanto os dois países não chegam a um acordo. O pedido foi feito pela ministra de Indústria, Débora Giorgi, ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Enio Cordeiro, durante reunião de mais de duas horas, realizada ontem pela manhã. "A principal reivindicação é de que o lado brasileiro tenha um gesto de boa vontade e libere uma parte dos automóveis, mas consideramos que medidas de boa vontade devem ser recíprocas", disse o embaixador, deixando claro que o Brasil não pretende ceder.
"Eu mencionei à ministra que alguns setores requerem uma atenção imediata, como pneus, baterias e calçados", detalhou Cordeiro, afirmando que esses três setores foram enumerados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). O embaixador saiu da reunião com o compromisso do secretário de Indústria, Eduardo Bianchi, de que a Argentina fará um levantamento sobre produtos brasileiros que foram afetados pelas barreiras argentinas. "Recebi indicação do Bianchi de que vão olhar como estão essas licenças", afirmou.
Os dois países dão sinais de que estão dispostos a ceder na briga e buscam estabelecer um diálogo. "Existe a melhor inclinação do lado brasileiro de buscar solução que satisfaça os dois lados, e percebi que, por parte da ministra argentina, também há preocupação em solucionar o problema", relatou o embaixador. Pelo lado argentino, a avaliação também foi positiva. "Tivemos um encontro muito positivo e tanto Argentina quanto Brasil vão privilegiar a relação de sócios estratégicos", disse Débora, após reunir-se com Cordeiro. Segundo ela, os dois secretários vão trabalhar em uma agenda de questões "pontuais e estruturais".
Cordeiro repetiu argumento do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, de que as barreiras contra os automóveis não são dirigidas à Argentina, mas reconheceu que a medida afeta o país, porque o maior volume de importação brasileira de automóveis é de origem argentina. No mesmo sentido, ocorre com as restrições argentinas que, segundo ele, não são direcionadas ao Brasil, mas produz impacto negativo na indústria brasileira porque incluem um quarto da pauta exportadora para o mercado vizinho. A orientação da presidente Dilma Rousseff seria para não rever a decisão brasileira.
Ontem Pimentel afirmou que a situação deverá estar normalizada dentro de duas ou três semanas. Ele disse que o diálogo nunca foi interrompido entre as autoridades dos dois países. "Nunca interrompemos o diálogo com a Argentina. Pelo contrário, temos excelentes relações, queremos mantê-las e resolver os problemas", acrescentou.

Ele reconhece que existem problemas sérios na relação comercial entre os dois países, mas nada que não possa ser superado. "Problemas existem mesmo entre países que têm um volume de comércio tão grande quanto o nosso com a Argentina", observou. "É normal, não tem nenhuma crise", completou.

Na próxima semana, negociadores dos governos da Argentina e do Brasil devem manter dois dias de reuniões para buscar uma solução para o conflito comercial entre os dois países, informou o Ministério de Indústria argentino. O encontro deve ser entre o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira.

"Ainda não foi acertado se o lugar do encontro será Buenos Aires ou Foz do Iguaçu, mas se estipulou que serão dois dias de trabalho", informou nota distribuída pelo Ministério de Indústria. No entanto, em entrevista após a reunião, Cordeiro não confirmou o encontro e disse que os dois governos estão tentando marcar uma data para abrir negociações na próxima semana. "Em princípio, sugerimos uma reunião entre os dois secretários, mas a Argentina quer um encontro mais amplo, da comissão de monitoramento do comércio, e existem dificuldades para fixar a data", informou o embaixador brasileiro.
DCI


País não aceita salvaguarda provisória contra a China
O governo negou pedido para iniciar uma investigação de salvaguarda transitória contra importações chinesas. A decisão foi publicada segunda-feira no Diário Oficial. No mesmo dia, os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e de Relações Exteriores, Antonio Patriota, recebiam o ministro do Comércio da China, Chen Deming, em Brasília. A investigação contra a entrada de tecidos denim chineses (utilizados no jeans) foi solicitada em abril pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Outros três pedidos de salvaguarda transitória estão em análise.

A salvaguarda transitória é uma trégua contra importações que desorganizam o mercado, mas pode ser aplicada só contra a China. Os chineses aceitaram esse mecanismo quando entraram na Organização Mundial de Comércio (OMC), mas o consideram discriminatório e ameaçam retaliação àqueles que o adotem. "Não teve influência política. As evidências não demonstravam a desorganização do mercado, que é a base dos casos de salvaguarda", disse o diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Felipe Hees.

Os dados mostram que, apesar do avanço das importações chinesas, os fabricantes de denim elevaram produção, vendas e lucratividade. Entre 2008 e 2010, a produção nacional do tecido aumentou 7,5%, as vendas da indústria local, 17,4%, e o lucro bruto das empresas, 7,9%. As importações de tecidos denim da China subiram 111,5% entre 2008 e 2010, muito acima da alta de 9% das compras totais. Ainda assim, as importações representavam só 3% do consumo. Segundo o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, a entidade vai reanalisar o caso. "Nossa preocupação é antecipar os fatos. Os danos não estão claros hoje, mas estarão no futuro. Se o paciente estiver na UTI, pode ser tarde demais", diz.
Valor Econômico



BRASIL E ARGENTINA TERÃO DOIS DIAS PARA RESOLVER PROBLEMAS
Na tentativa de minimizar a crise com a Argentina, provocada pela guerra comercial entre os dois países, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem, que a situação deverá estar normalizada dentro de três semanas.

Ele disse que o diálogo nunca foi interrompido entre as autoridades dos dois países e que ainda ontem à tarde teria uma nova rodada de negociações, por telefone, com o governo argentino. "Estamos conversando, vamos continuar conversando", disse ele.

"Nunca interrompemos o diálogo com a Argentina. Pelo contrário, temos excelentes relações, queremos mantê-las e resolver os problemas", acrescentou o ministro.
Ele reconheceu que existem problemas sérios na relação comercial entre os dois países, mas nada que não possa ser superado. "Problemas existem mesmo entre países que têm um volume de comércio tão grande quanto o nosso com a Argentina", observou.
"É normal, não tem nenhuma crise. Eu vou saber mais notícias depois. Não há nenhuma razão para acreditar que haverá uma guerra", completou.

A crise entre os dois países acentuou-se desde a semana passada com a decisão do governo brasileiro de suspender a aplicação de licenças não automáticas para importação de automóveis e autopeças do país vizinho. O governo argentino, em represália, ampliou as barreiras para importação de produtos brasileiros. Dezenas de caminhões estão retidos nos dois lados da fronteira.

De acordo com dados do Ministério de Comércio argentino, o secretário da Indústria, Eduardo Bianchi se reunirá na próxima semana com o secretário de comércio exterior brasileiro, Alessandro Teixeira.
O acordo foi firmado entre a ministra de Indústria argentina, Débora Giorgi, juntamente com o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, depois de duas horas de reunião.

Os representantes ainda não decidiram onde será a reunião entre Bianchi e Teixeira. As alternativas são Buenos Aires e Foz do Iguaçu, mas a duração foi estipulada em dois dias.

Após a reunião entre Giorgi e Cordeiro, ambos os governos começaram a acordar e coordenar as questões na agenda a ser discutida na reunião bilateral.

"Tivemos um encontro muito positivo e tanto a Argentina e o Brasil vão priorizar a lista como parceiros estratégicos", disse Giorgi, acrescentando que "os secretários vão trabalhar em uma agenda que inclui todas as questões pendentes tanto aguda estrutural", frisou.

"Chama muito a atenção o fato de que, no auge da crise, a comunicação entre os dois ministros de Estado tenha sido feita por notas", avalia o economista Raul Ochoa.
Diário do Comércio e Indústria

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