LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 18 de maio de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 18/05/2011

Governo quer desonerar exportações
BRASÍLIA - As exportações brasileiras poderão ser desoneradas da contribuição previdenciária, segundo proposta de reforma tributária em elaboração pelo governo. Hoje, a contribuição é cobrada sobre a folha salarial, mas a ideia é mudar a base de tributação para o faturamento da empresa. Pela proposta do governo, a receita da empresa com vendas ao exterior ficaria livre desse novo tributo. A empresa que vende só no mercado interno continuará pagando, no faturamento, o que já paga sobre a folha, disse o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, encarregado de elaborar a proposta. Mas, se a empresa exporta, o faturamento resultante da operação será desonerado. "No fundo, estou dando grande incentivo porque estamos solucionando em parte a questão da competitividade e da taxa de câmbio indiretamente com essa desoneração." Por outro lado, a tributação passaria a pesar mais sobre as empresas importadoras. Hoje, a contribuição ao INSS não incide sobre mercadorias vindas de fora, mas uma contribuição adicional sobre o faturamento oneraria o importador. "O propósito da desoneração da folha é aumentar a competitividade do produto brasileiro", disse Barbosa. Segundo ele, a medida tornará mais baratos principalmente os produtos das indústrias que empregam muita mão de obra. "São os setores mais afetados pela apreciação do real." Os exportadores poderão ser beneficiados também com outra medida em estudo para a reforma tributária: a devolução mais rápida dos créditos tributários gerados pelas exportações e pelos investimentos. O governo federal deve às empresas créditos de PIS-Cofins oriundos dessas operações e um dos eixos da reforma é acelerar os pagamentos. "Quanto vamos acelerar, vai depender do espaço fiscal." O secretário disse que os exportadores terão tratamento prioritário. A proposta de desoneração da folha ainda não está totalmente fechada. A ideia é reduzir a alíquota do INSS cobrada do empregador, que é de 20%. Na proposta já enviada ao governo anterior, a alíquota cairia gradualmente para 14%, mas essa é só uma das hipóteses em exame. Isso reduziria a arrecadação da Previdência. Para atacar esse problema, há basicamente três propostas: não cobrar compensação contando com os efeitos do crescimento econômico sobre as receitas, cobrar contribuição sobre o faturamento ou sobre o valor agregado pela empresa a um determinado produto. Segundo Barbosa, a decisão não está tomada. Mas, em reunião com sindicalistas na quinta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que a nova base seria o faturamento. Informou ainda que a alíquota poderá ser diferenciada por setor. Essa era, originalmente, a proposta do governo. Como foram apresentadas outras sugestões, a área técnica ainda não bateu o martelo sobre o desenho final.
estadao.com.br




Comércio da Bahia com a China terá linha direta
Tempo de transporte passa de 60 para 25 dias

A partir de amanhã, começa a operar no Porto de Salvador a primeira linha direta de transporte marítimo de mercadorias entre a Bahia e a China com a partida do primeiro navio de contêineres. É um feito histórico, já que o escoamento de mercadorias da capital baiana para o país asiático era feito na maioria das vezes saindo de portos de outros estados.

“O tempo de transporte de mercadorias entre o Brasil e a China que era de 60 dias passará a 25 dias , observa o diretor- executivo do Tecon Salvador, Demir Lourenço Júnior. Ele credita a criação desta rota à dragagem do Porto de Salvador, que tem possibilitado a atracação de barcos de maior porte no terminal.
Portos e Navios




Exportações do Estado no menor nível em quase um ano (CE)
Acendeu a luz amarela no setor produtivo do Ceará voltado para o mercado externo. Em abril passado, as exportações do Estado somaram US$ 92,1 milhões, uma queda de 9,7% em relação a março e o menor montante movimentado desde maio do ano passado, quando a marca foi de US$ 90,6 milhões.

Segundo o superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN/Fiec), Eduardo Bezerra, a cifra é alarmante. "Não me preocupo quando as exportações estão em torno de US$ 100 milhões, mas o resultado de abril significa uma retração das relações do Ceará com o exterior", diz.

Conforme Bezerra, o principal motivo é a valorização do dólar. Em 2011, desde janeiro, as exportações estão em queda. No primeiro mês, foram US$ 108,8 milhões. Em fevereiro, US$ 104,9 milhões, um recuo de 3,6%. Em março, US$ 102 milhões, queda 2,8% em comparação com o mês anterior.

De janeiro a abril deste ano, as exportações do Estado somam US$ 408 milhões, aumento de apenas 0,6% em relação a igual quadrimestre do ano passado. "É preocupante não gerar divisas como nos meses anteriores, mas não significa prejuízo", diz Bezerra.

Produção dividida - De acordo com o superintendente do CIN, o setor produtivo aproveita o mercado interno brasileiro "forte e aquecido" para vender. "Apesar das exportações terem sido menores, não significa que as empresas cearenses tenham produzido menos, mas dividiram a produção entre os mercados externo e interno", explica.
Estado pequeno - Ao comparar o crescimento de 0,6% das exportações do Estado com o crescimento acumulado das vendas internacionais do Brasil, de 31,3%, Eduardo Bezerra diz que o setor local é mais sensível às flutuações do dólar do que os outros estados exportadores. "O Ceará é um estado pequeno, com uma participação de 0,5% nas exportações do País", compara. "Não conseguimos usar os mecanismos de compensação que os estados do Sudeste usam".

Para ele, o Estado precisa da siderúrgica e da refinaria funcionando plenamente para fortalecer sua participação no mercado internacional.
"Enquanto não tiver indústrias estruturantes, o Ceará vai registrar apenas crescimento vegetativo, ou seja, crescimento sem intensidade". O Estado permanece na 15ª posição entre os estados brasileiros exportadores no quadrimestre. E na quarta posição no Nordeste, atrás da Bahia (US$ 2,8 bilhões), Maranhão (US$ 858,2 milhões) e Alagoas (US$ 739,7 milhões).

Os três principais setores exportadores cearenses (calçados, castanha de caju e couros) são responsáveis por 62,4% do total exportado pelo Estado nos primeiros quatro meses de 2011. Os dez primordiais produtos exportados pelo Ceará representam 67,2% do valor total exportado pelo Estado de janeiro a abril de 2011.
O setor de calçados continua como o principal setor exportador, porém, permanece em queda (20,3%) quando comparado igual período do ano anterior.

Dentre os principais países de destino das exportações cearenses destaca-se a Itália, que passou a ser o terceiro destino. Peru e Hong Kong permanecem com altas taxas de crescimento, respectivamente, 127,1% e 137,1%, devido às exportações de semimanufaturados de ferro/aço para Peru e couros para Hong Kong.
Importação recorde - O Ceará importou, de janeiro a abril, US$ 587,7 milhões. Esse é o maior valor importado pelo Estado quando comparados os primeiros quadrimestres dos últimos dez anos. O crescimento das importações cearenses no período analisado (15,7%) é inferior ao crescimento das importações brasileiras (27,1%) . No comparativo histórico de abril, o valor importado pelo Ceará é o maior dos últimos 10 anos.

O setor de gorduras e margarinas, com destaque para as importações da Indonésia e da Colômbia, apresenta variação positiva de 391,6% no quadrimestre. Continua a se destacar o setor de veículos automotores, crescimento de 379%.

Dentre os principais produtos importados pelo Estado, continua a se destacar o algodão simplesmente debulhado, não cardado nem penteado, oriundo dos Estados Unidos e Argentina, crescimento de 540,6%; e outros tipos de algodão não cardado nem penteado, dos Estados Unidos (575,4%).
Destaque para a Indonésia, que apresenta a maior taxa de crescimento dentre os principais fornecedores do Ceará, devido à importação de óleo de dendê. A balança comercial do Ceará segue deficitária em US$ 179,7 milhões, o maior resultado nos últimos 10 anos.
Diário do Nordeste - CE



Embalagens de cigarros para exportação terão código de barras especial
A Receita Federal tem procurado aperfeiçoar o Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios) para evitar que os produtos destinados à exportação sejam comercializados em território nacional.
Segundo a Instrução Normativa 1.155, publicada hoje (16) no Diário Oficial da União, as embalagens dos produtos destinados à venda no exterior terão que conter um código de barras especial que permita a diferenciação desses produtos com os que são comercializados no mercado doméstico. O código de barras deverá permitir também a identificação do fabricante, a marca comercial, o tipo de embalagem e o país de destino
Antes, os fabricantes eram obrigados a imprimir apenas o CNPJ da empresa, informou a Receita Federal.
Pela instrução normativa, o estabelecimento industrial deverá indicar as linhas de produção destinadas à exportação mediante registro eletrônico no aplicativo Scorpios Gerencial, um programa de computador disponível no site da Receita Federal na internet.

As embalagens dos cigarros destinados a países da América do Sul e da América Central, inclusive Caribe, devem conter também a expressão Somente para exportação - Proibida a venda no Brasil.

Caso os cigarros destinados à exportação sejam clandestinamente vendidos em território nacional, será exigido do proprietário do produto, entre outras penalidades, o pagamento do imposto de exportação que deixou de ser retido e uma multa de 150% do valor comercial do produto, além da perda da carga.
Agência Brasil




Novas regras já faz faltar nas concessionárias carro produzido na Argentina
Uma semana depois de o governo federal modificar as regras para a importação de veículos, que deixou de ter licença automática na liberação, o mercado de automóveis corre risco de ficar desabastecido de diversos modelos. Nas concessionárias de Belo Horizonte, alguns veículos fabricados na Argentina já são raros e a expectativa para um pedido de modelo que não há no estoque pode passar de 60 dias. Isso ocorre porque sete montadoras que têm unidades instaladas no Brasil também têm plantas no país vizinho e são responsáveis por mais da metade dos carros estrangeiros que entram no país, se valendo de um acordo de livre comércio entre as nações do Mercosul.

Fiat, Volkswagen, Chevrolet, Ford, Citroën, Peugeot e Renault exportam para o Brasil 13 modelos, que no ano passado somaram mais de 374 mil unidades, totalizando US$ 5,4 bilhões. No mesmo intervalo de tempo, o Brasil exportou para os argentinos 337.398 veículos, que somaram US$ 3,98 bilhões, gerando déficit comercial de quase US$ 1,5 bilhão na balança comercial de automóveis entre os dois países.

A Toyota, por exemplo, que importa a Hillux e o SW4 está com 50 carretas paradas na fronteira aguardando o licenciamento. No total, são 350 unidades. De acordo com a montadora, outros veículos só serão enviados ao Brasil após o imbróglio ser resolvido. A decisão do governo é vista como uma retaliação ao atraso para liberação de produtos brasileiros no país vizinho. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) determinou, desde terça-feira da semana passada, o fim das licenças automáticas, que só serão expedidas após técnicos do governo analisarem, podendo demorar até 60 dias.

Volkswagen e o grupo PSA (Peugeot e Citroën) informam que estão avaliando os efeitos das medidas, mas ainda não sabem precisar o impacto. Entretanto, quem tenta comprar uma picape Volkswagen Amarok nas revendas de BH já encontra dificuldade. Na concessionária VW Carbel há apenas um modelo, em exposição no salão da revenda e caso o comprador queira outros itens de série terá que esperar mais de 60 dias. A mesma situação ocorre com quem procura a picape na concessionária VW Garra. Cenário parecido ocorre na concessionária Renault Minas France, com o Clio, em que há apenas uma unidade para a pronta-entrega.
Abeiva - Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) afirma que concorda com a retaliação aos produtos argentinos, mas não concorda com a extensão da medida para os veículos provenientes de outros países. No primeiro quadrimestre, as marcas representadas associação comercializaram 51.698 unidades, o que representa apenas 4,92% do mercado total interno de veículos e 21,15% dos veículos importados que entram no país. A maioria dos importados – 79,85% do total – são importados pelas montadoras instaladas no Brasil com de acordos bilaterais com isenção de imposto de importação.
"Sem guerra" - O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, descartou nessa segunda-feira qualquer ruptura no relacionamento com a Argentina, em razão da suspensão e licenças automáticas para importação de veículos. "Não existe guerra comercial e o diálogo não foi interrompido. O mercado argentino continua sendo um importante parceiro do Brasil no Mercosul e encontraremos soluções para os problemas sensíveis aos dois lados", disse. Ele espera se reunir com a ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, na próxima semana para tratar da barreira aos carros e outras questões. Pimentel reafirmou que a medida não teve a Argentina como alvo específico, mas o mundo todo.
Estado de Minas



Anfavea argentina faz críticas ao Brasil
Com quase três mil automóveis barrados na fronteira com o Brasil desde a última quarta-feira, as montadoras argentinas criticam a decisão do governo brasileiro de adotar o regime de licenciamento não automático para importação de automóveis.

Em nota distribuída ontem à imprensa, a Associação de Fábricas de Automotores (Adefa), equivalente à Anfavea, expressou "a preocupação da indústria automobilística argentina pelo conflito que dificulta o comércio automotivo bilateral com o Brasil". Para o presidente da Adefa, Aníbal Borderes, as medidas "levantam dúvidas sobre o andamento do Mercosul, que já demonstrou ser instrumento válido para o crescimento e desenvolvimento dos países da região".
Investimentos - Borderes disse que a indústria argentina "realizou importantes investimentos, particularmente na última década, para moldar uma matriz exportadora competitiva em nível mundial, que lhe permitiu não só incrementar sua participação nos mercados da região, mas também em outros dos cinco continentes".
Ele detalhou que 60% dos automóveis fabricados na Argentina são destinados aos mercados externos e 80% do volume exportado são enviados ao Brasil. "Isso significa que 50% do total do intercâmbio comercial com o país vizinho estão constituídos por automóveis", ressaltou.
Borderes detalhou que o setor é responsável por 50% do crescimento industrial da Argentina e emprega mais de 30 mil trabalhadores de alta especialização. "Pelo efeito multiplicador, cada emprego nas montadoras gerou cerca de cinco postos de trabalho no resto da cadeia produtiva, que hoje compreende 137 mil trabalhadores, os quais representam 7,5% do emprego formal da indústria", afirmou.
Diário do Nordeste - CE



Brasil aplicará sobretaxa total nas importações predatórias
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) por meio da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu alterar uma portaria de outubro do ano passado que estende as medidas antidumping para mercadorias cujas práticas desleais no comércio exterior estejam comprovadas.

Na prática as sobretaxas aplicadas nos processos antidumping ficarão mais pesadas. A alteração na forma de aplicação do direito antidumping segundo a Camex deixará o processo mais eficiente no combate aos danos sofridos por empresas brasileiras.
A norma estabelece que a sobretaxa no comércio internacional deve ser aplicada também na importação de peças e componentes que resultem em produtos iguais ou semelhantes aos punidos por dumping, a produtos de terceiros países com peças e componentes procedentes de país sujeito a medida antidumping e a produtos com pequenas modificações que não alterem seu uso ou destinação final.
As sobretaxas equivalentes à margem do dumping apurado pelo ministério não eram aplicadas na totalidade. O governo optava por um valor menor, o suficiente para neutralizar os efeitos nocivos da prática desleal de comércio. Agora, os valores serão "cheios", ou seja, exatamente a diferença identificada entre os preços das exportações para o Brasil e os cobrados no mercado interno do País exportador.
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, classificou a decisão da Camex de "uma novidade" na área de defesa comercial. "As condições de mercado mudaram muito. Precisamos ter uma defesa comercial mais rigorosa. A partir de agora, quando a Secex [Secretaria de Comércio Exterior] constatar o dumping, a sobretaxa vai ser mais pesada."
Pimentel disse que o governo está "apertando para responder à altura ao desejo e à angustia dos produtores brasileiros" em relação à defesa comercial. O ministro destacou que a mudança está dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Aos poucos vamos apertando os parafusos", afirmou.

Segundo dados da Secex, a sobretaxa aplicada no processo de antidumping nas importações brasileiras de brocas de encaixe da China foi de US$ 33,34 por quilo. Pelo novo critério, o valor teria sido de US$ 75,57 por quilo do produto. Em outro caso, a sobretaxa subiria de US$ 13,87 por par de calçado da China para US$ 17,51 por par, pelo novo critério.

"Temos uma demanda muito grande dos empresários por medidas de defesa comercial e que são justas porque, de fato, tem uma situação em que a nossa indústria está afetada por importações, especialmente da Ásia", afirmou o ministro.

Após suspender a produção no Rio Grande do Sul, Milton Cardoso, presidente da Vulcabras e da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) frisou que a empresa não irá expandir seu parque fabril no Brasil.

A migração da Vulcabras e de outras empresas do setor para países com custos de produção mais baixos, como o Chile, a seu ver, é consequência da passividade do governo em reagir à valorização da moeda e à competição desleal de produtos importados, como o chinês.
Dados do Mdic apontam que a medida antidumping para o setor de calçados reduziu as importações provenientes da China em 22% em um ano. Contudo, as importações brasileiras dos mesmos produtos cresceram, com a entrada por meio de outros países asiáticos. O Brasil passou a importar mais da Malásia, Vietnã, Indonésia, Hong Kong e Taiwan.
A suspeita da Abicalçados é a prática de triangulação, ou seja, o sapato fabricado na China chega ao Brasil com o certificado de origem de outro país. Assim, o produto se livra da incidência da sobretaxa imposta pelo governo.
A entidade solicitou investigação para a origem dos produtos. "O processo está parado porque a Receita se recusa a fornecer dados de importação", diz Cardoso.

Outro caso que já tem resultado por parte do Mdic é sobre o início da investigação sobre a prática de desvios de comércio para burlar medidas antidumping impostas pelo Brasil nas importações de cobertores chineses de fibras sintéticas.

De acordo com circular publicada no Diário Oficial da União, o Departamento de Defesa Comercial do Mdic constatou que existem elementos suficientes que indiquem práticas elisivas nesse comércio e, portanto, investigará a entrada de produtos semelhantes originários do Uruguai e do Paraguai, bem como as importações de felpas da China.

Pimentel disse que a investigação da chamada "triangulação" de bens será a primeira do tipo no País. "Não podemos ficar parados assistindo a nossa indústria ser devastada pela taxa de câmbio, que não vai mudar no curto prazo", afirmou Pimentel.

Chamada de elisão, a artimanha para burlar as medidas antidumping consiste na triangulação das mercadorias punidas com sobretaxação por prática desleal de comércio, via outros países, ou por meio da sua venda em partes separadas, para montagem ou confecção posterior.
Diário do Comércio e Indústria



Exportações para China devem crescer 20% em 2011, diz ministro
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, se disse confiante nesta segunda-feira de que as exportações para a China, maior parceira comercial do Brasil, crescerão 20% em 2011.

Dados da Secretaria do Comércio Exterior indicam que, nos quatro primeiros meses do ano, o comércio bilateral entre os dois países totalizou US$ 20,4 bilhões, alta de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Caso a projeção de Pimentel se confirme, as exportações devem alcançar cerca de US$ 37 bilhões até o fim do ano, US$ 6,2 bilhões a mais do que em 2010.
A declaração ocorreu nesta segunda-feira em coletiva de imprensa, após Pimentel participar de encontro com o chanceler Antônio Patriota e com o ministro do Comércio da China, Chen Deming, em Brasília.
Pimentel disse ter discutido com o ministro chinês a adoção de uma cesta de moedas para substituir o dólar em transações financeiras internacionais. "Não se justifica mais termos um padrão monetário do começo do século passado", disse.
Segundo Pimentel, Chen concordou com a posição brasileira e manifestou simpatia quanto ao início de uma discussão sobre o tema.
Posteriormente, porém, o ministro chinês afirmou, na mesma coletiva de imprensa, que a substituição do atual padrão monetário exige uma discussão de longo prazo e que não veio ao Brasil preparado para debater o assunto.
Braços abertos
Chen disse ainda que a China está de braços abertos para produtos brasileiros e que, embora o país tenha um déficit no comércio bilateral com o Brasil, não vai impor qualquer barreira à importação de bens nacionais.

"As exportações brasileiras para a China devem ser diversificadas", afirmou o ministro. "Esperamos que bons produtos brasileiros entrem na China."

Cerca de 80% das exportações brasileiras para a China correspondem à venda de minério de ferro, petróleo e soja. O governo brasileiro tem pressionado a China pela diversificação da pauta de exportações e pelo aumento da proporção de bens industrializados.
A visita de Chen ao Brasil ocorre um mês após a presidente Dilma Rousseff viajar à China. O ministro chinês estava acompanhado por empresários dos setores de construção, agricultura, energia e automóveis, que participam em Brasília do Seminário Empresarial China-Brasil.
Agência Estado




China é desafio ao maquinário alemão
A concorrência crescente da China tem forçado as fabricantes alemãs de máquinas a reavaliar como poderão preservar a vantagem que as tornou uma base da economia exportadora do país.

Os chineses começaram a ganhar terreno em seu mercado interno, motivando uma certa preocupação das indústrias alemãs sobre a competitividade de um setor que responde por 7% da economia da Alemanha. As empresas alemãs enfrentam uma indústria apoiada pelo Estado e que está crescendo, em boa parte, graças a aquisições e mão de obra barata, e que está aprendendo com a evolução da indústria têxtil chinesa ocorrida há 20 anos.
"A Alemanha precisa se concentrar na qualidade e na inovação, porque a China logo deve assumir a liderança da produção de máquinas em grande escala", diz Bernd Reitmeier, ex-integrantes da Câmara Alemã do Comércio na China.

Muitos especialistas no setor dizem que a reputação alemã de confiabilidade e qualidade em engenharia deve ajudar o setor a suportar o desafio chinês à sua liderança em máquinas sofisticadas, como equipamentos industriais e de perfuração, bem como em outros segmentos de engenharia. Mesmo assim, a evolução da indústria chinesa ressalta os obstáculos de longo prazo enfrentados pelas empresas alemãs para se manter à frente da inovação diante da redução da oferta local de engenheiros e outros trabalhadores especializados.
As empresas alemãs - a maioria pequenas e de controle familiar - continuam a dominar o mercado chinês de máquinas sofisticadas, avaliado em 75 bilhões de euros a 85 bilhões de euros (US$ 110 bilhões a US$ 120 bilhões), diz Axel Berke, pesquisador da consultoria alemã Struktur Management Partner. Ele e Reitmeier escreveram um relatório da Struktur divulgado recentemente que trata do desafio à Alemanha na China na venda de máquinas de alto padrão em setores como automotivo, energético, de construção e de aviação.

O faturamento dos produtores chineses desse tipo de máquina aumentou 76% desde 2006, para 123,7 bilhões de yuans (US$ 19,1 bilhões) em 2009, o ano mais recente de que há números disponíveis, segundo o governo chinês.

As exportações alemãs de máquinas sofisticadas à China chegaram a 15,13 bilhões de euros ano passado, uma alta de 34% em relação a 2009, segundo estatísticas do governo alemão. Embora os números da China e da Alemanha não sejam diretamente comparáveis, as empresas chinesas parecem que estão conseguindo ganhar terreno.

Analistas dizem que a concorrência crescente não deve afetar grandes empresas alemãs como a Siemens AG e vai prejudicar mais as fabricantes de máquinas do chamado "mittelstand", como são conhecidas as milhares de pequenas e médias empresas que formam a base da economia exportadora da Alemanha.
Valor Econômico



Brasil quer aumentar exportações para a China em 21%
Brasília (16 de maio) - O governo brasileiro anunciou hoje que pretende aumentar as exportações para a China em 21%, chegando a US$ 37,3 bilhões até o fim de 2011. Ano passado, foram exportados US$ 30,8 ao país. O anúncio foi feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, após reunião com os ministros de Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, e do Comércio da China, Chen Deming, em Brasília. O encontro foi realizado no âmbito da Subcomissão Econômico-Comercial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que discute as relações comerciais e econômicas entre os dois países, no Itamaraty.
Durante o encontro, Pimentel ainda propôs que os dois países comecem a discutir uma mudança no padrão internacional de câmbio baseado no dólar. “Não há mais justificativa para termos o mesmo padrão criado no século passado”, destacou. Deming disse apoiar a discussão, mas que este é um assunto a ser tratado a longo prazo pelos Ministérios da Fazenda e os Bancos Centrais dos respectivos países.
Comércio bilateral
Pimentel e Deming ainda tiveram uma reunião reservada no MDIC e participaram do encerramento do Encontro Empresarial Brasil-China, realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os 66 empresários que integram a delegação oficial chinesa estiveram no evento ao lado de empresários brasileiros para discutir investimentos no Brasil.

Nos eventos públicos, os dois ministros destacaram o interesse em aumentar a corrente de comércio e os investimentos mútuos, que devem garantir transferência de tecnologia e parcerias com o Brasil, segundo Pimentel. Para ele, o aumento da corrente de comércio entre os dois países no primeiro quadrimestre deste ano mostra as boas perspectivas dessa relação comercial – US$ 20 bilhões, representando aumento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado.
O superávit brasileiro com a China foi de US$ 1,6 bilhões nesse período, mas ele lembrou da preocupação brasileira em diversificar a pauta exportadora. Em 2010, minério de ferro, soja em grão e petróleo responderam por 80% das exportações brasileiras para o país.
O ministro chinês disse reconhecer a preocupação brasileira e que apesar do déficit chinês, o país não adotará nenhuma medida que prejudique o Brasil. “Estamos de braços abertos para os produtos brasileiros, não vamos focar no superávit”, destacou.
Deming ainda ressaltou que a China tem todo interesse em intensificar usa relação comercial com o Brasil, que é o nono principal parceiro de comércio, sendo o mais importante da América Latina. Mas, segundo ele, é necessário que o país realmente diversifique sua produção industrial e facilite os investimentos estrangeiros.
O ministro Pimentel ainda anunciou a criação de grupo técnico de acompanhamento do comércio bilateral para resolver questões pontuais e tornar mais ágil a busca de soluções. A expectativa é que a comissão comece a atuar no próximo mês. Outro anúncio foi a realização de uma missão comercial à China, prevista para outubro, que será organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

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