LEGISLAÇÃO

terça-feira, 1 de março de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 01/03/2011

Queda da importação de aço preocupa
A queda nas importações de aço no começo de 2011 foi insuficiente para tranquilizar os fabricantes no país. Após a invasão de produtos siderúrgicos em 2010, que atingiu a marca recorde de 21% da demanda interna ante uma média histórica de 5%, eles esperam agora reações da Justiça e do governo brasileiro contra %u201Cartificialismos de preços%u201D dos importados. Diante de estoques elevados das distribuidoras e dos clientes nacionais neste trimestre, analistas divergem sobre uma provável tendência de alta nos preços no mercado doméstico a partir de abril, em razão do recuo da concorrência.
Aos olhos do presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes, dificilmente 2011 reeditará o conjunto de fatores que levou ao salto na importação de aço do ano passado. A combinação de câmbio valorizado, subsídios de governos estrangeiros, excesso de oferta internacional e isenções fiscais de estados reduziu lucros de siderúrgicas locais e proporcionou a maior abertura para o exterior desde os anos 1980. %u201CO volume de 6 milhões de toneladas importadas no ano passado era, até então, algo inimaginável%u201D, comenta.
Distorções
Para Germano Mendes de Paula, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e especialista em siderurgia, a presença dos aços importados já %u201Cmudou de patamar%u201D. Ele também não acredita na repetição de percentuais como os do ano passado, mas acha difícil o país voltar aos níveis históricos. O tamanho das perdas das empresas nacionais do setor depende, na sua avaliação, de vários fatores internos e externos. No mercado internacional, os preços do aço têm subido como resposta aos custos maiores das siderúrgicas com matérias-primas, mas o quadro mais claro depende do comportamento da demanda. %u201CA atual crise no Oriente Médio, com impacto nos preços do petróleo, torna essas previsões ainda mais difíceis%u201D, diz Mendes de Paula.

Lopes lembra que ainda paira insegurança sobre projetos de novas usinas, diante de um cenário comercial em que preços externos chegam muito abaixo do custo de produção local. Os prejuízos para as siderúrgicas refletem, segundo ele, problemas conjunturais e não estruturais, mas contribuem com a tese de risco de uma desindustrialização, com efeitos sobre toda a cadeia produtiva. Para piorar, o IABr pede na justiça a revisão de benefícios fiscais considerados ilegais, que reduziram impostos estaduais sobre o aço importado, de 14% para 2%, em média.

Exportações
O avanço das importações está concentrado nos produtos das siderúrgicas asiáticas, lideradas pela China. %u201CA valorização cambial de 45% nos últimos meses se somou aos efeitos do iuan desvalorizado%u201D, resume o presidente do IABr. O momento atual de mercado reflete compras estocadas para mais de quatro meses, realizadas no fim de 2010. %u201CAchamos que as distorções do cenário não mudaram, mas acreditamos em reações do governo, que já mostra preocupação%u201D, diz Lopes.
Neste ano, o volume das exportações deverá ficar acima da média e a expectativa de uma elevação de preços, se ocorrer, vai impactar mais as redes de distribuidoras via redução nos descontos dados pelas siderúrgicas do país. Para contrabalançar, a produção brasileira de aço bruto para 2011 está estimada em 33,1 milhões de toneladas, um avanço de 25% sobre o ano passado.


DUAS PERGUNTAS PARA
Augusto Espeschit de Almeida, presidente para as Américas Central e do Sul do Grupo ArcelorMittal

Do ponto de vista da concorrência, num momento em que o produto importado perde fôlego, quais serão os rumos do mercado brasileiro de aços?

Vejo o Brasil como um mercado promissor e estamos nos preparando para acompanhar um país que vem crescendo de forma sustentada. Ao mesmo tempo, há um aumento de custos com matérias-primas nos pressionando a dar passos curtos, mas a performance brasileira se diferencia do resto do mundo. Não tenho nenhuma ilusão de que a concorrência está parada.
A Usiminas confirmou estar retirando descontos concedidos aos preços, diante de um mercado que se recuperou. A ArcelorMittal seguirá essa linha?
Ainda não estamos trabalhando com retirada de descontos ou negociação de repasse de custos. O mercado é que vai ditar essas condições. Temos de tomar muito cuidado, hoje, no Brasil, com a questão da defasagem cambial que nos impõe algumas desvantagens. O custo Brasil torna-se mais acentuado e isso nos induz a buscar cada vez mais processos produtivos competitivos.
 Correio Braziliense



Importações, via aduana, saltam 102% no Estado
As empresas mato-grossenses importaram US$ 16,620 milhões em produtos em janeiro deste ano, em operações realizadas via Porto Seco. O volume é 102% maior que o adquirido no primeiro mês de 2010, quando as aquisições somaram US$ 8,2 milhões. Entre os principais produtos estavam pneus e máquinas agrícolas, bobinas de aço usados nas indústrias da construção civil e fios têxteis sintéticos. Ao todo, em janeiro de 2011, foram registras 124 operações.
O gerente de Logística do Porto Seco, Elton Erthal, explica que aquisição desses produtos indica o desempenho do setor. Conforme ele, a tendência é que as importações fechem este ano com uma alta de 20% em relação ao ano passado. Crescimento semelhante foi observado na comparação entre os anos de 2009 e 2010, quando as compras feitas pelas empresas aumentaram de US$ 197,340 milhões (nos 12 meses) para US$ 234,695 milhões (no mesmo período), avanço de 18,9%.
Ele ainda explica que o aumento expressivo das importações vem ocorrendo desde o ano passado. Para se ter uma ideia, as compras feitas pelas indústrias no primeiro semestre de 2010 somaram US$ 40,995 milhões, enquanto que o semestre seguinte passou para US$ 193,699 milhões. "Aumentamos em 372% as compras neste período", acrescenta Erthal. Ele afirma que tanto o Estado, quanto o país estão vivendo um momento de transformação econômica.
O gerente do Porto Seco comenta que a China ainda é o país que mais vende produtos para as empresas mato-grossenses. "Compramos também de outros países asiáticos, além dos Estados Unidos, da Itália, da Argentina e da Alemanha". Ele explica que vem se mantendo os países origens, no entanto, aponta que Mato Grosso vem optando por adquirir produtos da África e da Índia, locais que ganhando destaque como fornecedores do Estado.
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, explica que o processo de industrialização do Estado também é indicado pela quantidade de produtos que se importa. Conforme ele, à medida em que a produção de commodieties cresce as importações são necessárias para auxiliar nesse crescimento. "Estamos adquirindo equipamentos modernos".
Importações totais - Os últimos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que, no total, Mato Grosso importou US$ 101,960 milhões em janeiro de 2011, ante a US$ 70,779 milhões em igual período do ano anterior. O volume de produtos adquiridos também aumentou de 200,579 mil toneladas para 264,824 mil toneladas. Conforme o levantamento, foram importados US$ 36,547 mil em maquinários para terraplanagem, US$ 35,967 mil de equipamentos para colheita, US$ 34,885 mil em motores e US$ 34,418 mil de equipamentos para medicina.
Ainda em janeiro foram importados US$ 4,456 milhões de bens de capital (equipamento de transporte para uso industrial), US$ 96,213 milhões em bens intermediários (alimentos, bebidas e insumos industriais) e US$ 1,246 milhão de bens de consumo (duráveis e não duráveis).
 NewsComex

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