LEGISLAÇÃO

terça-feira, 15 de março de 2011

COMERCIO EXTERIOR - 15/03/2011

Importado deixa de ajudar controle de preços
Nos 12 meses até janeiro de 2011, as cotações das importações subiram 5,2% -até janeiro de 2010, eles estavam em queda de 12% nessa base de comparação, segundo números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). Num cenário em que não se esperam mais valorizações expressivas do câmbio, as importações mais caras - ou menos baratas -devem deixar de ajudar no controle da inflação, ainda que não contribuam para acelerar os índices de preços. Hoje, a inflação em 12 meses está em 6%, bem acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%.

A alta das commodities é um dos motivos que impulsionam os preços de importação, como fica claro no movimento dos combustíveis e produtos químicos importados, um resultado da disparada do petróleo, como nota o economista-chefe da Funcex, Fernando Ribeiro. Os produtos manufaturados também tiveram alguma recuperação de preços, num quadro em que a China enfrenta pressões inflacionárias e começa a deixar de "exportar" deflação.

A alta mais forte é dos combustíveis, que viram os seus preços de importação subirem 25,2% nos 12 meses até janeiro deste ano. O movimento, contudo, atinge outros segmentos. As cotações de bens não duráveis (como alimentos) aumentaram 6,9% nessa base de comparação, enquanto as de bens duráveis (como automóveis e eletroeletrônicos) avançaram 5,4% e as de intermediários (insumos), 2,1%. Apenas os preços de bens de capital estão em queda nos 12 meses até janeiro, com recuo de 0,7%.

Ribeiro diz que há uma recomposição de preços depois das quedas ocorridas em decorrência das turbulências em 2008 e 2009, mas observa que, em muitos casos, as cotações ainda não voltaram aos níveis pré-crise. Em janeiro deste ano, as cotações das importações totais estavam 8,7% abaixo do patamar de setembro de 2008, enquanto as de bens intermediários seguem 6,5% inferiores ao nível pré-crise.

Mesmo com essas ressalvas, Ribeiro diz que há uma trajetória de alta mais clara dos preços de bens intermediários e combustíveis a partir do segundo semestre do ano passado, na esteira da alta das commodities. Em janeiro de 2011, os preços do setor de metalurgia básica (que inclui produtos siderúrgicos) subiram 14,9% sobre janeiro de 2010. Em 12 meses, porém, a alta ainda é de 7%. Já os produtos químicos viram as suas cotações aumentarem 6,9% em relação a janeiro do ano passado, mas a variação em 12 meses é de só 0,9%.
"Como insumos como produtos químicos estão no começo da cadeia produtiva, a alta de seus preços pode ter algum impacto sobre os custos das empresas", diz o professor Carlos Eduardo Gonçalves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. No caso dos combustíveis, o risco de pressão sobre a inflação doméstica é baixo, já que a Petrobras tem como política não repassar para os preços os movimentos abruptos do petróleo.

Um ponto importante para definir o impacto da alta sobre a inflação será o comportamento do câmbio, que por muito tempo anulou, ou pelo menos compensou, grande parte do aumento das cotações em dólar das importações. A expectativa da maior parte dos analistas é que não haverá um novo fortalecimento do real neste ano, até porque o governo parece fazer o possível para impedir quedas do câmbio abaixo de R$ 1,65, como lembra Gonçalves. "O governo parece dar mais prioridade ao câmbio que à inflação", diz ele.

O efeito do câmbio fica claro quando se analisa a evolução dos preços em reais de produtos importados. Um bem durável comprado por US$ 10 mil em janeiro de 2010 saía por R$ 17.800, considerando o dólar médio de R$ 1,78 daquele mês. Em janeiro deste ano, o bem estava 8,4% mais caro, custando US$ 10.840, o equivalente a R$ 18.100, com base no câmbio médio de R$ 1,67. Nesse caso, o preço em reais ficou só 1,7% mais alto. Se a comparação for feita com um bem de capital, cujas cotações em dólar subiram 4,7% no período, a apreciação do real mais do que compensa a alta dos preços de importação: o produto sairia por R$ 17.485 em janeiro deste ano, 1,8% a menos que os R$ 17.800 de janeiro de 2010.

Os produtos chineses já começam a chegar ao Brasil um pouco mais caros. Números da Funcex mostram que, no quarto trimestre de 2010, as cotações das importações do país asiático ficaram 4,3% maiores que em igual período de 2009, embora ainda estejam 4,7% abaixo do nível do quarto trimestre de 2008. "O efeito deflacionário da China sobre o mundo está aparentemente se esgotando. Não quer dizer que haverá uma inflação gigantesca vindo de lá, mas a tendência oposta está com os dias contados", diz o economista Júlio Callegari, do J. P. Morgan, observando que a China enfrenta pressões salariais e inflação em alta.

Ribeiro não acredita que o aumento dos preços de importação vá se traduzir em aceleração inflacionária. Para ele, as cotações ainda estão baixas em valores absolutos e os importadores têm gordura para segurar os repasses, se não totalmente, pelo menos em grande parte. Além disso, Ribeiro diz que os manufaturados não parecem estar em trajetória persistente de alta, porque há excesso de oferta de bens industrializados no mundo. Isso reduz o espaço para reajustes.
Valor Econômico



Cresce venda de automóveis na Argentina
O acumulado dos primeiros meses de 2011 mostra que o mercado automobilístico argentino cresceu 23,96%, com a venda de 284.151 unidades, de acordo com dados divulgados pela da Câmara de Comércio Automotivo (CCA) e divulgados pela agência de notícias Telam.

Diante desses resultados, o presidente da CCA, Alberto Príncipe, destacou que o número de unidades vendidas em janeiro e fevereiro mostra que a demanda sobre o mercado de automóveis segue forte. Ele estima que 2011 será melhor para o setor que 2010.

O empresário disse que o crescimento das vendas está vinculado à oferta de novas fontes de financiamento, uma antiga reivindicação do setor. “É importante dizer que nesses primeiros meses do ano somaram-se novos bancos que oferecem linhas de créditos para a compra de automóveis usados.”

O informe mensal da Câmara de Comércio argentina adverte, no entanto, que houve uma queda de 4,48% nas vendas de automóveis, no país, quando se comparam as compras feitas em janeiro – 145.332 unidades – com as de fevereiro.

Alberto Príncipe, no entanto, atenuou esse resultado. Segundo ele, fevereiro é um mês em que, geralmente, a venda de automóveis se mantém estável. O empresário acrescentou que se surpreendeu que a queda tenha sido apenas de 4,48%, “o melhor resultado do segundo mês dos últimos dez anos”.
Jornal do Comércio

 
 
Fiergs quer ação urgente contra barreiras da Argentina
Máquinas agrícolas e calçados já acumulam prejuízos.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, enviou manifestação ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, pedindo ação urgente contra as restrições impostas pela Argentina à compra de produtos brasileiros, através da aplicação de licenças não automáticas.

Conforme Tigre, além desta questão pontual, o governo brasileiro precisa buscar soluções permanentes para o relacionamento bilateral.

— O fluxo de comércio com a Argentina deve ter regras de longo prazo, evitando a sucessão de surpresas que vêm prejudicando sistematicamente o setor exportador do Brasil.

Tigre destaca que no caso do Rio Grande do Sul “12% das exportações estão sendo afetadas, envolvendo US$ 201,8 milhões. Segmentos importantes da nossa economia já acumulam prejuízos, como as indústrias de máquinas agrícolas e de calçados”.

O Rio Grande do Sul é tradicionalmente deficitário com a Argentina, com um saldo negativo, em 2010, de US$ 1,8 bilhão.
Zero Hora



UE e Mercosul começam a desenhar futuro acordo de associação
A UE (União Europeia) e os países do Mercosul realizarão a partir deste domingo em Bruxelas uma nova rodada de negociações para conseguir um acordo de associação, apesar de ainda não estar em jogo ofertas comerciais de acesso dos produtos aos diferentes mercados.

A parte normativa do futuro tratado comercial incluído no amplo acordo de associação, ou seja, nas regras que se aplicarão a capítulos como as barreiras técnicas ao comércio, a concorrência e a origem dos produtos, centralizarão o debate, indicaram à Agência Efe fontes europeias.

Durante a sessão de trabalho que acontecerá de segunda a sexta-feira, "não se discutirá nenhuma oferta de acesso aos mercados por enquanto", precisaram as mesmas fontes.

Concretamente, afirmaram que não serão abordadas as concessões para produtos específicos, como a carne.

O Mercosul, reivindica concessões para aumentar o acesso ao mercado europeu dos envios de produtos agrícolas e de carne.

O comitê de organizações agrárias e cooperativas europeias publicou na semana passada um relatório, realizado em vários países da UE, que assegura que a liberação de importações sul-americanas provocaria um "colapso" no setor bovino europeu, a volatilidade dos preços e perdas de 25 bilhões de euros.

A Eurocâmara se uniu na semana passada em Estrasburgo às críticas ao aprovar um relatório no qual considera que as negociações podem implicar concessões agrícolas muito prejudiciais para os produtores europeus.
O Parlamento Europeu pediu, além disso, a elaboração de um estudo prévio sobre o impacto antes de concluir as negociações, e lamentou que a Comissão Europeia tenha decidido retomá-las em maio de 2010 após permanecerem estagnadas por vários anos.
Já os países do bloco sul-americano se preocupam, por sua parte, com os subsídios agrícolas na Europa, mas a Comissão Europeia já manifestou que se esforçou para limitá-los e que, os que estão em vigor, constituem uma pequena porção permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht, admitiu em uma recente visita ao Paraguai que as negociações poderiam se prolongar devido aos interesses opostos de ambas as partes, especialmente em setores como o agrícola.
Após a rodada desta semana, os chefes negociadores europeus e sul-americanos fixarão a próxima reunião para a semana de 2 a 6 de maio em Assunção, coincidindo com a Presidência do Paraguai do Mercosul (composto também por Brasil, Argentina e Uruguai).
Efe

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