(Japão) - Pausa nas exportações afeta linhas de contêiner
As companhias de contêineres enfrentam uma queda considerável nos embarques feitos no Japão bem no momento em que duas grandes linhas de navegação estão sob pressão severa.
O volume de carga pode sofrer uma queda acima de 20% nos próximos meses, de acordo com estimativas de executivos da indústria. De qualquer maneira, a perda no negócio não seria, necessariamente, responsável por um desgaste ainda maior das taxas de afretamento, devido ao modesto volume de exportação do país oriental nos últimos dias, em comparação com a China.
Exportações do Japão para a Europa totalizaram 527.000 Teus (unidade equivalente a um equipamento de 20 pés) em 2010, de acordo com dados elaborados pela Container Trade Statistics. Isso se equipara ao total de volume Ásia-Europa rumo a oeste, de 13,5 milhões Teus. Já as importações da Europa ficaram em 552.000 Teus no ano passado.
As exportações do país para os Estados Unidos chegou a 800.000 Teus em anos recentes, de acordo com informações atuais elaboradas pela empresa de pesquisa marítima Piers, mas elas foram encurtadas pelos volumes da China.
A alta reduzida do Japão chegou em um momento em que as condições tanto no trade Ásia-Europa quanto nos trades do transpacífico continuam a se deteriorar.
Os níveis marcados da movimentação de carga da Ásia para a Europa agora estão abaixo dos US$ 1.000 por Teu, tendo se reduzido mais do que à metade desde um ano atrás, quando esse valor chegou a US$ 2.100. Em dezembro, a Shanghai Containerised Freight ficou acima dos US$ 1.400, e as taxas continuam caindo. De acordo com o diretor executivo da Neptune Orient Lines, Ron Widdows, em declaração logo após o desastre japonês, o panorama não é positivo: "Eu não acredito que alguém esteja ganhando dinheiro nos trades Ásia-Europa", afirmou.
Desde o incidente, a cadeia de suprimento tem sido bastante interrompida pelo estrago físico causado pelo terremoto e pelo tsunami e que fechou as linhas de produção, provocando preocupação acerca da contaminação das cargas por vazamento de radiação nas usinas nucleares danificadas.
O ultimo índice da Drewry em Hong Kong - Los Angeles permaneceu sem mudanças nesta semana, fechando em US$ 1.693 por Feu (unidade de medida relativa a uma unidade de 40 pés). Isso representa uma queda ano a ano de 6,3%, mas os níveis vêm caindo mais vagarosamente desde agosto do ano passado, quando chegaram ao pico de US$ 2.800 e voltaram para US$ 1.925 no final de 2010.
As companhias marítimas que servem ao Japão ainda estão tentando avaliar o provável impacto da tripla catástrofe sobre o trade, mas reconhecem que a situação permanece longe de ser estabilizada. Componentes para carros parecem ser o pior lance, com a parada nos suprimentos em que a demanda esta se forçando para chegar a um pico e recuperar-se do colapso de 2009.
Guia Marítimo
Anvisa libera importação de alimentos do país asiático
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a importação de produtos alimentícios japoneses. De acordo com a agência, a última importação japonesa para Brasil ocorreu em fevereiro de 2011, data anterior ao acidente nuclear ocorrido depois das explosões de um reator da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do país.
A Anvisa informou que essa importação foi apenas de misturas e pastas para preparação de produtos de padaria, pastelaria e da indústria de bolachas e biscoito, categoria de alimentos sem indícios de contaminação com radionuclídeos.
Em nota divulgada na terça-feira (22), a Anvisa informou que vai monitorar a entrada desses produtos no país. "Com vistas a proteger a saúde da população brasileira, esclarecemos que as investigações pelas autoridades sanitárias internacionais serão devidamente acompanhadas bem como as importações brasileiras de produtos japoneses".
De acordo com a agência, as autoridades sanitárias japonesas se comprometeram a retirar do mercado todos os alimentos com níveis de radionuclídeos superiores aos limites estabelecidos pela Comissão de Segurança Nuclear no Japão como seguros para o consumo humano.
Guia Marítimo
Depois de EUA, Canadá restringe importação de alimentos do Japão
O Canadá anunciou na noite de ontem que intensificou as restrições impostas à importação de alimentos de áreas próximas do vazamento radioativo no Japão, disseram autoridades.
O governo canadense restringirá a entrada de produtos lácteos, frutas e vegetais de quatro cidades japonesas, enquanto o pânico de contaminação radioativa se espalha ao redor do mundo.
"Tais produtos não serão autorizados a entrar no Canadá sem uma documentação aceitável certificando sua segurança", informou a Agência de Inspeção Alimentar do Canadá (CFIA, na sigla em inglês) em um comunicado.
Estados Unidos, Hong Kong, Austrália e Cingapura também barraram as importações de leite e vegetais, a França pediu à União Europeia (UE) que faça o mesmo e o Japão está testando a água do mar para medir o impacto do vazamento radioativo na vida marinha.
O governo japonês ordenou a suspensão do consumo e dos embarques de itens agrícolas produzidos em áreas próximas da usina de Fukushima, que foi atingida por um forte terremoto e por um tsunami em 11 de março, o que desencadeou explosões e incêndios nas instalações nucleares. Testes feitos pelo Ministério de Saúde detectaram níveis muito elevados de iodo e césio.
As restrições do Canadá dirigem-se especificamente às cidades de Fukushima, Gunma, Ibaraki e Tochigi.
"Quaisquer produtos potencialmente contaminados serão eliminados, de acordo com os protocolos da Comissão de Segurança Nuclear Canadense", informou o comunicado. "Dado o caráter evoltivo da situação japonesa, tais medidas serão ajustadas para garantir que a oferta de alimentos do Canadá continue protegida,"
A CFIA revelou que "reconhece que o governo do Japão está tomando medidas para lidar com o problema e nós continuaremos apoiando tais esforços." A Agência de Serviços Alfandegários do Canadá informou que monitora rotineiramente os níveis de radiação dos contêineres.
Agência Estado
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