LEGISLAÇÃO

terça-feira, 15 de março de 2011

JAPÃO


Tragédia no Japão mexe com empresas brasileiras
São Paulo - A Usiminas afirmou que ainda é muito cedo para avaliar se o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, ocorrido sexta-feira no Japão, levará ao aumento das vendas para aquele país. Rumores de mercado logo após o desastre davam conta de que a siderúrgica mineira se beneficiaria com o crescimento de negociações de aço com o Japão, pois foram registrados danos em estruturas de cinco siderúrgicas japonesas.

Estes rumores provocaram uma disparada das ações da siderúrgica no pregão de sexta-feira da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis ON tiveram alta de 6,97%, e fecharam o dia a R$ 28,80. Já os papéis PNA tiveram alta de 4,66%, e fecharam a R$ 21,08. Além da tragédia no Japão, há especulações de que um acordo travou o controle acionário da companhia até 2013.

Mas por outro lado, a tragédia pode afetar as exportações brasileiras para o Japão, principalmente de minério de ferro. A projeção foi feita por José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.
Até mesmo investidores terão prejuízos com o terremoto no Japão. Uma fonte de mercado revelou na sexta-feira que a tragédia vai afetar US$ 1,5 bilhão em cat bonds, títulos vendidos por resseguradoras como Swiss Re e Munich Re que na prática servem para dividir os riscos de operações com o mercado de capitais. Estima-se que oito destes títulos estejam lastreados em seguros feitos no Japão, e o tamanho do prejuízo teria variação de acordo com a magnitude do terremoto. Este tipo de papel movimenta US$ 12,5 bilhões no mercado global.
O Banco do Japão (BoJ) já começou a agir para estabilizar as bolsas e o sistema bancário. Hoje, na abertura do mercado japonês, autoridades do banco central se reuniram para coordenar operações de aumento de liquidez. Está previsto que o BC coloque recursos da ordem de 2 a 3 trilhões de ienes (entre US$ 24,4 bilhões e US$ 36,6 bilhões). Também hoje as autoridades do G8 se reúnem em Paris para discutir a crise na Líbia e o desastre no Japão.
DCI - Comércio, Indústria e Serviços



Japão terá de importar mais petróleo, combustíveis e gás
O Japão terá de importar mais petróleo, mais combustíveis e mais gás natural para gerar energia elétrica e fazer frente à escassez provocada pelo desligamento de usinas nucleares depois do terremoto seguido de tsunami ocorrido na última sexta-feira.

Analistas acreditam que a situação pressionará os preços globais desses produtos em um mercado já preocupado com a disponibilidade de suprimentos energéticos em meio a uma onda de revoltas populares que se espalha pelo Oriente Médio e pelo norte da África.
A catástrofe natural ocorrida no Japão elevou o custo do gás natural e de outros combustíveis empregados na geração de energia elétrica em meio à disseminação de notícias de desligamento de diversas usinas nucleares no país asiático. O Japão é o maior importador mundial de gás natural liquefeito (GNL), segundo a Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos.
Quase um quarto da energia elétrica japonesa vem de usinas nucleares. Cerca de dois terços têm origem em fontes convencionais, como gás, petróleo e carvão.
Com base em desligamentos de reatores ocorridos no passado por conta de terremotos no Japão, as importações desses itens devem aumentar e a expectativa é de que o país recorra com mais intensidade aos mercados de GNL e petróleo. Os preços desses dois combustíveis subiam na sexta-feira antes mesmo que se soubesse de danos a reatores nucleares.
Portos e Navios



Catástrofe no Japão custará US$ 35 bilhões devido ao tsunami
Gastos para reerguer áreas atingidas terão reflexo em diversos setores da economia, preveem analistas
MIKE CLARKE/AFP/JC
População já transita com naturalidade em meio aos escombros.O custo de reconstrução do Japão poderá consumir até US$ 35 bilhões da indústria de seguros. O cálculo é feito mesmo antes de futuros efeitos do tsunami que atingiu o país na sexta-feira após o terremoto de 8.9 na escala Richter serem contabilizados, como os prejuízos decorrentes de acidentes nucleares. A afirmação é da AIR Worldwide, empresa de Boston que fornece softwares para modelos de risco. A empresa alerta, no entanto, que ainda levará meses até que o custo real da catástrofe seja calculado.

As estimativas da AIR incluem “danos provocados pelo tremor e incêndio a prédios e residências em terra e o que estava em seus interiores e propriedades agrícolas”, mas não inclui o aumento potencial dos custos dos materiais de construção e de outros materiais, que geralmente ocorrem após um desastre. A empresa estimou o prejuízo provocado pelo terremoto, seguido de tsunami, com base numa taxa de conversão de um dólar para 81,85 ienes.
No sábado, a AIR anunciou que havia examinado as províncias mais diretamente afetadas pelo tsunami e concluiu que US$ 24 bilhões em propriedades asseguradas estavam no perímetro de três quilômetros da costa nessas áreas. Dessa quantia, US$ 5 bilhões estavam a um quilômetro da costa. A expectativa é que as empresas globais AIG e Chaucer e as resseguradoras Munich Re e Swiss Re sejam responsáveis pelos maiores desembolsos.
Nenhuma grande seguradora revelou ainda estimativas de suas próprias perdas, mas o tamanho da estimativa da AIR vai abastecer as negociações da indústria - que ainda estão em curso - sobre se o terremoto vai resultar numa elevação abrupta do preço dos seguros e resseguros.
Tal aumento será sentido por proprietários de residências e empresas em áreas propensas a catástrofes em todo o mundo, dentre elas Flórida e Califórnia. Levando em consideração as catástrofes naturais desde os anos 1970, o terremoto do Japão só perde, por enquanto, para o Furacão Katrina, que abateu Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005. O desembolso com o Katrina foi da ordem de US$ 40 bilhões.
A AIR pretende estimar de forma independente as perdas causadas pelo tsunami, na medida em que mais informações sejam disponibilizadas - dentre elas fotografias de satélite da Nasa sobre a extensão da inundação - e fornecer uma estimativa combinada de perdas que evite a contagem dupla nas áreas afetadas.

Há poucos relatos de grandes danos estruturais nas províncias de Tóquio e Chiba, exceto os ocasionados por incêndios. Porém, a empresa de risco advertiu que a alta concentração de propriedades asseguradas na área e o fato de algum impacto ter sido sentido pelos segurados significam que “mesmo pequenos pedidos individuais somados terão impacto significativo nos números”.

Embora as perdas para o mercado segurador tenham sido altas, o total de prejuízos econômicos é muito maior. Proprietários de residências e empresas no Japão relutam em adquirir seguros que cubram todo o potencial de perdas por causa dos custos, considerados muito altos. A AIR estima que cerca de 10% a 12% das propriedades comerciais estejam asseguradas contra terremotos fora de Tóquio.

Pelos cálculos do Bank of America Merrill Lynch, as áreas mais atingidas pelo terremoto são responsáveis por 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão. Os dados ainda são preliminares, mas as regiões afetadas pelo terremoto de Kobe, ao final do balanço, impactaram 12,4% do PIB japonês.
Recuperação da economia japonesa deve começar apenas no quarto trimestre
O terremoto seguido de tsunami no Japão deve reduzir drasticamente o crescimento econômico do país asiático ou provocar retração da economia durante um ou dois trimestres. Apesar disso, afirmam analistas, a economia do país deve começar a se recuperar nos últimos meses do ano por conta dos trabalhos de reconstrução.

A destruição provocada pelo tremor de terra é tão grande que os economistas em geral e o governo japonês ainda não conseguiram apresentar cálculos mais precisos referentes ao impacto econômico da catástrofe natural.

Um dos fatores de complicação é o risco de derretimento de reatores nucleares, o que levou as autoridades locais a se empenharem em evitar que suas usinas atômicas liberem radiação na atmosfera.

Com base em desastres ocorridos no passado, analistas antecipam que o impacto sobre a infraestrutura de exportação e a produção industrial derrubará o produto interno bruto (PIB) nos segundo e terceiro trimestres deste ano. Já para o quatro trimestre de 2011, eles preveem que as ações de reconstrução contribuirão para a retomada econômica.

O Banco do Japão reduziu de dois dias para um a reunião de política monetária prevista para hoje e prometeu dar liquidez ao mercado, mas não há expectativa de afrouxamento a não ser que o iene se valorize.
 Montadoras e fábricas param produção no Japão
O terremoto que devastou a costa nordeste do Japão na sexta-feira afetou um amplo espectro de indústrias do país. Montadoras de automóveis, fabricante de eletrônicos, bebidas e siderúrgicas interromperam a produção após o tremor de 8,9 graus na escala Richter, que foi seguido por um tsunami com ondas de até dez metros. Toyota Motor Corp., Honda Motor Co. e Nissan Motor Co. informaram ter suspendido a produção em todas as fábricas do país. As empresas devem reavaliar a situação a partir de hoje.

O setor industrial tem sido afetado pelos constantes cortes de energia após o tremor, o que torna difícil manter as operações diárias. A situação pode se agravar se houver um colapso da usina nuclear Dai-ichi, da Tokyo Electric Power Co. (Tepco), danificada pelo terremoto. A Tepco pediu que seus clientes reduzam o uso de energia e disse que poderá impor cortes “seletivos”.

A Toyota informou ter suspendido as operações de suas 12 fábricas japonesas para permitir que seus empregados e fornecedores preocupem-se com a segurança de suas famílias. A empresa deve decidir apenas hoje quando retomará suas atividades. A Honda suspendeu a produção em quatro de cinco fábricas. A companhia informou que um funcionário de 43 anos, que trabalhava em seu centro de pesquisa e desenvolvimento em Tochigi, morreu durante o terremoto. Outros 30 ficaram feridos em várias outras unidades.

A Nissan suspendeu a produção em todas as seis unidades no Japão e disse estar avaliando os danos às suas instalações e equipamentos, além de estar negociando o recebimento de peças com seus fornecedores.

A fabricante de eletrônicos Sony Corp. interrompeu as operações em seis fábricas de componentes, como baterias, chips e smart cards nas províncias de Fukushima e Miyazaki. Em uma de suas fábricas em Miyagi, que produz fitas magnéticas e discos Blue-ray, todo o primeiro andar foi inundado e os funcionários ficaram abrigados no segundo andar.

A Panasonic Corp. interrompeu todas as operações em várias plantas que produzem máquinas digitais, produtos de áudio e componentes eletrônicos. Toshiba Corp. e Asahi Kasei Corp. também fecharam várias fábricas. A operadora Oriental Land Co. decidiu fechar por dez dias os parques temáticos da Disneylândia, em Tóquio, e a Disney Sea, nos arredores da capital, para avaliar os danos em ambos os locais.
Jornal do  Comércio (http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=56874&fonte=news)



TRAGÉDIA NO JAPÃO DEVE ATRASAR EM SEIS MESES RECUPERAÇÃO ECONÔMICA DO PAÍS, DIZ BANCO

A destruição provocada pelo maior terremoto da história do Japão deve atrasar em seis meses a recuperação econômica do país, segundo previsão do Nomura, o principal banco japonês de investimentos.

A instituição previa uma retomada de crescimento no segundo trimestre de 2011, depois da queda de 1,3% no Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2010, mas agora estima que a recuperação só ocorrerá no final do ano.

Com a retração no PIB, o Japão perdeu o posto de segunda maior economia do mundo para a China.

Hoje (14), primeiro dia de negociação na Bolsa de Tóquio após o terremoto da última sexta-feira (11), o Índice Nikkei fechou em queda de 6,18%, causando reflexos negativos nas bolsas europeias.

Com a produção interrompida, algumas das principais empresas do país se desvalorizaram na bolsa. É o caso da montadora Nissan, cujas ações caíram 9,5% após a suspensão de sua produção. Toshiba, Honda e Hitachi passam por problemas semelhantes.

A queda na produção também provocou menor demanda por energia no Japão, o que, por sua vez, forçou a queda do preço do petróleo, cujo barril fechou cotado em aproximadamente US$ 99.

Alguns analistas já apontaram que a tragédia japonesa pode causar uma redução de 1% no PIB do país.

Para estimular a economia, o Banco Central do Japão anunciou no final de semana uma injeção de 15 trilhões de ienes (R$ 300 bilhões) no sistema bancário.
Agência Brasil

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