Falta de componentes vindos do Japão compromete vendas de TVs
A tragédia no Japão, que afetou a produção de várias empresas com sede naquele País, vai refletir na venda de TVs em terras brasileiras. A Panasonic - empresa que teve sua a produção interrompida em cinco fábricas no Japão - já prevê a falta de componentes para televisores.
Segundo uma fonte da empresa, com a carência de componentes, vai faltar aparelhos Panasonic no mercado brasileiro. Consultada, a assessoria de imprensa da Panasonic confirmou que os danos poderão ter algum efeito na produção de Manaus nos próximos meses, "uma vez que muitos materiais utilizados vêm do Japão, especialmente em câmeras digitais, rádios para carros e TVs de plasma e LCD."
IG
Radiação ameaça afetar a venda de produtos japoneses
Sinais de contaminação de produtos japoneses por radiação podem afetar a produção e as exportações do país, ampliando assim o impacto econômico causado pelo terremoto e pelo tsunami. Já há vários casos envolvendo produtos alimentícios. Além disso, o setor automobilístico veio a público na sexta para negar que veículos produzidos no Japão estivessem contaminados por radiação.
O governo japonês deve decidir hoje proíbe a venda de alimentos produzidos nas proximidades da acidentada usina nuclear de Fukushima, no nordeste do país. Ontem o governo informou que radiação acima dos limites aceitos foi encontrada em leite e espinafre vindos da região, na primeira admissão oficial de contaminação.
O governo não informou como ocorreu a contaminação dos produtos, o que, segundo especialistas, dificulta a avaliação dos riscos para a cadeia produtiva.
Mas, antes mesmo de o governo agir, consumidores já evitavam ontem nos supermercados alimentos produzidos na zona atingida pelo vazamento de radiação.
É possível que essa cautela do consumidor diante do risco ou da suspeita de contaminação por radiação se repita fora do Japão, afetando assim a demanda externa por produtos japoneses.
Ontem, o governo de Taiwan informou ter encontrado radiação acima do normal em vegetais importados do Japão, mas que o nível de radiação ainda se encontrava dentro dos limites aceitos. Vários países já determinaram uma verificação mais rigorosa de radiação em produtos vindos do Japão.
O próprio governo e empresas do Japão passaram a submeter alimentos e manufaturados a testes de radiação. A iniciativa é uma resposta aos sinais de preocupação crescente de consumidores japoneses e do exterior de que produtos do país possam estar contaminados pela radiação que ainda vaza da usina nuclear de Fukushima.
O governo determinou que produtos agrícolas, pescados e também a água potável passem a ser submetidos a testes. Ontem foi divulgado que a água na região da usina nuclear está com nível de radiação acima do normal, mas ainda dentro dos padrões aceitos.
O Japão não é um importante exportador de alimentos, mas vende alguns itens de alto valor agregado. Produtores temem que cortes caros de carne bovina, como o wagyu, e o arroz, alimento base no país, podem ser retirados das prateleiras e barrados para a exportação caso sejam detectados níveis excessivos de radiação. Isso teria um impacto sobre a produção e o comércio exterior do país.
"Estou preocupado com a reação excessiva dos consumidores", disse na sexta-feira Tetsurou Shimizu, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisas Norinchukin, em Tóquio. "Os agricultores da região correm o risco de verem seus produtos rejeitados pelos consumidores, mesmo que não haja evidências científicas para isso."
A região de Fukushima produz arroz, vegetais, frutas, carne bovina e suína, frango e ovos. A inspeção para detectar radiação imposta pelo governo vale não só para a região, mas para todo o país.
Entre março de 2009 e março de 2010, o Japão exportou 677 toneladas métricas de carne bovina. Vietnã e Hong Kong foram os dois maiores compradores. As exportações de arroz chegaram a 1.898 toneladas - sendo Hong Kong e Cingapura os principais mercados.
Na quinta-feira, a União Europeia recomendou que os japoneses adotem controle mais rigorosos aos produtos agrícolas. Vários países asiáticos, como Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Cingapura e Filipinas, estão submetendo alimentos importados do Japão a testes de radiação.
A indústria automobilística japonesa, setor-chave da economia do país, também rastreia radioatividade em seus carros. A Nissan informou na sexta-feira que todos os seus modelos estão sendo submetidos a testes de radiação ao saírem da linha de montagem.
Os testes, segundo a montadora, visam garantir que os veículos mantenham "padrões de segurança internacionalmente aceitos". O monitoramento será feito até que a crise nuclear seja resolvida.
Na sexta-feira, a Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão tentou afastar o fantasma que pode vir minar a competitividade dos carros japoneses pelo mundo. Em nota, disse que não há nas fábricas japonesas níveis de radioatividade perigosos à saúde.
Valor Econômico
A tragédia no Japão, que afetou a produção de várias empresas com sede naquele País, vai refletir na venda de TVs em terras brasileiras. A Panasonic - empresa que teve sua a produção interrompida em cinco fábricas no Japão - já prevê a falta de componentes para televisores.
Segundo uma fonte da empresa, com a carência de componentes, vai faltar aparelhos Panasonic no mercado brasileiro. Consultada, a assessoria de imprensa da Panasonic confirmou que os danos poderão ter algum efeito na produção de Manaus nos próximos meses, "uma vez que muitos materiais utilizados vêm do Japão, especialmente em câmeras digitais, rádios para carros e TVs de plasma e LCD."
IG
Radiação ameaça afetar a venda de produtos japoneses
Sinais de contaminação de produtos japoneses por radiação podem afetar a produção e as exportações do país, ampliando assim o impacto econômico causado pelo terremoto e pelo tsunami. Já há vários casos envolvendo produtos alimentícios. Além disso, o setor automobilístico veio a público na sexta para negar que veículos produzidos no Japão estivessem contaminados por radiação.
O governo japonês deve decidir hoje proíbe a venda de alimentos produzidos nas proximidades da acidentada usina nuclear de Fukushima, no nordeste do país. Ontem o governo informou que radiação acima dos limites aceitos foi encontrada em leite e espinafre vindos da região, na primeira admissão oficial de contaminação.
O governo não informou como ocorreu a contaminação dos produtos, o que, segundo especialistas, dificulta a avaliação dos riscos para a cadeia produtiva.
Mas, antes mesmo de o governo agir, consumidores já evitavam ontem nos supermercados alimentos produzidos na zona atingida pelo vazamento de radiação.
É possível que essa cautela do consumidor diante do risco ou da suspeita de contaminação por radiação se repita fora do Japão, afetando assim a demanda externa por produtos japoneses.
Ontem, o governo de Taiwan informou ter encontrado radiação acima do normal em vegetais importados do Japão, mas que o nível de radiação ainda se encontrava dentro dos limites aceitos. Vários países já determinaram uma verificação mais rigorosa de radiação em produtos vindos do Japão.
O próprio governo e empresas do Japão passaram a submeter alimentos e manufaturados a testes de radiação. A iniciativa é uma resposta aos sinais de preocupação crescente de consumidores japoneses e do exterior de que produtos do país possam estar contaminados pela radiação que ainda vaza da usina nuclear de Fukushima.
O governo determinou que produtos agrícolas, pescados e também a água potável passem a ser submetidos a testes. Ontem foi divulgado que a água na região da usina nuclear está com nível de radiação acima do normal, mas ainda dentro dos padrões aceitos.
O Japão não é um importante exportador de alimentos, mas vende alguns itens de alto valor agregado. Produtores temem que cortes caros de carne bovina, como o wagyu, e o arroz, alimento base no país, podem ser retirados das prateleiras e barrados para a exportação caso sejam detectados níveis excessivos de radiação. Isso teria um impacto sobre a produção e o comércio exterior do país.
"Estou preocupado com a reação excessiva dos consumidores", disse na sexta-feira Tetsurou Shimizu, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisas Norinchukin, em Tóquio. "Os agricultores da região correm o risco de verem seus produtos rejeitados pelos consumidores, mesmo que não haja evidências científicas para isso."
A região de Fukushima produz arroz, vegetais, frutas, carne bovina e suína, frango e ovos. A inspeção para detectar radiação imposta pelo governo vale não só para a região, mas para todo o país.
Entre março de 2009 e março de 2010, o Japão exportou 677 toneladas métricas de carne bovina. Vietnã e Hong Kong foram os dois maiores compradores. As exportações de arroz chegaram a 1.898 toneladas - sendo Hong Kong e Cingapura os principais mercados.
Na quinta-feira, a União Europeia recomendou que os japoneses adotem controle mais rigorosos aos produtos agrícolas. Vários países asiáticos, como Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Cingapura e Filipinas, estão submetendo alimentos importados do Japão a testes de radiação.
A indústria automobilística japonesa, setor-chave da economia do país, também rastreia radioatividade em seus carros. A Nissan informou na sexta-feira que todos os seus modelos estão sendo submetidos a testes de radiação ao saírem da linha de montagem.
Os testes, segundo a montadora, visam garantir que os veículos mantenham "padrões de segurança internacionalmente aceitos". O monitoramento será feito até que a crise nuclear seja resolvida.
Na sexta-feira, a Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão tentou afastar o fantasma que pode vir minar a competitividade dos carros japoneses pelo mundo. Em nota, disse que não há nas fábricas japonesas níveis de radioatividade perigosos à saúde.
Valor Econômico
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