LEGISLAÇÃO

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 07/02/2012





Agência de riscos prevê alta de 12% nas operações do Porto de Santos


A agência de riscos Business Monitor International (BMI) traçou uma projeção positiva para a movimentação de cargas no Porto de Santos neste ano. De acordo com o estudo Brasil Shipping Report Q1 2012, divulgado em dezembro passado, o complexo santista aumentará em 12% o montante de cargas operado neste ano, em comparação com 2011.

Em seu relatório, a BMI trabalha com a hipótese de o Porto ter movimentado, no ano passado, pouco mais de 107 milhões de toneladas. Assim, em 2012, chegaria a 120 milhões de toneladas.

Em dezembro, a Codesp, a Autoridade Portuária de Santos, divulgou que o complexo deveria fechar 2011 com 97 milhões de toneladas e operar, neste ano, 98,8 milhões de toneladas. O aumento projetado pela Docas para 2012 é de 1,9%, bem mais pessimista que o da BMI.

Considerando o índice de crescimento da agência e a previsão de movimentação para 2011 da Autoridade Portuária, Santos escoará, em 2012, 108,64 milhões de toneladas.

O estudo da BMI também analisou as operações de contêineres. Seus técnicos projetam que o volume de cofres de carga no último ano foi de 2,84 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e somará 3,3 milhões de TEUs entre o mês passado e dezembro próximo – 16% a mais.

A Docas trabalha com um número um pouco mais otimista, porém, com um índice conservador. Ela prevê que, em 2011, passaram pelo cais santista 2,94 milhões de TEUs e, neste ano, esse total chegará a 3,09 milhões de TEUs, uma alta de 5%.

Utilizando a quantidade projetada pela Codesp e o percentual da BMI, é possível estimar que Santos movimentará 3,4 milhões de TEUs.

Os números oficiais das operações do Porto devem ser fechados e divulgados pela Docas ainda neste mês.

Fundada em 1984, em Londres, na Inglaterra, a BMI elabora projeções quadrimestrais sobre o crescimento dos principais países e mercados do mundo. Estes estudos balizam decisões de profissionais da indústria, estrategistas de mercado, analistas corporativos, armadoras, governos e agências regulatórias.

Dragagem
A dragagem de aprofundamento (para 15 metros) e alargamento (a 220 metros) do canal de navegação do Porto de Santos é fator determinante para o resultado previsto, segundo a BMI.

“Um projeto de dragagem dará, a alguns terminais, um calado mais profundo e uma maior bacia de evolução, possibilitando que operem navios maiores. Isto aumentará a eficiência do Porto, que sofre grande congestionamento em tempos de alta demanda”, diz a agência, em resumo do estudo publicado em seu site.

Crescimento
Sobre os portos brasileiros, de uma maneira geral, a BMI informou acreditar que 2012 será marcado por forte crescimento na tonelagem. Pontuou, contudo, sua preocupação com a combinação “explosão do setor de fretes e navegação” no País, “infraestrutura deficitária” e “sinais de superaquecimento da economia brasileira”.

Também foi citado como fator negativo, pela agência, o fato de que os portos brasileiros ainda não desenvolveram a infraestrutura necessária para lidar com uma movimentação crescente, o que “causa atrasos e altos custos para os armadores”. “Por conta disso, são esperados mais investimentos em infraestrutura, públicos e privados, ao passo que os portos procuram lidar com o tráfego crescente e capitalizar com as crescentes oportunidades de negócio”, informou.

Como não podia deixar de ser – pois ocorre quase sempre que analistas estrangeiros falam sobre infraestrutura brasileira –, a BMI relacionou suas preocupações com a capacidade do Brasil em lidar com seu próprio crescimento quando está prestes a sediar a Copa do Mundo (em 2014) e os Jogos Olímpicos (em 2016).

A agência de riscos destacou ainda que o Brasil tem “a mais baixa taxa de poupança doméstica em sua região” e mostra uma “desaceleração do aumento real dos salários há algum tempo”. Para a consultoria, estes fatores, somados a um aumento de empréstimos não honrados por brasileiros, apontam para uma possibilidade de redução no consumo nos próximos anos, o que poderia resultar em uma mudança na curva histórica de consumo do Brasil.

Caso este cenário se confirme, sempre de acordo com a BMI, pode haver uma diminuição nos volumes de contêineres, especialmente em portos como Santos e Itajaí (Santa Catarina).

A Tribuna / Samuel Rodrigues
http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/portos-e-logistica/14011-agencia-de-riscos-preve-alta-de-12-nas-operacoes-do-porto-de-santos






Trabalhadores de portos federais decidem paralisar o trabalho por 24 h na quarta

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 

Os trabalhadores dos portos administrados pela União prometem cruzar os braços a partir das 7 horas desta quarta-feira (8), paralisando por 24 horas as atividades de alguns dos principais equipamentos do país. Caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas, a proposta é decretar greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 23.  
Organizada pela Federação Nacional dos Portuários, a greve de 24 horas pode envolver trabalhadores na Bahia, no Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e nos portos de Vitória (ES) e Santos (SP). Somente este último responde pela movimentação de cerca de 30% de todo o comércio exterior brasileiro.
Segundo o presidente da federação, Eduardo Lirio Guterra, a paralisação temporária é uma forma de pressionar as companhias estaduais (Docas) a concluírem as negociações iniciadas em junho de 2011, assinando com as entidades que representam os trabalhadores os acordos coletivos que continuam pendentes de resolução. As sete companhias Docas existentes administram 18 dos 34 portos públicos marítimos sob a responsabilidade da Secretaria de Portos da Presidência da República (16 são administrados, sob diferentes regimes, por governos estaduais ou municipais).
“Há pelo menos 20 anos não ocorre um desrespeito com a categoria como este, de estarmos ainda com o acordo coletivo em aberto até quase o início de uma nova data-base”, disse Guterra à Agência Brasil.
A principal reivindicação dos trabalhadores, contudo, é uma solução definitiva, por parte do governo federal, para sanar a situação do Portus, o fundo de previdência complementar dos empregados das companhias Docas e algumas administradoras portuárias estaduais e municipais.
Criado em 1978, pela extinta Empresa de Portos do Brasil (Portobras – empresa pública extinta em 1990), o Instituto de Seguridade Portus foi criado para proporcionar aos trabalhadores portuários uma renda que complementasse os benefícios previdenciários. A inadimplência das companhias Docas, o crescimento do número de beneficiários enquanto o número de contribuintes decaia e decisões administrativas hoje questionadas levaram o instituto a acumular, ao longo dos anos, uma enorme dívida.
No ano passado, quando o governo federal determinou a intervenção a fim de que as finanças do instituto fossem auditadas e as contas sanadas, a Secretaria de Portos informou não haver uma cifra exata sobre a dívida das companhias com o Portus. De acordo com Guterra, essa dívida está na casa dos R$ 4 bilhões e a expectativa é que o governo federal quite esse valor, impedindo assim que o instituto seja extinto. Além disso, Guterra cobra o repasse de R$ 150 milhões dos R$ 400 milhões que, ainda em 2009, o governo federal prometeu repassar ao fundo de pensão.
“Nosso movimento [greve] ainda pode ser evitado. Basta o governo federal nos convocar para sentarmos à mesa e negociarmos uma agenda para que todos os problemas sejam resolvidos. Não defendemos a greve por si só. Se conseguirmos dialogar de forma efetiva com o governo, suspendemos o movimento. Isso foi aprovado nas assembléias.”
Procurada, a Secretaria de Portos informou que está buscando soluções para os problemas e as solicitações dos trabalhadores, que estão sendo tratadas como prioridades. A secretaria também disse que reconhece o crescimento do setor como resultado de todo o conjunto portuário, sobretudo dos trabalhadores. Destacou, contudo, que a greve não é boa para ninguém e pode retardar possíveis soluções.
Da Agência Brasil


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