LEGISLAÇÃO

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PARCERIAS


PARCERIAS
Infelizmente, não são raras as práticas do querer levar vantagem em tudo, cada qual procurando trazer as brasas para suas sardinhas, de modo egoísta e não sustentável.
Deixarei à reflexão do leitor o aspecto egoísta, aprofundando a questão da não sustentabilidade desse comportamento.
Vivemos num mundo globalizado, onde inúmeras são as alternativas à disposição de cada um, indivíduo ou empresa, de modo que, de um modo ou outro, a ganância não pode prosperar por muito tempo.
Por exemplo, as práticas de um depositário dificultar a retirada da carga, buscando artifícios para que ela permaneça mais tempo depositada, para perceber maior receita de armazenagem, onera o importador ou exportador, que pode passar a procurar alternativas logísticas, o que acaba por prejudicar não só o próprio depositário, como os demais provedores de serviço do local - transportadores, despachantes etc.
Não resta alternativa ao importador que faz isso, pois, se aumentar seus custos de importação, terá dificuldades em revender a mercadoria, ao enfrentar a concorrência de outros importadores que disponham de uma cadeia logística menos onerosa. Até mesmo o cliente final pode comprar diretamente a mercadoria de um fornecedor estrangeiro!
Também o exportador, concorrendo com os demais vendedores espalhados pelo planeta, terá maior dificuldade em vender, podendo até ser obrigado a reduzir sua margem, talvez mesmo eliminando seu interesse em exportar, se não encontrar outra forma de enviar as mercadorias.
Em ambos os casos as chances do depositário perder no médio prazo são muitas.
Exemplifiquei com o depositário, mas o mesmo raciocínio se aplica a qualquer prestador de serviço conexo à operação de comércio exterior, inclusive órgãos públicos, que, ao dificultar a operação comercial, poderão prejudicar a inserção competitiva do Brasil no concerto das nações, dificultando o nosso crescimento e a oferta de empregos para nossos conterrâneos.
Outra forma de tentar levar vantagem (ou de procurar escapar da ganância dos outros) é não partilhar os benefícios do comércio internacional com os demais operadores. As verticalizações de atividades têm como consequência o maior esforço dedicado a elas em detrimento do desenvolvimento do próprio objeto da empresa.
Por exemplo, um importador que faz o próprio despacho deixa de procurar clientes durante todo o tempo que gasta para se atualizar com a legislação e os procedimentos do despacho. Acaba por não fazer bem nem uma coisa nem outra.
Um negócio é bom quando todos ganham.

Autor(a): PAULO WERNECK
Fiscal aduaneiro, escritor, professor
Aduaneiras




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