LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

IPI


IMPORTADORES PREVEEM ANO DIFÍCIL COM ELEVAÇÃO DO IPI

O ano começa com uma incógnita para os importadores de veículos automotores: quantificar os efeitos da elevação da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini, considera cedo para falar em queda e segue defendendo a inconstitucionalidade da majoração do tributo para importados, o que diferencia o tratamento em relação ao produto nacional. "Buscamos pareceres de várias áreas que possam auxiliar na questão."
Para Gandini, com a aplicação do Imposto de Importação máximo acordado na Organização Mundial de Comércio (OMC), de 35%, a alíquota do IPI elevada em 30 pontos percentuais e mais a variação cambial, 2012 será um ano complicado para os associados da entidade, que, em 2011, foram responsáveis pelo emplacamento de 199.366 unidades, o que representa market share de 23,35% do total do segmento de importados (a soma é completada pelas empresas ligadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - Anfavea).
Segundo dados apresentados pela entidade, o crescimento da participação das associadas à Abeiva (87,4% em relação a 2010) pode ser justificado pela chegada de novos players, que passaram a oferecer produtos mais completos e com alto grau tecnológico. Na contramão, as montadoras nacionais "deixaram de investir em inovação e oferecem aos consumidores produtos ultrapassados", pondera Gandini.
"Diante dessa realidade, nós, importadores, não temos culpa. É a lei do mercado. Por isso, discordamos frontalmente do inconstitucional Decreto 7.567", enfatizou o presidente da Abeiva para quem o governo deveria ter reduzido a alíquota do IPI para as montadoras que efetivamente investissem em tecnologia, como indicou o Plano Brasil Maior. "Sobretaxar importados, fora do Mercosul e do México, além de inconstitucional, foi uma insensatez", criticou.
A projeção inicial para 2012 é que o setor de importação de veículos automotores, com exceção dos negócios com Mercosul e México, terá uma queda aproximada de 20%. De acordo com os dirigentes da Abeiva, é difícil prever o que vai acontecer em relação a cada marca, mas é certo que as empresas buscarão manter sua estrutura atual, embora estejam previstos cortes em investimentos e na verba destinada a marketing, mídias e eventos.
Com relação à instalação de novas montadoras no País, a entidade se mostra cautelosa em opinar, mas a percepção é de que ninguém deva se instalar no Brasil nesse cenário. "Pensando friamente, nem a BMW tem um volume de vendas que possa discutir uma fábrica com o governo", comparou Gandini. (Edição: Andréa Campos)

Fonte: Aduaneiras





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