LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 4 de março de 2011

ECONOMIA - 04/03/2011

Indústria mantém comportamento moderado em janeiro, diz IBGE
O crescimento da produção industrial no mês de janeiro deste ano de 0,2% em relação a dezembro do ano passado e de 2,5% em relação a janeiro de 2010 mostra que a indústria mantém comportamento moderado registrado nos últimos meses. A afirmação é do pesquisador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo.

Desde julho de 2010, a indústria vem apresentando um comportamento próximo da estabilidade, com aumentos e quedas próximos de zero. Em julho, o crescimento foi de 0,4%. Em agosto e setembro, houve quedas de 0,1%. Em outubro, a produção voltou a crescer (0,3%), enquanto em novembro e dezembro de 2010, foram registradas quedas de 0,1% e 0,8%, respectivamente, em relação aos meses anteriores.

"O setor industrial mantém aquele comportamento menos intenso dos últimos meses, que já vem sendo observado desde o final do segundo trimestre do ano passado. Neste início de 2011, o setor industrial mostra uma variação positiva, mas a uma taxa muito próxima da margem. Essa variação positiva ocorre após duas quedas e acaba não suplantando as perdas dos dois últimos meses", disse Macedo.

O principal destaque de janeiro deste ano foram os bens de consumo duráveis, que tiveram crescimento de 6,0%, graças a retornos de férias coletivas decretadas em dezembro. A única categoria de uso que teve queda na produção foi a de bens intermediários (-0,4%).

Dentre as 27 atividades industriais pesquisadas, 15 apresentaram aumento na produção, com destaque para materiais elétricos e equipamentos de comunicações (com alta de 35,5%), metalurgia básica (5,3%) e farmacêutica (5,4%).

Das 12 atividades que tiveram queda na produção, destacaram-se os veículos automotores, com redução de 3,2%, e refino de petróleo e álcool, com queda de 2,3%.
Agência Brasil



Balança comercial do Paraná bate recorde negativo em janeiro
A balança comercial paranaense começou 2011 registrando forte déficit, com o pior resultado para um mês de janeiro desde 2003. Com um aumento de 41,34% nas importações – bastante acima do crescimento das exportações –, o saldo do comércio exterior ficou negativo em US$ 418 milhões. Os números mostram ainda que, por conta da valorização cambial, a rentabilidade das empresas exportadoras paranaenses vem caindo. Na análise do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), essa tendência representa riscos para a sustentação da atividade econômica interna brasileira.
Em janeiro, as exportações paranaenses somaram US$ 864 milhões, 22,51% acima do valor registrado no mesmo mês de 2010. As vendas de carnes para o exterior tiveram a maior participação relativa, com 19,11% do total exportado, apresentando um crescimento de 233,38% em relação a janeiro do ano passado. Com isso, deslocaram os produtos do complexo soja para a segunda colocação nas exportações do estado, com 18,19% do total. Dos 15 grupos de produtos mais significativos, apenas quatro tiveram queda no comércio exterior. A redução afetou inclusive a categoria de material de transportes, que apesar disso se manteve como o terceiro principal item exportado.
Se o aumento das exportações em dólares ficou em 22,51%, o mesmo crescimento não foi observado ao se converterem os valores para real. Com um total exportado de R$ 1,448 bilhão, considerando o câmbio mensal médio divulgado pelo Banco Central, o aumento das vendas ao ser feita a conversão foi de apenas 15,29%. Quando se consideram as vendas para a Zona do Euro – responsáveis por um terço do valor total exportado – o crescimento da receita em reais foi ainda menor: 12,52%.
“Continua, portanto, a progressiva diminuição de rentabilidade das empresas exportadoras brasileiras e paranaenses”, afirma o coordenador do Departamento Econômico da FIEP, Maurílio Schmitt. “Essa diferença se deve à apreciação do real frente às moedas de circulação internacional, que vem comprimindo sistematicamente as receitas em moeda corrente doméstica dos exportadores e prejudicando sensivelmente a competitividade dos nossos produtos no exterior”, acrescentou.

Além da perda de rentabilidade das exportações, o Paraná vem observando um crescimento acelerado da entrada de produtos estrangeiros. Em janeiro, as importações do Estado somaram US$ 1,283 bilhão, valor 41,34% maior ao do mesmo mês do ano passado. Foi o sexto mês consecutivo em que as compras do exterior superaram a marca de US$ 1 bilhão. O maior aumento em janeiro foi na categoria de bens de consumo (+73,6%).

No acumulado dos últimos cinco anos, as importações dessa categoria também foram as que mais cresceram: 463,12% entre 2005 e 2010. Em seguida aparecem bens de capital (307%), combustíveis e lubrificantes (268,72%) e bens intermediários (123,52%).

ALERTA – Com o crescimento das importações em níveis bastante superiores ao das exportações, o Paraná registrou em janeiro o pior déficit em sua balança comercial para esse mês desde 2003. O saldo líquido foi negativo pelo quinto mês consecutivo desde setembro de 2010. “O saldo comercial de apenas um estado pode gerar algum desvio de análise, mas serve para identificar tendências e mudanças no perfil de intercâmbio com outros países”, diz Maurílio Schmitt. “E o ritmo de evolução das exportações bem menor que o das importações sinaliza alguma restrição à sustentação da atividade econômica interna em futuro não muito distante”, acrescenta.

Outro sinal, segundo Schmitt, é a característica dos grupos de produtos que vêm apresentando resultados positivos em suas balanças comerciais. Os que têm melhores desempenhos provêm do agronegócio: complexo soja, carnes, açúcares madeira, cereais e preparações alimentícias diversas. “Os demais grupos, que têm balança comercial negativa, são todos de produtos industrializados”, concluiu.
Agência CNI


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