LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 14 de março de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 14/03/2011

Importações recordes
À frente do primeiro porto seco privado do Rio Grande do Sul, a MultiArmazéns, de Novo Hamburgo, recebeu 112 contêineres num só dia na semana passada, quando a média diária é de 20 a 25.

As importações na empresa batem recordes desde o ano passado quando 9,2 mil contêineres foram recebidos, quase o dobro de 2009.

E devem continuar subindo apesar das intervenções do Banco Central para frear a valorização do real frente ao dólar. A previsão para este ano é de que o volume passe de 11 mil.
Zero Hora - RS



Importado domina aumento no consumo
Quase 80% do crescimento no consumo de produtos industrializados ocorrido no Brasil no último trimestre de 2010 foi suprido por importações, segundo estudo do banco Credit Suisse.

A análise da instituição revela que a produção industrial doméstica tem perdido espaço para as importações em meio à crescente demanda de consumidores e empresas por bens, como máquinas, veículos e roupas.

"Enquanto a produção industrial tem desacelerado, a importação de bens industriais segue forte", diz Nilson Teixeira, economista-chefe do Credit Suisse no Brasil.

O cálculo da quantidade de bens industriais consumida no país feito pelo banco inclui tudo o que foi produzido localmente e importado. Do resultado dessa conta é descontada a parcela da produção que foi exportada e, portanto, consumida fora.

Segundo o Credit Suisse, o consumo de produtos industriais aumentou 6,9% no último trimestre do ano passado em relação ao mesmo período de 2009.

As importações responderam por 79,2% dessa expansão. A parcela é quase o dobro da contribuição de 40% feita pela produção local. Já as exportações subtraíram 19,2% desse aumento de consumo no período.
Folha.com



Canadá e Índia são novas pontes do comércio do país
O Brasil está abrindo duas novas frentes em seu relacionamento comercial: Canadá e Índia. Nos dois países, os investimentos brasileiros crescem em ritmo acelerado, ao mesmo tempo que há atração crescente de capitais desses dois mercados para o País.
O Brasil descobriu recentemente o Canadá como fonte de investimentos e a porta de entrada são os setores de mineração e energia. "Os canadenses começaram a investir no País em resposta ao movimento brasileiro. Os empresários brasileiros responderam à altura e começaram a busca por setores promissores no Canadá, que hoje são o de mineração e o de agronegócios.
A Bolsa de Toronto (exclusiva para mineração e energia) é o principal mercado de captação de recursos para empresas de mineração e energia.
O aumento na participação das empresas canadenses no Brasil deu-se por pequenas e médias empresas, que participam de grandes cadeias produtivas no Brasil como a da Vale e da Petrobras, e por possuírem tecnologia diferenciada e específica.
A Índia está se tornando uma plataforma para negócios de empresas brasileiras de variados portes. É o caso da Fanen, líder nacional de equipamentos médicos para neonatologia, que encontrou naquele país todas as características para aumentar ainda mais a sua presença global. "A Índia foi escolhida como nossa primeira base internacional pela similaridade com o Brasil nas necessidades em saúde e pela localização geográfica próxima da Ásia e do Oriente Médio", explica Marlene Schimidt, diretora executiva da Fanen. A empresa planeja construir uma fábrica naquele país até 2012. Atualmente, já conta com um escritório em Nova Délhi e finaliza uma linha de montagem para equipamentos enviados do Brasil.
Marcopolo e Weg são outros dois exemplos de companhias que montaram operações fabris na Índia. A Marcopolo tem joint venture com a Tata Motors, que produz 5.216 unidades. Já a Weg fez aporte de US$ 60 milhões em uma unidade que vai operar a plena carga até o final de 2013.
Diário do Comércio e Indústria



Subsidiárias ganham peso na exportação
As trocas entre subsidiárias do mesmo grupo instaladas em países diferentes sustentam parte cada vez mais importante da exportação brasileira de manufaturados. Para destinos como Alemanha e Argentina, o peso e o valor do comércio de manufaturados entre matriz e controladas no país ou entre duas subsidiárias cresceu entre 2005 e 2010.

Entre as 20 maiores empresas que exportaram acima de US$ 50 milhões do Brasil para a Alemanha no ano passado, seis companhias são fabricantes de manufaturados (as demais enviam produtos básicos ou semimanufaturados). Das que vendem manufaturados, cinco - Mercedes -Benz, Volkswagen, Robert Bosch, Schaeffler e Siemens - são companhias de capital alemão que também estão entre os maiores importadores brasileiros de produtos originados da Alemanha. Em 2005, apenas 13 empresas exportaram acima de US$ 50 milhões do Brasil para a Alemanha. Dentro daquele grupo, quatro eram indústrias de manufaturados com capital alemão, também presentes entre os maiores importadores no Brasil de produtos vindos da Alemanha.
Em outro destino importante de manufaturados, a Argentina, 14 fabricantes estavam na lista dos 20 maiores exportadores do Brasil no ano passado. Desses, nove também estão no grupo dos maiores importadores do país vizinho, o que reflete um intenso comércio intracompanhia. Todas as nove empresas são montadoras, beneficiadas pelo acordo automotivo.

Em 2005, das 20 maiores empresas exportadoras do Brasil para a Argentina, 11 eram fabricantes de manufaturados. Dentro do grupo, sete também figuravam na lista dos maiores importadores de produtos argentinos.
José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que as trocas intracompanhia representam cerca de 70% do comércio internacional, mas a tendência é que fiquem cada vez mais representativas nas exportações brasileiras. Isso significa que essas exportações são decididas fora do Brasil, na matriz das companhias multinacionais, que tentam distribuir da forma mais vantajosa possível sua produção de manufaturados nas diversas unidades de produção que possuem no mundo.

Ele lembra que as exportações de empresas nacionais se concentram em setores como o calçadista, de vestuário e de móveis. "Esses setores estão sofrendo mais para recuperar as exportações, enquanto outros segmentos de manufaturados, mais dominados por empresas multinacionais, têm menos dificuldade." Em 2005, a exportação de calçados, vestuário e madeira e seus artefatos representavam 13,46% das exportações brasileiras de manufaturados. No ano passado, a fatia caiu para 9,67%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, diz que o Brasil tem reduzido sua capacidade de produzir manufaturados de maior valor agregado. "A curva de custos para essa produção aumentou muito nos últimos anos em razão do encarecimento da mão de obra." A taxa de câmbio, com desvalorização do dólar frente ao real, contribui para tirar a rentabilidade das exportações, que são vantajosas somente se os preços são mais altos, o que é atualmente o caso das commodities agrícolas e minerais. Isso contribuiu para a redução dos manufaturados nas exportações totais do país. Em 2005, essa classe de produtos representava 55,1% das vendas brasileiras ao exterior. No ano passado, essa participação recuou para 39,4%.

"Se não fosse o comércio entre subsidiárias do mesmo grupo das companhias multinacionais a fatia dos manufaturados brasileiros teria caído muito mais", diz Castro. Ele lembra que essas trocas entre empresas ficaram muito mais atrativas depois que o Banco Central permitiu que os exportadores mantenham fora do país as receitas em dólar de suas exportações.
Até 2008, os exportadores eram obrigados a trazer ao país as receitas obtidas com os embarques. Em 2010, quando as exportações brasileiras se recuperaram, a medida voltou a fazer mais diferença. Castro diz que as trocas intracompanhia acabam tendo apenas câmbio para os saldos comerciais nas trocas entre as subsidiárias. "Não se faz mais o câmbio para cada exportação e importação."
A estratégia de reduzir as operações de câmbio permite economia de 0,2% a 0,3% sobre as operações no caso das grandes companhias. "Esses percentuais, fazem grande diferença nos preços negociados os volumes e valores são sempre muito grandes."
Valor Econômico




Até os grandes produtores já importam café do Brasil
Alguns dos principais concorrentes do Brasil na produção mundial de café estão vindo ao país se abastecer da commodity. No ano passado, por exemplo, quatro dos cinco maiores produtores, depois do Brasil, importaram café brasileiro. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Vietnã (2º), Indonésia (3º), Colômbia (4º) e Índia (6º) importaram juntos 136,2 mil sacas, 17% mais que 2009. Entre os grandes produtores globais de café, o único que não importou do Brasil em 2009 e 2010 foi a Etiópia, quinto maior produtor mundial.

Por enquanto, nos dois primeiros meses de 2011, Colômbia e Indonésia são, entre os maiores produtores globais, os países que já importaram café brasileiro. Juntos, os dois compraram quase 20 mil sacas, praticamente o mesmo volume do mesmo período do ano passado. Só a Indonésia importou 18 mil sacas.
Como grande produtor e exportador, a Indonésia vendeu em janeiro 345 mil sacas a outros países, conforme dados da Organização Internacional do Café (OIC), mas também importou, apenas do Brasil, 8,1 mil sacas. No caso da Colômbia, a presença brasileira é menor. O país latino importou 320 sacas em janeiro, porém, exportou 847,8 mil no período.

"O fato de grandes produtores mundiais estarem importando café do Brasil é um sinal de que os problemas de produção que praticamente todos eles sofreram é um pouco mais grave do que se imaginava", diz Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé. Ele lembra que a produção colombiana ainda não se recuperou totalmente da quebra sofrida em 2008 e que as chuvas que atingiram os países asiáticos no fim do ano passado prejudicaram o fornecimento da região.
Nesse cenário, as exportações brasileiras seguem um ritmo acelerado. Em fevereiro, os embarques nacionais somaram 2,66 milhões de sacas, volume 17,6% superior ao mesmo período do ano passado. "Esse é um volume alto para um mês de fevereiro, pois estamos praticamente na entressafra. A expectativa agora é que a disponibilidade diminua, o que manterá os preços firmes", diz Braga.
Se os volumes surpreendem, a receita com os embarques se destaca ainda mais. Impulsionadas pela valorização dos preços, as vendas externas renderam ao Brasil no mês passado US$ 606,15 milhões, 70,5% mais que em fevereiro de 2010. Ontem, contudo, os preços em Nova York tiveram forte queda, após três altas consecutivas. Os contratos para maio fecharam a US$ 2,8055 por libra-peso, queda de 1.430 pontos ou 4,85%.
Valor Econômico




Indústria vai importar peças, e não brinquedos da China
A Estrela, maior fabricante nacional de brinquedos, planeja diminuir a participação dos importados entre os produtos que oferece ao mercado. Segundo o presidente da Estrela, Carlos Tilkian, cerca de 40% do faturamento atual equivale ao brinquedos trazidos do mercado externo. "Vamos diminuir essa participação em 10% este ano. Para 2012, a projeção é trabalhar com menos de 20% da receita atrelada aos importados", afirma Tilkian.
O presidente da Estrela diz a mudança é decorrente principalmente da entrada em vigor da nova alíquota de 35% sobre o brinquedo importado. "Agora será mais vantajoso para nós trabalharmos apenas com alguns componentes de brinquedos, que serão provenientes de importação", diz Tilkian.

A vantagem em importar peças, partes e componentes está na taxa de importação, que é de 2%. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa, o setor espera que com essas medidas, a indústria de brinquedos passe a ser mais competitiva. "Projetamos que a alíquota sobre os brinquedos importados chegue a 100%, favorecendo o combate à entrada desses produtos no País".
Com a redução de importados entre os produtos comercializados pela Estrela, Tilkian afirma que irá aumentar em 20% a atual capacidade de produção da companhia. A fábrica da empresa localizada em Sergipe está operando a 30% de sua capacidade total, com previsão de chegar à plena capacidade ainda este mês. "A inauguração da fábrica acontecerá quando ela estiver a plena carga. Faltam alguns ajustes para que a operação esteja completa. A partir daí, teremos ganhos nos custos de produção e logística" explica Tilkian. A empresa prevê crescimento de 15% para este ano.
Outra fabricante brasileira de brinquedos que está otimista com o setor é a paulista Grow, que espera incremento de 10% em suas vendas este ano. De acordo com o diretor de Marketing da Grow, Gustavo Arruda, a empresa estuda aumentar a importação de partes e peças para a produção de brinquedos. "Hoje trabalhamos com apenas 15% de peças importadas. No segundo semestre, que equivale a 70% de toda nossa produção, este número já poderá aumentar" afirma ele.
Segundo Arruda, a empresa fabrica cerca de seis milhões de brinquedos ao ano. "A tendência é que este patamar se mantenha ainda este ano" conta.
Para o presidente da Abrinq, mesmo com a baixa tarifa incidindo sobre partes e peças de brinquedos no País, de forma alguma o Brasil será uma montadora de brinquedos, já que o permitido atualmente que se utilize apenas 15% de importados na composição do produto. Mas ele crê que a medida dará impulso ao setor, com projeção de crescer 15% este ano. Para isso, a meta é ganhar mais de 7% de participação sobre os brinquedos chineses, origem de quase 90% das importações brasileiras. Hoje o mercado está dividido em 60% de importados e 40% de produção nacional. "Estamos otimistas quanto ao enfrentamento aos produtos chineses. O Brasil é um dos únicos sobreviventes do ataque chinês na América. Praticamente todos os mercados foram 'quebrados' pela China, que produz 85% do brinquedo do mundo", afirma Costa.
A associação afirma que cada brinquedo fabricado aqui carrega 40% de impostos. Enquanto os produtos oriundos da China entram no País pagando cerca de 13% em impostos. Existem no País 442 fabricantes.
DCI

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