LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR

Brasil lidera alta de exportações no mundo
O Brasil já era conhecido como campeão mundial na alta de importações em 2010. A novidade é o país aparecer também como o líder da alta nas exportações, em dólares correntes, superando a China e todos os outros grandes parceiros. Estatísticas da Organização Mundial do Comércio (OMC), levando em conta 70 países que fazem 90% das trocas globais, mostram o Brasil na liderança, entre janeiro a setembro, com alta de 33% nas exportações, com a China vindo depois, com 32%, Estados Unidos com 20%, e Rússia, 18%. Entre o segundo e o terceiro trimestre, o Brasil continuou como campeão, com expansão de 12% nas exportações, e a China com alta de 11%.

Este ano, o país já liderava o ranking de importações. A OMC mostra agora que, entre janeiro e setembro, as compras no exterior diminuíram o ritmo ligeiramente, mas foram as que cresceram mais (49%), comparadas a 39% no caso da Rússia, 31% da China, 27% da Índia e 23% dos Estados Unidos. De um trimestre a outro, o país mantém a liderança, com alta de 18%, seguido pela Rússia com crescimento de 17%.

A alta de 15% nos preços das commodities é uma explicação. O preço do petróleo subiu mais de 10%, os de alimentos e bebidas, 12%, e o de metais, 25%.

No terceiro trimestre, as exportações mundiais de mercadorias foram 3% superiores às do segundo trimestre. Mas o valor do comércio global continua abaixo do pico anterior à crise financeira global. A OMC não fez cálculos em volume, em dólares constantes e levando em conta a inflação.

A entidade constata desaceleração no comércio e "incertezas à frente". A recuperação econômica não foi suficientemente forte para reduzir o enorme desemprego em vários países. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o emprego não voltará aos níveis de 2008 antes de 2015 no mundo desenvolvido. O desemprego atingiu 30 milhões de pessoas a mais desde a crise e o consumo continua frágil.
Valor Econômico/Assis Moreira - De Genebra



Governo pretende frear importações
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano Coutinho, afirmou que o governo estuda medidas para frear o aumento das importações no País. As mudanças fazem parte do que Coutinho chamou de segunda etapa da Política de Desenvolvimento da Produção (PDP). O presidente não detalhou, no entanto, se as medidas incluem novos mecanismos para conter a apreciação da moeda brasileira.
“O Ministério da Fazenda já lançou mão do IOF, existem outras, como compulsórios, regulatórios e operações a futuro. Esses instrumentos podem ser mobilizados para reforçar a munição que o governo tem disponível para evitar a apreciação do real”, afirmou. Segundo Coutinho, o plano está sendo finalizado e deve ser entregue no fim deste ano ou no começo de 2011. Ele inclui medidas para favorecer a exportação por meio de adequação da tributação incidente e pelo aperfeiçoamento do sistema de ressarcimento de créditos tributários a exportadores.

“O importante é preservar a competitividade da indústria brasileira. Não podemos jamais admitir a ideia da desindustrialização como política para o Brasil”, completou. Ele descartou a ideia de que o País já tenha entrado num processo de desindustrialização ao dizer que as medidas buscam evitar que o setor alcance esse nível.
O mercado interno aquecido às vésperas do período de festas de fim de ano está impactando os resultados das importações brasileiras em novembro. No mês passado, a média diária de US$ 868,8 milhões em compras foi a maior da história, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) divulgados ontem. Normalmente as encomendas para os estoques do período são realizadas até outubro, mas o câmbio apreciado e as expectativas de recordes de vendas mantiveram o fôlego das importações, que somaram US$ 17,376 bilhões em todo o mês.
De acordo com o diretor de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, Roberto Dantas, as importações de novembro também apresentaram aumento no segmento de combustíveis, sobretudo carvão, utilizado nas siderúrgicas. “Era esperado um crescimento das importações, como ocorre todos os anos, mas o salto foi um pouco maior. Além disso, é importante ressaltar a continuidade das compras de bens de capital e insumos importados, em decorrência dos investimentos e do aumento da produção da indústria nacional”, afirmou.
Como consequência do volume das importações, o saldo comercial brasileiro em novembro foi positivo em apenas US$ 312 milhões, o pior desempenho desde janeiro deste ano, quando houve um déficit de US$ 177 milhões. Para Dantas, parte do resultado se deve à programação de embarques no fim do ano, sazonalidade que faz com que o mês de novembro tenha saldos reduzidos, entre os piores do ano, como ocorreu em 2007 e 2009.
Em conjunto com o aumento das importações no período, a queda de 3,8% nas vendas ao exterior em relação à média diária de outubro também reduziu o saldo no mês, devido ao fim das safras de algumas commodities, já embarcadas. Ainda assim, a média de US$ 884,4 milhões exportados por dia no mês passado foi um recorde para novembro. Por outro lado, os US$ 17,688 bilhões em exportações no período representaram o quarto mês consecutivo de queda este ano, após o pico de US$ 19,236 bilhões em agosto.

Em relação a novembro do ano passado, porém, o crescimento das exportações foi de 69,2%, com expansão principalmente em produtos básicos como minério de ferro (176%) e café (62%), que também tiveram seus preços internacionais bastante reajustados nesse intervalo.
Jornal do Comércio

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