Os benefícios ilusórios da grande captação externa
Os países emergentes foram muito favorecidos neste ano pela conjuntura internacional, graças à queda de atividade nos países do Primeiro Mundo, que lhes permitiu dispor da liquidez para eles desviada.
O Brasil destacou-se nesse cenário em razão do excepcional dinamismo da sua economia, e, pelo que se dispunha a pagar de juros, foi o país que mais conseguiu captar recursos no exterior.
Segundo o jornal Valor, até o dia 14 de dezembro essa captação externa atingiu US$ 56 bilhões, incluindo os empréstimos soberanos, a colocação de bônus pelas empresas brasileiras e o empréstimo ponte da Vale do Rio Doce para financiar a aquisição de uma mineradora.
Essa captação foi US$ 35,9 bilhões maior que a do ano anterior. Segundo outras fontes, que levam em conta apenas as emissões corporativas brasileiras , elas atingiram, neste ano, US$ 34 bilhões, contra US$ 21 bilhões em 2009.
Esse valor é o maior registrado por um país emergente, à frente da Rússia (US$ 24,9 bilhões), do México (US$ 19,5 bilhões), da Coreia do Sul e de Hong Kong, cada um com US$ 15,4 bilhões.
A captação excepcional do Brasil encontra explicação no fato de que nosso país tem as taxas de juros mais elevadas do mundo e uma taxa cambial muito valorizada. Por outro lado, acusa um déficit nas transações correntes do seu balanço de pagamentos que está, neste ano, em torno de US$ 50 bilhões e que precisa ser coberto pela entrada de capitais.
Não há dúvida de que a solução para o déficit seria o aumento dos investimentos diretos estrangeiros, cuja vantagem é aumentar o Produto Interno Bruto, criando empregos e, em certos casos, aumentando as exportações ou diminuindo as importações, com efeito positivo sobre a conta de transações correntes.
A emissão de bônus pelas empresas ou pelo governo tem um preço e que, enquanto temos uma taxa cambial valorizada, é muito inferior aos juros nacionais, porém apresenta um grande risco na medida em que poderá acontecer uma desvalorização do real ante o dólar. Muitas empresas conscientes desse risco cambial realizam operações de hedge para se proteger contra tal risco, o que aumenta o custo da operação.
Talvez o maior inconveniente dessas emissões de bônus é que aumentam a oferta no mercado cambial de divisas estrangeiras e contribuem dessa forma em aumentar a valorização do real, levando assim o governo a formar reservas internacionais que têm um custo elevado.
O Estado de São Paulo
Banco do Japão mantém juros virtualmente em zero
O Banco do Japão (BOJ) manteve nesta terça-feira as taxas de juros virtualmente em zero e o ambicioso plano de compra de ativos, com a intenção de reativar a economia do país asiático, informou o organismo emissor.
A decisão foi adotada por unanimidade pelo comitê monetário do BOJ ao término de uma reunião de dois dias realizada em Tóquio.
As taxas de juros estão no Japão entre 0% e 0,1% desde 5 de outubro, após uma decisão inesperada da entidade financeira japonesa para lutar contra a deflação e impulsionar o crescimento econômico no país.
O banco também assinalou em comunicado que "seguirá comprando progressivamente vários ativos e financiará fundos a longo prazo através do programa de 35 trilhões de ienes".
O organismo decidiu em outubro passado adquirir uma maior variedade de ativos para injetar liquidez no sistema, mediante um programa gradual de 35 trilhões de ienes (R$ 713,3 bilhões), a fim de estender sua política de flexibilização monetária.
O BOJ também indicou nesta terça-feira que a economia japonesa "crescerá lentamente por um tempo", mas deve depois retomar o caminho da recuperação moderada, impulsionada por um novo crescimento econômico mundial, liderado pelas economias emergentes e exportadoras de matérias-primas.
No entanto, o BOJ alertou sobre o possível impacto negativo no desenvolvimento do Japão como consequência das preocupações sobre a situação das economias dos Estados Unidos e Europa.
O problema que mais preocupa a economia do Japão é a deflação, que já está há mais de 20 meses consecutivos ameaçando o crescimento do país, além da valorização do iene frente ao dólar.
O BOJ espera que o Produto Interno Bruto (PIB) japonês cresça 2,1% no atual ano fiscal, que conclui em março de 2011, e que a inflação vá se estabelecendo na economia japonesa no ano que vem.
Folha.com
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