Ministro nega federalização do Porto de Paranaguá
O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, descartou, ontem, a federalização do Porto de Paranaguá, apontada como uma solução para os recentes casos de corrupção, com desvio de cargas e fraudes em licitações da autarquia, e a perda de competitividade do porto para terminais vizinhos por conta de posições políticas malsucedidas e falta de investimento em infraestrutura nos últimos anos.
Em reunião com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonia, Airton Vidal Maron, o ministro prometeu, no entanto, intensificar a parceria com o Paraná para que o Porto de Paranaguá seja modernizado.
“Não se trata de federalização, e sim de parceria, uma vez que o porto é público, e recebe investimentos do governo federal para atender a demanda de todo o País”, disse o ministro.
A reunião faz parte dos encontros promovidos pela Secretaria de Portos (SEP), departamento com status de ministério, para verificar o andamento de todos os projetos e conhecer as dificuldades dos terminais marítimos brasileiros. Preocupado com os últimos acontecimentos, desvendados pela Operação Dallas da Polícia Federal, o ministro enfatizou a necessidade de uma gestão mais próxima, conjunta e parceira.
O representante do governo do Estado, Maurício Macedo, informou que todas as medidas estão sendo tomadas e que a Controladoria do Estado, por solicitação do governador, irá realizar uma auditoria no porto e que dentro de 40 dias, no máximo, irão retornar a SEP com o assunto mais avançado.
Maron, também recém empossado, classificou a agenda como positiva. “A partir de agora, a aplicação da política do governo federal em Paranaguá será intensificada porque temos objetivos comuns: fazer com que os portos de Paranaguá e Antonina cresçam e atendam da melhor maneira possível a sociedade”, disse o ministro.
Projeto
O superintendente dos portos paranaenses apresentou ao ministro o projeto de modernização dos portos de Paranaguá e Antonina, que vai aumentar a capacidade de movimentação de cargas da Appa em até 60%, além do aumento do cais acostável do porto de Paranaguá, que terá 12 novos berços de atracação.
O projeto está subdividido em nove grandes obras que, juntas, somam cerca de R$ 1 bilhão de investimentos. Com isso, a expectativa da Appa é que a movimentação de cargas em 2011 supere a registrada durante o ano de 2010.
No ano passado, os portos paranaenses movimentaram 38,16 milhões de toneladas de mercadorias, número 22% maior do que o registrado no ano anterior.
A receita cambial - que é o valor gerado pelas exportações de mercadorias - foi de US$ 14,48 bilhões, em 2010, a maior já registrada na história dos portos paranaenses.
O Estado do Paraná
Maersk revisa para cima projeção do ano
Meta de crescimento deve ultrapassar 8%.
O mercado global de contêineres pode sofrer uma expansão superior a 8% neste ano, de acordo com o CEO da A.P.Moller-Maersk, Nils Andersen. A nova projeção é superior ao índice de 6% inicialmente divulgado pela companhia há 11 semanas. "Estamos otimistas quanto à taxa de crescimento, cogitamos algo entre 6% e 8% mas ao final do ano podemos observar um crescimento ainda maior do que isso", afirmou o executivo durante visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça).
A Maersk havia revisado sua previsão de lucro para 2010 em novembro, declarando que os valores de frete e volumes dariam o suporte necessário para a empresa contabilizar o maior lucro de sua história, após ter acumulado perdas no exercício anterior em virtude da crise.
Anteriormente, Andersen havia declarado que, apesar das dívidas financeiras desacelerarem a recuperação econômica dos EUA e Europa, o trade global continuaria a se desenvolver, e a Maersk poderia adicionar capacidade em curto prazo. Se a indústria de contêineres crescer entre 6% e 8% neste ano, a Maersk será capaz de manter sua participação de mercado - em torno de 14,4%, segundo a Alphaliner - sem ter que encomendar mais embarcações para incrementar a capacidade.
"Não acho que perderemos participação alguma este ano", afirmou o executivo.
"Ganhamos bastante market share em 2009, quando os mercados estavam ruins. Devolvemos uma parte desta participação em 2010 porque simplesmente não tínhamos capacidade suficiente".
Guia Marítimo
Hamburg Süd alerta sobre problemas de infraestrutura
A necessidade de investimentos em infraestrutura permanece como um dos principais desafios para as companhias de navegação, de acordo com o vice-presidente sênior da Hamburg Sud da América do Norte, Juergen Pump. O executivo citou diferentes gargalos logísticos enfrentados pela companhia no Brasil, América Latina e Estados Unidos.
Ao receber uma premiação da New York and New Jersey Foreign Freight Forwarders and Brokers Association em Nova Iorque, Pump lembrou dos congestionamentos enfrentados no Porto de Santos (SP), aonde "navios precisam esperar por duas ou três horas para atracar nos berços", e que as mercadorias descarregadas necessitam de 10 dias para sair dos terminais. A situação seria ainda pior na Venezuela, aonde as cargas levam 20 dias para serem movimentadas.
Apesar dos problemas, o executivo afirmou que o Brasil é um mercado "vibrante", com expansão de 7,5% nos negócios de GNL - cerca de três vezes a taxa de crescimento da economia norte-americana - e estimou um incremento de 5% para este ano no trade. Pump também declarou que os esforços atuais para impulsionar as exportações norte-americanas ajudariam a companhia, que movimenta mais exportações dos EUA do que a maioria das empresas. "É uma questão de vida e morte para nós. Somos como gêmeos siameses, nós e as exportações", conclui.
Guia Marítimo
Intermarítima compra parte de terminal da Wilson, Sons na Bahia
A Intermarítima Terminais, operador logístico presente nos principais portos da Bahia, é o mais novo sócio do Tecon Salvador, terminal de contêineres controlado pela Wilson, Sons na capital baiana. A Intermarítima exerceu opção para comprar, por R$ 11,2 milhões, 7,5% das ações ordinárias do Tecon Salvador. As duas empresas analisam explorar de forma conjunta outras oportunidades de negócios na área portuária no Estado.
A parceria entre a Wilson, Sons e a Intermarítima no Tecon Salvador foi possível depois que o terminal foi autorizado, em setembro de 2010, a expandir-se para uma área contígua à qual está instalado no porto de Salvador. O aditivo ao contrato de concessão garantiu mais 44 mil m2 ao Tecon Salvador, aumento de cerca de 60% em relação ao terreno atual. No total, o terminal passa a ter 118 mil metros quadrados de área.
No projeto de expansão, serão investidos R$ 150 milhões em obras de reforço de cais, pavimentação de retroárea e compra de equipamentos, os quais foram comprados da chinesa ZPMC e deverão chegar ao terminal até o fim do ano. Outros R$ 25 milhões foram pagos pelo arrendamento da nova área à Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), a autoridade portuária baiana.
Felipe Gutterres, diretor financeiro da Wilson Sons, disse que a venda de uma participação acionária no Tecon Salvador para a Intermarítima se justificou pois o grupo precisava de um parceiro com conhecimento do mercado baiano para ajudar a angariar carga para Salvador. "A Intermarítima tem experiência em granel, carga geral e contêiner", disse Gutterrez. Segundo ele, com a expansão o Tecon Salvador vai dobrar a capacidade de movimentação que sairá dos atuais 300 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés) por ano para cerca de 600 mil TEUs anuais.
As obras no Tecon Salvador estão em andamento e a expectativa é de que, a partir do primeiro trimestre de 2012, o terminal comece a operar dentro da nova capacidade. A Wilson, Sons está estruturando o financiamento para garantir os recursos para a expansão e, entre as fontes em estudo, estão o BNDES e agências internacionais de desenvolvimento como o IFC, braço do Banco do Mundial de apoio ao setor privado. Depois de a Wilson, Sons ganhar a concessão do Tecon Salvador, em 2000, o IFC comprou 10% de participação do terminal.
Em 2008, já em meio às discussões sobre a expansão, a companhia recomprou as ações do IFC no Tecon. Agora parte dessas ações foram repassadas à Intermarítima. Roberto Oliva, diretor-presidente da empresa, disse que a parceria com a Wilson, Sons é mais ampla do que a compra de uma participação acionária no Tecon Salvador. "A ideia é ver oportunidades de forma conjunta na área portuária no Estado", afirmou. Em 2000, a Intermarítima chegou a se habilitar para a licitação do terminal de contêineres de Salvador, mas não fez proposta. A concorrência foi ganha pela Wilson, Sons. Na Bahia, a Intermarítima opera nos portos de Salvador, Aratu e Ilhéus.
Portos e Navios
Tecondi recebe terceiro guindaste
O Tecondi (Terminal para Contêineres da Margem Direita) anunciou a chegada de um terceiro guindaste clase MHC - LHM 600 na último dia 26. Estima-se que o equipamento - avaliado em 4,5 milhões de euros - inicie operações em 10 dias.
O LHM 600 conta com uma lança de 58 metros que permite alcançar a 19º fileira de um navio super post-panamax, dispondo também de uma capacidade de içamento de aproximadamente 104 toneladas. Além de outros dois guindastes LHM 600, a instalação possui mais dois LHM 500, fabricados pela Liebher-Werk.
O novo equipamento chegou ao cais do Tecondi parcialmente montado para agilizar o início das operações, e foi trazido pela embarcação Beluga Mumbai. O terminal também receberá mais seis empilhadeiras reach stacker, adquiridas por 2 milhões de euros utilizando o Reporto (Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária), que permite a insenção de impostos para maquinário fabricado fora do Brasil.
"A aquisição deste e outros novos equipamentos em 2011 fazem parte de um planejamento que visa consolidar a participação do Tecondi no mercado portuário", afirmou o diretor comercial do terminal, Luiz Araújo. Com o advento dos equipamentos, a expectativa é que a instalação tenha um incremento em sua produtividade de aproximadamente 20%.
Guia Marítimo
EBR construirá megaestaleiro no sul do RS
Município de São José do Norte, no RS, receberá investimento de US$ 420 milhões, que será detalhado à comunidade
O futuro vizinho do Estaleiro Rio Grande (ERG), no sul do Rio Grande do Sul, será superlativo. Em frente ao berço da P-55 e da fábrica de cascos da Petrobras, na outra margem do canal portuário, nascerá em São José do Norte um estaleiro de US$ 420 milhões, com o triplo da área e capacidade de processamento de aço seis vezes superior à do ERG.
A obra da Estaleiros do Brasil SA (EBR), que consumirá dois anos e meio, ainda aguarda as licenças ambientais, esperadas para o segundo semestre. A nova área de construção de plataformas marítimas, dotada de dique seco, ocupará 1,5 milhão de metros quadrados e poderá processar 110 mil toneladas de aço ao ano.
O investimento, que poderá gerar até 6 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos, fará com que o polo naval supere os limites de Rio Grande. Implicará uma revolução industrial em São José do Norte, município de 25 mil habitantes, voltado à pesca, extração de madeira e agropecuária.
Nesta quinta, dia 27, a cidade conhece os detalhes do empreendimento em um evento aberto à comunidade no Clube Recreativo Sócrates. O presidente da EBR, o engenheiro chileno Alberto Padilla, estará no município – na oportunidade também são esperados representantes da Celulose Riograndense, com projeto para construção de um terminal na cidade.
– Mostraremos o que é o nosso empreendimento e o que precisamos de contrapartida, como mão de obra e infraestrutura. Vamos para o Sul atrás de bons contratos na área do pré-sal – explica Padilla.
Entre as preocupações da EBR figura a falta de trabalhadores qualificados. Através de convênios com institutos federais, escolas profissionalizantes e universidades, a empresa ajudará a financiar a formação dos seus futuros empregados, movimento que deve se iniciar nos próximos meses
– Se falta mão de obra em Rio Grande, que tem 200 mil habitantes e um estaleiro pronto, imagine aqui (São José do Norte). Certamente virão milhares de pessoas de fora do município – diz o prefeito Vicente Ferrari.
Portos e Navios
O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, descartou, ontem, a federalização do Porto de Paranaguá, apontada como uma solução para os recentes casos de corrupção, com desvio de cargas e fraudes em licitações da autarquia, e a perda de competitividade do porto para terminais vizinhos por conta de posições políticas malsucedidas e falta de investimento em infraestrutura nos últimos anos.
Em reunião com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonia, Airton Vidal Maron, o ministro prometeu, no entanto, intensificar a parceria com o Paraná para que o Porto de Paranaguá seja modernizado.
“Não se trata de federalização, e sim de parceria, uma vez que o porto é público, e recebe investimentos do governo federal para atender a demanda de todo o País”, disse o ministro.
A reunião faz parte dos encontros promovidos pela Secretaria de Portos (SEP), departamento com status de ministério, para verificar o andamento de todos os projetos e conhecer as dificuldades dos terminais marítimos brasileiros. Preocupado com os últimos acontecimentos, desvendados pela Operação Dallas da Polícia Federal, o ministro enfatizou a necessidade de uma gestão mais próxima, conjunta e parceira.
O representante do governo do Estado, Maurício Macedo, informou que todas as medidas estão sendo tomadas e que a Controladoria do Estado, por solicitação do governador, irá realizar uma auditoria no porto e que dentro de 40 dias, no máximo, irão retornar a SEP com o assunto mais avançado.
Maron, também recém empossado, classificou a agenda como positiva. “A partir de agora, a aplicação da política do governo federal em Paranaguá será intensificada porque temos objetivos comuns: fazer com que os portos de Paranaguá e Antonina cresçam e atendam da melhor maneira possível a sociedade”, disse o ministro.
Projeto
O superintendente dos portos paranaenses apresentou ao ministro o projeto de modernização dos portos de Paranaguá e Antonina, que vai aumentar a capacidade de movimentação de cargas da Appa em até 60%, além do aumento do cais acostável do porto de Paranaguá, que terá 12 novos berços de atracação.
O projeto está subdividido em nove grandes obras que, juntas, somam cerca de R$ 1 bilhão de investimentos. Com isso, a expectativa da Appa é que a movimentação de cargas em 2011 supere a registrada durante o ano de 2010.
No ano passado, os portos paranaenses movimentaram 38,16 milhões de toneladas de mercadorias, número 22% maior do que o registrado no ano anterior.
A receita cambial - que é o valor gerado pelas exportações de mercadorias - foi de US$ 14,48 bilhões, em 2010, a maior já registrada na história dos portos paranaenses.
O Estado do Paraná
Maersk revisa para cima projeção do ano
Meta de crescimento deve ultrapassar 8%.
O mercado global de contêineres pode sofrer uma expansão superior a 8% neste ano, de acordo com o CEO da A.P.Moller-Maersk, Nils Andersen. A nova projeção é superior ao índice de 6% inicialmente divulgado pela companhia há 11 semanas. "Estamos otimistas quanto à taxa de crescimento, cogitamos algo entre 6% e 8% mas ao final do ano podemos observar um crescimento ainda maior do que isso", afirmou o executivo durante visita ao Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça).
A Maersk havia revisado sua previsão de lucro para 2010 em novembro, declarando que os valores de frete e volumes dariam o suporte necessário para a empresa contabilizar o maior lucro de sua história, após ter acumulado perdas no exercício anterior em virtude da crise.
Anteriormente, Andersen havia declarado que, apesar das dívidas financeiras desacelerarem a recuperação econômica dos EUA e Europa, o trade global continuaria a se desenvolver, e a Maersk poderia adicionar capacidade em curto prazo. Se a indústria de contêineres crescer entre 6% e 8% neste ano, a Maersk será capaz de manter sua participação de mercado - em torno de 14,4%, segundo a Alphaliner - sem ter que encomendar mais embarcações para incrementar a capacidade.
"Não acho que perderemos participação alguma este ano", afirmou o executivo.
"Ganhamos bastante market share em 2009, quando os mercados estavam ruins. Devolvemos uma parte desta participação em 2010 porque simplesmente não tínhamos capacidade suficiente".
Guia Marítimo
Hamburg Süd alerta sobre problemas de infraestrutura
A necessidade de investimentos em infraestrutura permanece como um dos principais desafios para as companhias de navegação, de acordo com o vice-presidente sênior da Hamburg Sud da América do Norte, Juergen Pump. O executivo citou diferentes gargalos logísticos enfrentados pela companhia no Brasil, América Latina e Estados Unidos.
Ao receber uma premiação da New York and New Jersey Foreign Freight Forwarders and Brokers Association em Nova Iorque, Pump lembrou dos congestionamentos enfrentados no Porto de Santos (SP), aonde "navios precisam esperar por duas ou três horas para atracar nos berços", e que as mercadorias descarregadas necessitam de 10 dias para sair dos terminais. A situação seria ainda pior na Venezuela, aonde as cargas levam 20 dias para serem movimentadas.
Apesar dos problemas, o executivo afirmou que o Brasil é um mercado "vibrante", com expansão de 7,5% nos negócios de GNL - cerca de três vezes a taxa de crescimento da economia norte-americana - e estimou um incremento de 5% para este ano no trade. Pump também declarou que os esforços atuais para impulsionar as exportações norte-americanas ajudariam a companhia, que movimenta mais exportações dos EUA do que a maioria das empresas. "É uma questão de vida e morte para nós. Somos como gêmeos siameses, nós e as exportações", conclui.
Guia Marítimo
Intermarítima compra parte de terminal da Wilson, Sons na Bahia
A Intermarítima Terminais, operador logístico presente nos principais portos da Bahia, é o mais novo sócio do Tecon Salvador, terminal de contêineres controlado pela Wilson, Sons na capital baiana. A Intermarítima exerceu opção para comprar, por R$ 11,2 milhões, 7,5% das ações ordinárias do Tecon Salvador. As duas empresas analisam explorar de forma conjunta outras oportunidades de negócios na área portuária no Estado.
A parceria entre a Wilson, Sons e a Intermarítima no Tecon Salvador foi possível depois que o terminal foi autorizado, em setembro de 2010, a expandir-se para uma área contígua à qual está instalado no porto de Salvador. O aditivo ao contrato de concessão garantiu mais 44 mil m2 ao Tecon Salvador, aumento de cerca de 60% em relação ao terreno atual. No total, o terminal passa a ter 118 mil metros quadrados de área.
No projeto de expansão, serão investidos R$ 150 milhões em obras de reforço de cais, pavimentação de retroárea e compra de equipamentos, os quais foram comprados da chinesa ZPMC e deverão chegar ao terminal até o fim do ano. Outros R$ 25 milhões foram pagos pelo arrendamento da nova área à Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba), a autoridade portuária baiana.
Felipe Gutterres, diretor financeiro da Wilson Sons, disse que a venda de uma participação acionária no Tecon Salvador para a Intermarítima se justificou pois o grupo precisava de um parceiro com conhecimento do mercado baiano para ajudar a angariar carga para Salvador. "A Intermarítima tem experiência em granel, carga geral e contêiner", disse Gutterrez. Segundo ele, com a expansão o Tecon Salvador vai dobrar a capacidade de movimentação que sairá dos atuais 300 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés) por ano para cerca de 600 mil TEUs anuais.
As obras no Tecon Salvador estão em andamento e a expectativa é de que, a partir do primeiro trimestre de 2012, o terminal comece a operar dentro da nova capacidade. A Wilson, Sons está estruturando o financiamento para garantir os recursos para a expansão e, entre as fontes em estudo, estão o BNDES e agências internacionais de desenvolvimento como o IFC, braço do Banco do Mundial de apoio ao setor privado. Depois de a Wilson, Sons ganhar a concessão do Tecon Salvador, em 2000, o IFC comprou 10% de participação do terminal.
Em 2008, já em meio às discussões sobre a expansão, a companhia recomprou as ações do IFC no Tecon. Agora parte dessas ações foram repassadas à Intermarítima. Roberto Oliva, diretor-presidente da empresa, disse que a parceria com a Wilson, Sons é mais ampla do que a compra de uma participação acionária no Tecon Salvador. "A ideia é ver oportunidades de forma conjunta na área portuária no Estado", afirmou. Em 2000, a Intermarítima chegou a se habilitar para a licitação do terminal de contêineres de Salvador, mas não fez proposta. A concorrência foi ganha pela Wilson, Sons. Na Bahia, a Intermarítima opera nos portos de Salvador, Aratu e Ilhéus.
Portos e Navios
Tecondi recebe terceiro guindaste
O Tecondi (Terminal para Contêineres da Margem Direita) anunciou a chegada de um terceiro guindaste clase MHC - LHM 600 na último dia 26. Estima-se que o equipamento - avaliado em 4,5 milhões de euros - inicie operações em 10 dias.
O LHM 600 conta com uma lança de 58 metros que permite alcançar a 19º fileira de um navio super post-panamax, dispondo também de uma capacidade de içamento de aproximadamente 104 toneladas. Além de outros dois guindastes LHM 600, a instalação possui mais dois LHM 500, fabricados pela Liebher-Werk.
O novo equipamento chegou ao cais do Tecondi parcialmente montado para agilizar o início das operações, e foi trazido pela embarcação Beluga Mumbai. O terminal também receberá mais seis empilhadeiras reach stacker, adquiridas por 2 milhões de euros utilizando o Reporto (Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária), que permite a insenção de impostos para maquinário fabricado fora do Brasil.
"A aquisição deste e outros novos equipamentos em 2011 fazem parte de um planejamento que visa consolidar a participação do Tecondi no mercado portuário", afirmou o diretor comercial do terminal, Luiz Araújo. Com o advento dos equipamentos, a expectativa é que a instalação tenha um incremento em sua produtividade de aproximadamente 20%.
Guia Marítimo
EBR construirá megaestaleiro no sul do RS
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A obra da Estaleiros do Brasil SA (EBR), que consumirá dois anos e meio, ainda aguarda as licenças ambientais, esperadas para o segundo semestre. A nova área de construção de plataformas marítimas, dotada de dique seco, ocupará 1,5 milhão de metros quadrados e poderá processar 110 mil toneladas de aço ao ano.
O investimento, que poderá gerar até 6 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos, fará com que o polo naval supere os limites de Rio Grande. Implicará uma revolução industrial em São José do Norte, município de 25 mil habitantes, voltado à pesca, extração de madeira e agropecuária.
Nesta quinta, dia 27, a cidade conhece os detalhes do empreendimento em um evento aberto à comunidade no Clube Recreativo Sócrates. O presidente da EBR, o engenheiro chileno Alberto Padilla, estará no município – na oportunidade também são esperados representantes da Celulose Riograndense, com projeto para construção de um terminal na cidade.
– Mostraremos o que é o nosso empreendimento e o que precisamos de contrapartida, como mão de obra e infraestrutura. Vamos para o Sul atrás de bons contratos na área do pré-sal – explica Padilla.
Entre as preocupações da EBR figura a falta de trabalhadores qualificados. Através de convênios com institutos federais, escolas profissionalizantes e universidades, a empresa ajudará a financiar a formação dos seus futuros empregados, movimento que deve se iniciar nos próximos meses
– Se falta mão de obra em Rio Grande, que tem 200 mil habitantes e um estaleiro pronto, imagine aqui (São José do Norte). Certamente virão milhares de pessoas de fora do município – diz o prefeito Vicente Ferrari.
Portos e Navios
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