Comércio com China dispara a US$ 56,3 bi
SÃO PAULO - A participação no comércio exterior brasileiro é liderada pela China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os chineses foram em 2010 o principal parceiro comercial do País com uma corrente de comércio de US$ 56,379 bilhões, valor 52,73% superior ao registrado em 2009.
Ao superar com uma diferença de mais de US$ 10 bilhões os Estados Unidos, até então principal parceiro comercial, os Chineses tendem a ampliar as relações comerciais com o Brasil e manter a primeira colocação.
"A posição da China será mantida certamente, a expansão da corrente de comércio deverá ser menor, em torno de 25%. Somos os fornecedores de commodities mais importante frente ao mundo hoje, mas com a inflação chinesa, a tendência é que o volume de vendas cresça em um ritmo menor. Contudo, precisamos analisar a evolução dos preços também, pois houve variação de quantidade comprada e vendida, mas houve uma grande volatilidade nos preços dos produtos", frisou Jose Eduardo Amato Balian, diretor da BBConsult.
Corroborando com a afirmação de Balian, o educador financeiro do Centro de Estudos Calil & Calil, Mauro Calil, acrescentou que "a China está crescendo e demanda de recursos. Se tivermos um crescimento de 10% na China será um sucesso para o comércio com o Brasil, que é o principal fornecedor, o mais organizado e esta pegando esse público gigantesco para ele", pontua.
Os dados do Mdic apontam ainda que a venda de produtos básicos superou a casa dos US$ 25 bilhões, uma alta de 57,91% frente ao ano anterior, enquanto, os produtos industrializados (semimanufaturados e manufaturados) somaram US$ 5,016 bilhões em 2010, um acréscimo de 11,04% na mesma análise.
Os Estados Unidos, por sua vez, cresceram entre 2009 e o ano passado 30,06%, ao passar de US$ 35,633 bilhões para US$ 46,346 bilhões na corrente de comércio com o Brasil. Na lista de produtos exportados pelo País para os EUA, destaque para os bens industrializados que somam US$ 13,159 bilhões, uma alta de 15,32% frente a 2009, ao passo que os itens básicos somaram US$ 5.995 bilhões, valor 47,4% superior ao de 2009.
"As relações com os EUA devem crescer em torno de 15% em 2011, com o governo Dilma, pois a economia americana volta a crescer. Com a queda das torres gêmeas, a história abre um novo rumo, o império ruiu. Toda vez que tivemos uma queda, como a de Constantinopla, a de Roma, um novo império se formou e agora o império é Chinês. Desta forma, devemos ampliar nossas relações com os americanos, para ampliar o comércio de industrializados, porém o foco hoje é o chinês", argumenta Calil.
"O que acontece em ambos os casos é que o Brasil melhorou sua busca por parceiros internacionais. O Brasil está preparado para ser parceiro de qualquer um, quem vai determinar a velocidade é o outro lado", completa.
"A tendência para esse novo governo é de melhora, o presidente Lula tratou mal as relações comerciais com os EUA. Imaginamos que a Dilma terá outros olhos para a potência norte-americana. Voltaremos a exportar um pouco mais, em torno de 10%. O Brasil já está cutucando o Irã, já temos visitas entre membros dos dois governos agendadas, ou seja, tudo indica uma aproximação entre os países", pondera Balian.
Entre blocos, a União Europeia foi quem liderou as relações comerciais com o Brasil, se comparado à China, o bloco inteiro passou a frente com uma corrente de comércio de US$ 82,256 bilhões, valor 30,03% superior ao de 2009. Dentre os produtos vendidos aos países europeus, houve um empate técnico entre os básicos e os industrializados. Em 2010 foram vendidos US$ 21,342 bilhões de básicos, enquanto os industrializados atingiram a marca de US$ 21,525 bilhões no ano.
"Não só é uma tendência [de crescimento das relações], mas este ano teremos o acordo de livre-comércio, esse é um caminho muito forte. De igual importância frente a China", disse Balian.
"Pode ser que com o acordo de livre-comércio, a parceria deva expandir ainda mais, o bloco do mercado comum se deu conta que os EUA não estão suprindo as necessidades, eles estão buscando parcerias com os BRIC [Brasil, Rússia, Índia e China]", afirma Calil. A proximidade com os países da América do Sul possibilitaram, também, uma alta no comércio com o bloco. Os dados mostram crescimento de 36,55% na corrente de comércio e uma ampliação das vendas de industrializados de 34,12%.
"Questões de infraestrutura foram resolvidas, os preços subiram e elevou-se o consumo."
DCI
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