Exportações do agronegócio brasileiro em 2010 registram novo recorde
Total de vendas superou US$ 76,4 bilhões.
As exportações do agronegócio brasileiro foram recorde em 2010, com vendas que somaram US$ 76,4 bilhões. O valor é 18% maior do que o registrado em 2009 (US$ 64,7 bilhões) e supera em US$ 4,6 bilhões o recorde anterior, conquistado em 2008, de US$ 71,8 bilhões. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As importações aumentaram 35,2%, passando de US$ 9,9 bilhões, em 2009, para US$ 13,4 bilhões em 2010. Com isso, a balança comercial do agronegócio registrou superávit de R$ 63 bilhões no ano passado, US$ 8,1 bilhões a mais do que em 2009. O resultado supera o saldo geral da balança comercial do país em 2010, que foi de R$ 20 bilhões.
Zero Hora
Exportadores veem cenário positivo em 2011
Após o Brasil bater recordes de exportações e importações no ano passado, exportadores brasileiros traçam cenários positivos para o comércio exterior do País também em 2011. A tendência é de crescimento puxado pela demanda internacional por commodities, no caso das vendas externas.
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), por exemplo, prevê que os embarques de produtos brasileiros vão render US$ 226 bilhões este ano, ante US$ 202 bilhões em 2010. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por sua vez, estabeleceu a meta de US$ 228 bilhões.
Para o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, as importações devem também continuar a crescer, assim como o superávit comercial, que, pelas estimativas da entidade, deverá ficar em US$ 26 bilhões, contra US$ 20,3 bilhões no ano passado. Se isso efetivamente ocorrer, haverá uma mudança na tendência observada em 2010, quando as exportações avançaram menos do que as importações e o saldo diminuiu.
“Pode parecer surpresa”, disse Castro. “Mas a previsão é de que as cotações das commodities continuem subindo”, acrescentou. O Brasil é grande produtor e exportador de commodities agrícolas e minerais, altamente demandas hoje pelo mercado internacional.
Ao mesmo, tempo, de acordo com ele, medidas que estão sendo tomadas pelo governo, para conter o crédito e controlar a inflação, devem arrefecer o consumo interno, não a ponto de retrair o mercado, mas o suficiente para gerar mais excedentes exportáveis a preços competitivos.
Some-se a isso a disponibilidade de crédito para o financiamento de comércio exterior ao redor do mundo. “Há crédito suficiente”, disse José Farhat, da Pankommerz Representação Comercial. “Estou vendo este ano com muito otimismo”, acrescentou ele, com o conhecimento de quem tem experiência de décadas no ramo.
Commodities
Também em sua opinião, as commodities vão permanecer em alta e o complexo soja continuará a ser o carro chefe no setor agropecuário. “Sem dúvida é onde o Brasil está ganhando dinheiro”, declarou, acrescentando que “2011 será muito proveitoso” para a área de grãos como um todo.
De modo geral, porém, o minério de ferro deverá liderar as vendas brasileiras de commodities. Segundo Castro, as exportações do produto podem chegar a US$ 39 bilhões, ante US$ 29 bilhões no ano passado.
Além desses dois itens, outros produtos de destaque nas exportações, de acordo com Castro deverão ser o açúcar, café, petróleo – com o aumento da produção nacional -, e o ouro, que já está com uma cotação bastante alta.
Farhat, por sua vez, pretende explorar alguns nichos de mercado “que já deveriam ter sido alvo de maior atenção dos exportadores brasileiros”, principalmente no Oriente Médio. Ele citou como exemplo um derivado de soja bastante utilizado na fabricação de rações para animais na Arábia Saudita e o próprio café.
Apesar de o Brasil ser o maior exportador mundial de café, o mercado árabe tem pouco peso nas exportações nacionais. “Praticamente todos [os países do Oriente Médio] compram de intermediários na Europa e até nos Estados Unidos. Temos que furar [essa triangulação]”, afirmou Farhat.
Para Ulisses Brambini, da Bello Papaya, que produz e exporta mamão, o mercado externo promete em 2011. “O mercado externo está comprando bem. A maior dificuldade é a moeda, mas mesmo assim ele está superando o interno”, disse, referindo-se à baixa cotação do dólar frente ao real, que tira competitividade dos produtos brasileiros lá fora.
Ele exporta principalmente para a Europa, Estados Unidos e Canadá, mercados que, após um período de retração durante a crise financeira internacional, voltaram a comprar a fruta até em volumes maiores.
Câmbio
O real valorizado continua a ser a principal preocupação dos exportadores brasileiros. “O governo precisa afinar a política cambial”, opinou Marcos Goulart, da Alliance Commodities.
Ele sugeriu, por exemplo, maior taxação do capital especulativo que entra no País. Não o suficiente para tirar a atratividade do mercado financeiro nacional, mas com o objetivo de tirar um pouco de moeda estrangeira de circulação e elevar a cotação do dólar. Castro acrescentou que o real em alta inibe a exportação de produtos brasileiros manufaturados.
A Alliance era especializada em lácteos, mas diversificou seu portfólio de produtos, pois o preço do leite brasileiro está muito alto, por conta da demanda interna, e não consegue competir atualmente no mercado global.
Leonardo Bonaparte, da trading Azimut e representante comercial do laticínio Tangará, conta que não há por enquanto grandes expectativas de retomada das exportações de lácteos. “Não no primeiro semestre, pelo menos”, afirmou. Recentemente ele começou a trabalhar com outros itens para exportação, como margarinas e maioneses, e vê boas perspectivas de vendas para África, Oriente Médio e Caribe.
Na seara das compras internacionais, Castro acredita que, em 2011, continuarão a ter destaque bens de capital e matérias-primas em geral. Farhat, por sua vez, disse que vai investir na importação de fertilizantes do Oriente Médio, região que é grande produtora. O Brasil tem grande dependência da importação desses insumos agrícolas. Ele quer também atrair capital árabe para projetos agropecuários no Brasil.
Agencia Brasil -Arábe
Exportações da Região Norte foram as que mais cresceram em 2010
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulga, nesta quarta-feira (12/1), informações referentes à balança comercial dos estados e do Distrito Federal, e também de 2.361 municípios brasileiros que efetuaram operações com o mercado externo em 2010 (251 dias úteis). As Regiões Sudeste (US$ 13,497 bilhões), Centro-Oeste (US$ 5,494 bilhões) e Norte (US$ 2,372 bilhões) foram superavitárias, enquanto que as regiões Sul (US$ 2,066 bilhões) e Nordeste (US$ 1,619 bilhão) fecharam o ano com déficits na balança comercial.
No levantamento por regiões, as exportações da Região Norte foram as que mais cresceram em 2010, no comparativo com o mesmo período de 2009, com expansão de 49,44%. As vendas nortistas ao exterior passaram de US$ 10,111 bilhões, em 2009, para US$ 15,11 bilhões, ano passado. Os embarques da região corresponderam a 7,48% do total exportado pelo país em 2010 (US$ 201,915 bilhões).
Em valores absolutos, a Região Sudeste foi a que mais exportou, US$ 115,494 bilhões, com alta de 40,97% sobre as vendas de 2009 e com participação de 57,20% sobre o total vendido pelo país em 2010. Já as vendas externas da Região Nordeste tiveram aumento de 36,6%, fechando o ano em US$ 15,867 bilhões. Os embarques representaram 7,86% das exportações brasileiras.
Considerando o mesmo o período comparativo, o Sul registrou aumento de 12,94% nas exportações realizadas em 2010 (US$ 37,14 bilhões), com participação de 18,39%. A Região Centro-Oeste, por sua vez, teve crescimento de 10,64%, chegando a US$ 15,61 bilhões, o que representou 7,73% do total vendido no ano.
Quanto às importações, o Nordeste registrou a maior expansão em comparação a 2009 (61,98%), com compras no valor de US$ 17,487 bilhões. Em seguida, aparece a Região Norte, com aumento de 57,67% e aquisições no valor de US$ 12,738 bilhões.
A Região Sul teve alta de 48,63% nas importações e somou US$ 39,207 bilhões em compras. Já o Sudeste comprou US$ 101,996 bilhões, com aumento de 36,05% em relação a 2009. No Centro-Oeste (US$ 10,116 bilhões), o crescimento foi de 36,217%.
Estados
Em relação aos estados, São Paulo (US$ 52,293 bilhões) foi o que mais exportou em 2010, acompanhado por Minas Gerais (US$ 31,224 bilhões) e Rio de Janeiro (US$ 20,022 bilhões). Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul (US$ 15,382 bilhões) e Paraná (US$ 14,176 bilhões). Em relação ao 2009, a única alteração na ordem da lista foi o Rio de Janeiro, que estava em quarto lugar e passou para terceiro. No mesmo período comparativo, todos os estados brasileiros tiveram variação positiva na média diária, com exceção de Piauí (-22,86%) e Roraima (-8,27%).
Nas importações, São Paulo (US$ 67,772 bilhões) foi o estado que mais fez compras no estrangeiro em 2010, seguido de Rio de Janeiro (US$ 16,663 bilhões), Paraná (US$ 13,953 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 13,279 bilhões) e Santa Catarina (US$ 11,974 bilhões). Em 2009, Minas Gerais (US$ 9,964 bilhões) havia ocupado a quinta posição. O único estado que apresentou variação negativa para as importações no comparativo com 2009 foi Roraima (-25,65%).
Quanto ao saldo da balança comercial por estado, os maiores superávits foram registrados por Minas Gerais (US$ 21,259 bilhões), Pará (US$ 11,687 bilhões), Mato Grosso (US$ 7,462 bilhões), Espírito Santo (US$ 4,359) e Rio de Janeiro (US$ 3,358 bilhões). Os estados mais deficitários foram São Paulo (US$ 15,479 bilhões), Amazonas (US$ 9,936 bilhões), Santa Catarina (US$ 4,392 bilhões), Pernambuco (US$ 2,160 bilhões) e Distrito Federal (US$ 1,416 bilhão).
Municípios
Em 2010, os municípios que mais exportaram foram: Angra dos Reis (RJ) - US$ 9,728 bilhões; Parauapebas (PA) - US$ 7,894 bilhões; São Paulo (SP) - US$ 6,284; Itabira (MG) - US$ 6,02 bilhões; e São José dos Campos (SP) - US$ 5,221 bilhões.
Na lista dos municípios que mais importaram no ano, estão: São Paulo (SP) - US$ 14,142 bilhões; Manaus (AM) - US$ 11,003 bilhões; Rio de Janeiro (RJ) - US$ 7,147 bilhões, Itajaí (SC) - US$ 5,260 bilhões, e São Sebastião (SP) - US$ 4,845 bilhões.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
MDIC divulga dados do intercâmbio comercial de 2010 por países e blocos econômicos
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulga, nesta quarta-feira (12/1), os dados do intercâmbio comercial brasileiro de dezembro de 2010, com as informações acumuladas do ano, por países e blocos econômicos. Os relatórios trazem os números sobre as exportações, as importações e os saldos comerciais, além de apresentar listas dos principaís produtos exportados e importados. Há ainda tabelas com dados sobre as exportações subdivididas por fator agregado: produtos básicos e industrializados (semimanufaturados e manufaturados).
Acesse os números do intercâmbio comercial por países e blocos econômicos.
http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2477&refr=576
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Exportações recordes em 2010
Com a alta dos preços das commodities, as exportações do agronegócio atingiram o recorde de US$ 76,4 bilhões em 2010 e devem ser maiores em 2011, alcançando US$ 85 bilhões. A elevação de 18% do valor das vendas no ano passado (que inclui aumento de preços e quantidade), entretanto, foi insuficiente para manter a participação do setor na balança comercial brasileira.
A fatia da agricultura e da pecuária na comercialização caiu de 42,5% para 37,9% e a explicação para a queda dada pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, foi a de que itens como petróleo e mineração conseguiram uma recuperação maior dos impactos da crise financeira internacional. Nos últimos 10 anos, apenas em 2009, quando os reflexos da turbulência externa tiveram seu auge, as exportações de agronegócio apresentaram um decréscimo em relação ao ano anterior.
Canal do Transporte
Preço de importações sobe 1,1% em dezembro
O índice de preços das importações dos Estados Unidos subiu 1,1% em dezembro de 2010, na comparação com novembro, informou hoje o Departamento do Trabalho. O avanço segue-se à alta revisada de novembro, de 1,5%, que havia sido originalmente calculada em 1,3%. Economistas esperavam aumento de 1,2% em dezembro.
Em comparação com dezembro de 2009, os preços das importações tiveram alta de 4,8%. No terceiro trimestre do ano passado, os preços das importações subiram 3,7%, marcando a maior alta trimestral desde os três meses encerrados em agosto de 2009.
A recuperação dos preços do petróleo para as máximas em dois anos, acima de US$ 90 o barril, tem sido um importante fator por trás da recente tendência de aumento nos preços das importações. O petróleo importado teve alta de 3,9% em dezembro ante novembro e de 13,7% ante dezembro de 2009. Excluindo o petróleo, os preços das importações tiveram ganhos mais modestos, de 0,4% ante novembro e de 2,7% em relação a dezembro de 2009.
Os preços dos alimentos aumentaram 1,3% em dezembro ante novembro e 13,1% ante dezembro de 2009 - o maior avanço anual desde setembro de 2008. O custo dos suprimentos e dos materiais industriais cresceu 2,8%, incluindo um avanço de 14,4% nos preços do gás natural.
Regionalmente, os preços das importações da China e do Japão subiram 0,3%, enquanto o custo dos produtos do México aumentaram 0,6%. Os preços dos bens da União Europeia, por outro lado, caíram 0,1%.
Guia Marítimo
Cinco commodities garantem 43% da exportação do Brasil
O processo de concentração da pauta de exportações brasileira em poucos produtos primários avança rapidamente. Em 2010, as vendas de cinco commodities - minério de ferro, petróleo em bruto, soja (grão, farelo e óleo), açúcar (bruto e refinado) e complexo carnes - responderam por 43,4% do valor total exportado pelo Brasil, uma fatia bastante superior aos 27% de 2004. O maior destaque é o minério de ferro, cuja participação subiu de pouco menos de 5% para mais de 14%. Outra alta considerável foi a da fatia do petróleo em bruto, de 2,6% em 2004 para 8% em 2010, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O boom dos preços de commodities nos últimos anos, puxado pela demanda de países asiáticos, é fundamental para explicar esse movimento, assim como o desempenho mais fraco no pós-crise dos países que normalmente compram mais produtos manufaturados brasileiros, como os EUA, num quadro de câmbio valorizado. Para o economista-chefe do setor de integração e comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mauricio Mesquita Moreira, há um inequívoco "efeito China" nos números. Mesmo depois da crise, o país asiático continuou a crescer a taxas elevadas. "O perfil das exportações totais ficou mais parecido com a pauta para a China", afirma ele, citando especialmente o apetite chinês pelo minério de ferro e pela soja. Além disso, o aumento da importância do petróleo em bruto nas exportações totais se deve em parte à demanda chinesa. De janeiro a novembro (último dado disponível), o país asiático comprou US$ 3,9 bilhões do produto, alta de 214% sobre igual período de 2009. A fatia do complexo soja, formado pelas vendas de grão, farelo e óleo, equivaleu a 8,5% do total exportado pelo Brasil em 2010, depois de ter atingido 11,3% em 2009. No ano passado, o complexo soja foi superado pelo minério de ferro como o item mais exportado por causa da combinação de forte alta dos preços e, em menor medida, dos volumes. Com isso, o valor exportado do produto atingiu US$ 28,9 bilhões em 2010, 117,4% a mais que em igual período de 2009. A Vale aumentou o preço do minério em mais de 100% no ano passado. A pesquisadora Lia Valls Pereira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta o avanço da China como o principal destino das exportações do Brasil, o que se acentuou depois da crise, dado o diferencial de crescimento entre o país asiático e o resto do mundo. Em 2010, a China ficou com 15,3% das vendas externas brasileiras, bem acima dos 9,6% dos EUA e dos 9,2% da Argentina. As vendas de petróleo bruto também se beneficiaram do aumento dos preços em 2010. De janeiro a novembro do ano passado, os preços de exportação do setor de extração de petróleo subiram 50,5% em relação ao mesmo período de 2009, de acordo com números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). A tendência de concentração da pauta exportadora em poucas commodities preocupa os analistas. Moreira diz que é arriscado concentrar a pauta num número restrito de produtos cujos preços são historicamente voláteis. "É difícil manter o crescimento estável se as receitas de exportação têm muita volatilidade". Para ele, com a ascensão da China, o patamar da demanda por commodities de fato mudou, mas não há sinal de que a oscilação dos preços desses produtos tenha terminado. Depois do agravamento da crise global, em setembro de 2008, as cotações desses produtos despencaram, observa Moreira. Lia destaca que países com uma pauta de exportação mais diversificada, de maior valor agregado, são menos vulneráveis. Outro problema é que esses setores não são grandes empregadores de mão de obra, diz Moreira. Para um país com uma população grande como o Brasil, trata-se de um problema sério, ressalta ele, lembrando que a qualidade dos empregos nesses setores não costuma ser das mais altas. "São segmentos pouco intensivos em mão de obra, de baixo valor agregado", diz o professor Luciano Nakabashi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que também alerta para o risco de o país ficar extremamente dependente das receitas de produtos que podem ter oscilações expressivas de preços. Mesmo entre as commodities, o Brasil exporta a maior parte delas sem agregar valor. No caso do açúcar, cujas exportações totalizaram US$ 12,1 bilhões em 2010, apenas 29% foram do produto refinado. No complexo soja, dos US$ 17,1 bilhões destinados ao exterior, 64,5% foram em grão. Para Moreira, um passo importante seria agregar valor à exportação de produtos primários, como vender menos minério de ferro e mais aço, assim como mais petróleo refinado do que bruto. Além da demanda mais fraca no pós-crise em países como os EUA, o câmbio valorizado também contribuiu para o encolhimento dos manufaturados no total exportado pelo Brasil, diz Nakabashi. Produtos de maior intensidade tecnológica, como automóveis de passageiros e aviões, perderam espaço considerável na pauta de exportações nos últimos anos. Os automóveis responderam por 2,2% do valor exportado em 2010, abaixo dos 3,5% de 2004. Já a participação das vendas de aviões caiu de 3,4% em 2004 para 2% no ano passado. De janeiro a novembro de 2010, as compras de aviões pelos EUA ficaram em apenas US$ 336 milhões, valor 54% menor que os US$ 733 milhões de 2009. Para Nakabashi, o aumento da concentração da pauta de exportações em poucas commodities tende a continuar nos próximos anos. O país está investindo muito no setor de petróleo, o que deve levar a uma alta das vendas externas do produto. Moreira diz que isso vai depender do crescimento da China e de países desenvolvidos como os EUA. Se a expansão chinesa perder um pouco de força e houver uma recuperação da economia americana, o processo de aumento do grau de concentração pode parar ou até se reverter um pouco.
Porto de Santos
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