LEGISLAÇÃO

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 11/01/2011

Produção cresce, mas importação assusta
Apesar de recordes, montadoras alertam para fatia de 18,8% de importados no mercado nacional.

Embora comemore mais um ano de vendas e produção recordes, a indústria automobilística brasileira assiste cautelosa ao crescimento, até agora consistente, da participação dos veículos novos importados no mercado nacional.

Em 2010, automóveis fabricados principalmente na Argentina, Coreia do Sul e México representaram 18,8% do volume comercializado no país. Neste ano, devem alcançar participação de 22%, com mais de 800 mil unidades, conforme previsão da Anfavea, acima da fatia histórica registrada em 1995. Naquele ano, os importados representaram 21,4% do mercado, de 1,73 milhão de automóveis, na esteira da derrubada da alíquota de importação de carros, de 70% para 30%.

No ano passado, até novembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mais de 634 mil carros importados entraram no país, uma alta de 50,9% frente ao mesmo período de 2009. A Argentina manteve-se como principal origem, com 337,3 mil unidades, 53,2% do total importado, e alta de 38,2% ante o ano anterior. Em seguida, aparecem Coreia do Sul, com 137,8 mil carros, e México, com 66,5 mil unidades.
O avanço dos importados ajuda a explicar a expectativa de que a produção brasileira, prevista em 3,68 milhões de veículos em 2011, fique abaixo do volume total de vendas do mercado nacional, outra situação que não ocorre desde 1995. Mas a atividade do setor deve ser pressionada ainda pelo arrefecimento das exportações. Nas estimativas da Anfavea, as vendas externas das montadoras brasileiras devem cair 4,7% neste ano, para 730 mil unidades. Em 2010, somaram 765,7 mil, com expansão de 61,1% sobre as exportações de 2009, período em que a demanda externa foi mais severamente afetada pela crise financeira
A China, que começa a se consolidar como importante polo mundial de produção automobilística, ainda aparece no ranking da Secex com volume relativamente pequeno de importações para o Brasil - 20,114 mil unidades em 2010, ante 3,535 mil em 2009, o que gera variação significativa, de 469%. Mas o receio que o país asiático motiva na indústria brasileira não é proporcional. "O grande risco, no longo prazo, é que a China vire plataforma de produção e exportação das grandes montadoras, que já estão lá", afirmou o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini.

Segundo o executivo, que preside a Fiatno país, as importações, favorecidas sobretudo pelo nível de câmbio atual, já afetam a rentabilidade das montadoras que produzem no país. Esse efeito, em sua avaliação, deve ser ainda mais notável nos próximos anos com a chegada em maior escala de concorrentes chineses.
Atento ao movimento de sobe-e-desce das importações e exportações, o governo brasileiro está perto de concluir um estudo sobre a competitividade da indústria automobilística nacional, que deve orientar a produção de medidas que incentivo. Conforme Belini, a expectativa é a de que o estudo fique pronto em abril. "Por enquanto, não temos reunião agendada com o governo, mas isso deve ocorrer mais à frente", disse.
Apesar das previsões negativas, Belini elogiou as mais recentes medidas anunciadas pelo Banco Central para conter a valorização do real. "Esperamos que o dólar dê uma reagida ou deixe de cair. É uma medida saudável a todo o setor manufatureiro." Considerando-se toda a cadeia automobilística brasileira, que inclui o setor de autopeças, o déficit na balança comercial do setor somou US$ 5,7 bilhões entre janeiro e novembro do ano passado. Em todo o ano de 2009, havia sido de US$ 3,7 bilhões.
As vendas de veículos novos no Brasil, entre nacionais e importados, totalizaram 3,515 milhões de unidades no ano passado, com crescimento de 11,9% na comparação com 2009. Já a produção das montadoras brasileiras alcançou 3,638 milhões de veículos, alta de 14,3%. A expectativa da entidade é de novo recorde em 2011, com a comercialização de 3,63 milhões de veículos zero quilômetro.
Valor Economico



Europeus examinam possível eliminação da tarifa de importação do etanol brasileiro
O fim da tarifa de importação do etanol brasileiro por países europeus pode estar próximo. O tema está na na pauta da reunião entre o Mercosul e a União Europeia (UE), marcada para março em Bruxelas, na Bélgica, que se destina a discutir a viabilidade de um acordo de livre comércio.
O representante da UE no Brasil, o embaixador português João José Soares Pacheco, disse à Agência Brasil que até 2020 os combustíveis utilizados em automóveis no bloco europeu devem ter pelo menos 10% de fontes renováveis, como o etanol e o biodiesel.
O embaixador disse que, com esta a medida, o bloco cumpre uma das determinações para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Prestes a deixar o país para assumir a função de diretor-geral adjunto da Comissão Europeia, ele reconheceu que a UE precisará importar boa parte deles.
“Não conseguimos competir com o etanol produzido a partir de cana-de-açúcar no Brasil. Nem nós nem os norte-americanos, isso é muito claro. Portanto, vamos precisar de importar”, afirmou. No Brasil, onde a legislação para “combustíveis verdes” é mais avançada, a mistura obrigatória de etanol na gasolina é de 25%.
O embaixador disse ainda que qualquer país da África, onde o Brasil desenvolve programas de implementação e expansão do plantio de cana-de-açúcar, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já pode exportar para a UE sem pagar nenhuma tarifa. “O Brasil ainda tem que pagar, mas esse é um tema que está na pauta de negociação da União Europeia com o Mercosul”, afirmou.
Jornal do Comércio




Empresários poderão oferecer propostas para acordo comercial Mercosul-União Européia
Empresários terão a oportunidade de apresentar propostas para as negociações do futuro acordo comercial entre Mercosul e União Européia. A Circular n° 1 de 2011, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), publicada nesta sexta-feira (7/1), no Diário Oficial da União, abriu Consulta Pública, com o prazo de quarenta dias, a partir da data da publicação, para manifestações de associações ou entidades de classe.

Nas manifestações, os interessados poderão indicar ofertas sugerindo que um determinado produto seja inserido em uma cesta de produtos com prazo mais rápido para redução da tarifa de importação (desgravação tarifária). Portanto, somente poderão ser sugeridas propostas para a melhora da oferta do bloco econômico.

Na oferta consolidada do Mercosul, de setembro de 2004, há nove cestas, seguindo os seguintes critérios de desgravação tarifária:

- Cesta A: desgravação total imediata;

- Cesta B: desgravação total em 2 anos;

- Cesta C: desgravação total em 8 anos;

- Cesta D: desgravação total em 10 anos, com 1 ano de carência;

- Cesta E: desgravação total em 10 anos, com 2 anos de carência;

- Cesta F: desgravação total em 18 anos, com 8 anos de carência;

- Cesta PF 20%: preferência fixa de 20%;

- Cesta PF 50%: preferência fixa de 50%;

- Cesta Sensível: produto excluído da desgravação.

As propostas devem ser encaminhadas por meio de documento escrito, endereçado ao Departamento de Negociações Internacionais (Deint) da Secex, no endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco J, 8º andar, sala 814. Os interessados também devem enviar cópia digital para deint@mdic.gov.br e andre.ponzo@mdic.gov.br.

As manifestações de associações e entidades de classe devem conter informações sobre a entidade (nome, endereço, telefone, fax, pessoa para contato e endereço eletrônico) e a caracterização da resposta para melhora das ofertas.

Serviço:
Endereço do Deint: Esplanada dos Ministérios, Bloco J, 8º andar, sala 814.
Endereços de correio eletrônico: deint@mdic.gov.br e andre.ponzo@mdic.gov.br.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC




IMPORTAÇÕES SALTAM 62% NA ZONA FRANCA
Principal polo de eletroeletrônicos do País, a Zona Franca de Manaus importou o equivalente a US$ 10,2 bilhões, de janeiro a novembro de 2010, um salto de 62,17% (sem contar os efeitos da valorização do real) em relação aos US$ 6,4 bilhões do mesmo período do ano anterior. Em 2008, as importações somaram US$ 9,4 bilhões em onze meses, segundo edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com o veículo, o real valorizado encarece as exportações ao mesmo tempo em que torna as importações mais baratas. Com os custos da produção pressionados para cima pela carga tributária, logística, energia e mão de obra, entre outros fatores, as empresas aceleraram a importação de componentes na tentativa de manter a parcela de mercado.
O Estado de S.Paulo




ENTIDADES VÃO À JUSTIÇA CONTRA AS IMPORTAÇÕES
Entidades empresariais e de trabalhadores estão recorrendo a mecanismos de defesa comercial e até mesmo ao Judiciário para tentar barrar o avanço das importações, segundo informa a edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo. Cita o veículo que a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) vai pedir investigação da prática de triangulação das exportações chinesas por meio de outros países.
O Estado de S.Paulo




Primeira semana do ano registra exportações de US$ 2,781 bilhões
As exportações brasileiras na primeira semana de janeiro (1º a 9) de 2011, com cinco dias úteis, foram de US$ 2,781 bilhões, com média diária de US$ 556,2 milhões. No mesmo período, as importações somaram US$ 3,267 bilhões, com média diária de US$ 653,4 milhões.

Com estes dados, a semana registrou déficit de US$ 486 milhões, com média diária negativa de US$ 97,2 milhões. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 6,048 bilhões, com média diária de US$ 1,209 bilhão. Pela média, o valor é 6,2% maior que o de janeiro de 2010 (US$ 1,139 bilhão) e 23,7% menor que o de dezembro de 2010 (US$ 1,585 bilhão).

Exportações e importações
As vendas ao mercado externo na primeira semana do ano tiveram um resultado 1,6% inferior à média de US$ 565,3 milhões registrada em janeiro de 2010. Houve queda nas exportações de manufaturados (-15,5%), com decréscimos para óleos e combustíveis, açúcar refinado, automóveis, calçados, óxidos e hidróxidos de alumínio e aviões. Entre os semimanufaturados (-0,9%), a diminuição foi causada, principalmente, por madeira serrada, borracha sintética e artificial, catodos de níquel e de cobre e alumínio em bruto. Nas exportações de básicos, porém, houve aumento (18,3%), com destaques para minério de ferro, carne de frango, bovina e suína, farelo de soja, milho em grãos e minério de cobre.
Na comparação com dezembro de 2010 (média diária de US$ 909,5 milhões), o resultado das exportações caiu 38,8%, com recuo em todas as categorias de produtos: manufaturados (-37,9%), básicos (-42,4%) e semimanufaturados (-27%).
Nas importações, a média diária apresentou crescimento de 13,8% em relação ao mês de janeiro do ano passado (média de US$ 574,1 milhões). Houve aumento de gastos com adubos e fertilizantes (104,3%), aeronaves e peças (51,9%), máquinas e equipamentos (35,7%), borrachas e suas obras (27,6%), plásticos e obras (14,4%), e produtos químicos orgânicos e inorgânicos (13,8%).
Na comparação com dezembro último (média de US$ 676,1 milhões), as aquisições feitas no mercado externo tiveram queda de 3,4%, com diminuição entre os farmacêuticos (-21,8%), siderúrgicos (-19,9%), automóveis e suas partes (-18,1%), e combustíveis e lubrificantes (-16,4%).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC


 
Têxteis de SC querem aumentar negócios com a América do Sul
O setor têxtil catarinense começa 2011 com o desafio de aumentar as exportações para os países da América do Sul, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn. Com a crise, o segmento reduziu as exportações e direcionou as vendas ao mercado interno, que está aquecido, mas não absorveu toda a produção.

Hoje, o mercado internacional para o setor é dominado por países como China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão. A forte concorrência com os asiáticos faz com que os embarques sejam focados nos países vizinhos. A proximidade geográfica oferece vantagem competitiva às empresas.
De janeiro a novembro de 2010 as exportações do setor somaram US$ 194,8 milhões. Os principais compradores são Argentina, Estados Unidos, Uruguai, Paraguai, França, Espanha e Alemanha.

Em 2000, a participação catarinense nas exportações brasileiras de produtos da indústria têxtil e do vestuário era de 25% (US$ 301 milhões), mas, em 2009, esse número caiu para 9% (US$ 176 milhões). A participação brasileira de produtos têxteis no mercado mundial não chega a 1%.

Kuhn afirma que uma das preocupações é com o avanço das importações. Nos últimos dez anos, o estado aumentou a participação nas importações brasileiras do setor, que passaram de 9% em 2000 para 27% em 2009.

Para o presidente do Sintex, 2010 foi um ano positivo, influenciado pelo mercado interno. Ele ressalta que há espaço para crescer, mas é preciso vencer os desafios. A indústria tem que ficar mais competitiva para enfrentar o mundo globalizado. Temos que trabalhar mais nossas marcas, não dá para sermos apenas produtores, disse.

Segundo ele, o setor está confiante para 2011, mas a expectativa é mais moderada. "Teremos números menores, mas as perspectivas e a confiança no Brasil continuam grandes", disse.


Números
A indústria têxtil e do vestuário emprega 155 mil trabalhadores nos 8,3 mil estabelecimentos situados no estado. A atividade tem uma participação de 16% na indústria do estado levando em consideração o valor da transformação industrial. Santa Catarina é o segundo pólo têxtil e do vestuário do Brasil e o maior produtor de linhas para crochê e fitas elásticas da América Latina. O setor também se destaca na produção de artigos de cama, mesa e banho.
ASSESSORIA DE IMPRENSA DO SISTEMA FIESC



China vai ampliar importações no 1º semestre, diz jornal
PEQUIM - A China deve adotar uma série de medidas para ampliar as importações no primeiro semestre deste ano, disse uma fonte do sistema de comércio externo da China ao jornal 21st Century Business Herald. A iniciativa é parte dos esforços do governo de Pequim para reduzir o superávit comercial da China, que causa atritos com grandes parceiros, como os EUA.

As medidas devem incluir mais créditos com descontos para companhias que importam equipamentos de tecnologia e produtos de maior valor, redução de tarifas de importação e esforços para tornar as importações mais fáceis, acrescenta a fonte.
A China também deve cortar tarifas de importações para indústrias emergentes estratégicas e indústrias tradicionais, tais como máquinas, segundo autoridade do Ministério do Comércio citada pelo jornal.

A China deve publicar na segunda-feira seus dados sobre comércio externo.

O superávit comercial de dezembro deve recuar para US$ 21,7 bilhões, de US$ 22,9 bilhões em novembro, segundo a previsão média de 11 economistas ouvidos pela Dow Jones.

O superávit menor, se confirmado, não deve aliviar as tensões entre a China e os EUA sobre a taxa de câmbio do iuane.
O presidente chinês Hu Jintao vai fazer uma visita aos Estados Unidos entre os dias 18 e 21 deste mês, atendendo a convite do dirigente americano Barack Obama, disse na sexta-feira o porta-voz do ministério do Exterior da China, Hong Lei.

Na semana passada, durante passagem pelos EUA, o ministro do Exterior da China, Yang Jiechi, comentou que a ida de Hu Jintao ao território americano vai contribuir para o aprimoramento das relações entre os dois países.

No final da semana passada, dando o tom da conversa entre os dirigentes, o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Ben Bernanke afirmou que, permitir a apreciação do iuane ajudaria a China a lidar com as questões econômicas domésticas.

Durante uma audiência com o Comitê de Orçamento do Senado, Bernanke afirmou que países que mantém suas moedas desvalorizadas artificialmente em relação ao dólar acabam importando a política monetária dos EUA e que isso pode ter um efeito negativo sobre essas nações.

Recentemente, a China adotou medidas como o aumento da taxa do compulsório bancário e também da taxa básica de juro na tentativa de conter a inflação. Mas mostrou que não está disposta a promover uma rápida valorização de sua moeda.
DCI

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