APEX-BRASIL ORGANIZA PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS NA FEIRA INTERNACIONAL DE HAVANA
De 1º a 6/11, 27 empresas brasileiras de diversos setores da economia participarão da XXVIII Feira Internacional de Havana (FIHAV), em Cuba. No ano passado, a feira movimentou cerca de US$ 500 milhões em negócios. O evento, de caráter multissetorial, atrai representantes de mais de 30 países. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) é responsável pelo pavilhão brasileiro na FIHAV desde 2003.
Na edição 2010 do evento, estarão representadas empresas brasileiras que atuam nos segmentos de alimentos, higiene e limpeza, cosméticos, porcelanas, equipamentos e conectores elétricos, moda, indústria farmacêutica, bens de consumo e projetos para o setor turístico, além de comerciais exportadoras (tradings), dentre outros.
Na FIHAV 2010, além de promover encontros de negócios, a Apex-Brasil busca facilitar o acesso de novas empresas brasileiras ao mercado cubano, consolidar e aprimorar a imagem do Brasil como exportador de produtos e serviços para Cuba. O público que visita a FIHAV é composto por técnicos, especialistas, profissionais e dirigentes de empresas locais dos diversos setores da economia, além de empresas importadoras.
Estudo da Apex-Brasil sobre o mercado cubano
Para dar suporte às empresas brasileiras que participam da FIHAV 2010, a Apex-Brasil elaborou um estudo de inteligência comercial e competitiva sobre oportunidades de mercado em Cuba. O levantamento confirmou a forte dependência das importações, a necessidade de investimentos em infraestrutura e no setor hoteleiro, o incremento do turismo e as mudanças graduais adotadas pelo governo cubano para propiciar maior liberdade econômica e descentralização.
O estudo indicou possibilidades de negócios para empresas brasileiras nos seguintes setores da economia: carne bovina in natura; carne suína in natura; produtos de confeitaria sem cacau; leite e derivados; massas e preparações alimentícias; móveis; máquinas e aparelhos para uso agrícola; tratores; máquinas e aparelhos para trabalhar pedra e minério; geradores e transformadores elétricos; calçados; produtos farmacêuticos; e instrumentos de precisão.
Centro de Negócios da Apex-Brasil em Havana
A Apex-Brasil mantém, desde outubro de 2008, um Centro de Negócios (CN) em Havana. O objetivo do CN de Cuba é estreitar as relações de empresas brasileiras com empresas e órgãos do governo cubano, além da embaixada brasileira e das empresas brasileiras já presentes no mercado local.
Para atender ao exportador brasileiro, o escritório da Apex-Brasil em Cuba organiza listas de compradores e rodadas de negócios, presta serviços administrativos diversos e elabora estudos de mercado. A estrutura física, de 180 m², pode ser usada pelas empresas como showroom, espaço para armazenagem de material promocional e para reuniões de negócios.
Até hoje, mais de 160 empresas brasileiras já utilizaram os serviços do CN de Cuba, que também atende os mercados caribenho e centro-americano, tendo participado de ações no Panamá e na República Dominicana, por exemplo.
A Apex-Brasil também tem outros cinco CNs em todo o mundo, localizados em Dubai (Emirados Árabes Unidos), Miami (Estados Unidos), Pequim (China), Varsóvia (Polônia) e Moscou (Rússia). Além disso, mantém um escritório de relacionamento em Bruxelas (Bélgica), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Um novo CN, em Luanda (Angola), deve ser inaugurado nos próximos meses.
Intercâmbio Brasil-Cuba
De janeiro a setembro de 2010, o Brasil exportou US$ 265,2 milhões para Cuba, cifra 22,92% maior do que a registrada no mesmo período em 2009. O saldo comercial é superavitário para o Brasil em US$ 224,044 milhões. O mês de setembro de 2010 registrou recorde de vendas externas dos brasileiros para os cubanos desde janeiro de 2009: US$ 48,246 milhões.
Nos nove primeiros meses deste ano, os principais produtos exportados do Brasil para Cuba foram: bagaços e outros resíduos sólidos extraídos do óleo de soja (US$ 64,107 milhões), óleo de soja refinado em recipientes com capacidade superior a cinco litros (US$ 27,946 milhões), pedaços e miudezas comestíveis de frango congelados (US$ 21,726 milhões), enchidos de carne e seus preparos alimentícios derivados (US$ 21,051 milhões), café não torrado e não descafeinado em grãos (US$ 19,732 milhões), óleo de soja em estado bruto mesmo desgomado (US$ 11,834 milhões), milho em grão, exceto para semeadura (US$ 4,379 milhões), carnes de frango cortadas em pedaços e congeladas (US$ 4,3 milhões), bolachas e biscoitos com adição de edulcorantes (US$ 3,5 milhões) e preparações alimentícias e conservas de bovinos (US$ 3,46 milhões).
Apex-Brasil
Mais países usam taxa antidumping, diz OMC
A Organização Mundial do Comércio (OMC) mostra que 32 países aplicaram taxas antidumping no primeiro semestre para se proteger de importações a preços supostamente desleais, contra 28 no semestre anterior. Ao mesmo tempo, a Câmara de Comercio Internacional (CCI) vê risco crescente de o clima de "guerra de moedas" degenerar em forte protecionismo.
Os governos iniciaram 181 investigações antidumping entre 1º de julho de 2009 e 30 de junho deste ano, contra 217 no período anterior. Esse tipo de ação já causa dificuldades no comércio. Mas os dados da OMC não permitem saber se houve aumento no uso dessas medidas no início deste ano.
A Índia continua a liderar, com 34 investigações, contra 59 no período mais duro da crise econômica e financeira global. É seguida pela Argentina com 25 e pelo Brasil com 13, em ligeira baixa. Na fase seguinte, já existem 1.379 sobretaxas aplicadas globalmente, como resultado de investigações global
Foram abertas cinco investigações contra produtos supostamente baratos do Brasil, sendo três na Argentina, uma na Austrália e uma na Colômbia. Sem surpresa, o país mais alvejado continua sendo a China, sofrendo 62 investigações a mais. Isso ilustra a que ponto seus produtos baratos, ajudados por sua moeda desvalorizada, estão causando reação pelo mundo.
A CCI, refletindo o temor de empresários de todas as regiões, acha que os atritos sobre a guerra cambial, com países sendo acusados de manipular a taxa de câmbio para ganhar vantagem competitiva para suas exportações, "estão dificultando o reequilíbrio da economia mundial e alimentando o risco de degenerar em protecionismo".
Rajat Gupta, presidente da CCI, diz que "guerras cambiais podem rapidamente se tornar guerras comerciais e, como nos anos 30, isso pode levar a queda drástica na atividade econômica globalmente". É basicamente o que o diretor da OMC, Pascal Lamy, vem repetindo.
Após a queda de 12% no ano passado, o comércio mundial pode crescer 13,5% este ano. Mas os riscos de novas turbulências são fortes, e a expectativa está em algum tipo de cooperação na cúpula do G-20 em Seul, em novembro.
Valor Econômico
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