LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PORTOS E LOGISTICA - 22/11/2010

Carga Inteligente deve facilitar movimentações
Projeto prevê a redução de processos burocráticos no complexo.

O Comus (Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo) discutiu, em reunião recente, o Projeto Carga Inteligente, criado com o intuito de promover soluções tecnológicas a fim de facilitar as movimentações no Porto de Santos (foto). O sistema ainda está em processo de análise para futura viabilização.

O estudo - encomendado pela SEP (Secretaria de Portos) em parceria com a USTDA (United States Trade and Development Agency, Agência para o Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos) - foi apresentado pelo diretor da área de carga e segurança portuária da Unysis Corporation, Nishant Pillai, e teve diferentes fases de desenvolvimento, contando com a colaboração de diversas entidades e agentes do setor. "Tivemos reuniões com o Camex, Receita Federal, entre outros órgãos portuários e empresas privadas, para sabermos quais as necessidades da indústria", explicou o executivo.
Entre outras inovações, o plano prevê a utilização de tecnologias de baixo custo, como etiquetas (tags), GPS e até mesmo celulares e câmeras para monitoração das cargas. Além disso, os trâmites aduaneiros serão simplificados através da integração entre os diferentes sistemas de informação vigentes, visando reduzir os processos burocráticos para o embarque e desembarque das mercadorias.

De acordo com Pillai, o aumento na eficiência dos processos logísticos resultaria em um menor tempo de espera no transporte e em benefícios para o setor público e para as companhias de transporte marítimo. O projeto também prevê melhorias ao meio ambiente, pela expectativa de redução de emissões poluentes pelos caminhões, que atualmente ficaram parados por dias no cais do porto em virtude dos congestionamentos. "O projeto se chama Carga Inteligente, mas não abrange apenas tecnologia ou inteligência, é mais do que isso", disse o especialista.

Urgência
Na visão do presidente do Comus, José Cândido Sena, o Carga Inteligente vai de encontro a outras iniciativas elaboradas para agilizar as atividades portuárias em Santos, como o Porto 24 Horas - voltado para a racionalização do fluxo de contêineres - e o Porto Sem Papel, que atualmente encontra-se em fase de testes para otimizar o trânsito das embarcações no complexo santista.

"Acreditamos que esse projeto seja o Porto 24 Horas implementado em sua plenitude", afirmou o executivo, destacando também a necessidade de fomentar ações concretas para incrementar a performance portuária. "Os problemas de Santos são tão urgentes que não dá pra gente nesse momento ir ao interior sem uma proposta clara de redução e de racionalização dos procedimentos", acrescentou.
Guia Marítimo


Conselho de autoridade aprova proposta do zoneamento portuário de Paranaguá
O Conselho de Autoridade Portuária de Paranaguá (CAP) aprovou nesta quinta-feira (18), por unanimidade, a proposta de macrozoneamento da área do porto organizado de Paranaguá. O projeto trata das áreas para possíveis expansões do terminal paranaense nos próximos dez, 15 e 30 anos, previstas pelo Plano Diretor do município e de acordo com os cenários antecipados pelo Plano Estratégico dos Portos do Paraná.

A última discussão e autorização deste tipo aconteceu em 2002, quando foram delimitadas as áreas primárias, secundárias e terciárias ocupadas atualmente. A votação destas propostas é feita pelo colegiado que forma o CAP, que reúne quatro diferentes blocos de conselheiros, formados por membros representantes do poder público, operadores portuários, trabalhadores portuários e usuários dos serviços portuários.

A aprovação é o primeiro passo para o início dos estudos de ocupação estratégica e de delimitação de espaços destinados a cargas especificas no cais de atracação. Segundo o superintendente dos Portos Públicos do Paraná, Mario Lobo Filho, o objetivo é permitir que o terminal acompanhe o crescimento do setor portuário mundial e que as mudanças necessárias sejam feitas de forma planejada e organizada, sem prejudicar a comunidade local.

“O macrozoneamento é importante para garantir que o porto consiga responder às demandas do comércio marítimo internacional, que são mutantes, e também para não deixar que isto ocorra de maneira negativa para quem mora na cidade”, defendeu o superintendente. “A idéia é não permitir que o porto seja pressionado pela área urbana e vice-versa”, completou.

EXPANSÃO: As possibilidades de crescimento para os próximos 10 anos, ou seja, de 2010 até 2020, destacam um complexo portuário parnanguara formado pelo Terminal Dom Pedro II (Porto de Paranaguá) e pelo futuro Porto de Imbucuí/Imbuguaçu, também no município. “O novo terminal vai dar novo fôlego ao sistema atual, que chegará ao limite com o ritmo crescente das movimentações”, explicou a conselheira Maria do Socorro Oliveira, relatora da comissão que elaborou os estudos.

De acordo com ela, a região de Imbucuí já está prevista pelo Zoneamento Municipal de Paranaguá como zona de interesse de expansão portuária e, além de servir como alternativa para receber o aumento nas demandas, pode abrigar, também, um distrito industrial. O zoneamento urbano da cidade já prevê, até mesmo, as vias de acesso ao porto.

Para os próximos 20 anos, até 2030, a perspectiva é de ampliar este complexo com a criação de um terminal portuário na Ilha Rasa da Cotinga, que também é considerada como expansão natural.

Melhorias de curto prazo na infraestrutura do Terminal Dom Pedro II (Porto de Paranaguá) também foram apresentadas durante a reunião. De acordo com o superintendente da Appa, uma reunião na Secretaria Especial dos Portos, em Brasília, na tarde da última quarta-feira (17), discutiu estratégias imediatas e obras urgentes para o terminal paranaense, que devem ser incluídas entre os investimentos do Governo Federal no PAC 2.

“Nossa prioridade é o Corredor de Exportações, para aumentar a capacidade de embarque de granéis e responder ao aumento na demanda natural e reprimida da exportação de soja, farelos, açúcar e milho. Propusemos a construção de novos silos públicos neste sentido”, adiantou Lobo Filho.

“Debatemos, ainda, a necessidade de construir um quaro berço de atracação para navios de contêineres, já que o terceiro está projetado e deve começar no primeiro semestre de 2011, além de um novo berço com flexibilidade para atracação de navios de carros e de passageiros”, completou o superintendente.
Portos e Navios

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