Pequenas empresas inovam e querem exportar
Representantes da Domótica, de automação, e da Polla Rennon, de cosméticos, procuraram o estande da Câmara Árabe na Feira do Empreendedor para conhecer as oportunidades do Oriente Médio.
São Paulo – As pequenas empresas Domótica, de automação de ambientes, e Polla Rennon, de cosméticos, querem abrir as portas para o mercado externo e começar pelo mercado árabe. Representantes das companhias estiveram nesta quarta-feira (17) no estande da Câmara de Comércio Árabe Brasileira na Feira do Empreendedor, em São Paulo.
O diretor de produtos da Domótica, Francisco Rodriguez Sanches, que está com um estande na feira, que é organizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), afirmou que tem muito interesse em apresentar seu produto ao mercado árabe. Sanches, que é engenheiro eletrônico e sócio da empresa, desenvolveu um sistema sem fio de automação de ambientes que já é utilizado em condomínios residenciais, lojas, teatros, hospitais e empresas.
No estande da companhia, que mostra uma maquete de uma casa controlada pelo sistema MyWay, da Domótica, Sanches explica que é possível integrar iluminação, eletrodomésticos, áudio e vídeo num único botão. “É possível acessar o controle até 40 metros de distância”, afirmou o diretor. Segundo ele, se a pessoa precisar de uma distância maior, é possível acrescentar um repetidor para garantir o acesso.
Com oito funcionários, a Domótica, que tem escritório em São Paulo e Curitiba, no Paraná, possui uma montadora em Guarulhos, que é totalmente automatizada. Segundo Sanches, os controles, que incluem até um painel sensível ao toque, trazem uma proposta sofisticada, sem o inconveniente de ter que operar um grande número de teclas. “Além disso, é econômico”, acrescentou.
A empresária Yasmin Mourad, da Polla Rennon, está também com um estande na Feira do Empreendedor e quer começar a exportar para o mercado árabe. Yasmin, que é química e filha de libaneses, desenvolveu uma linha de produtos para o corpo, cabelo e face. “Todos os produtos têm alta tecnologia e um conceito natural, que é a tendência do mercado de hoje”, afirmou.
De acordo com ela, pensando no mercado árabe, as embalagens dos produtos Polla Rennon já estão sendo traduzidas para o árabe. “As mulheres árabes são muito vaidosas. Acho que a gente venderia bem nesse mercado”, disse Yasmin, que procurou apoio da Câmara Árabe.
Yasmin disse que seus produtos corporais são em gel, portanto refrescantes e de fácil absorção no calor dos países árabes. Além dos cremes, ela acredita que os produtos da linha capilar, sem formol para escova progressiva (alisamento), podem ser apreciados pelas mulheres árabes.
Ambas as empresas participam da Feira do Empreendedor para apresentar seus produtos e buscar distribuidores e revendedores. O evento, que reúne cerca de 120 expositores, traz diversas novidades para novos empreendedores. Máquinas de sorvete, algodão doce, costura, de estampas para tecidos, café, entre outras, atraem os visitantes
A empresa Andrade Máquinas, por exemplo, está expondo duas máquinas para fazer bordado em camisetas. De acordo com o consultor de vendas da empresa, Diego Meikaru, as máquinas expostas são para aqueles que querem começar um negócio agora. Uma máquina mais simples, com uma cabeça para a realização do bordado, custa em média R$ 17 mil.
De acordo com o analista do departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Pillon, a feira é indicada para quem quer ampliar seus conhecimentos sobre novos negócios e para quem quer mais informações para exportar. Além do estande da Câmara Árabe, que traz informações de mercado, há o estande do Sebrae, que auxilia os empresários a abrir um negócio e fornece dados sobre exportação.
http://www.domotica-net.com.br/ / http://www.pollarennon.com.br/
Agencia de Notícias Brasil/Arabe
Importações continuam crescendo acima das exportações, aponta Fiesp
São Paulo – O consumo interno de produtos importados continua crescendo em um ritmo acima das exportações brasileiras. Segundo cálculos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entre agosto e setembro deste ano, os importados atenderam a 22,7% do consumo interno, frente aos 20,7% calculados no segundo trimestre deste ano. Este é o maior valor registrado desde 2003, quando a entidade começou a calcular o coeficiente de importação trimestral, mas analistas da federação acreditam que desde a década de 1990 os importados não obtém uma participação tão expressiva.
As exportações brasileiras no período também aumentaram, atingindo um resultado (19,2%) próximo aos registrados nos dois últimos trimestres de 2008 (antes da última crise econômica mundial, no fim de 2008), em torno de 20%. Apesar disso, a diferença entre a participação dos produtos importados e as exportações se ampliou.
Desde o terceiro trimestre de 2009, quando o coeficiente de importações e o de exportações calculado pela Fiesp eram praticamente os mesmos (respectivamente 18,1% e 18,2%), o consumo de produtos estrangeiros aumentou 4,6 pontos percentuais. Já as exportações, após diminuírem nos últimos três meses de 2009 e praticamente estagnarem durante o primeiro semestre de 2010, fecharam o último período com uma alta de apenas 1 ponto percentual. Ou seja, entre julho de 2009 e o fim de setembro deste ano, a participação dos importados cresceu mais de quatro vezes acima das exportações brasileiras.
Segundo o diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, a tendência é de que o volume de importados continue aumentando enquanto a atual taxa de câmbio for mantida e o real permanecer valorizado frente ao dólar. Esta situação cambial, segundo o economista, também faz com que os empresários brasileiros prefiram importar bens e produtos do que fabricá-los aqui, causando um desequilíbrio nas contas internas e levando ao fechamento de postos de trabalho devido à falta de investimento na produção.
“Não podemos aceitar que o país assista passivamente ao declínio das nossas exportações de produtos manufaturados”, disse Giannetti, para quem o dólar a R$ 2 seria um bom valor de equilíbrio. Ele também destacou que, hoje, a lista de produtos exportados pelo Brasil se constitui basicamente de commodities, bens primários como minérios e grãos de baixo valor agregado.
No terceiro trimestre de 2010, os setores exportadores com melhor desempenho foram os de alimentos e bebidas e de automóveis, caminhões e ônibus. Já o aumento das importações, muito mais generalizado, foi motivado principalmente pelo setor de máquinas e equipamentos industriais e comerciais, mas também no de produtos químicos, refino de petróleo e automóveis, caminhões e ônibus.
Para demonstrar o fenômeno a que classifica como a “primarização da pauta exportadora”, o economista aponta para o fato de que, dos dez produtos brasileiros mais vendidos no exterior entre janeiro e setembro deste ano, apenas um (automóveis de passageiros) é manufaturado, ao passo que, no mesmo período de 2006, a mesma lista continha quatro manufaturados contra seis produtos primários. Além do mais, Giannetti também critica a concentração das exportações em poucos produtos primários, já que, atualmente, apenas 4 itens (minério de ferro; óleo bruto de petróleo; soja e açúcar de cana) respondem por um terço das vendas internacionais. Em 2006 era preciso somar todos os 10 itens mais vendidos para chegar a um terço das exportações brasileiras.
Para Giannetti, os resultados divulgados hoje (18), em São Paulo (SP), atestam o que a Fiesp vem alertando há tempos: está em curso um processo de desindustrialização e o governo, segundo ele, vem adotando medidas inócuas, com base no argumento de que a balança comercial é avitária, o que, de acordo com o economista, só tem sido possível graças à exportação das commodities, sobretudo para a China. Além disso, Giannetti também afirma que, com a queda das exportações, a produção industrial brasileira tem crescido graças ao aumento da renda nacional e do crédito, fatores que, segundo ele, não irá se sustentar.
“Podemos estar batendo às portas de uma recessão já em 2012″, diz o economista. “Temos que tomar uma vacina tríplice, mexendo no câmbio, devolvendo todos os créditos tributários nas mãos de exportadores e desonerando os investimentos em logística, além de melhorar a gestão da política de comércio exterior”, afirmou.
Agencia Brasil
Exportadores querem o fortalecimento da Camex
Os exportadores sugerem que o governo federal dê mais poder decisório à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para combater a perda de competitividade e a queda das exportações de produtos manufaturados brasileiros.
A sugestão, que já havia sido apresentada aos principais candidatos à Presidência da República durante as últimas eleições, voltou a ser discutida hoje (18), em São Paulo, por iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
A intenção agora é voltar a debater a proposta com a equipe de transição de governo, responsável por delinear as primeiras iniciativas da gestão da presidenta eleita, Dilma Rousseff.
Criada em 1995, a Camex é o órgão de governo responsável por formular, implementar e coordenar as políticas de comércio exterior, incluindo o turismo. É presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e integrada pelos ministérios da Casa Civil; das Relações Exteriores; da Fazenda; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e do Planejamento, Orçamento e Gestão. Conta ainda com um conselho do qual participam representantes de quase 40 órgãos, o que, segundo os empresários, a torna extremamente burocrática.
Para os representantes das entidades empresariais, a Camex não tem autoridade, nem conta com o necessário prestígio político para colocar políticas em prática e exigir de outras instâncias de governo o cumprimento de suas decisões. Muito menos para tentar resolver problemas de logística, burocracia alfandegária e financiamento às exportações. A solução, segundo eles, seria reformular sua estrutura.
De acordo com o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, embaixador Rubens Barbosa, a proposta dos empresários é que a Camex passe a ser subordinada diretamente à Presidência da República, contando inclusive com a figura de um presidente que seria alguém com acesso direto ao presidente.
“Dentro da burocracia, a Camex, hoje, está em um nível muito baixo, sem força política para tomar ou implementar suas decisões”, afirmou Barbosa. “Estamos propondo retirar competência do MDIC e sabemos que para uma ideia desta ser levada adiante será preciso vontade política do presidente da República”.
De acordo com Barbosa, o crescimento geral das exportações brasileiras, que, de acordo com ele, quadruplicaram desde 2003, tem escondido fragilidades da política comercial brasileira que só serão resolvidas com a criação de um órgão que coordene as ações de estímulo às exportações, com a consolidação da legislação sobre comércio exterior, a simplificação das regras cambiais e solução de gargalos de infraestrutura.
Agencia Estado
BB vai financiar máquinas para agricultores africanos
A partir do próximo ano, os agricultores da África poderão comprar máquinas, tratores e equipamentos do Brasil, com assistência técnica, financiados pelo Banco do Brasil. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quarta-feira (17) a concessão de empréstimos para o programa Mais Alimentos.
Para 2011, o programa prevê liberar US$ 240 milhões em novos financiamentos. Em 2012, o limite chegará a US$ 400 milhões. Segundo o secretário executivo da Camex, Hélder Chaves, Gana e Zimbábue serão os primeiros países beneficiados, mas os empréstimos poderão ser concedidos a produtores de todo o Continente Africano.
Na reunião de ontem, a Camex também autorizou o governo a reduzir o imposto de importação para países pobres, principalmente da África e da Ásia. A proposta atende a um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular as exportações dos países de baixo grau de desenvolvimento econômico e social.
Com a nova regra, o Brasil poderá zerar o Imposto de Importação de determinados produtos desses países. Mas, antes, a proposta será analisada pela Casa Civil, que decidirá se encaminha um projeto de lei ou uma medida provisória ao Congresso nesse sentido.
De acordo com Chaves, caso algum produto nacional saia prejudicado pelas importações mais baratas, o Brasil poderá estabelecer medidas de salvaguarda. "Se houver um movimento bruto de importações, a Camex tomará todas as providências", garantiu.
As salvaguardas são medidas temporárias de proteção comercial aplicadas a importações de produtos determinados, independentemente da procedência, e só podem vigorar durante o período necessário para reparar o dano aos produtores internos.
Agência Brasil
Importação atende 22,7% do consumo interno
A participação das importações no consumo interno do país chegou a 22,7% no terceiro trimestre de 2010, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O índice é recorde na série medida pela entidade. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a alta do coeficiente de importação foi de 4,6 pontos percentuais. Em relação ao mesmo período de 2008, houve aumento de 2,2 pontos.
O levantamento mostra que também houve crescimento do coeficiente de exportação, que mede a fatia da produção nacional que foi destinada ao exterior. Esse coeficiente chegou a 19,2% no terceiro trimestre deste ano, com aumento de um ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, chegando bem perto dos 19,8% registrados de julho a setembro de 2008. A recuperação do coeficiente de exportação em relação ao terceiro trimestre de 2009 é creditada ao crescimento das exportações, que tiveram aumento superior ao da produção industrial, que cresceu 7,9%.
Segundo o estudo, o avanço da fatia de importados no consumo deve-se à alta de 41,7% das importações contra um aumento de 12,9% no consumo aparente. A pesquisa destaca a penetração maior dos produtos estrangeiros no crescimento do consumo interno. Dentro do crescimento de 12,9% do consumo aparente, diz o estudo do Derex, a indústria nacional forneceu 41,6% enquanto os restantes 58,4% foram supridos por importados. Segundo o levantamento, o caminho natural seria que o aproveitamento da expansão de consumo por produtos estrangeiros fosse próximo ao coeficiente de importação de 22,7%.
Um aproveitamento maior dos importados no crescimento do consumo aparente indica que a forte entrada de produtos estrangeiros está inibindo a produção doméstica. Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Derex, diz que grande parte dessa penetração acontece por meio da elevação de conteúdo importado em produtos montados no Brasil. "Estamos com desagregação de cadeias produtivas e isso não será fácil de recuperar mais tarde", diz. "Os fabricantes dentro dessas cadeias tendem a ficar defasados tecnologicamente e perdem a ligação com os clientes."
As importações, diz o Derex, afetam praticamente todos os setores. Dos 33 segmentos pesquisados, apenas um, o de indústrias extrativas, teve queda de coeficiente de importação no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O setor de máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais está entre os que teve maior coeficiente de importação no terceiro trimestre de 2010, com 51,4%, o que significa alta de 11,6 pontos percentuais na comparação com julho a setembro do ano passado. No mesmo período, o setor de material eletrônico e aparelhos de comunicação também fechou com alta fatia de importados no consumo aparente, com taxa de 53,8%, um crescimento de 11,4 pontos percentuais. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos ficou com coeficiente de importação de 38,7%, o que significa crescimento de 11,4 pontos percentuais.
Uma análise do coeficiente de exportação por setor, porém, mostra que esse índice tem um comportamento menos homogêneo. Dos 33 setores levantados, 14 tiveram estagnação ou queda no coeficiente de exportação. Dos setores que tiveram aumento da fatia da produção destinada à exportação estão alimentos e bebidas, que segundo Giannetti, representam um quarto da pauta da exportação brasileira. Esse segmento teve coeficiente de 27,8% no terceiro trimestre de 2010, o que significa alta de 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2009.
Valor Econômico
Estrangeiros de olho na área de máquinas
As empresas de máquinas e implementos agrícolas do Brasil estão sendo cada vez mais cobiçadas por grupos estrangeiros. Com a agricultura nacional em expansão, o mercado aquecido e o dólar em queda, grupos nacionais com marcas reconhecidas, rede de distribuição formada e carteira de clientes estabelecida estão sendo procurados por empresas europeias e asiáticas para criação de parcerias para comercialização no Brasil.
Pelas propostas, as empresas estrangeiras ficam responsáveis pela fabricação das máquinas e implementos e os grupos nacionais pela venda e distribuição, por meio da importação dessas máquinas. A ideia é aproveitar o real valorizado e os custos de produção inferiores aos brasileiros para atender à demanda doméstica aquecida por máquinas.
"O custo no Brasil está tão alto que esse tipo de proposta não vem mais de empresas chinesas, acabamos de recusar uma proposta de uma empresa italiana", afirma Celso Casale, diretor-presidente da Casale Equipamentos e também da Câmara Setorial de Máquinas Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). "O problema é que com o passar do tempo, esse tipo de proposta começa a ficar cada vez mais tentadora", afirma.
De acordo com Casale, não é apenas a sua empresa que tem recebido esse tipo de proposta nos últimos meses. Sem citar nomes, ele diz que outros grupos nacionais de máquinas e equipamentos agrícolas também receberam propostas semelhantes. Isso eleva o risco de um desestímulo à produção no Brasil.
Alguns números de 2010 explicam em parte a exposição que as empresas nacionais passaram a ter. Em setembro, as importações de máquinas e implementos agrícolas atingiram um dos mais altos níveis mensais do setor, com compras de US$ 49,7 milhões. O valor supera em 32,5% o desempenho de agosto deste ano e em 128,3% o resultado de setembro de 2009. Eliminando o efeito da crise no ano passado, as importações ainda superam em 38% o resultado de setembro de 2008.
"Para concorrer com os produtos importados, estamos reduzindo as margens, que hoje no setor não chegam a 10%. Isso é pouco para uma indústria que depende de investimentos em inovação e desenvolvimento, o que custa muto", diz Casale.
Nas exportações, a situação se inverte. Os US$ 68,3 milhões obtidos em setembro representam uma queda de 15,1% sobre agosto, mas um crescimento de 37,5% ante setembro de 2009, quando a crise ainda mostrava seus efeitos. O resultado ainda está aquém do obtido em 2008, quando as vendas externas somaram US$ 93,6 milhões em setembro.
Apesar das dificuldades, a indústrias de máquinas e implementos agrícolas deve fechar 2010 com um crescimento de 30% sobre as vendas totais de 2009, mas ainda abaixo de 2008, ano de recorde para o setor no Brasil. No ano passado, o resultado - que inclui mercado interno e exportação - foi de R$ 5,98 bilhões, queda de 28,2% sobre as vendas do ano anterior.
Valor Econômico
Exportador quer status de ministério para a Camex
Os exportadores querem o fortalecimento da Câmara de Comércio Exterior (Camex) como órgão de coordenação de políticas de comércio exterior. Na prática, o pleito inicial é dar ao titular da Camex um status de ministro de Estado diretamente indicado pelo presidente da República. A proposta foi levada pelo Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aos assessores de Dilma Rousseff.
Rubens Barbosa, presidente do conselho, diz que hoje a Camex é praticamente um órgão de terceiro escalão. A ideia é fazer com que o órgão passe a ganhar força similar a de um ministério e que seu titular se reporte diretamente ao presidente da República. Essa, acredita ele, seria uma forma de fazer com que o órgão realmente tenha poderes para efetivar atribuições que formalmente ele já tem, como a coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens e serviços, incluindo o turismo.
Para Barbosa, a mudança, para ter mais efeitos, já deveria ser aplicada na nomeação do novo ministério, que deve tomar posse em janeiro. "É uma decisão política, e não somente em benefício da indústria, porque a exportação é uma forma de criação de empregos."
Não é a primeira vez que as indústrias fazem pleitos para tentar fortalecer órgãos ligados ao comércio exterior. Já houve pedidos de criação de novos órgãos ou mudanças no papel da Secretaria de Comércio Exterior. Barbosa acredita que o pleito atual é diferente. "Trata-se de uma mudança simples, porque não estamos pedindo a criação de um novo órgão", diz. Ele conta que o pedido enviado ao governo incluiu estudo do escritório de advocacia Pinheiro Neto, que levantou as mudanças necessárias na legislação e no regulamento para a alteração. O pedido, diz ele, conta com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Ricardo Markwald, diretor da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), considera possível a ideia de um titular da Camex que tenha igualdade de condições com ministros importantes, como o da Fazenda. "Num mundo internacionalizado, essa figura deveria crescer de importância dentro do governo, com possibilidade de ter capacidade de coordenação e visão integrada de comércio exterior."
José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB, acredita que é necessário criar uma política integrada de governo no comércio exterior, em substituição às atuais políticas isoladas de ministérios com atuação na importação e exportação. O fortalecimento da Camex, acredita ele, pode ser um embrião para a definição de uma política nesse modelo, com adoção de medidas estruturais, e não conjunturais e paliativas.
Valor Econômico
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