LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 08/11/2010

Ministra argentina diz que exportações para o Brasil bateram recorde nos primeiros dez meses
Buenos Aires - O ano de 2010 está consolidado como um dos melhores no comércio entre o Brasil e a Argentina – os dois maiores sócios comerciais no Mercosul. Nos primeiros dez meses deste ano, as exportações argentinas para o Brasil bateram um recorde histórico, registrando o total de US$ 11,772 milhões.

Até agora, o recorde das exportações do país vizinho para o Brasil era de US$ 300 milhões, em 2008. As informações foram divulgadas pela ministra argentina da Indústria, Débora Giorgi, ao comentar os resultados da balança comercial brasileira divulgados ontem (3), em Brasília, pela Secretaria do Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As informações da ministra Débora Giorgi estão em comunicado publicado na página da Presidência da Argentina na internet.

Segundo a ministra, os principais produtos argentinos importados pelo Brasil em outubro foram veículos e autopeças, máquinas e equipamentos industriais, eletroeletrônicos, mineral de ferro, produtos siderúrgicos e pneus. Débora Giorgi também informou que o resultado das exportações argentinas para o Brasil em outubro, apesar de histórico, registrou déficit de US$ 479 milhões para o país vizinho, quando se analisa a totalidade do comércio bilateral ao longo do ano.

Em Brasília, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, divulgou ontem, entre outros dados, que as exportações brasileiras somaram US$ 18,833 bilhões em outubro – um acréscimo de 37,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Pela primeira vez no ano, disse o secretário, as exportações brasileiras registraram melhor crescimento mensal que as importações, que aumentaram 35,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Agência Brasil


Brasil lidera abertura de processos de defesa comercial
GENEBRA - O Brasil lidera o número de investigações de defesa comercial adotados em 2010 e iniciou um de cada quatro processos antidumping no mundo neste ano. Os números foram apresentados ontem pela Organização Mundial do Comércio, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um relatório enviado ao G-20 sobre o protecionismo no mundo.

Apesar de se queixar das barreiras que seus produtos enfrentam no mundo, o governo brasileiro começou a investigar a prática de dumping em 24 produtos entre janeiro e setembro de 2010. Entre os países do G-20 - que reúne as 20 maiores economias do mundo -, apenas a Índia superou o Brasil.

Há duas semanas, a União Europeia preparou seu próprio relatório indicando as medidas protecionistas adotadas por diversos países. Bruxelas indicou o Brasil como um dos mais ativos. O governo brasileiro, porém, minimizou o relatório, chamando a UE de "cínica" diante da quantidade de medidas criadas por Bruxelas. O relatório da OMC foi produzido para mapear o protecionismo no mundo e servir de base para as discussões do G-20 na semana que vem em Seul, na Coreia do Sul.

Para a OMC, os países têm resistido ao protecionismo. As entidades alertam agora, no entanto, que a "guerra cambial" pode mudar esse cenário, já que a desvalorização de algumas moedas cria pressão por retaliações. A constatação das organizações é de que, desde outubro de 2008, quando a crise eclodiu, 381 medidas restritivas de comércio foram adotadas por países do G-20. O volume do comércio afetado foi de 1,8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AE - Agencia Estado




Importação recua 2,2% em outubro

Impulsionadas por aumento de preços e quantidade vendida de commodities, principalmente de minério de ferro – cujo preço subiu 156,4% em 12 meses -, as exportações cresceram mais que as importações em outubro. Foi a primeira vez que isso aconteceu em 2010. Com alta de 58,1% na venda de produtos básicos, na comparação com outubro de 2009, as exportações aumentaram 37,1% e as importações, 35,9%. Como resultado, o saldo comercial do mês ficou em US$ 1,854 bilhão.

De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, novembro e dezembro podem repetir o comportamento da balança comercial registrado em outubro, com aumento das exportações superior ao das compras no exterior. Na sua avaliação, a maior parte das importações já ficou pra trás. Em outubro, a receita com os embarques atingiu US$ 18,4 bilhões, valor 2,5% superior ao de setembro, enquanto as despesas com as aquisições feitas no exterior somaram US$ 16,5 bilhões, queda de 2,2% na mesma comparação.

Barral lembrou que setembro deste ano registrou recorde mensal de importações, de US$ 17,74 bilhões. Sazonalmente, a indústria compra menos lá fora no último trimestre, uma vez que as importações para as festas de fim de ano são feitas até setembro. Nas importações totais, a indústria é o maior comprador, respondendo por 84% do total, diz o ministério. Assim, o fator sazonal explica o ligeiro recuo das importações em outubro, ainda influenciadas pelo aumento na demanda por bens de capital.

No acumulado de janeiro a outubro, porém, as importações são recordes, com alta de 43,8% sobre período igual de 2009. Já o aumento das exportações, embora em ritmo menor (alta de 29,7% no mesmo intervalo), é motivo de comemoração, segundo Barral. Isso porque a variação está acima dos 19% de crescimento previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o ano de 2010. A consequência do maior aumento das importações em relação às exportações é o encolhimento do superávit comercial, que caiu para US$ 14,6 bilhões até outubro, valor 35% menor em comparação ao contabilizado entre janeiro e outubro de 2009.

Tanto em outubro quanto no acumulado do ano, a boa performance das exportações brasileiras é puxada pelos produtos básicos (38,1%), “em especial devido à demanda asiática”, cita Barral. Além do salto de 156,4% no preço e 202% na quantidade vendida de minério de ferro em 12 meses, o milho subiu 36,4% de preço e 178,9% em quantidade exportada, entre outros.

As vendas para a Ásia cresceram 75,8% em 12 meses e 34,9% no ano. Para a China, o aumento foi de 87,3% em 12 meses e 37,9% em 2010. Para o Mercosul, as exportações subiram 49,8% no ano, com elevação de 53% nas vendas apenas para a Argentina. Barral chama ainda a atenção para as relações comerciais Brasil e Estados Unidos. “O maior superávit deles é com o Brasil, pois estamos importando muito dos americanos”, disse ele.

Em outubro, especificamente, o fator preço foi um dos determinantes para a ampliação das receitas. As maiores valorizações foram de minério de ferro (202%), milho em grão (179%), veículo de carga (105%), açúcar em bruto (62%) e celulose (52%).

Ao abordar a competitividade das exportações brasileiras, Welber Barral enfatizou que a manipulação do câmbio por parte de algumas economias gera vantagens artificiais de preços. A situação se agrava, segundo ele, porque o Brasil enfrenta gargalos na infraestrutura e excesso de tributação sobre as exportações. No lado das importações, em outubro, as compras de bens de consumo aumentaram 40%, as de combustíveis subiram 38%, as de máquinas avançaram 37% e as de matérias primas, 33%.

No acumulado do ano, do total de despesa de US$ 148,7 bilhões, maior parte, US$ 102 bilhões, é destinada ao setor industrial. Os bens de consumo, no total de US$ 25,3 bilhões, tiveram alta de 49% entre janeiro e outubro frente a 2009. O destaque é para a compra de carros no exterior, que somou US$ 6,7 bilhões, 60% acima de igual período de 2009.

Ao comentar o avanço das importações, o secretário voltou a afirmar que o Brasil não passa por um fase de desindustrialização. Ele reconheceu, porém, que em algumas cadeias produtivas há substituição efetiva de insumos e matérias-primas nacionais por similares estrangeiros. Nesta semana deverá ser publicada uma resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) sobre regras de origem não preferenciais destinadas a aumentar a eficácia das medidas antidumping já adotadas.
Valor Econômico

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