LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PORTOS E LOGISTICA - 10/11/2010

Hamburg Süd traz ao país seu maior navio de contêiner
A família Santa Clara tem capacidade para transportar até 7,2 mil Teus e vai passar, no Brasil, por Itaguaí (RJ), Santos (SP), Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR)

O Brasil recebe hoje o porta-contêiner com maior capacidade de transporte de sua história que terá linha regular nos portos nacionais. A embarcação Santa Clara, do armador Hamburg Süd, chega hoje em Itaguaí (RJ) e amanhã em Santos (SP), conforme a previsão da companhia. O navio pode carregar 7.200 Teus (unidade de contêiner de 20 pés) e oferece 1.600 tomadas para os contêineres reefers, que precisam de energia porque armazenam cargas que necessitam de temperatura regulada, como carnes e frutas. O navio tem 300 metros de comprimento e 43 de largura, medidas que o classificam como sendo um pós-panamax (nomenclatura para designar que está acima dos padrões para navegar pelo canal do Panamá).

O Santa Clara integra a mais nova frota de navios da companhia alemã. Batizada de "Santa", a classe é composta por outras nove embarcações iguais que aportarão no Brasil ao longo de 2011. São os maiores navios da Hamburg Süd e foram encomendados ao estaleiro coreano Daewoo Shipbuilding há cerca de dois anos especialmente para serem empregados no tráfego da Costa Leste da América do Sul com a Ásia, o que mais cresce nas rotas com o Brasil. Além de Santos e Itaguaí, escalarão Rio Grande (RS), Paranaguá (PR) e Buenos Aires (Argentina).
"É um novo marco de navios que chegam à costa e representa um salto, seguindo os passos que demos com as séries Monte e Rio, de 5.500 e 5.900 Teus, respectivamente", diz o diretor superintendente da Hamburg Süd no Brasil, Julian Thomas, referindo-se às famílias anteriores de embarcações da companhia, também pós-panamax. O Brasil já recebeu navios capazes de transportar até 6.750 Teus, mas não estavam completamente cheios devido às limitações de profundidade nos portos.

As embarcações "Santa" têm calado considerado relativamente baixo para o espaço que ofertam: 13,50 metros. "Foram desenhados especialmente para os portos com limitações que temos na costa brasileira. Mas têm toda condição para operar no calado máximo, dependemos do término das dragagens", diz Thomas, que não revela o valor do investimento.
O executivo cita Santos, por exemplo, onde está sendo feita a obra de aprofundamento para 15 metros, mas que por enquanto só pode receber navios com até 13,30 metros de calado. Os 20 centímetros adicionais do Santa Clara devem ser completados com carregamento em outros portos até a conclusão do aprofundamento, diz Thomas.

De acordo com ele, a construção dos "Santa" não está diretamente ligada às obras deflagradas pelo governo federal por meio do Programa Nacional de Dragagem (PND), que prevê aprofundar 18 portos até 2012, apesar de a implementação do plano facilitar o emprego de navios maiores. "Nós investimos nesses navios vendo e prevendo o crescimento da demanda e esperamos e fazemos pressão, ao mesmo tempo, para que a infraestrutura se adeque ao crescimento do tamanho dos navios. Mas, em primeiro lugar, ao tamanho do mercado", sustenta Thomas.

O volume das importações marítimas da Ásia para o Brasil tem crescido a taxas entre 15% e 20% nos últimos anos, impulsionado pelo consumo doméstico e pelo câmbio, com o real valorizado.

No período de 12 meses terminado em agosto, os desembarques da Ásia para a Costa Leste da América do Sul cresceram 39,8%, passando de 791 mil Teus para 1.106.400 Teus. Na exportação, o ritmo foi menos acentuado. Saiu de 478 mil para 492 mil Teus, aumento de 2,9%.

Para 2011, a estimativa é que o crescimento seja mais fraco, pois 2010 foi marcado por uma forte recuperação pós-crise. As importações devem avançar 11% e as exportações, 2%.
Mas os fretes ainda não retomaram os níveis de dois anos atrás. "O ano de 2008 foi extraordinário em termos de frete, mas os custos hoje estão acima da média de 2008", afirma Thomas. Um exemplo é o combustível marítimo. Hoje a tonelada está em torno de US$ 470 contra US$ 165 no fim de 2008.

Os novos navios substituirão os de 5.500 Teus, que já fazem a rota com a Ásia. Quando todos estiverem na linha, as escalas nos portos nacionais serão semanais. O serviço é feito em conjunto com a Maersk Line, maior armador do mundo e que também está construindo uma nova família de porta-contêineres com dimensões semelhantes aos "Santa" e que serão empregados no mesmo tráfego.
Valor Econômico



Taxas de frete em queda
As taxas de frete para transporte marítimo de contêineres continuam a cair, de acordo com informações recentes da consultoria Drewry. Porém, os valores ainda são superiores aos do ano anterior.

Segundo a consultoria, os valores de frete para transportar um contêiner de 40 pés carregado de Hong Kong a Los Angeles caíram 5% para US$ 2.179 na 44ª semana de 2010, em comparação a US$ 2.293 na semana anterior e a alta obtida em agosto, superior a US$ 2,800. Ainda assim, os níveis mais recentes de taxa estão cerca de dois terços acima daqueles obtidos em novembro de 2009.

A recente diminuição observada no crescimento dos volumes e índices a partir do verão no Hemisfério Norte reflete padrões sazonais comuns, com as condições do trade desacelerando ao fim da alta temporada para o embarque de produtos natalinos da Ásia para a Europa e América do Norte.
Guia Marítimo



Documento levanta prioridades para transporte hidroviário
O Ministério dos Transportes lançou, no último mês de outubro, as Diretrizes da Política Nacional de Transporte Hidroviário. O documento traz uma série de sugestões para estimular a navegação de interior e será validado pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (Conit) até o final do ano. Entre os tópicos abordados estão melhoria dos serviços hidroviários; priorização de trechos de interesse para o país; garantia de acessos hidroviários aos portos do Norte; capacitação de mão-de-obra; desoneração de combustíveis e lubrificantes; e política de fomento à renovação da indústria naval.

O secretário de Política Nacional de Transporte do Ministério, Marcelo Perrupato, disse que essas são ações que vão equilibrar a participação do transporte aquaviário na matriz brasileira. Atualmente, o modal responde por 13% do que é transportado no país. A meta do governo é de que esse índice suba para 29% em 2025.
“Decidimos investir onde nós identificamos que serão os fluxos naturais de escoamento de produção”, defende o secretário. Segundo ele, nos próximos 15 anos, os tradicionais portos do Sul e Sudeste não serão capazes de atender à demanda de produção do país.

O vice-presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário (Fenavega), Meton Soares, considera o documento um avanço para o crescimento do setor. “Essas diretrizes são passos essenciais para que a navegação interior venha se desenvolver”, qualifica.
Soares lembra, ainda, que a publicação está alinhada com as necessidades já identificadas pelos empresários. “Alguns desses itens estão em harmonia com as reivindicações propostas por uma minuta de Medida Provisória, encaminhada pelo setor produtivo para a Presidência da República”, analisa. Segundo Soares, o documento foi encaminhado para análise do Ministério dos Transportes, que agora publica as diretrizes.

Prioridades
Uma das ações previstas para estimular a navegação de interior é a construção de 62 eclusas – construções que possibilitam que barcos ultrapassem a diferença de nível da água nas barragens das usinas hidrelétricas. Com isso, os rios utilizados para a geração de energia elétrica passam a ser, também, corredores hidroviários. Para tanto, o documento prevê um investimento de R$ 28,6 bilhões. “O que a gente está tentando fazer hoje é tentar enxergar a demanda do futuro para deixar a estrutura pronta”, explica Perrupato.

Ele afirma que, quando aprovado, o texto vai ser incorporado à Política Nacional de Logística de Transporte, que é uma das bases do Plano Plurianual (PPA) que, por sua vez, orienta a elaboração do Orçamento Geral da União (OGU). Perrupato defende que a análise desse plano seja feita em conjunto com o Plano Nacional de Energia. “Na hora em que você for fazer aquela sua barragem, eu quero um projeto de eclusa feito concomitantemente”, ilustra Perrupato.

Segundo ele, caso isso não aconteça, as eclusas terão de ser construídas posteriormente às usinas. “Do mesmo jeito que a gente fez Tucuruí, quando o general Figueiredo mandou parar o projeto [da usina] e obrigou a refazê-lo para abrigar a câmara da eclusa”, relembra.
 Portal Naval


Portos do País recebem recursos
Investimento A Secretaria dos Portos investe na dragagem e modernização dos portos brasileiros, entre eles o Porto do Mucuripe, para montar logística mais barata no escoamento da produção
Para dar vazão ao crescimento econômico brasileiro, o Governo Federal e a iniciativa privada (principalmente) têm investido na recuperação e modernização dos portos brasileiros. Pelo menos é o que afirmou o ministro da Secretaria dos Portos, Pedro Britto, ontem, durante lançamento do V Seminário SEP de Logística do Norte e Nordeste, no Marina Park Hotel.

Nos últimos oitos anos, a soma das exportações e importações brasileiras aumentou quase 500%, saltando de US$ 100 bilhões para US$ 460 bilhões. Nesta ano, a previsão da Agência Nacional de Transportes (Antaq) é que os portos e terminais brasileiros deverão movimentar 760 milhões de toneladas de cargas. O volume é 3,8% maior que o do ano passado.

Portanto, a ideia é tornar aptos os portos estratégicos de cada região para atender ao escoamento da produção de todo o País e integrá-los através de conexão logística eficiente. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph), José Roberto Serra, é essa inclusive a função maior dos portos do Norte e Nordeste: a cabotagem, que é o transporte entre portos do mesmo país.

Modernização

A “missão” da Secretaria dos Portos tem sido os processos de dragagem e modernização desses portos. No Ceará, o Porto do Mucuripe está recebendo investimentos totais da ordem de R$ 220,5 milhões para dragagem e construção do terminal de passageiros e do de contêineres.

O ministro chama a atenção para a deficiência dos acessos ao porto: ferrovias e estradas precisam ser recuperadas. “Há várias construções residenciais nas margens da ferrovia Transnordestina. Esse tipo de estrutura está aquém das necessidades de um porto moderno”, avalia.

Apesar disso, Pedro Britto elogia a construção da Ponte Sabiaguaba para escoamento pela BR. Segundo o presidente da Companhia Docas do Ceara (CDC), Paulo Holanda, a estrada que liga a ponte às BR está em obras. “Mas logo estarão prontas para acompanhar os crescimentos da movimentação no Porto do Mucuripe”, diz. Neste ano, as exportações devem ser 25% maiores que as do ano passado, superando quatro milhões de toneladas de cargas entre importações e exportações.
E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

Com a construção do terminal, a expectativa é dobrar o número de passageiros no Porto do Mucuripe. Na temporada passada, quase 100 mil pessoas chegaram à Fortaleza pelo porto.

NÚMEROS
3,8%
É O AUMENTO esperado para este ano no volume de cargas nos portos e terminais do País

SAIBA MAIS
Obras e valores
Para a dragagem do Porto, a obra de R$ 54, 6 milhões vai aumentar a profundidade do canal de 10m para 14m, além de alargar o canal de 100m para 160m. A operação vai duplicar a capacidade do Porto e deve ficar pronta até o final de janeiro de 2011. Já no Terminal de Contêineres, que possui R$ 60 milhões garantidos pelo Pac 2, está sendo construído um armazém de carga geral, implantado novo sistema de combate a incêndio e comprado armazém estruturado removível, além de outras mudanças. A obra completa deve ficar pronta no segundo semestre de 2011. O Terminal de Passageiros tem licitação marcada para março e os recursos já estão garantidos pelo Pac 2, na ordem de R$ 105,9 milhões. O cais de atracagem terá cumprimento de 350m e toda uma estrutura receptiva de turistas, com Polícia Federal na alfândega, restaurantes e aluguel de ônibus e carros. O terminal terá 50 m². Durante a época de alta temporada, o terminal poderá receber até dois navios por dia. Fora temporada poderá ser usado para carga. A instalação ficará pronta em junho de 2013. Segundo o ministro dos Portos, Pedro Britto, o terminal também poderá ser utilizado como alternativa hoteleira. “Ancorados no porto, os transatlânticos, que podem ter até 3 mil quartos, poderão hospedar interessados”, afirma.
Portos e Navios

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