Para fugir da crise, pequenas e médias empresas alemãs procuram o Brasil
O Brasil que ingressa em 2011 vive um momento mágico: pequenas e médias empresas estrangeiras estão dispostas a investir em máquinas e contratar pessoal.
Mas se as condições macroeconômicas postas neste fim de 2010 não mudarem, esse otimismo terá data para acabar - dezembro de 2011. "O Brasil vive um período incrível, atraindo a atenção de empresários alemães para cá. Mas se o câmbio continuar excessivamente valorizado e os juros neste patamar elevado, tudo isso pode desmontar até o fim do ano que vem", diz Weber Porto, presidente da Câmara Brasil-Alemanha e da Evonik, fabricante de produtos químicos alemã instalada no Brasil. Para empresários alemães de grandes companhias, o país vive hoje a fase de interesse e consequente instalação de pequenas e médias empresas, mas, ao mesmo tempo, está na iminência de uma "desindustrialização precoce".
Entre setembro e o início deste mês, a Câmara Brasil-Alemanha promoveu uma pesquisa com mais de mil empresas alemãs com operações no país. O equivalente a 91,6% das empresas caracterizaram o atual estágio da economia brasileira - que avança para um crescimento superior a 7,5% pela primeira vez em 24 anos - como "favorável" ou "extremamente favorável". Mais que isso: 95% deles avaliam que o ambiente de negócios continuará nesse ritmo otimista pelos próximos seis meses.
Além disso, o equivalente a 70,6% das companhias afirmaram que aumentarão os investimentos no ano que vem, sendo que mais da metade, 54,8%, referem-se a investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões. "Falamos de empresas pequenas e médias, que vêm chegando com força no país, um movimento que deve continuar em 2011", diz Julio Muñoz-Kampff, presidente da Henkel, dona das marcas Pritt e Loctite.
Segundo dados da Câmara, o número de solicitações de informações sobre o mercado brasileiro, efetuadas por empresários alemães, oscilava em torno de 6 a 7 mil por ano, tendo os pouco mais de 7 mil de 2008 como recorde. "Até a semana passada, no entanto, já tivemos mais de dez mil solicitações, número que deve atingir quase 12 mil até o fim do ano", diz Porto, "e a maior parte vêm de pequenos empresários, que estão muito entusiasmados com o momento da economia brasileira".
O otimismo do empresariado alemão, no entanto, pode "desabar", segundo Ingo Plöger, diretor das relações bilaterais da Câmara e ex-integrante do Ministério do Desenvolvimento, diante do alto custo da mão de obra e da questão do câmbio, que Plöger caracterizou como "dramática". Enquanto a mão de obra representou, no ano, a maior dificuldade para as indústrias, o câmbio "atinge a todos".
Segundo a pesquisa, apresentada ontem durante evento na sede da Câmara em São Paulo, as companhias alemãs consideram prioritário, para o novo governo, a redução dos juros e o combate à valorização cambial, como forma de tornar a exportação de bens industriais mais competitiva.
O déficit comercial do Brasil com a Alemanha, que foi de US$ 1,1 bilhão entre 2003 e 2006, deve fechar este ano em US$ 4,2 bilhões. "Nem bem o país se industrializou e já estamos, precocemente, destruindo isso", diz Plöger. Na pesquisa, 56,4% dos empresários defenderam uma desvalorização de 15% a 20% do real.
Valor Econômico
Brasil e Argentina discutem problema das aduanas
A segunda reunião do Foro de Integração da fronteira Paso de los Libres-Uruguaiana se realizará nesta quinta-feira na sede do Centro de Despachantes de Aduana em Paso de los Libres, na cidade vizinha pela manhã.
O Foro de Integração foi formado em encontro realizado no dia 19 de novembro na sede do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul (SDAERGS), com representantes do mesmo, juntamente à Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), EADI Sul, Centro de Despachantes de Aduana de Paso de los Libres e Associação de Transportadores Librenhos. O objetivo do grupo é elaborar um plano de ações concretas para eliminar tempos de espera na operação de ambas as aduanas, a fim de agilizar o fluxo de caminhões na fronteira.
Na ocasião, os membros decidiram que seria necessário elaborar uma minuta descritiva com as deficiências e potencialidades das aduanas argentina e brasileira. As autoridades brasileiras irão analisar a aduana argentina e a argentina a aduana brasileira. De acordo com o Centro de Despachantes de Paso de los Libres, esta é a primeira reunião binacional realizada pela iniciativa privada para intervir nas operações de aduana de ambos os países. O consenso é recuperar a agilidade e eficiência que o comércio exterior requer.
Sindaergs
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