LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 27/10/2011

Sem espaço, Hong Kong inova e verticaliza suas operações


Em um porto sem espaço para se expandir, cercado por áreas urbanas, o crescimento da movimentação de cargas passa por operações cada vez mais eficientes e bastante criatividade logística. Essas são as principais estratégias de desenvolvimento adotadas por Hong Kong, o terceiro porto do planeta e o segundo da China em movimentação de contêineres (atrás apenas de Xangai).

Entre as inovações adotadas pelo complexo, para driblar a carência de terrenos, está área lização da estufagem e da desova de contêineres (respectivamente, a colocação e a retirada de cargas do interior dos contenedores) em prédios-armazéns de mais de 10 andares, e não em pátios, como ocorre nos principais complexos portuários do mundo, inclusive no de Santos.

Os terminais do porto asiático foram visitados por empresários e autoridades do Porto de Santos e da Baixada Santista na última semana, encerrando a série de visitas técnicas aos complexos marítimos da China. A viagem concluiu a programação da 9 a edição do Santos Export ¬ Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos, que aconteceu no último mês de agosto, em Santos.
Desde 2005, junto como seminário, são organizadas visitas técnicas a importantes portos do planeta. Pela primeira vez, um país da Ásia foi escolhido como destino. O fórum e a viagem são uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação e uma realização da Una Marketing de Eventos.
Localizado no Sul do país, a 1.967 quilômetros de Pequim, a capital, Hong Kong fica às margens do Mar da China Meridional. Colônia britânica até 1997, quando foi devolvida à China, a cidade é formada por centenas de ilhas, entre elas, a de Hong Kong, e áreas peninsulares.
O complexo marítimo movimenta principalmente contêineres e uma minoria de cargas a granel. No ano passado, ele registrou um crescimento de 12,64% em suas operações, atingindo a marca de 23,7 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), quase nove vezes o total obtido por Santos em 2010, 2,72 milhões de TEUs. Neste ano, devido à recessão que afeta o comércio internacional, a expectativa é chegar a 24 milhões de TEUs, um aumento de pouco mais de 1%.
Quase três quartos dessa super movimentação de contêineres passam pelos apertados terminais portuários localizados na ilha de Hong Kong, na área de Kwai Tsing.
Lutando por espaço contra a crescente zona urbana e seus arranha céus, essas instalações e seus 24 berços de atracação ¬ com profundidades que variam de 14,5 a16 metros e que se estendem por 8,5 quilômetros de cais ¬ ocupam apenas 2,7 quilômetros quadrados. É pouco mais de um terço da área do Porto de Santos, que conta com 7,7quilômetros quadrados. Para otimizar a utilização do exíguo espaço, os terminais de Hong Kong não tiveram outra alternativa a não ser investir em criatividade logística.

Maior exemplo dessa estratégia pode ser conferido no centro logístico da ATL, que ocupa parte do pátio de um dos dois terminais administrados pela Dubai Ports World (DPW) no complexo. Formada por dois blocos, um com sete e outro com 13 andares, a unidade acaba verticalizando atividades tradicionalmente realizadas horizontalmente (em grandes pátios) nos demais portos. SERVIÇOS No centro logístico, as operações começam no térreo, utilizado como um grande pátio de contêineres, com uma capacidade estática de 4.300 TEUs.

Os contenedores são colocados em pilhas de até quatro unidades de altura. As principais atividades logísticas acontecem nos andares seguintes (cada piso tem cerca de 45 mil metros quadrados).São neles onde os contêineres são estufados ou desovados e suas cargas, armazenadas. Fabricantes de computadores e eletroeletrônicos como Sony e Apple ou operadoras logísticas como a UPS alugam áreas ou até andares inteiros (caso da Sony) para suas mercadorias.

O acesso dos veículos aos pisos é feito por rampas em espiral, construídas entre os dois blocos. É por elas que passam tanto as grandes carretas carregadas com contêineres como os pequenos caminhões-baú, utilizados na distribuição das cargas soltas. Nos últimos andares de cada bloco estão os estacionamentos para os veículos de carga e os escritórios, tanto da ATL como de clientes que alugam espaços no prédio. Diariamente, cerca de 9mil veículos passam pelos dois blocos do centro logístico, um movimento viário semelhante ao de todo o Porto de Santos, por onde circulam 10 mil caminhões por dia.

"Espaço é um limitador natural no Porto de Hong Kong. Então, se vamos expandir, e temos sempre de expandir, não pode ser para os lados. A saída foi crescer para cima. Assim surgiu o centro logístico", explicou o chefe do escritório comercial do centro logístico da ATL, Steven Chung, que recepcionou a comitiva de empresários e autoridades do Porto de Santos na semana passada.

A aposta na instalação e em serviços logísticos integra a estratégia de crescimento em Hong Kong da ATL e de sua controladora, a Dubai Ports World. Para o vice-presidente sênior da DPW para a Ásia, Peter Wong, o futuro de Hong Kong "é se tornar um grande centro de distribuição", atendendo o Sudeste Asiático. Atualmente, cerca de 80% das operações do complexo são de exportação, em sua maioria produtos fabricados no interior da China e que tem como destino os mercados consumidores norte-americano e europeu.
A Tribuna





Movimentação em Suape cresce 29%

Entre julho e setembro deste ano, a movimentação de cargas no Porto de Suape cresceu 29% em relação ao mesmo período de 2010; foram mais de três milhões de toneladas. Se considerada a movimentação de contêineres, o crescimento foi de 37%, com operação de mais de 117 mil TEUs (unidade padrão do contêiner de 20 pés).

O vice-presidente do Complexo de Suape, Frederico Amancio, ressaltou que o terminal apresenta um ritmo de crescimento mais acelerado que Pernambuco e disse que cargas que, antes, entravam no Brasil por Santos, hoje entram por Suape, que se transformou “em porta de entrada do País”. O crescimento deve-se, ainda, às novas linhas de longo curso, provenientes da Ásia, que entraram em operação em agosto, e à circulação de mercadorias que têm como destino a Zona Franca de Manaus.

No acumulado do ano, registrou-se, também, incremento significativo na movimentação do terminal. O conjunto de cargas excedeu 7,9 milhões de toneladas, alcançando um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. Nesse período, a movimentação de contêineres cresceu 36%. Em 2013, a expectativa é que Suape movimente mais 30 milhões de toneladas.
Folha de Pernambuco






Porto corre risco de ser devolvido, alerta ex-procurador


"A terceirização da mão de obra é o que mais gera ações trabalhistas", afirmou ontem, terça-feira (25) o ex-procurador jurídico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Alaor Ribeiro dos Reis, durante depoimento aos deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades nos portos paranaenses. Na opinião dele, o volume atual de ações trabalhistas faz com que o "Porto (de Paranaguá) corra o risco de ser devolvido à União".

Reis explicou que o empregado terceirizado acaba ingressando com reclamatórias trabalhistas solicitando os mesmos direitos garantidos aos portuários ou questionando a relação jurídica de trabalho com a empresa contratante: "Neste momento, o Porto acaba sendo considerado responsável solidário", frisou. Para ele, é preciso rever o atual modelo de gestão do setor, que é complexo e tem exigências bastante especificas.
O ex-procurador revelou preocupação com as informações apresentadas pelo atual chefe do setor jurídico, Maurício Ferrante, ouvido na semana passada, de que a APPA hoje responde na Justiça por três mil ações que, juntas, somam um passivo trabalhista de cerca de R$ 700 milhões.

Alaor Ribeiro dos Reis, que permaneceu no cargo entre janeiro de 2003 e outubro de 2004, informou que quando assumiu, a APPA respondia a cerca de mil ações, mas não soube precisar o volume total de recursos envolvidos nas reclamatórias. Disse que procurou estruturar o departamento jurídico, mas enfrentou dificuldades. E contou ainda que a contratação de um escritório jurídico para auxiliar o departamento foi vetada pelo Tribunal de Contas do Estado, na época. "Acabei assumindo a responsabilidade por ações que envolviam contratos maiores e também a dragagem do porto, e não acompanhei detalhadamente as ações trabalhistas", informou. A APPA optou por contratar um advogado especializado para tratar do setor que – por sugestão de Reis – deverá também ser ouvido proximamente pelos deputados da CPI.

O ex-procurador, a exemplo de Ferrante, relatou que praticamente não recebeu um relatório com o histórico das ações que envolviam a APPA, ao assumir. "Muitos documentos foram apagados e outros foram deixados empilhados, sem nenhuma organização. As primeiras semanas foram de levantamentos, procurando saber quais eram os processos e a situação de cada um deles", contou. Ele sugeriu à CPI que seja realizada uma auditoria nessas ações com o apoio do Ministério Público do Trabalho.
Indústria de ações

Durante o depoimento, o deputado Reinhold Stephanes Junior (PMDB) revelou preocupação com as informações apresentadas pelos depoentes ouvidos nas últimas semanas: "Concluo que existe uma indústria de ações trabalhistas, que envolve muita gente, causando milhões de reais de prejuízos aos cofres públicos. É um caso de polícia", sublinhou.
Para o deputado Fernando Scanavaca (PDT), relator da CPI, é evidente que durante muitos anos a APPA "foi mal assessorada em relação à defesa de ações, especialmente as trabalhistas. Milhões estão em jogo", desabafou. "Eles tinham cargo de chefia e responsabilidade de fazer a defesa jurídica do porto. Por isso precisam nos ajudar a entender como a dívida trabalhista do porto chegou a esse valor absurdo e quais as medidas que adotaram para evitar o problema", afirmou o deputado Douglas Fabrício (PPS), presidente da CPI.

Procuradores

Além de Alaor Ribeiro dos Reis, a CPI vai ouvir os ex-procuradores Eduardo Ramos Caron Tesserolli, Stella Maris Figueiredo Bittencourt, Benedito Nicolau dos Santos e Maurício Vítor de Souza. Eles se alternaram no cargo de procurador da APPA durante os oito anos do governo passado. Novos depoimentos estão marcados para esta quarta-feira (26), a partir das 9h30, na Sala das Comissões da Assembleia Legislativa.
Na semana passada, durante depoimento à CPI, o atual diretor jurídico, Maurício Ferrante, disse que processos e arquivos com cópias de contratos, aditivos, petições e licitações feitas pela APPA durante o governo passado desapareceram. E afirmou que naquele período a autarquia teve uma administração deficiente e sem controle. Hoje, a APPA conta com 680 funcionários e tem receita anual de aproximadamente R$ 186 milhões.

Também participaram da reunião de ontem, terça-feira os deputados Pedro Lupion (DEM), Evandro Júnior (PSDB) e Professor Lemos (PT).
Bondenews
http://www.portosenavios.com.br/site/noticiario/portos-e-logistica/12434-porto-corre-risco-de-ser-devolvido-alerta-ex-procurador-







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