LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 17/10/2011


Exportação de coursos no país ficou em US$ 163,2 milhões
Mato Grosso do Sul exportou o equivalente a US$ 63,55 milhões em couros no ano. Os dados são do relatório do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio (Secex), CICB. O balanço mostra as vendas externas de couros dos estados brasileiros nos nove meses do ano, em relação ao acumulado do ano passado, a liderança do Rio Grande do Sul (US$ 382,54 milhões, 24,5% de participação) como maior exportador nacional, seguido por São Paulo (US$ 343,13 milhões, 22% de participação), Paraná (US$ 176,89 milhões, 11,3%) e Goiás (US$ 133,57 milhões, 8,6%).

Os demais estados no ranking nacional são Ceará (US$ 131,55 milhões), Bahia (US$ 97,9 milhões), Minas Gerais (US$ 76,37 milhões), Mato Grosso (US$ 65,71 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 63,55 milhões) e Santa Catarina (US$ 36,74 milhões).

As exportações brasileiras de couros e peles movimentaram US$ 163,2 milhões em setembro, embarcando 25,4 mil toneladas, segundo dados contabilizados pelo do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. A receita representa aumento de 28% em relação ao mesmo mês de 2010 e queda de 15% em relação a agosto deste ano.
http://www.correiodoestado.com.br/noticias/exportacoes-de-couros-atingem-us-63-5-mi_128346/




Clésio Andrade firma acordo para investimentos chineses em infraestrutura brasileira Detalhes
O Senador Clesio Andrade, presidente da Confederação Nacional do Transporte, assinou ontem (quinta feira, 13), em Wuhan, na China, com o vice governador da Província de Hubei, Tian Chenghong, principal pólo automobilístico chinês, acordo para desenvolver parcerias entre empresários do transporte brasileiros e chineses.

O acordo prevê inicio imediato de ações conjuntas entre a CNT e o Departamento de Comércio Exterior, Sr. Xianwang Zhou, da Província de Hubei, para identificar oportunidades de investimentos chineses em obras de infraestrutura de transporte no Brasil.

Nas obras rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias e portuárias em que o governo decidir executar com a participação de capital privado, a CNT vai colaborar identificando e estimulando a criação de novas parcerias empresarias dos dois países, usando investimentos chineses.

"A CNT pretende ser um elo entre o governo da Presidente Dilma e os empresários de transporte e de serviços dos dois países”, disse Clesio Andrade. “O nosso papel é o de colaborar com o governo, estimulando novas parcerias para investimentos em obras na infraestrutura de transportes. Vejo este momento como muito oportuno: o Brasil precisa de investimentos e a China tem recursos e decisão política de participar da construção de obras de infraestrutura no país."

O texto do acordo estabelece que caberá à CNT, sempre em sintonia com o governo federal, apresentar a empresários chineses e brasileiros projetos de infraestrutura prioritários que careçam de investimentos privados para a sua realização.

“O Plano CNT de Transporte e Logística, estudo com 748 projetos em todo o país e em todos modais do transporte, aponta que serão necessários cerca de R$ 405 bilhões para recuperar o crônico atraso da infraestrutura do país. Este objetivo será impossível de ser atingido só com recursos públicos ou de empresas brasileiras, precisamos de capital externo, e os chineses querem participar ativamente deste grande programa nacional", afirmou Clésio.

O vice governador Tang Chenghong disse que o acordo firmado com a CNT vem ao encontro do desejo dos empresários chineses de Hubei em participar mais do desenvolvimento brasileiro com investimentos, tecnologia em infraestrutura e na instalação de indústrias na área de transportes.

O governo de Hubei considerou a assinatura do acordo evento político e empresarial tão importante, que realizou a cerimônia no Hotel Hongshan, em Wuhan, capital da província, com a presença expressiva de políticos, autoridades e dezenas de empresários. Jornais, noticiário da internet e televisão de Hubei registraram com destaque a presença do Senador Clésio Andrade e a assinatura do acordo com a CNT.
http://www.jornaldiadia.com.br/jdd/index.php/economia-e-negocios/74275-clesio-andrade-firma-acordo-para-investimentos-chineses-em-infraestrutura-brasileira



 
Para exportar mais
Para exportar mais: Tatiana Lacerda Prazeres, do MDIC: mais exportações em 14 estados

Créditos: Divulgação/MdicMetade de tudo o que o Brasil exporta sai de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O desafio é fazer com que um número maior de estados contribua mais com a balança comercial do País. Como potencial para tanto não falta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) lançou, em 2011, o Plano Nacional da Cultura Exportadora.

O projeto envolve 14 unidades da federação que, sozinhas, não respondem nem por 1% do que o Brasil vende para o mundo. Falta do que oferecer aos estrangeiros? Não. Digamos que apenas um empurrãozinho seja necessário para que mais produtos nacionais ganhem o exterior. Principalmente a partir das pequenas e médias empresas.
Produtos esses que sairão exatamente dos estados participantes da iniciativa. São eles: Ceará, com 0,63% das vendas externas brasileiras em 2010, Amazonas (0,55%), Pernambuco (0,55%), Alagoas (0,48%), Rondônia (0,21%), Amapá (0,17%), Tocantins (0,17%), Rio Grande do Norte (0,14%), Paraíba (0,11%), Distrito Federal (0,08%), Piauí (0,06%), Sergipe (0,04%), Acre (0,01%) e Roraima (0,01%).

"A meta do Plano Nacional da Cultura Exportadora é aumentar e qualificar a base exportadora do País", explica a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Lacerda Prazeres. "Vamos estruturar uma política de comércio exterior em cada um desses estados a partir de objetivos estratégicos", afirma.

Em linhas gerais, a ideia é que cada estado avalie as suas possibilidades de participação no mercado externo, realize pesquisas, mapeamentos diversos e estabeleça ações de crescimento nesse sentido, sempre sob a coordenação do ministério e com o suporte de um órgão local. A partir daí devem ganhar fôlego projetos de apoio e fomento a novas tecnologias e setores potenciais, com a posterior participação em missões comerciais, feiras e rodadas de negócios, entre outras possibilidades.

"Alguns dos estados participantes do plano não possuem um ambiente institucional favorável, forte e competitivo o bastante para impulsionar suas exportações", afirma Tatiana. "Isso requer, num primeiro momento, um trabalho de base, de capacitação, com a formulação de políticas para o setor exportador, pensando em resultados de médio e longo prazo", diz.

Segundo Tatiana, o foco do projeto está nas pequenas e médias empresas. Hoje, esses empreendimentos respondem por 5,1% das vendas externas do Brasil.

O Brasil apresentou recorde de exportações em setembro: US$ 23,3 bilhões. A cifra superou os US$ 20 bilhões obtidos em setembro de 2008. O saldo comercial do mês também mereceu destaque: US$ 3,1 bilhões, melhor resultado desde setembro de 2007, quando o desempenho foi de US$ 3,5 bilhões.

Considerado o acumulado do ano, o superávit comercial de janeiro a setembro de 2011, de US$ 23 bilhões, já supera o saldo de todo o ano de 2010: US$ 20,2 bilhões. Para o Ministério, os números se devem a medidas como a diversificação de mercados compradores de produtos do Brasil. Aí estão inclusos países árabes. O processo que deve ganhar ainda mais força com o aumento da atividade exportadora nos estados.

ARREGAÇANDO AS MANGAS

Nos estados participantes do projeto do ministério, a ordem é arregaçar as mangas rumo ao mercado externo. No Ceará, por exemplo, a meta é multiplicar as exportações por três até 2015. O estado, o terceiro maior exportador do Nordeste, atrás apenas da Bahia e do Maranhão, vendeu para o mundo US$ 1,2 bilhão em 2010, devendo chegar a US$ 1,3 bilhão em 2011. "Até 2015 queremos chegar aos US$ 2 bilhões", afirma o analista de Mercado e Projetos da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Sergio Baima.

De acordo com Baima, além do Plano Nacional da Cultura Exportadora, o crescimento será impulsionado pelos investimentos em siderurgia e refinaria que o estado vai receber nos próximos anos. Outra frente importante é o agronegócio. "Queremos exportar muito mais nessa área, principalmente pescados", diz.

Hoje, os principais itens comercializados pelo Ceará são calçados, castanha de caju, couros, frutas e têxteis. "Além de aumentar o número de produtos exportados, precisamos ter mais empresas vendendo lá fora, como aquelas de pequeno e médio porte", afirma Baima. "É aí que entra o Plano Nacional da Cultura Exportadora."

Para o analista da Adece, é preciso investir ainda na conquista de mais clientes externos. "Em 2001, os Estados Unidos compravam sozinhos 45,2% de tudo o que o Ceará exportava", diz Baima. "Hoje, esse percentual é de 29,6%. Não por um problema dos Estados Unidos, mas porque novos parceiros entraram na nossa pauta comercial, o que é ótimo." Nessa linha, afirma Baima, países árabes e asiáticos surgem como potenciais parceiros.

DE PERNAMBUCO PARA O MUNDO

Logo atrás do Ceará no ranking dos maiores vendedores externos nordestinos, Pernambuco também estabelece suas metas de crescimento. E quer estar cada vez mais visível aos olhos do mundo.

De acordo com a gerente de Comércio Exterior da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Ivone Malaquias, atualmente há nove empresas de pequeno e médio porte em processo de capacitação com vistas à exportação no estado. Isso somente dentro dos trabalhos do Plano Nacional da Cultura Exportadora. "O objetivo é ter mais 30 participantes em 2012 e outras 30 em 2014", afirma.

Todos os empreendedores envolvidos, explica Ivone, recebem acompanhamento sistemático, no dia a dia, para se prepararem para vender lá fora. "Orientamos todos a trazerem suas dificuldades para a Ad Diper, somos os responsáveis pela coordenação do Plano Nacional da Cultura Exportadora no estado."

Atualmente, Pernambuco comercializa no exterior produtos de limpeza, químicos, cosméticos, móveis, confecções, granito e até vinhos produzidos no vale do Rio São Francisco, na divisa com a Bahia. "A nossa pauta de exportação é diversificada, tem mais de 640 itens", afirma Ivone. "O desafio é diminuir a concentração observada hoje, com o açúcar representando 45% das nossas vendas externas", diz. "Precisamos aprender a comercializar mais outros artigos."

Em 2010, as exportações pernambucanas foram de US$ 1,06 bilhão. Alguma meta para 2011? "Avançar 10%", explica Ivone, ao mesmo tempo em que espera mais, muito mais, para o seu estado nos próximos anos.

PARA SABER MAIS
Acesse aqui a apresentação Plano Nacional da Cultura Exportadora
Agência de Notícias Brasil-Árabe
Isabela Barros - Jornalista
http://www.agrosoft.org.br/agropag/219577.htm




 
Aproximação com Brasil pode ser saída para indústria italiana
Gustavo Machado

São Paulo - Nesta quinta-feira foi lançado o Momento Itália-Brasil na embaixada italiana em São Paulo. Com a presença do governador do estado, Geraldo Alckmin, e do secretário da Cultura, Andrea Matarazzo, espera-se que o evento estimule o intercâmbio cultural e econômico entre os dois países. No entanto, especialistas do setor de comércio exterior avaliam que não se pode esperar muito de um país que é considerado um dos elos mais vulneráveis da já cambaleante economia europeia.

De acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a nação dirigida por Silvio Berlusconi beira a estagnação. Giovanni Sacchi, diretor do Instituto Italiano para o Comércio Exterior, concorda com o fraco desempenho econômico de seu país, mas conta com o poder de compra dos emergentes para continuar a expansão do setor exportador. "O mercado brasileiro ainda não é completamente explorado. A indústria italiana tem vocação às exportações. Indústria que exporta 80%, 90% de sua produção. E que agora olha para o Brasil no setor de investimento, com presença direta no País", diz.

De acordo com o diretor, a expansão em outros mercados é determinante para que as perspectivas para o setor industrial italiano se mantenham positivas. "As empresas exportadoras são aquelas que mais estão ganhando, e são aquelas que olharam para os BRICS. Elas estão mantendo esta situação. Acho que essa perspectiva, devido ao mercado brasileiro, continuará boa", projeta. Segundo Sacchi, a metas são ambiciosas para a corrente comercial entre os dois países. "Em 2005 tínhamos US$ 5 bilhões em intercâmbio. Este ano devemos fechar em US$ 11 bilhões, e nossa estimativa para 2015 é de que alcance US$ 15 bilhões", afirma.
Em 2010, a corrente de comércio do país mediterrâneo alcançou US$ 1,341 trilhão, 168% acima da estimativa deste ano para a corrente brasileira, cerca de US$ 500 bilhões. Até agosto, foram exportados pelo Brasil US$ 3,631 bilhões tendo a Itália como destino, enquanto US$ 4,087 vieram no sentido contrário.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anima-se ao comentar as relações comerciais entre os dois países. "Percebemos um novo movimento de investimentos italianos no Brasil, especialmente em São Paulo", diz com um otimismo que apenas os políticos do alto escalão possuem. Segundo o governador, os setores aeroespacial, automotivo, e de moda e design podem se beneficiar com a aproximação.

Crise

No entanto, Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), diz que o interesse italiano é vender, não comprar. "Ano passado exportamos menos que importamos. Este ano fecharemos com US$ 5 bilhões [exportados] e eles com US$ 6 bilhões. Não vejo muita ação da parte deles em fechar negócios aqui", afirma Segatto.

Segundo o presidente da Abracex, os italianos passam por um momento delicado. A crise afeta a cadeia produtiva do país, que além de um problema econômico, tem discussões políticas acaloradas devido ao seu primeiro ministro. "De modo geral, eles não acreditam que a crise seja grave. Mas o industrial sente o problema", comenta.
Bruno Aloi, responsável pela Promos no Brasil, agência de promoção de internacionalização da Câmara de Comércio de Milão, discorda da conclusão de Segatto. De acordo com o executivo, a crise que cria turbulências em todo o sistema financeiro mundial, não afeta a Itália como diria "a mídia". "Apesar da crise, a Itália aumentou sua exportação porque possui um setor industrial muito forte, formado por pequenas e médias empresas", comenta.

No entanto, Aloi compartilha do discurso de que o Brasil é mais interessante para exportar do que para importar. "A Itália pode contribuir muito para o Brasil, trazendo produtos para cá e com aporte de tecnologia", afirma Aloi. "No sentido oposto, é a oportunidade do Brasil investir na Itália. Está mais fácil para brasileiros adquirirem empresas, de olho na tecnologia", complementa.

O país é tido como o próximo a ter contas investigadas por detetives do mercado financeiro. A crise, evidenciada pela iminência do calote grego, tende a migrar para outros países mediterrâneos após uma definição para o problema em Atenas. Roma, Madrid e Lisboa são as próximas capitais da lista, indica Reginaldo Nogueira, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec. "O problema é que existe uma dívida muito grande. A Itália é o grande mercado da dívida na Europa. No entanto, a situação fiscal não é tão ruim quanto a de outros países".
http://www.dci.com.br/Aproximacao-com-Brasil-pode-ser-saida-para-industria-italiana-6-394613.html
 
 
 
 

Investigação sobre dumping poderá ter prazo menor com nova forma de apuração
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) quer simplificar o processo de abertura de investigações para aplicação de medidas antidumping ao exigir menos informações no pedido de apuração quando há indícios da prática de dumping. Foi publicada hoje (13), no Diário Oficial da União, a Portaria 35, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que altera as regras sobre os processos de apuração de dumping. A medida começa a valer a partir do dia 1º de janeiro.

A aplicação de medidas antidumping tem o objetivo de sobretaxar os produtos importados, vendidos pelo país exportador a preços muito inferiores aos dos produtos similares do país importador, visando à redução da concorrência – prática conhecida como dumping. Com a aplicação do direito antidumping, o governo inibe a prática do dumping depois das investigações.

Segundo o MDIC, “o novo modelo de formulário simplifica e desburocratiza o processo de fornecimento de informações por parte da empresa peticionária […] Com isso, foi reduzida a quantidade de dados que os solicitantes devem reunir para pedir a abertura da investigação antidumping”.

A medida faz parte do Plano Brasil Maior, política industrial lançada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, no início de agosto. A iniciativa a prevê redução nos prazos de determinações preliminares e da conclusão das investigações. De acordo com o ministério, após a abertura do processo de apuração das denúncias, o Departamento Comercial da Secex poderá realizar verificações in loco, o que reduz o tempo de investigação.
“Com isso, será mais fácil realizar determinações preliminares em 120 dias e aplicar, em seguida, em casos de determinação positiva, direitos antidumping provisórios. A nova forma de reunir as informações será importante ainda para que as investigações antidumping sejam encerradas no prazo máximo de dez meses”.
http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/10/13/investigacao-sobre-dumping-podera-ter-prazo-menor-com-nova-forma-de-apuracao/




EUA defendem China contra medidas do Brasil
A China e outros países asiáticos têm um inesperado aliado contra as barreiras brasileiras à importação de roupas e sapatos: a indústria americana de vestuário e calçados. A associação que representa o setor nos Estados Unidos mandou uma carta ao escritório de negociação comercial do governo americano queixando-se contra medidas protecionistas adotadas pelo Brasil.
Os produtos são fabricados em terceiros países, afirma a associação, mas muitas das marcas são americanas e sustentam milhares de empregos nos Estados Unidos em atividades como pesquisa, design, marketing, vendas e logística. "Conclamo o governo a fazer todos os esforços para barrar essas medidas ilegais pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)", afirma em carta Kevin Burke, presidente da Associação Americana de Roupas e Calçados (AAFA, na sigla em inglês).
Em agosto, a Receita Federal anunciou "procedimentos especiais" de controle sobre importações de vestuário, incluindo inspeção física, que pode levar até meio ano. O Brasil sustenta que a medida visa a barrar importações fraudulentas, mas a indústria americana vê uma investida protecionista.

A carta com as reclamações foi entregue ao escritório comercial americano, conhecido pela sigla em inglês USTR, numa consulta pública para subsidiar um relatório sobre barreiras comerciais aos produtos e serviços dos Estados Unidos. Nem sempre as queixas são incorporadas ao relatório, que costuma ser divulgado no começo de cada ano, e ainda não está claro se o USTR pretende tomar alguma medida a respeito do assunto.

A reclamação contra o Brasil, porém, expõe os dilemas de definir o que são interesses comerciais nacionais num mundo em que as empresas multinacionais produzem e vendem de forma globalizada. Há alguns dias, o Senado americano aprovou projeto prevendo retaliações comerciais para combater a avalanche de exportações provocadas pela subvalorização da moeda da China.

Os Estados Unidos vendem alguns produtos de sua fabricação ao Brasil, por isso em tese podem montar um caso na defesa de suas exportações. Mas, se o USTR comprar a posição da indústria de vestuários e calçados, na prática os Estados Unidos estarão defendendo sobretudo exportações da China para o Brasil. O setor mantém uma posição coerente de defesa do livre comércio também nos Estados Unidos, opondo-se à iniciativas para barrar produtos chineses. Quase todas roupas e calçados vendidos nos Estados Unidos são importados.

Na carta ao USTR, a indústria americana faz ataques a vários países que impuseram barreiras a importações de vestuários e calçados. "A Argentina levou a arte de barreiras não-tarifárias a um patamar inteiramente novo", afirma Burke, reclamando de medidas como cotas, preços mínimos e aprovações não automáticas de liçenças de importações. "Infelizmente, o grande vizinho da Argentina mais ao norte, o Brasil, está aprendendo as lições", reclama Burke.
Na carta, ele recorda que, em 2010, o Brasil impôs uma tarifa antidumping de US$ 13,85 por par de virtualmente todos os calçados importados da China. "O Brasil, porém, não parou por aí", afirma Burke. "O Brasil impôs licenças não automáticas e requerimentos de origem para as importações de calcados de fora do Mercosul." Segundo ele, o Brasil estabeleceu que "calçados devem ser importados diretamente do país de origem do calçado, mesmo quando o calçado tem o certificado de origem correto". "Agora, o Brasil expandiu muitas dessas escandalosas e arbitrárias restrições para as importações brasileiras de roupas e têxteis", segue o presidente da AAFA, referindo-se a um conjunto de medidas adotadas pela Receita em agosto.
A carta menciona o monitoramento adicional, inspeção aprimorada e liberação retardada de determinadas mercadorias. Também se refere a novos aumentos em taxas aduaneiras em roupas, têxteis e calçados importados. "A única intenção desses esquemas é tornar quase impossível vender produtos com fabricação e com marcas americanas no mercado brasileiro", afirma Burke. Ele lembra que, nos 12 meses encerrados em julho, as exportações de roupas e têxteis ao Brasil somaram US$ 272 milhões. "Essas exportações de roupas e têxteis de fabricação americana estão em sério risco por causa das novas medidas restritivas", afirmou.
Valor Econômico



Exportação gaúcha registra maior superávit do ano em Setembro

Rio Grande do Sul foi o terceiro em embarques industriais, respondendo por 8,9% da pauta

A balança comercial da indústria do Rio Grande do Sul fechou setembro com superávit de US$ 235 milhões. É o maior saldo mensal verificado em 2011. Enquanto as exportações avançaram 36,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, somando US$ 1,61 bilhão, as importações cresceram em um ritmo consideravelmente inferior (9,1%), totalizando US$ 1,38 bilhão. “O recente fortalecimento do dólar no mês de setembro é especialmente benéfico para a economia do Rio Grande do Sul, que apresenta forte viés exportador”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller.

A indústria gaúcha respondeu por 77,8% das vendas externas do Estado em setembro. Em 2010, neste mesmo mês, a participação foi de 82,4%. Essa queda pode ser explicada pelo aumento nos embarques de produtos básicos que, nessa base de comparação, subiram 86,7%, aumentando assim seu peso de 16,6% para 21,4%. Boa parte desse movimento se deve à expansão nas exportações de grãos de soja (87,4%) para a China e o Vietnã.

Os setores industriais com os avanços mais significativos nas exportações foram máquinas e equipamentos (90,6%), tabaco (64,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (61,6%) e químicos (46,5%). Já as quedas mais expressivas foram registradas nos segmentos de materiais elétricos (- 43,1%) e móveis (-15%).

No que se refere aos destinos, a China manteve a primeira colocação em setembro, aumentando sua participação na pauta do Estado de 24% para 30%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Os principais produtos importados pelo país asiático foram grãos e óleos de soja, assim como tabaco não manufaturado. Em seguida veio a Argentina, com 8,5%, recebendo automóveis, produtos químicos e carnes de suíno. Na terceira posição, respondendo por 6,3% da pauta de exportação, ficaram os Estados Unidos, em que se destacaram os hidrocarbonetos e armas de fogo.

O Rio Grande do Sul foi o terceiro estado da Federação que mais exportou no mês passado, respondendo por 8,9% do total da pauta brasileira em setembro. A primeira posição ficou com São Paulo (24%), seguido por Minas Gerais (16,7%). O Rio de Janeiro (8,2%) e Pará (8%) completam o ranking dos cinco maiores exportadores do Brasil.

Nas importações, o crescimento de produtos industrializados (9,1%) foi alavancado pelas compras de químicos (89,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (43%), máquinas e equipamentos (20,1%). Os segmentos que registraram as quedas mais significativas foram borracha e plástico (-24%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,7%) e extrativa mineral (-13,9%).

A desvalorização de 10% da taxa média de câmbio, entre agosto e setembro, fez com que cerca de R$ 250 milhões fossem injetados na economia gaúcha através do comércio exterior no mês passado. Em reais, as exportações somaram R$ 2,82 bilhões em setembro, um resultado bem maior que o verificado no mesmo mês de 2010: R$ 2,17 bilhões.
Jornal do Comércio

Nenhum comentário: