Os bloqueios do mercado Argentino dificultam a comercialização de móveis
Empresários gaúchos enfrentam atrasos de liberação de licenças para comercializar móveis com a ArgentinaO atraso nas licenças de importação concedidas pela Argentina tem preocupado empresários moveleiros gaúchos, que enfrentam atrasos na liberação de seus produtos ao país vizinho. O prazo para a liberação de licenças não automáticas segue as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC), a qual define o prazo (máximo) de 60 dias para estas liberações. Também foram realizados acordos comerciais entre Brasil e Argentina, para o cumprimento destas liberações dentro do prazo estabelecido pela OMC.
No entanto, a Argentina não tem cumprido o prazo estabelecido, atrasando a emissão de licenças, o que reflete na queda das exportações de móveis, principalmente do Rio Grande do Sul. De janeiro a setembro deste ano –, comparando-se a variação do mesmo período de 2010, a venda de móveis gaúchos para a Argentina registrou queda de 17,7%, sendo que, há três anos, o país era o principal importador de móveis gaúchos.
Muitas empresas gaúchas aguardam por estas licenças para liberarem suas exportações, pois este problema afeta os próprios importadores argentinos, os quais, muitas vezes, ficam sem mercadorias para comercialização, em função do descumprimento dos acordos comerciais, de acordo com o presidente da MOVERGS, Ivo Cansan. “Gostaríamos do auxílio do Governo, com atitudes mais drásticas, para se fazer respeitar os acordos comerciais assinados pelos dois países e as regras da OMC”, aponta.
Recentemente, durante o Encontro Estadual da Indústria, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre, coletados na Secretária de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foram tema de debate.
Na oportunidade, a conselheira da MOVERGS, Maristela Cusin Longhi, salientou os problemas enfrentados pelo Estado nas exportações de móveis para a Argentina, demonstrando a queda das mesmas pelo descumprimento de acordos e também pela falta de competitividade dos produtos gaúchos, frente a outros Estados, que concedem benefícios fiscais, protegendo a sua economia, gerando assim, uma concorrência desleal, em função de uma situação econômica mais estável.
Estes dados foram entregues ao secretário estadual do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, responsável pelo Programa de Desenvolvimento Competitivo do Rio Grande do Sul, Mauro Knijnik. “Ao confirmar a nossa falta de competitividade, por meio destes dados, solicitamos medidas de proteção à indústria gaúcha, incluindo-se aí alguma forma de compensação pelo custo da infraestrutura do Estado”, revela Maristela.
Fonte: Movergs - http://portalmoveleiro.com.br/noticia.php?cdNoticia=22621
CE: exportação será recorde
Mesmo com um recuo de 43,9% no valor exportado em setembro ante o mês anterior, o Ceará já acumula US$ 1,02 bilhão nas suas vendas externas neste ano. Continuando neste ritmo, avalia o superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Eduardo Bezerra, "seguramente, as exportações cearenses deverão ficar acima de US$ 1,3 bilhão em 2011, chegando a US$ 1,36 bilhão ou até mesmo a US$ 1,4 bilhão".
"Vamos bater outro recorde nas exportações", comemora Bezerra ao confrontar a estimativa com o montante obtido no ano passado (US$ 1,22 bilhão). De janeiro a setembro deste ano, o Estado já comercializou 12,3% a mais com o exterior que no mesmo período de 2010.
No nono mês de 2011, o Ceará vendeu externamente US$ 107,21 milhões, cifra bem abaixo dos US$ 191,25 milhões contabilizados em agosto, mas 1,3% acima do exportado no mesmo mês de 2010, quando foram totalizados US$ 105,81 milhões. Neste cenário, o Estado continua a ocupar a 14ª posição dentre as unidades da federação exportadoras, e a terceira posição dentre os estados da região Nordeste.
Setores e produtos
Os cinco principais setores exportadores cearenses são calçados, castanha de caju, couros, têxteis e fruticultura, que foram responsáveis por 63,7% do total das vendas externas do Estado até setembro deste ano.
Apesar de calçados continuar sendo o principal setor exportador cearense, este permanece em queda (12,4%), quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, têxteis, com um crescimento de 43,9%, e o setor de Flores, com crescimento de 56,8%, merecem destaque.
Dentre os principais produtos exportados destaca-se couros e peles, com variação positiva de 89,3%. Também se sobressaem óleos brutos de petróleo, com exportação para os Estados Unidos e Santa Lúcia, que permanece como o terceiro produto mais exportado pelo Ceará.
Dentre os principais países-destino das exportações cearenses, Peru e Hong Kong permanecem com altas taxas de crescimento, 115,3% e 142,4%, respectivamente. Mas vale ressaltar, acrescenta Bezerra, que do ano passado para cá, dos 159 destinos para os quais o Ceará exportou, "dez registraram a primeira venda, como Burkina-Faso, Vanuatu, Ilhas Cayman Ilhas Cook, Georgia, Catar, Ilhas Virgens e Ilhas Midway".
"Diversificar destinos é uma estratégia para sair da crise econômica, concentrada nos Estados Unidos e na União Europeia", argumenta.
Importações
Até o mês de setembro, o Ceará importou cerca de US$ 1,73 bilhão. Esse é o maior valor das importações do Estado quando comparado aos primeiros nove meses dos últimos dez anos. Dentre os principais produtos comprados lá fora, continua a se destacar o algodão simplesmente debulhado, oriundo dos Estados Unidos e da Argentina, com crescimento de 442,9%; e outros tipos de algodão, com aumento de 661,3%. Destaque ainda para as importações de eletrogeradores de energia, com incremento de 397449,3% em relação ao mesmo período de 2010.
Déficit
Como resultado, a balança comercial do Ceará segue deficitária em US$ 709,94 milhões. Esse é o maior déficit da balança comercial cearense, quando comparados os nove primeiros meses dos últimos dez anos.
O que na avaliação de Eduardo Bezerra, do CIN, não é um fator preocupante. "O déficit comercial cearense não é ocioso. Pelo contrário, todos os itens que nós importamos têm reflexo na atividade econômica do Estado", pondera.
Em setembro107,2 bilhões de dólares foi o montante exportado pelo Ceará no nono mês deste ano, cifra 43,9% abaixo da registrada em agosto.
Diário do Nordeste/CE
Compra de têxteis e calçados da China manterá sobretaxa
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não fará nenhuma alteração nas sobretaxas e controles aplicados atualmente em produtos de vestuário e em calçados importados da China ou de outros produtos asiáticos.
O Brasil não tem como evitar os efeitos a detentores americanos de marcas de calçados e de vestuário que se consideram prejudicados com as medidas de defesa comercial aplicadas pelo Brasil contra a importação dessas mercadorias de países asiáticos, segundo o secretário-executivo do ministério, Alessandro Teixeira. "As medidas de defesa comercial não são aplicadas levando-se em consideração as marcas e sim a origem dos produtos", disse.
A declaração de Teixeira referiu-se à carta que a associação que representa o setor nos Estados Unidos mandou à USTR, o escritório de negociação comercial do governo americano. Na carta, os empresários americanos queixaram-se de medidas protecionistas adotadas pelo Brasil.
Os produtos são fabricados em terceiros países, afirma a associação, mas muitas das marcas são americanas e sustentam milhares de empregos nos Estados Unidos, em atividades como pesquisa, design, marketing, vendas e logística.
Na carta, a associação de empresas americanas cita a inspeção física na importação de vestuário realizada pela Receita Federal desde agosto, o que pode fazer com que a liberação para o desembaraço demore até 180 dias. Outra medida citada na carta é a sobretaxa antidumping aplicada desde 2010 sobre a importação de calçados da China, além da investigação sobre triangulação de calçados supostamente chineses que estariam sendo importados via Indonésia e Vietnã.
Felipe Hess, diretor do Departamento de Defesa Comercial do ministério, diz que o efeito reportado pelos americanos é natural. "As medidas antidumping são resultado de investigações feitas segundo as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio], cumprindo acordo que também foi assinado pelos Estados Unidos. As medidas geram efeitos econômicos e são feitas exatamente para isso. O que está acontecendo com os americanos nesse caso tem ocorrido em outros lugares do mundo, inclusive nas medidas aplicadas pelos Estados Unidos."
Em evento realizado ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Hess defendeu o processo antidumping brasileiro. Segundo ele, o Brasil tem aplicado a medida em maior volume não como resultado de uma política de governo, mas como consequência do número de pedidos, que tem aumentado.
"O número de interessados e de petições tem crescido, porque o efeito das importações entrou no radar das empresas", argumenta. Hess diz que o ministério segue as regras da OMC ao aplicar sobretaxas somente depois que verifica o dano, o dumping e o nexo causal. "Somos criticados por sermos rígidos com isso. Creio que se tivéssemos fazendo algo errado já teríamos sido questionados na OMC."
"A terceirização da industrialização, com a instalação de produção na China, não é algo só dos americanos, é generalizado. Mas esse efeito é um problema da economia americana, não nosso", diz Teixeira.
A carta com as reclamações da associação que reúne empresas de calçados e vestuário americanas foi entregue ao USTR numa consulta pública para subsidiar um relatório sobre barreiras comerciais aos produtos e serviços dos Estados Unidos. Nem sempre as queixas são incorporadas ao relatório, que costuma ser divulgado no começo de cada ano, e ainda não está claro se o USTR pretende tomar alguma medida a respeito do assunto.
Além da investigação de suposta triangulação na importação de calçados chineses que estariam sendo exportados ao Brasil via Vietnã ou Indonésia, uma das queixas da carta refere-se à operação "Panos Quentes 3". Paralelamente à aplicação da inspeção na importação de vestuário desde agosto, a Receita também criou um dispositivo que acelera a importação do produto que atenda a todas as exigências tarifárias e não vá contra medidas de defesa comercial. Para isso o importador precisa se cadastrar e informar dados, como o nome dos fornecedores internacionais.
Valor Econômico
Brasil quer retomar agenda comercial com EUA interrompida pela crise
O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, afirmou na tarde desta segunda-feira (17) que a agenda de comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos foi interrompida pela crise financeira global e precisa ser retomada.
Teixeira participou do seminário “A Nova Agenda Brasil-Estados Unidos: Comércio, Negociações e Mecanismos de Defesa da Indústria”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na sede da entidade.
“Nós temos uma nova agenda ou temos que retomar a agenda que interrompemos em determinado momento com a crise que castigou o mercado americano e europeu?”, questionou o ministro. Ele acrescentou que o Brasil deve bater o recorde em investimentos bilaterais. De janeiro a setembro de 2011, o valor já chega a US$ 42 bilhões.
“Na área de investimento, os Estados Unidos vinham perdendo espaço para economias emergentes. Este ano o Brasil vai ter recorde de atração de investimentos provavelmente acima da casa de 60 bilhões de dólares”, acrescentou a autoridade.
Teixeira pontuou, no entanto, que o principal desafio para a indústria do País continua sendo fortalecimento da comercialização de produtos importados no mercado doméstico. “Quase 90% da pauta de importação é manufaturada. Isso é um problema? Não, desde que a gente consiga construir uma agenda forte. Este é um desafio.”
“Temos uma agenda a ser construída que inclui pontos fundamentais como as questões energética e de sustentabilidade, centrais para a economia norte-americana”, concluiu o ministro.
http://www.exportnews.com.br/2011/10/brasil-quer-retomar-agenda-comercial-com-eua-interrompida-pela-crise/
Rússia comemora saldo do comércio exterior
Cifra chegou a 132,1 bilhões de dólares entre janeiro e agosto deste ano
O saldo positivo do comércio exterior da Rússia no período de janeiro a agosto de 2011 aumentou 26,5% e totalizou 132,1 bilhões de dólares – informou nesta terça-feira, 18, a Agência Nacional de Estatísticas da Rússia, Rosstat, segundo dados do Banco da Rússia. Para critério de comparação, em 2010, durante o mesmo período, o saldo positivo era de 104,4 bilhões.
Segundo os dados do Banco, o volume do comércio exterior da Rússia entre janeiro e agosto de 2011 totalizou 541,2 bilhões de dólares (134,7% em relação ao mesmo período de 2010), incluindo exportação (336,6 bilhões de dólares, 133%) e importação (204,6 bilhões de dólares, 137,5%).
Vale destacar que a avaliação do Banco da Rússia difere dos dados do Serviço Federal Aduaneiro do país, que calcula que o saldo positivo do comércio exterior da Rússia durante os 8 primeiros meses de 2011, em relação ao mesmo período de 2010, aumentou 18,6%, totalizando 137,2 bilhões de dólares. Segundo o órgão, a exportação para esse período teve um aumento de 31,6% (331,8 bilhões de dólares), enquanto a importação subiu 42,6% (194,6% bilhões de dólares).
http://www.diariodarussia.com.br/economia/noticias/2011/10/18/russia-comemora-saldo-do-comercio-exterior/
Brasil e África do Sul buscam remover barreiras comerciais
Informação foi divulgada nesta terça pelo Ministério do Desenvolvimento. Brasil tem restrições na venda de carne; África do Sul reclama do vinho.
O governo informou nesta terça-feira (18) que os ministros de Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fernando Pimentel, e da África do Sul, Rob Davies, comprometeram-se a remover as barreiras ao comércio da carne suína brasileira e do vinho sul-africano até o final de 2011.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento brasileiro, os ministros se reuniram hoje em Pretória (África do Sul), durante a V Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). “Vamos buscar medidas justas e benéficas para os nossos países”, disse Fernando Pimentel.
A África do Sul suspendeu a compra de carne suína do Brasil há cerca um ano atrás, depois de um surto de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Com o embargo, o mercado local passou a ser abastecido por outros países sem que houvesse aumento da produção no país africano, informou o governo brasileiro.
Sobre o vinho da África do Sul, o Ministério do Desenvolvimento informou que não há impedimento formal ao seu ingresso no Brasil. Entretanto, o ministro Rob Davies solicitou a retirada de exigências de testes e de rotulagem que, segundo ele, atrasam o desembaraço de vinhos nos portos brasileiros.
Ainda segundo o Ministério do Desenvolvimento, Fernando Pimentel informou que o selo obrigatório nas garrafas de vinho é exigido até de produtores nacionais, o que impede a suspensão da rotulagem, mas afirmou que irá encaminhar a demanda sul-africana do fim da exigência de testes para o vinho importado da África do Sul. Ele também indicou a possibilidade de a selagem das garrafas passar a ser feita nos países de origem.
http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=106134
ZPE: benefícios de importação à CSP em 2012
A zona de processamento de exportação cearense terá cerca de quatro mil hectares, sendo aproximadamente mil deles reservados ao projeto siderúrgico
FRANCISCO VIANA
No País, das 23 em implantação, a Zona de Processamento de Exportação do Pecém é uma das mais extensas
A Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), primeiro projeto industrial do Brasil a ter aprovada sua instalação dentro de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), já deverá contar com os ganhos desta inclusão no próximo semestre. Nos primeiros seis meses de 2012, a ZPE do Pecém deverá concluir seu alfandegamento, o que irá permitir que a siderúrgica cearense possa importar maquinários e demais equipamentos para sua construção com benefícios fiscais especiais.
De acordo com Cristiane Peres, diretora-presidente da Emazp - empresa administradora da ZPE do Ceará -, a área em que localizará a CSP terá a instalação do controle da Receita Federal adiantado em relação ao restante da planta da ZPE. "Existe uma portaria nova de alfandegamento, e ela possibilitou alfandegamentos separados das áreas. Então, nós iremos alfandegar antecipadamente a parte que está a CSP, porque ela já está em construção, portanto, a ZPE já quer estar operando, ou seja, alfandegada, no primeiro semestre de 2012", informa.
Em etapas
A zona de processamento de exportação cearense terá cerca de quatro mil hectares, sendo aproximadamente mil deles reservados ao projeto siderúrgico. O restante da área, explica Peres, será alfandegada posteriormente. "A intenção não é alfandegar em várias partes estes outros três mil hectares, mas a gente vai sim alfandegar em fases. Vão ser várias fases, mas que vão ampliando. Não vão ser áreas isoladas, como é o caso da siderúrgica", esclarece.
Será lançado, ainda neste mês, dois editais de licitação para as primeiras obras de infraestrutura da ZPE do Pecém. De acordo com Peres, um dos editais será para as obras de construção do acesso e o outro para a terraplanagem e drenagem do terreno. Os dois certames deverão somar investimentos de cerca de R$ 10 milhões.
Em janeiro
Como a licitação demora em média de 60 a 90 dias para ser concluída, a diretora-presidente da Emazp acredita que as obras deverão ser iniciadas em janeiro próximo. A parte referente ao acesso tem prazo de seis meses para a conclusão, e a da terraplanagem e drenagem durará oito meses.
Enquanto o processo licitatório estiver se desenrolando, a Emazp continuará trabalhando no licenciamento ambiental da ZPE. Para iniciar os trabalhos que serão foco do certame, será parecido a aquisição da Licença Prévia para o empreendimento. A solicitação para a licença já foi feita à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e, no momento, a Emazp trabalha nas exigências feitas pelo órgão ambiental, entre elas, a apresentação do Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA). "Quando a licitação estiver completa, já estaremos com a Licença Prévia".
LEGISLAÇÃO
Potencial de atração de investimentos pode crescer
Está sendo discutido no Congresso Nacional uma mudança nas regras das Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), que pode ampliar a potencial de atração de investimentos nestas áreas. Atualmente, as indústrias localizadas nestas zonas precisam destinar, no mínimo, 80% de sua produção ao mercado externo. A proposta que está sendo discutida é de este percentual possa ser reduzido a 60%.
"Isto facilitaria muito. Hoje em dia, um dos maiores entraves é essa questão dos ´80/20´ (80% de exportação, 20% de mercado interno). Nós temos um mercado interno muito aquecido, e você não consegue trazer oportunidade pro empreendedor brasileiro pra uma ZPE pra exportar, porque está todo mundo querendo nacionalizar, de olho no mercado interno brasileiro. Tem a crise mundial, que está gerando uma instabilidade no mercado consumidor do exterior. Então, se você abrir uma oportunidade e mudar pro ´60/40´, que é o que vem sendo discutido, seria muito mais interessante pra nós conseguirmos atrair mais empresas", analisa a diretora-presidente da Emazp, Cristiane Peres.
Empresas menores
"Se a empresa não está conseguindo exportar, em algum momento, você pode colocar 40%, sendo tributados, no mercado interno", completa Peres. Segundo a diretora-presidente, a mudança também poderia repercutir na maior possibilidade de entrada de empresas de micro, pequeno e médio portes nestas zonas. (SS)
CRÉDITO PARA ZONAS
Banco do Nordeste negocia US$ 1,2 bilhão com o BID
Instituição tenta viabilizar programa para beneficiar o Nordeste e fomentar instalação de indústrias na região
O Banco do Nordeste (BNB) está negociando um programa de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que disponibilizará US$ 1,2 bilhão a projetos na região, incluindo indústrias que queiram se instalar em uma das nove Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), que estão em fase de constituição nos estados nordestinos. De acordo com o diretor de Gestão do Desenvolvimento do BNB, José Sydrião de Alencar Júnior, deste total de recursos, metade virá do BID e a outra metade do BNB.
"Já estamos em processo de negociação. O processo é um pouco longo. Ainda vai demorar um ano, mais ou menos, pra se concretizar, porque tem que ter aprovação na Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos)", informa, explicando que o banco terá de cinco a seis anos para repassar os financiamentos.
Alencar garante que as indústrias que queriam se instalar em ZPEs não terão problemas com oferta de crédito. Entretanto, para os projetos de maior porte, os financiamentos deverão ser feitos através de um consórcio de bancos, especialmente entre BNB e BNDES, nos casos de projetos nas zonas do Nordeste.
Para pequenos
Já para os projetos de micro, pequeno e médio porte, serão priorizados os recursos provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). "O banco é um banco múltiplo. Além do fundo constitucional, nós temos já também captações externas realizadas. A ZPE não vai ser financiada integralmente com recursos do FNE, você vai ter um mix de recursos", comenta.
Ásia
O BNB também estará envolvido na prospecção de novos negócios ao Nordeste em mercados externos. O presidente do BNB, Jurandir Santiago, embarcou ontem em uma viagem para Seul, na Coreia do Sul, onde participará como palestrante do Fórum de Negócios Coreia-LAC, evento promovido pelo BID, além de outras entidades.
"O BID tem uma relação muito forte com a Ásia, e estamos associados ao banco na parte de oportunidade de investimento. Estamos em processo de atração. Temos que atrair investidores", afirma o diretor, destacando, entretanto, que as ZPEs tem que estar estruturadas entre os anos de 2012 e 2013 para receber estes novos investidores.
Segundo ele, a prospecção será feita tanto com outros bancos, que podem entrar como financiadores de projetos, como investidores que queiram se instalar na região. (SS)
SÉRGIO DE SOUSA REPÓRTER
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1057731
Parlamentares dos estados produtores de petróleo querem novo imposto sobre exportação do produto
Brasília - Os parlamentares representantes dos estados produtores de petróleo apresentaram hoje (17) ao relator do projeto de lei que trata da divisão dos royalties do petróleo do pré-sal, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) uma proposta de criação de um imposto sobre exportação de petróleo de 10% para ser destinado aos estados e municípios que não produzem petróleo.
Os deputados e senadores também consideram necessário o aumento do número de campos de exploração de petróleo que atualmente pagam a Participação Especial, que é a compensação paga pelas empresas petrolíferas nos casos de grande volume de produção ou grande rentabilidade. “Achamos que os recursos para os estados e municípios não produtores têm que vir das petroleiras, que hoje pagam o menor imposto do mundo”, disse o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).
Outra proposta apresentada pelos parlamentares representantes dos estados produtores de petróleo prevê o aumento da alíquota dos royalties em campos que vierem a ser licitados de 10% para 20% e distribui o valor do aumento da arrecadação entre a União, estados e municípios produtores e não produtores. “No momento da partilha, as petroleiras não vão mais pagar a Participação Especial, então para que elas paguem a mesma coisa, o royalty tinha que ir para 20%”, explicou Dornelles.
Para o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), não é possível a criação de um novo imposto para o petróleo neste momento. "Não há condição de criar novo imposto. Se você não consegue criar imposto nem para a Saúde, vai criar para [petróleo]”?
O senador Vital do Rêgo se comprometeu a finalizar o relatório até amanhã (18) para que a matéria seja votada no plenário do Senado na próxima quarta-feira (19).
Agência Brasil
Exportações crescem nas três categorias de produtos
As exportações brasileiras registram este mês aumento nas três categorias de produtos. Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em relação a outubro de 2010, houve crescimento de 21,1% nas vendas de semimanufaturados, por conta de óleo de soja em bruto, ouro em forma semimanufaturada, semimanufaturados de ferro e aço, couros e peles, ferro-ligas, açúcar em bruto e celulose.
As exportações de básicos subiram 22%, com destaque para soja em grão, café em grão, carne de frango, bovina e suína, milho em grão e farelo de soja. A alta das exportações de manufaturados é de 10,6%, com aumentos mais expressivos nos embarques de óleos combustíveis, suco de laranja congelado, polímeros plásticos, veículos de carga, laminados planos, motores e geradores e autopeças.
Nas importações, aumentaram as aquisições de combustíveis e lubrificantes (56,8%), borracha e obras (43%), equipamentos elétricos e eletrônicos (25,4%), veículos automóveis e partes (22,6%) e plásticos e obras (21,2%).
Nos nove dias úteis de outubro, as exportações somaram US$ 9,81 bilhões, com média diária de US$ 1,09 bilhão, alta de 18,6% em relação a outubro de 2010 (US$ 919,1 milhões). As importações do período chegaram a US$ 8,934 bilhões e registraram média diária de US$ 992,7 milhões, com elevação de 19,9% ante outubro de 2010.
Jornal do Comércio
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