LEGISLAÇÃO

terça-feira, 4 de outubro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 04/10/2011

Inmetro é novo aliado contra os importados


Panelas de inox devem ser primeiro segmento a contar com especificações técnicas para barrar ingresso de produtos
Patrícia Comunello






Sem assegurar ainda medidas práticas para contrapor a invasão chinesa de panelas e talheres, a maior fabricante no País deste segmento em aço inox, a gaúcha Tramontina, de Carlos Barbosa, poderá ser beneficiada por uma regulamentação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Um estudo em curso deve lançar nos próximos meses especificações para panelas metálicas, principalmente com relação ao impacto ambiental e na saúde. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) já apontou indícios de danos da concorrência dos itens oriundos da China à produção nacional, mas a sentença do processo, que pode resultar em sobretaxa, ainda depende da análise de respostas de importadores e da indústria do país asiático.



A empresa não comenta a investigação, instaurada em dezembro de 2010. Já a de talheres, também pedida pela fabricante gaúcha e aceita em junho passado pelo Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Mdic, está na fase inicial de instrução. O alarme tem motivo de sobra. Parte da escalada do consumo aparente do metal no mercado interno entre 2009 e 2010 (nos dois anos, a demanda saltou de 260 mil toneladas para 364 mil) foi alimentada pela concorrência asiática. Na investigação do Decom, o saldo das importações de 2005 a 2009 é revelador. Após pagar o imposto de importação de 18%, as panelas chinesas ingressaram com valor 127,8% menor que o considerado adequado para cobrir custos. Na gôndola, um conjunto de panelas chinesas vale um terço do preço de uma da Tramontina.

Vendedores como Dóris Sâmia Batista, de uma rede de varejo de Porto Alegre, atestam que muitos clientes percebem a diferença de qualidade e não compram a marca importada. "Eles pagam mais, pois sabem que não é o mesmo produto", justifica a vendedora. Mas em um estabelecimento concorrente, outro vendedor atesta um comportamento oposto. "Um conjunto da China com mesmo número de itens vale a metade da marca gaúcha. O consumidor opta pelo importado e não olha se a panela é mais fininha."

A China virou a dor de cabeça da indústria nacional desde 2006, quando se intensificaram as importações e explodiram os pedidos de investigação. Dos 353 instaurados pelo Mdic entre 1988 e 2010, 73 foram contra o tigre asiático. Na Fiergs, há um grupo dedicado a instrumentalizar a defesa comercial. Mais que um regulador de olho em critérios técnicos e com foco no ponto de venda, o Inmetro poderá barrar produtos na entrada, nas aduanas, caso identifique práticas enganosas de mercado. A ação integra o novo papel que o organismo assumiu desde o lançamento do Plano Brasil Maior. O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, espera que o Decom adote uma ação antidumping, seguindo o exemplo dos calçados, em vigor desde março de 2010. A federação teve papel decisivo na geração de subsídios para o departamento indicar a ofensa comercial das panelas.

O procurador federal do Inmetro Marcelo Martins trata de acelerar a contratação de 150 servidores, que se dedicarão a estudos para estipular padrões a mercadorias e no apoio a fiscais da Receita Federal e da área sanitária em aeroportos, portos e estradas. Segundo Martins, o órgão deixa de atuar só com metrologia legal, para agir em prol do desenvolvimento industrial. Para isso, 100 programas devem ser formatados nos próximos meses, como o das panelas e autopeças, também alvo de análise para formar critérios de qualidade. "As regras valerão para itens nacionais e importados, quem não tiver certificação não vende", adianta.

Para os utensílios feitos com aço inox, a atuação do Inmetro demarcará especificações dos produtos e êxito esperado no uso pelos consumidores, opina o diretor-executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável (Abinox), Arturo Chão Maceiras. "Há uma infinidade de tipos de aço. O da panela brasileira segue um padrão, o das chinesas e indianas, outro", alerta Maceiras, que integra um grupo que está revisando normas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Especialistas esperam intensificação de defesa comercial da produção nacional

A guerra contra o dumping tende a ganhar mais adeptos na indústria brasileira e fortalecer a defesa comercial brasileira. O País, com isso, se equipararia a outras grandes economias, que têm equipes sempre prontas a combater a prática de preços abaixo do custo no país de origem das mercadorias, que configura o dumping comercial. A previsão é de especialistas, que defendem maior agilidade no reforço da equipe do Mdic para investigar e neutralizar a concorrência desleal. O Decom deve triplicar a área técnica, medida embutida no Plano Brasil Maior. De 20 servidores para atuar nos processos deve passar a 60.

A reformulação da atuação Inmetro também se ajusta ao que já é regra nas economias desenvolvidas, valoriza o procurador-geral do órgão, Marcelo Martins. "O problema é que o volume de investigações cresceu exponencialmente, mas a equipe de análise não", contrasta Adimar Schievelbein, sócio da AS Consultoria, que atuou no processo dos calçados, movido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o maior que já passou pelo Decom. Foram 14 meses para provar a prática e um calhamaço de 40 mil páginas.

Pior é que após a definição de sobretaxa de US$ 13,85, o escritório de Schieveldbein flagrou nova ilegalidade. Os chineses passaram a triangular, enviando seus produtos por meio de outros irmãos asiáticos. "A China é o câncer comercial do mundo", define. A Abicalçados pediu em janeiro que o Decom enquadre as operações como elisão fiscal, devido à falsificação de certificados de origem. "Os chineses colocam na testa do brasileiro que somos bobos da corte", lamenta.

O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Julio Gomes de Almeida enquadra a prática desleal como efeito da atração que o mercado consumidor brasileiro exerce sobre grandes produtores como os asiáticos. "No mundo em crise, o Brasil virou atração", ilustra Almeida, que não vê anjinhos entre os concorrentes estrangeiros. "Eles estão dispostos sim a fazer dumping de entrada", acredita. Para combater essa disposição, o economista do Iedi elenca como medida eficiente a defesa comercial aguerrida, com reforço na estrutura técnica e que pode contar com elevação de taxas. "Não é protecionismo, mas igualdade de condições." No médio e longo prazos, Almeida previne que a melhor defesa é elevar a produtividade e reduzir custos.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=74651
 
 
 
 
Bolívia aumenta importações de alimentos

Texto Cristina Santos
O país importou 503 mil toneladas de géneros alimentares até Junho de 2011. Maior aumento verifica-se no açúcar e no milhoA+A-EnviarImprimirComentarPartilhar

Mundoanterior A Bolívia está a perder a sua soberania alimentar, alerta o Instituto Boliviano de Comércio Exterior, fornecendo alguns dados sobre o aumento das importações no país. Das 298 mil toneladas de géneros alimentares importados em 2010, o país passou para 503 mil toneladas, num valor de 375 milhões de dólares (mais de 280 milhões de euros), adianta a agência Misna.

O maior aumento verifica-se no açúcar que de 8 toneladas, no ano passado, passou para mais de 91, em 2011. A Bolívia, que já foi um país exportador de milho, comprou 84 mil toneladas, entre os meses de Janeiro e Julho. Também as importações de chá estão a aumentar. O governo também restringiu as exportações de determinados géneros alimentares, o que mereceu protestos dos produtores agrícolas e criadores de gado.

A Bolívia está a tornar-se cada vez mais vulnerável à seca e aos fenómenos meteorológicos. O aumento das temperaturas nos últimos anos, resultante das alterações climáticas, ameaça a produção dos pequenos agricultores, em particular na região andina, indica a organização Oxfam. A insegurança alimentar afecta 40 por cento da população, sendo que a taxa de pobreza atinge os 80 por cento nas zonas rurais.
http://www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=20794&sec=8
 
 
 
 
 
Brasil embarca 2,665 milhões de sacas de café em setembro

Agência Estado
O número apresenta uma redução de 9,8% em relação ao ano passado

A exportação de café em setembro (21 dias úteis) alcançou 2,665 milhões de sacas de 60 kg, o que representa redução de 9,8% em relação ao mesmo mês do ano passado (2,955 milhões de sacas). Em termos de receita cambial, houve aumento de 43,8% no período, para US$ 776,7 milhões em comparação com US$ 540,1 milhões em setembro de 2010.

Os dados foram divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em setembro apresenta elevação de 2,8% em termos de volume, pois em agosto passado o País embarcou 2,593 milhões de sacas. A receita cambial foi 7,5% maior, considerando faturamento de US$ 722,8 milhões em agosto.
http://www.tosabendo.com/conteudo/noticia-ver.asp?id=147318


 
 
 
Importações de veículos crescem menos em setembro

Dados mostram que importações de veículos subiram 9,8% em setembro.
Redação Bem Paraná, com Auto Esporte

O ritmo de crescimento das importações de veículos em setembro foi bem menor na comparação com os meses anteriores. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgadas nesta segunda-feira (3).

No dia 15 de setembro, o governo anunciou a alta do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros de fora do Mercosul e do México que não tenham 65% de conteúdo regional (pelas produzidas na região). A medida atingiu, principalmente, os carros vendidos pelos países asiáticos.

Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que a medida é proteger os fabricantes nacionais em um momento de aumento da concorrência com os produtos importados.

A previsão do governo é de que a medida englobe de 12 a 15 empresas e que metade das importações tenha seu imposto elevado. O preço dos carros importados pode subir de 25% a 28%, informou o ministro.

"É possível que algumas empresas tenham aguardado para realizar o desembaraço [das importações de carros]. O crescimento [de importações registrado em setembro] foi inferior ao verificado em meses anteriores", avaliou a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres, nesta segunda-feira (3).

Segundo números do governo, as importações de automóveis de passageiros cresceu 9,8% em setembro deste ano, contra igual mês do ano passado. Na comparação de janeiro a setembro de 2011, contra igual período do ano passado, as compras do exterior de automóveis avançaram 39,4%.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento revelam que, em agosto, contra igual ano de 2010, ou seja, antes do aumento do IPI para automóveis importados de fora do Mercosul e México, haviam subido 29%. E, no acumulado de janeiro a agosto, haviam subido 44,4%.
http://www.bemparana.com.br/index.php?n=192562&t=importacoes-de-veiculos-crescem-menos-em-setembro-




MDIC: diversificar mercados explica recorde da balança

Agência Estado
O secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ricardo Schaeffer, disse hoje que a balança comercial brasileira tem batido recordes sucessivos graças à política de diversificação de mercado que se deu no passado. Segundo ele, se o Brasil tivesse optado por centralizar as vendas nos Estados Unidos e na Europa estaria sentido o arrefecimento desses dois mercados agora, devido à crise financeira por que passam.

"No momento em que não colocamos todos os ovos na mesma cesta, nos demos mais condições de resistir a esta crise", afirmou o secretário. Mesmo assim, as exportações para os Estados Unidos cresceram 31,3% de janeiro a setembro e, para a Europa, 28,4%. A Ásia continua sendo o principal mercado, com uma alta nas exportações brasileiras de 39,1% em relação ao mesmo período de 2010.

Schaeffer afirmou ainda que, apesar do câmbio melhor para os exportadores, o secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), afirmou que está mantida a meta de US$ 257 bilhões em exportações este ano. Segundo ele, com esse resultado e confirmada a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento mundial do comércio exterior em 19,7% este ano, o Brasil conseguirá ampliar a sua participação no comércio mundial para algo entre 1,4% e 1,5%. No ano passado, a participação brasileira foi de 1,36%. A meta do governo é atingir 1,6% do comércio mundial até 2014
http://www.dgabc.com.br/News/5917465/mdic-diversificar-mercados-explica-recorde-da-balanca.aspx
 
 
 
 
Ministério envia laudos solicitados pela Rússia

Brasília - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento enviou no fim da semana passada os laudos de inspeção de 15 estabelecimentos, exigidos pelo Serviço Federal de Fiscalização Sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor). A troca de documentos técnicos entre os dois países intensificou-se desde o final de maio deste ano, quando a Rússia comunicou a suspensão das importações de carne dos frigoríficos de três estados brasileiros: Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

O ministério informou que foram feitas inspeções em estabelecimentos, tais como frigoríficos, entrepostos, armazéns e unidades de processamento, de oito estados, incluindo os três embargados integralmente. No entanto, os russos solicitaram laudos de mais 56 plantas que estão proibidas de exportar para a Rússia.
Segundo o ministério, a expectativa é a de que as autoridades russas suspendam o embargo a essas unidades antes de novembro, quando uma missão daquele país vem ao Brasil, já que os produtores brasileiros estão cumprindo os compromissos assumidos e tomando todas as medidas necessárias.

Atualmente, apenas um frigorífico de carne suína está habilitado para exportar para a Rússia sem restrições, situação bem diferente da de 2010, quando o país representava o principal destino desse tipo de carne produzida no Brasil. De acordo com os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, referentes à comercialização do ano passado, a Rússia é o principal mercado das carnes bovinas e suínas brasileiras e o sétimo destino de carnes de aves. O Brasil é responsável pela produção de 35% das importações russas de carne suína, 45% de carne bovina e 19% de carne de aves.
http://www.dci.com.br/Ministerio-envia-laudos-solicitados-pela-Russia-10-393051.html




Crescem exportações bolivianas aos EUA, China e Japão

Paz, 3 out (Prensa Latina) O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Bolívia destacou hoje o auge das exportações aos Estados Unidos, China e Japão.

Segundo essa entidade estatal, as vendas ao nortenho país cresceram 42 por cento até agosto último, em relação com igual etapa de 2010, apesaar da ausência desde 2008 de uma lei que antes outorgava preferências alfandegárias.

O relatório de INE precisa que nos primeiros oito meses deste ano as exportações bolivianas aos Estados Unidos somaram 583,9 milhões de dólares, enquanto nesse período do ano passado atingiram 412,4 milhões.

Na opinião do gerente do privado Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Gary Rodríguez, o incremento das exportações a Estados Unidos, deve-se às vendas de minerais, ainda que os têxteis baixaram.

Outro dos países que registrou um notável auge nas exportações é China, com vendas de 134,70 milhões de dólares em 2010 e neste ano se vendeu por 223,83 milhões com um incremento de 66,17 por cento.

Da mesma forma destacam-se as exportações ao Japão com vendas de 356,84 milhões de dólares no decorrer do ano frente a 293,78 milhões de dólares nessa etapa no ano passado, o que representa um incremento de 21,46 por cento.

As exportações totais de Bolívia, entre janeiro e agosto deste ano, atingiram cinco bi 823 milhões de dólares, o que mostra um crescimento do 29,6 por cento com relação a similar período de 2010, quando as vendas chegaram a quatro bilhões 492 milhões de dólares.

Neste indicador sobressaem os setores de hidrocarbonetos, mineraria, manufatura, agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca.
http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=353795&Itemid=1




Made in China' causa rebuliço na internet

Sites vendem produtos chineses com entrega no Brasil; apesar de preço e variedade, reclamações se multiplicam

Em letras miúdas, sites costumam avisar que não há reembolso se o produto for barrado pela Receita Federal

De tablets como o Eyo Pad (R$ 249) a capas para celular do Bob Esponja (R$ 1,90), passando por celulares da marca HiPhone (R$ 119,90) e camisas esportivas (R$ 21,90).

Esses produtos poderiam ser uma descrição das ofertas de qualquer galeria comercial abastecida pelo contrabando ou pelo descaminho (sonegação de impostos) chinês ou coreano, mas são uma pequena amostra do que pode ser encontrado hoje, à distância de apenas um clique, na internet brasileira.

A combinação de preços baixos e variedade dos bens "made in China", maior parceiro comercial do Brasil, transformou a importação direta da Ásia em um grande negócio na internet, em geral sem pagamento de impostos.

Sites como o Compre da China, MP Tudo e MPWay, entre outros, trazem produtos por até um décimo dos preços cobrados pelos celulares originais da Apple ou pelas camisas de futebol fabricadas pela Nike.

Os preços normalmente não incluem as taxas alfandegárias, e essas páginas avisam o consumidor, quase sempre em letras miúdas, que o dinheiro não será reembolsado caso o produto seja barrado pela Receita Federal.

REGRA

Atualmente, a regra para importações é que mercadorias de até US$ 50 são isentas de imposto, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.

Acima desse valor, ou se remetente e destinatário forem empresas, é aplicada a alíquota de 60% sobre o valor do bem mais o valor do frete.

A estratégia parece dar tão certo que se multiplicam na internet sites que ensinam como importar produtos da China e revender no Brasil.

Um deles, o comoimportardachina.com, promete revelar "o segredo da milionária indústria de importação de produtos chineses".
"As fraudes na internet envolvendo importações de produtos da China estão tomando uma proporção gigantesca", aponta o advogado Luiz Claudio Garé, consultor do GPM (Grupo de Proteção à Marca). "E isso vem acontecendo no mundo todo, não apenas no Brasil."

ARMADILHA

Especialistas como Garé advertem que os valores reduzidos e a variedade de produtos escondem uma armadilha. Hoje, há milhares de relatos, em sites de defesa do consumidor, de clientes que nunca receberam encomendas já pagas. Ou que receberam eletroeletrônicos que não funcionam.

"O consumidor precisa estar atento quando compra mercadorias oriundas de outros países, principalmente quando não está claro qual é a empresa importadora", afirma Paulo Roberto Binicheski, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal.

"Antes de adquirir qualquer produto, deve questionar com o site qual é seu endereço físico, se está registrado na Receita Federal e se há garantia contratual ou uma rede de assistência técnica", completa Binicheski.

Seis lojas virtuais aparecem como as campeãs das queixas de consumidores.

A Receita Federal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que há um conjunto de medidas em discussão para dar mais segurança aos despachos de remessas vindas do exterior. "Não há nada ainda que se possa anunciar", informou o órgão.

Sites de produtos chineses acumulam milhares de queixas na web

Os consumidores que se sentirem lesados por sites de importação direta e que quiserem acionar essas empresas na Justiça --seja por não terem recebido suas encomendas seja por terem recebido produtos com defeito-- têm como grande dificuldade rastrear o endereço físico dessas lojas virtuais.

Foi o caso do autônomo José Luiz Cordeiro da Fonseca, 38, de Manaus (AM), que em novembro de 2009 comprou um celular com dois chips por R$ 170 no Compre da China e jamais recebeu o aparelho.

Após cinco meses de espera, ele resolveu processar a empresa, mas não tinha em mãos a localização.

Tanto o Compre da China quanto o MPTudo informam em suas páginas que são de propriedade da Daynight Enterprise co., Limited, situada em Hong Kong.

No Brasil, são representados pela Fênix do Oriente Serviços de Cobrança, que por sua vez informa em seu site que é sediada na cidade de Americana, no interior de São Paulo.

Após uma busca em sites de consumidores que apresentaram queixa contra o site, um amigo de Fonseca conseguiu o endereço, e a empresa foi notificada.

Ele pediu R$ 10 mil de indenização. Conseguiu pouco mais de R$ 1.000, em decisão que só saiu em maio deste ano.

"Os anúncios desse site são muito bons. Na época, eu andava com dois aparelhos de telefone, para economizar nas ligações. Quando vi o celular com dois chips, achei perfeito. Mas tudo deu errado, e desde então nunca mais comprei nada pela internet", lamenta ele.

O Reclame Aqui, que abre espaço para consumidores protestarem, acumula 10,2 mil reclamações relativas ao MPTudo e 11,3 mil do Compre da China.

Este último recebeu tantas reclamações que entrou com uma medida judicial contra o site de queixas, que passou a monitorar os comentários para evitar frases muito agressivas.

MPWay e MPXShop possuem, respectivamente, 1.248 e 2.863 reclamações cadastradas no site (a empresa se defende afirmando que as queixas representam apenas 5% das suas vendas totais).

No caso da Fator Digital e da Planeta Ofertas, o número de reclamações é de 11.246 e 2.760, respectivamente.

OUTRO LADO

Queixas são parcela pequena das vendas, afirma advogado

As reclamações em relação aos produtos vendidos nas lojas virtuais MPXShop e MPWay representam apenas cerca de 5% das vendas, que foram de 40 mil produtos apenas no mês passado.

Essa é a posição do advogado José Thiago Bonatto, do escritório De Paula Santos Advocacia, que representa a Trinity Solutions, empresa especializada em pagamentos pela internet contratada pelos dois sites.

"Não podemos responder pelas lojas virtuais MPXShop e MPWay, uma vez que a responsável é a empresa SunCrown Limited HK, com sede em Hong Kong", disse.

Sobre o fato de os preços anunciados nos sites não incluírem o Imposto de Importação, Bonatto afirmou que essa informação está na seção "tire suas dúvidas".

A advogada Celeste Aparecida da Silva, da Fênix do Oriente Serviços de Cobrança, que presta serviços para os sites Compre da China e MP Tudo, afirmou que as reclamações representam apenas 1% das vendas. "Para esses casos, há uma política de atendimento ao consumidor que assegura nova postagem do produto em caso de extravio."

De acordo com ela, os sites deixam claro a incidência de tributos de importação sobre as compras.

A Folha procurou por telefone os outros sites citados na reportagem, mas não obteve resposta.
Maeli Prado
Folha de São Paulo





Setembro termina com superávit de US$ 3,074 bilhões

Brasília (3 de outubro) – O mês de setembro registrou superavit na balança comercial brasileira de US$ 3,074 bilhões, com média diária de US$ 146,4 milhões. A média do saldo no mês foi 185,2% superior a de setembro do ano passado (US$ 51,3 milhões) e 13,1% menor que a de agosto deste ano (US$ 168,4 milhões).

A corrente de comércio no mês (soma das exportações e importações) alcançou US$ 43,498 bilhões, com média de US$ 2,071 bilhões, sendo esta 18,9% maior que a do mês de setembro de 2010 (US$ 1,742 bilhão) e 1,7% menor que a do mês de agosto de 2011 (US$ 2,106 bilhões).

Nos 21 dias úteis de setembro, as exportações brasileiras foram de US$ 23,286 bilhões, com média diária de US$ 1,108 bilhão. Por esse comparativo, a média diária das vendas externas foi 23,6% superior a de setembro de 2010 (US$ 896,8 milhões) e 2,5% menor que a de agosto deste ano (US$ 1,137 bilhão).

As importações mensais chegaram a US$ 20,212 bilhões e registraram média diária de US$ 962,5 milhões. Houve aumento de 13,8% na comparação com a média de setembro do ano passado (US$ 845,5 milhões). Em relação à média de agosto de 2011 (US$ 968,9 milhões), as importações diminuíram 0,7%.

Semana

As exportações, na quinta semana de setembro, com cinco dias úteis (26 a 30), foram de US$ 5,389 bilhões, com média diária de US$ 1,077 bilhão. As importações, no período, foram de US$ 4,263 bilhões, com resultado médio diário de US$ 852,6 milhões. Com isto, a balança comercial semanal registrou saldo positivo de US$ 1,126 bilhão, com média diária de US$ 225,2 milhões. A corrente de comércio totalizou US$ 9,652 bilhões, com média de US$ 1,930 bilhão por dia útil.

Ano

De janeiro a setembro deste ano (189 dias úteis), as vendas ao exterior somaram US$ 190,000 bilhões (média diária de US$ 1,005 bilhão). Na comparação com a média diária do mesmo período de 2010 (US$ 770,9 milhões), as exportações cresceram 30,4%. As importações foram de US$ 166,966 bilhões, com média diária de US$ 883,4 milhões. O valor está 25,6% acima da média registrada no mesmo período de 2010 (US$ 703,4 milhões).

No acumulado do ano, o saldo positivo da balança comercial já chega a US$ 23,034 bilhões, com o resultado médio diário de US$ 121,9 milhões. No mesmo período de 2010, o superávit era de US$ 12,695 bilhões, com média de US$ 67,5 milhões. Pela média, houve aumento de 80,5% no comparativo entre os dois períodos. A corrente de comércio soma, em 2011, US$ 356,966 bilhões, com média diária de US$ 1,888 bilhão. O valor é 28,1% maior que a média aferida no mesmo período no ano passado (US$ 1,474 bilhão).

Às 15h30, haverá entrevista coletiva para comentar os resultados mensais no auditório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Acesse os dados da balança comercial de setembro

Às 15h30, haverá entrevista coletiva para comentar os resultados mensais no auditório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC




O Brasil torce pela China

O Brasil terá um bom apoio para enfrentar a crise internacional, se a China, principal mercado para suas matérias-primas, continuar em crescimento. Mas falta saber se a própria economia chinesa poderá manter um bom ritmo de expansão com o mundo rico estagnado.

Há sinais "óbvios" de desaceleração, segundo uma nota divulgada nesta sexta-feira pela agência estatal Xinhua. Alguns analistas arriscam previsões de longo prazo. O crescimento chinês será inferior a 5% em 2016, segundo 59% dos entrevistados numa sondagem realizada pela Bloomberg em vários países.

A desaceleração já ocorrerá no próximo ano, de acordo com 42% dos 1.031 investidores consultados. O próprio governo chinês, no entanto, mantém um discurso otimista sobre as perspectivas de curto prazo e o roteiro de ajuste econômico do país.

No primeiro semestre o Produto Interno Bruto (PIB) chinês foi 9,6% superior ao de um ano antes. Num período pouco maior - de janeiro a julho - dados parciais continuaram mostrando um nível de atividade muito alto.

As vendas no varejo, o investimento em máquinas e construções e o comércio exterior foram, respectivamente, 16,8%, 25,4% e 25,1% maiores que os de igual período de 2010.

Esses números foram apresentados na semana passada pelo presidente do Banco do Povo da China, o banco central, Xie Xuren, durante a assembleia conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. "O desenvolvimento saudável e estável da economia chinesa continuará sendo uma contribuição positiva para a recuperação da economia global", afirmou.

O próprio FMI projeta uma desaceleração muito pequena para a China: 9,5% de expansão do PIB neste ano e 9% em 2012, resultados muito parecidos com a média dos últimos dois anos - 9,2% em 2009 e 10,3% em 2010.

Esse notável desempenho resultou da conjugação de um grande estímulo à demanda interna e da manutenção de um grande esforço de exportação num mercado muito menos dinâmico do que antes da crise.
Em 2010, as exportações mundiais de bens aumentaram 14,1%, mas essa variação mal compensou a diminuição de 12,1% ocorrida no ano anterior. Na semana passada a Organização Mundial do Comércio reduziu de 6,5% para 5,8% a projeção de crescimento das exportações globais neste ano.

As perspectivas para 2012 são de uma expansão menor do comércio internacional, por causa do cenário econômico previsto para o mundo rico - uma desaceleração muito forte ou, segundo os mais pessimistas, uma recessão. Esta última hipótese depende principalmente de fatores políticos.

Se o Congresso americano rejeitar as medidas de estímulo contidas no pacote fiscal proposto pelo presidente Barack Obama, a economia americana levará muito mais tempo para sair da estagnação. Se novos impasses na Europa agravarem a situação dos países mais endividados, o estrago no setor financeiro terá um forte impacto no setor produtivo. Mas há sinais positivos.
A mobilização política pela aprovação do novo modelo do fundo de estabilização europeia - aumento de recursos para 440 bilhões e maior amplitude de ação - é um dado animador, embora insuficiente para eliminar as preocupações.
Uma desaceleração maior da economia chinesa dependerá em grande parte da evolução econômica do mundo rico. Quanto pior o quadro nos Estados Unidos e na Europa, tanto piores as perspectivas da China a curto prazo.
Nesse caso, as cotações das matérias-primas serão com certeza afetadas, exceto se as condições de oferta de produtos agrícolas forem muito prejudicadas por eventos naturais. Mas o governo chinês tentará, de toda forma, impor um freio ao crescimento, para conter as pressões inflacionárias.
Se o freio for moderado, melhor para o Brasil. De janeiro a agosto o País exportou para o mercado chinês produtos no valor de US$ 29 bilhões, 17,4% da receita global. Nenhum outro país comprou tanto do Brasil. Se os preços das commodities caírem, a receita comercial brasileira será fortemente prejudicada no próximo ano.
O País pagará pela negligência do governo em relação às condições efetivas de redução de custos e de elevação da competitividade industrial.
O Estado de São Paulo





Rio de Janeiro superou em oito meses exportações totais de 2010
O comércio exterior fluminense cresceu 67% de janeiro a agosto deste ano, o dobro da média nacional, que foi de 32%. Nesse período, as vendas externas fluminenses somaram US$ 20,1 bilhões e já se igualaram ao montante movimentado durante todo o ano de 2010. Isso significa que as exportações do estado atingirão novos recordes até o fim do ano. Os dados são do boletim Rio Exporta, divulgado pelo Sistema Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) nesta quinta-feira, dia 29 de setembro.

O saldo comercial fluminense alcançou patamar inédito nesses oito meses com US$ 7,6 bilhões em movimentação, um crescimento quatro vezes maior do que o registrado no ano passado. Com isso, o Rio de Janeiro passou a ocupar o terceiro lugar entre os maiores contribuintes da balança comercial brasileira (era o quinto em 2010), atrás apenas de Minas Gerais e Pará, grandes exportadores de minério de ferro.
Em agosto, as exportações do Rio somaram US$ 3,1 bilhões, o dobro do mesmo mês no ano passado. A indústria do petróleo continua sendo o carro-chefe (US$ 2,1 bilhões e 70% do total), estimulada pelo aumento da cotação internacional do barril, mas três outros segmentos chamaram atenção ao atingir em agosto as maiores exportações do ano: produtos alimentares, principalmente carne bovina, que vendeu US$ 12,5 milhões; Têxtil, com tecidos de linho, que alcançou US$ 3,6 milhões, e produtos agropecuários, com movimentação de US$ 781 mil.

Quanto às importações, em agosto, a combinação de demanda local aquecida e valorização do real foi determinante para o recorde de US$ 2 bilhões, com ênfase na área Extrativa mineral (US$ 479 milhões) e em Metalúrgica (US$ 213 milhões). Também contribuíram o setor farmacêutico (US$ 131 milhões), com vacinas contra poliomielite e remédios para tratamento de câncer; perfumaria (US$ 29 milhões), com cremes de beleza, perfumes e creme dental, e artigos plásticos (US$ 12 milhões).

O saldo comercial apresentou, portanto, um resultado positivo de US$ 1,1 bilhão em agosto, revertendo o cenário de déficit registrado no mesmo mês em 2010 (US$ 344 milhões).

Os Estados Unidos continuam sendo o principal parceiro comercial do estado, tanto nas exportações (US$ 664 milhões) como nas importações (US$ 377 milhões). Para o país foram exportados principalmente petróleo e semimanufaturados de ferro e aço, e comprados equipamentos para a indústria aeronáutica e carvão.
Confederação Nacional da Indústria




Índia prevê comércio crescente com Brasil
Em tempos de crise no mundo desenvolvido, surge uma oportunidade para o Brasil melhorar suas relações comerciais com os outros componentes do grupo conhecido como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Dentre as parcerias comerciais do Brasil dentro do bloco, um dos maiores potenciais de crescimento da corrente de comércio é vista pela Índia.

Neste ano, US$ 6,95 bilhões já foram comercializados, menos de US$ 1 bilhão abaixo do negociado em todo ano de 2010. Segundo Leonardo Ananda, diretor-executivo da Câmara de Comércio Índia Brasil, este ano os valores ficarão próximos de US$ 10 bilhões, o que representaria um crescimento de 30% ante o ano passado. "Existe um posicionamento de aproximação desde 2004, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a Índia", diz o diretor. Até 2010, a parceria comercial cresceu 640%.

A expansão vertiginosa dos últimos sete anos serve de base para as projeções feitas pela câmara indiana. "Estudos nossos apontam que chegaremos a US$ 30 bilhões na corrente comercial em cinco anos. Em dez, com US$ 50 bilhões, esperamos ser o quinto maior parceiro do Brasil", afirma.

A África do Sul também procura uma aproximação com o Brasil: o país enviará entre os dias 17 e 21 de outubro uma comissão chefiada pelo ministro dos transportes, Sibusiso Joel Ndebele. De olho na Copa do Mundo de 2014, os sul-africanos entendem que sua experiência em 2010 pode fortalecer a corrente comercial entre as duas nações.

Hoje, na abertura da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia, na Bélgica, a presidente Dilma Rousseff vai tentar destravar um acordo de livre-comércio entre Mercado Comum do Sul (Mercosul) e União Europeia cujas negociações foram suspensas em 2006.
Diário do Comércio e Indústria



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