LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ECONOMIA

Brasil é 'atraente' para asiáticos, diz BID

Principal motivo é que o país e a maioria das economias latino-americanas resistiram à crise mundial de 2008

Em 2010, sul-coreanos investiram US$ 1 bi só no Brasil, sendo 72% em mineração e 21% em manufaturados

A expansão econômica do Brasil e sua relativa estabilidade transformou o país num "atrativo" regional que fez investidores asiáticos olharem com "perspectiva diferente" para toda a América Latina.

A avaliação é do presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno. Segundo o colombiano, países como a Coreia do Sul se animaram a fazer investimentos e a apostar no comércio com a região principalmente após 2008, quando o Brasil e a maioria das economias latino-americanas demonstraram força própria e resistiram à crise que abalou a economia mundial.

Em 2010, os sul-coreanos investiram US$ 1 bilhão só no Brasil, sendo 72% no setor de mineração e 21% na produção de manufaturados. "Nos próximos 15 anos, boa parte do crescimento do mundo virá de mercados emergentes, e, desses, quem está contribuindo mais são os países da América Latina e da Ásia", disse Moreno.

Ele conversou com a Folha em fórum comercial que reuniu empresários da América Latina em Seul (Coreia do Sul) na semana passada.

Os investimentos coreanos e o rápido crescimento no intercâmbio comercial do país com a América Latina -16% ao ano nas últimas duas décadas- transformaram a Coreia do Sul no parceiro mais dinâmico dos latino-americanos logo depois da China.

LIVRE-COMÉRCIO

Moreno destacou também o fato de o Brasil ser o principal sócio comercial dos coreanos na região, apesar de ter descartado convite para assinar tratado de livre-comércio.

Segundo o Itamaraty, o Brasil e os demais sócios do Mercosul realizaram estudos e entenderam que seria "cristalizada" a atual estrutura comercial, na qual os sul-coreanos compram commodities e vendem manufaturados.

"Cada país é livre para escolher sua melhor política de inserção na economia global. O acordo com o Mercosul é mais complexo. [O fato de não haver acordo] não é um impeditivo [para estreitar relações]", disse Moreno.

Com uma economia voltada à exportação de eletroeletrônicos e de bens de capital, a Coreia de Sul tenta maior acesso aos mercados da região por meio de acordos de preferência tarifária.

Até agora, os sul-coreanos firmaram tratados com o Chile, em 2004, e com o Peru, neste ano. Também negociam com a Colômbia e com o México.
Folha de São Paulo



Brasil entra na rota comercial de países em desenvolvimento


Com crescimento econômico e avanço na relevância internacional, o Brasil já é considerado por muitos um país do presente.

Nos últimos dois meses passaram por aqui comitivas comerciais do Haiti e da Nigéria - ambos com objetivo de atrair investimentos do empresariado nacional para seus países. E a agenda segue.
Hoje desembarca o governador da Flórida, Rick Scott, que passará por São Paulo para ampliar o relacionamento bilionário que já tem com o Brasil. Em 2010, os estado americano faturou US$ 12,5 bilhões em exportações ao país, resultado 11% maior que no anterior.

Amanhã, ministros paraguaios e líderes empresariais chegam trazidos pela Paraguay Invest, em busca de investimentos brasileiros para o país.

E, na quarta-feira (26/10), a ministra das relações exteriores da Província do Quebec, Monique Gagnon Tremblay, chega para "fortalecer a presença no mercado brasileiro". Ela terá um encontro com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para conversar sobre cooperação bilateral.


ENTRADA PARA A ÁFRICA

Desde a semana passada, uma comitiva de São Tomé e Príncipe passa o chapéu em busca de investimentos para criação de duas zonas francas - uma industrial e outra de apoio logístico e turismo.

Com um Produto Interno Bruto de US$ 311 milhões em 2010, o país precisa de € 200 milhões e investimentos em infraestrutura. Carência não falta. Eles precisam de aeroportos, rodovias, energia e saneamento.

A ideia, segundo Argemiro dos Prazeres, ex-ministro do país e consultor do governo nos assuntos relacionados às zonas francas, é atrair empresas pela possibilidade de entrada com isenção fiscal em outros países da África. A única limitação: ter 35% do valor do produto agregado em solo principense.

"Com a etiqueta Made in São Tomé e Príncipe, o produto entra em todos os países da Comunidade Econômica dos Estados da África Central sem pagar imposto, além de ter desconto em outros países como em Angola", defende. "Basta embalar o produto em São Tomé e Príncipe."
Atualmente, 40% da população do país está desempregada, o que seria garantia de uma farta mão de obra jovem e barata. A maior parte da população tem entre 18 e 40 anos. As obrigações trabalhistas do empregador se resumiriam a 6% do salário do funcionário entregue à ao serviço de seguridade social.
Brasil Econômico



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