Armadoras reduzem oferta de linhas
A armadora alemã Hamburg-Süd anunciou a “racionalização” de seus serviços nas rotas entre o Norte da Europa e o Leste do Mediterrâneo.
Na prática, a empresa cancelou uma linha de navegação e ajustou outra para incluir em seu cardápio o que chamou de “portos-chave” no continente europeu. A medida acompanha um pequeno movimento de crise no setor da navegação, ao qual o Brasil pode não passar incólume.
Em comunicado distribuído à imprensa, a Hamburg-Süd informou que as medidas são uma resposta a “condições desfavoráveis de comércio”. A decisão denota o difícil momento por que passa a navegação neste ano. A turbulência foi prevista pela armadora em seu balanço anual, divulgado em abril, que contém planos e projeções para o ano.
A Tribuna
Complexo do Itajaí opera mais de 5 milhões de toneladas no semestre
O Complexo Portuário do Itajaí registrou um avanço de 14% nas operações realizadas no primeiro semestre de 2011. Foram operados 5,05 milhões de toneladas de mercadorias, ante 4,45 milhões de toneladas embarcadas e desembarcadas no igual período de 2010.
Com relação às operações com contêineres, no acumulado do semestre o Complexo registrou a movimentação de 481,8 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés), ante 426,5 mil TEUs operados no mesmo semestre de 2010. O avanço foi de 13%. Os números serão apresentados durante reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Itajaí, que será realizada nesta sexta-feira.
Se analisadas apenas às operações de junho, a movimentação total do Complexo no mês foi de 883,19 mil toneladas, inferior em 4,61% ao montante movimentado em maio, de 925,89 mil toneladas. Entretanto, se comparada à movimentação de junho de 2010, observa-se um crescimento de 17%. Em contêineres, foram movimentados 86,38 mil TEUs, ante 91,5 mil TEUs operados no mês anterior, com recuo de 5,59%. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, foi observado crescimento 22%.
“A APM Terminals movimentou 38,89 mil TEUs em junho, ante 43,55 mil TEUs no mês anterior. No entanto, acumula no semestre uma movimentação de 221,56 mil TEUs, contra 157,07 mil TEUs movimentados entre janeiro e junho do ano passado, com um crescimento robusto de 41%. Já a Portonave teve uma movimentação de 47,49 mil TEUs, praticamente a mesma movimentação do mês anterior, ainda que no comparativo com junho do ano passado tenha registrado um crescimento de 25%”, informa o diretor Comercial do Porto de Itajaí, Robert Grantham. No acumulado do semestre, a Portonave registra 259,36 mil TEUs operados, contra 268,39 mil TEUS em igual período do ano passado, com um decréscimo de movimentação de 3%.
“Tomando como base os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) de maio, observamos que na exportação o frango congelado continua liderando nossa movimentação com 31,78% do total enquanto outras carnes (suíno e bovino) representam 17,3%”, acrescenta Grantham. O diretor destaca ainda as exportações de produtos do setor metal-mecânico com 19% da pauta, madeira e derivados com 9% e fumo com 8,2%. “Notícias recentes dão conta que a fase de grande expansão das exportações de frango se esgotou, podendo apenas apresentar crescimento vegetativo, uma vez que nos últimos oito semestres os volumes exportados mantiveram-se estáveis”, complementa.
No sentido inverso, ou seja, nas importações, o líder em valor é o setor metal-mecânico, responsável por 38,5% das mercadorias que entram pelo Complexo Portuário, seguido de produtos químicos, com 20%. Já o complexo têxtil (fios, linhas e tecidos) soma 19,8 %.
Escalas - Em termos de escalas, atracaram 103 navios em junho, ante 113 em maio. No acumulado do semestre foram 638 escalas, contra 592 no igual período do ano passado. O crescimento foi de 8%, o que permite entender que as escalas crescem em numero menor que a movimentação, indicando um ganho de volume por navio individualmente.
A APM Terminals registrou 43 escalas, com um acumulado no semestre de 252 navios, contra 203 no mesmo período do ano passado, com crescimento de 24%. A Portonave, no mesmo período, registrou 57 escalas, com um acumulado no semestre de 319 navios, ante 305 no primeiro semestre de 2010, com crescimento de 5%.
O terminal Braskarne contabilizou duas escalas no mês, tendo no acumulado nove navios, com um decréscimo de 31% no comparativo do semestre. A Poly Terminais não teve escalas no mês e no acumulado do semestre manteve o mesmo numero de oito escalas. Já o terminal Teporti registrou uma escala no mês, sendo que no acumulado do semestre teve 23 escalas, contra 12 no mesmo semestre de 2010, com um crescimento, portanto, de 92%. O Terminal Trocadero não registrou movimentação.
A Tribuna
New World Alliance suspenderá PSW
A New World Alliance, composta pela APL, pela MOL (Mitsui OSK Lines) e pela Hyundai Merchant Marine anunciou esta semana que irá suspender o serviço PSW Transpacífico, que cobre as rotas que partem de Taiwan, do sul da China e da Coréia com destino a Los Angeles e Oakland (EUA).
O último navio a cumprir o itinerário zarpará no dia 14 de julho de Pusan. O serviço operava com cinco navios com capacidades que variam entre 4.600 Teus (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) e 4.700 Teus. A aliança continuará realizando serviços entre os locais cobertos pelo PSW por meio de outras rotas.
Guia Marítimo
Drewry prevê escassez em temporada de pico
O setor de contêineres pode, mais uma vez, passar por um momento de escassez durante a temporada de pico, deixando algumas transportadoras com falta de equipamento para carregarem suas cargas, segundo previsão da Drewry.
Um estudo elaborado pela companhia descreve como os fabricantes de contêineres da China continuam restringir a produção de contêineres diante da forte demanda, forçando, assim, uma alta no preço dos novos contêineres e, consequentemente, amortecendo os investimentos em novos equipamentos.
De acordo com a analista, se a capacidade de hoje em dia é mais controlada pelo setor de fabricação de contêineres do que no passado, isso resultará em preços mais altos para os novos contêineres. Ainda está para ser visto se a alta contínua dos preços de contêineres irão mesmo deter novos investimentos, como a Drewry acredita que possa acontecer: "No entanto, a situação, ainda que ruim, não será tão grave quanto no ano passado", afirmou a empresa em relatório.
Guia Marítimo
Cais Mauá perto da liberação
Prefeitura e consórcio aguardam aval da União à concessão do local para as obras.
A expectativa da prefeitura de Porto Alegre e do consórcio Cais Mauá é de que a União autorize, até o final do mês, a concessão da área para as obras de revitalização e posterior arrendamento por 25 anos. Segundo a secretária- adjunta da Casa Civil do Estado, Mari Peruzzo, a formalização do acordo deverá ser feita em reunião na Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União (AGU), prevista para acontecer entre os dias 26 e 28 de julho.
Nesta data, será assinado o Termo Aditivo nº 2, que prevê a concordância da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) com a transferência dos equipamentos portuários (escritórios) para o Cais Navegantes, onde opera atualmente o porto da Capital gaúcha, e o repasse dos valores referentes ao arrendamento do Cais Mauá à Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
De acordo com o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, a aceitação por parte da União é que determinará quando o projeto arquitetônico poderá começar sua tramitação pelos órgãos técnicos das administrações municipal e estadual, que precisam autorizar o início das obras e dar os licenciamentos.
Estes procedimentos deverão ser conduzidos por uma comissão conjunta que terá dedicação exclusiva. Os esforços, afirmou o prefeito, serão feitos para que o completo licenciamento das obras seja concluído até o final deste ano.
Na semana anterior à reunião de conciliação, empreendedores interessados em investir no projeto (que deve ter financiamento privado) se encontrarão com o governador do Estado, Tarso Genro. Para o arquiteto e ex-governador do Paraná Jaime Lerner, a organização do arranjo econômico com os investidores é que determinará o ritmo de execução das obras.
"De todos os projetos de revitalização de orla que tenho conhecimento, este de Porto Alegre é o que tem mais condições de sair do papel em menos tempo, porque aqui se encontra uma conjunção de vontades. O projeto representa um sonho para os porto-alegrenses. Nossa expectativa é que as obras fiquem prontas até a Copa do Mundo. Não podemos dar certeza disso, mas minha experiência mostra que, quando se coloca uma data, as coisas acontecem", afirmou Lerner, que foi palestrante ontem da reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul
A um grupo de empresários, o ex-governador, que foi prefeito de Curitiba por três vezes, detalhou a proposta feita em conjunto por seu escritório de arquitetura e pelo escritório espanhol Fermín Vásquez. Dividido em três partes, a reestruturação deve ir do Gasômetro até as docas, passando pelos armazéns. Nestes espaços serão construídos um centro comercial, restaurantes, três torres comerciais e um centro cultural.
"Este é um projeto que se está fazendo sem ganância, sem a avidez dos investidores por tirarem o máximo rendimento. Tanto é assim que as áreas construídas ocupam menos espaço que o permitido em lei e os cuidados de inserção na paisagem foram muito grandes. É uma iniciativa que traz um novo momento para a cidade, por retomar sua frente para o rio, por impactar na recuperação do centro histórico", avaliou.
Durante a reunião-almoço, o presidente da Federasul, José Paulo Cairoli, afirmou que a entidade, em conjunto com outras organizações comerciais e o Sindicato da Hotelaria e da Gastronomia (Sindpoa), irá espalhar pela cidade 80 outdoors em apoio à revitalização do Cais Mauá. As peças publicitárias devem ser expostas a partir da próxima segunda-feira, dia 18.
Portos e Navios
PPPs são alternativas para atrair novos investimentos para os portos paranaenses
Parcerias público-privadas (PPPs) podem ser o caminho para que os portos paranaenses voltem a atrair investimentos. Concretamente, de recursos federais o Paraná conta apenas com verbas para fazer a dragagem do Porto de Paranaguá, que fica de fora dos principais investimentos que a União pretende fazer nos portos brasileiros na próxima década, conforme divulgado por O Estado no último dia 4.
A possibilidade de se investir nas PPPs foi levantada pelo secretário estadual do Planejamento, Cássio Taniguchi, na manhã desta quarta-feira (13), em encontro com empresários da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), realizado em Curitiba. “Somos totalmente a favor”, declarou.
Além das PPPs, Taniguchi citou as opções de concessão e arrendamento para angariar recursos à ampliação do porto e para a construção de novos atracadores. “Existe o interesse privado de cooperativas de exportadores de açúcar, que pode ser uma opção”, comentou. O projeto do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, é de ampliar os atuais 12 berços para 32, em um projeto de longo prazo.
O secretário do Planejamento disse ainda que o Paraná tem que apostar em agregar valor ao produto exportado, não se restringindo apenas à exportação de grãos in natura. "Isso muda as características e a definição do porto, com mais contâineres, por exemplo".
Portos e Navios
Line-up dos portos para embarque de açúcar cai para 70 navios
Line-up dos portos para embarque de açúcar cai para 70 navios Foi agendado o carregamento de 2,338 milhões de toneladas de açúcar; maior parte do volume a ser exportado é da variedade VHP.
O número de navios que esperam para embarcar açúcar nos portos brasileiros caiu de 79 para 70 na semana encerrada ontem, dia 13 de julho, de acordo com relatório da agência marítima Williams Brazil. O relatório considera embarcações já ancoradas, aquelas que estão ao largo esperando atracação e também as embarcações com previsão de chegada até dia 13 de agosto.
Foi agendado o carregamento de 2,338 milhões de toneladas de açúcar. A maior quantidade será embarcada no Porto de Santos, de onde sairão 1,77 milhão de toneladas, ou 76% do total. Paranaguá responderá por 23% do embarque, ou 540,75 mil toneladas. No Porto de Santos, o terminal da Cosan deve embarcar 513 mil toneladas no período analisado. No terminal da Copersucar, os embarques devem somar 329,45 mil toneladas. A expectativa é de que 337,41 mil toneladas sejam embarcadas no terminal de Teaçu. A Cargill deve embarcar 328,4 mil toneladas.
A maior parte do volume a ser exportado é da variedade VHP - açúcar bruto de alta polarização -, com 2,20 milhões de toneladas. O açúcar VHP é embarcado à granel. Do total de VHP a ser exportado, 78% será pelo porto de Santos e 22% por Paranaguá. Os registros do tipo cristal B-150 devem somar 106,7 mil toneladas. O volume de açúcar refinado A45 deve ser de 29 mil toneladas. O açúcar cristal e o A45 são embarcados ensacados. Do total de açúcar ensacado a ser embarcado, 50% sairá pelo Porto de Paranaguá e 41% por Santos.
Portos e Navios
Falhas no portos brasileiros prejudicam a exportação do país
Compradores europeus da safra brasileira estão em busca de outros mercados por causa dos atrasos na entrega dos produtos
O Porto de Roterdan, na Holanda é um exemplo de eficiência e rapidez - 130 mil navios partem e chegam ao local por ano. É a porta de entrada da maioria dos grãos brasileiros exportados para a Europa.
Apesar de ser o maior e mais importante porto da Europa, não há nenhum navio esperando para atracar no porto. Bem diferente de Paranaguá, onde os navios ficam no mar até um mês esperando para carregar ou descarregar no porto. Essa demora e falta de infraestrutura tem provocado prejuízos para os produtores da Europa.
No porto de Montoir, oeste da França, 1,6 milhão toneladas de farelo de soja vindos do Brasil desembarcam no local - 70% do que a França compra do país. O que chega do Brasil chega atrasado.
"Nossos clientes vão receber o produto depois do planejado e isso não é nada bom", diz o gerente da maior cooperativa holandesa.
Por causa dessa dificuldade brasileira de cumprir prazos, compradores franceses estão buscando soja em outros países. É o que diz o diretor do Porto de Montoir, Fernando di Morale.
Esse prejuízo é reflexo da falta de estrutura do porto brasileiro. Os problemas de Paranaguá, Por onde sai a maior parte da produção agrícola nacional, ficam expostos na época da colheita da safra.
Pouco espaço para os caminhões descarregarem. Filas de até 50 quilômetros na estrada que leva ao porto. No mar, navios esperam mais de um mês para atracar. Até a chuva é obstáculo. Não há coberturas para o embarque da produção. Quando chove, o porto praticamente para.
Em 2011, o prejuízo para os exportadores brasileiros com os atrasos foi de R$ 100 milhões. Cada navio parado no Brasil chega a dar um prejuízo de US$ 100 mil por dia ao comprador europeu.
Em outro importante porto europeu, em Hamburgo, norte da Alemanha, a movimentação dos mais de dois milhões de containeres é toda automatizada.
Desde o momento em que o navio atraca no porto até a hora em que os containeres vão para os caminhões, as máquinas fazem o trabalho de nada menos que 700 funcionários. Um bilhão de euros foram investidos para automatizar o terminal.
"São coisas assim pontuais que nós entendemos que tem que fazer rapidamente, pra que nós não voltemos a repetir os problemas no início do ano que vem", diz o superintendente da Ocepar, Nelson Costa.
“Estamos prevendo alguns investimentos de responsabilidade do próprio porto, ampliação do pátio de estacionamento dos caminhões, conclusão da reforma do atual pátio, além de algumas parcerias com a iniciativa privada no sentido de atender melhor a demanda de Paranaguá”, afirma o superintendente do Porto de Paranaguá, Airton Vidal Maron.
Jornal Floripa
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