País retoma exportações de soja por Paranaguá
As exportações de soja paraguaia pelo Porto de Paranaguá voltarão a ser realizadas a partir de agosto. Há oito anos o país deixou de exportar o produto por esse porto devido às políticas públicas de ento, que dificultaram o escoamento de cargas. Um trabalho envolvendo o Governo do Paraná, a Acifi (Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu), o Ministério da Agricultura e a Receita Federal está trazendo de volta os produtos paraguaios.
De acordo com o diretor de Comércio Exterior da Acifi, Mario Alberto Camargo, já foram negociadas cerca de 30 mil toneladas de soja: "A nossa previsão é que, até o final deste ano, sejam escoadas por Paranaguá 100 mil toneladas de soja paraguaia", afirma.
Camargo diz ainda que existe uma demanda reprimida no Paraguai que permite a movimentação de até 1 milhão de toneladas/ano de soja através do Porto.
Guia Marítimo
Rússia decide reduzir cotas de importação para carnes
A Rússia vai reduzir em 32,2% sua cota global de importação de carne suína para 2012, e em 28,5% a cota de importação de carne de frango, numa clara retaliação à demora de países exportadores em dar o apoio final à sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Se não completamos logo nossa entrada na OMC, as cotas vão cair mais, isso é claro", disse aoValor o principal negociador russo, Maxim Medvedkov, ontem em Genebra, enquanto fazia pressão para tentar fechar um acordo nas próximas duas semanas. Ele confirmou que a cota global de importação para carne suína cairá de 472,2 mil toneladas atualmente para 320 mil toneladas no ano que vem. Haverá outra cota de 30 mil para cortes específicos de suíno. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, reagiu à decisão russa: "A prioridade da Abipecs é ampliar os mercados asiáticos, reduzindo a ainda grande dependência do mercado russo", afirmou. No caso do frango, a cota global declinará de 350 mil toneladas para 250 mil toneladas. Em relação à cota de carne bovina, Medvedkov não se pronunciou. Mas a tendência, segundo fontes do mercado, é que o nível atual seja mantido, até porque os russos não têm a produção interna necessária. O primeiro-ministro Vladimir Putin já tinha dado na sexta-feira o sinal de redução de cotas para 2012, vinculando indiretamente a medida à demora nas negociações na OMC. "Estamos considerando outras opções nas negociações na OMC, mas que só será possível em caso de um acordo geral, que beneficie nossa indústria", afirmou Putin, segundo agências de notícias. Medvedkov disse que Moscou está "considerando" uma oferta "melhor" no caso da carne suína para o período 2013-2017, uma vez que a Rússia seja aceita como sócia da OMC. "Em vez de 320 mil (a cota de 2012), consideramos cota de 400 mil como oferta de compromisso", afirmou. Isso significa ainda um corte significativo em relação à cota atual e sobretudo em relação à oferta de 532 mil toneladas que os russos mencionavam em 2008.Em todo caso, os russos têm pressa. "Nossa expectativa é de fechar um acordo sobre as carnes nas próximas duas semanas", disse, no exato momento em que a conversa foi interrompida pela chamada da ministra de Desenvolvimento, Elvira Nabiullina, no celular. A ministra tem afirmado que, se os termos gerais de um acordo não forem acertados até o fim deste mês, a entrada da Rússia pode atrasar pelo menos até 2013. No ano que vem, a Rússia terá eleição presidencial e a capacidade de o governo fazer concessões diminui bastante. Mas a possibilidade de Moscou ser aceito na OMC até o fim deste ano parece pequena. Esta semana, as negociações sobre carnes continuarão provavelmente sem avanços. Medvedkov insistiu que não há nenhuma garantia de que os Estados Unidos e a União Europeia vão abocanhar 60% das cotas para suínos e frango, como têm reclamado o Brasil e outros parceiros. "Queremos estabelecer termos justos de comércio para os principais exportadores de carnes para nosso mercado", disse. "O Brasil, sobretudo, tem insistido em que não haja cota e sim um sistema de importação unicamente baseado em tarifas.
Isso é um problema para nós, porque o sistema de cotas nos dá uma certa proteção". "Uma vez que entrarmos na OMC, nossos produtores precisarão de um período de transição para concorrer com o produto estrangeiro. Por isso, estamos concordando em sistema unicamente de cotas após 2020", acrescentou. "Nossos produtores de suínos investiram muito para aumentar a produção O que queremos é dar a possibilidade a eles de se adaptarem até 2020 e estar em condições de competir". O problema envolvendo o acesso de carne suína ao mercado russo está tomando uma dimensão cada vez maior. Agora, senadores americanos pediram para a Casa Branca endurecer as condições de acesso da Rússia na OMC, alegando que Moscou vem descumprindo o que tinha prometido aos produtores americanos. Os EUA alegam que a Rússia tinha prometido cota específica de 100 mil toneladas para os americanos, em 2008, e agora baixou para 57.500 toneladas, quase metade do que tinha sido acertado. Outro problema é sobre as regras sanitárias e fitossanitárias (Acordo SPS). "Nos comprometemos em cumprir plenamente com as regras da OMC", afirmou Medvedkov. No entanto, parceiros querem que Moscou elimine uma série de medidas antes de entrar na entidade global. Negociações bilaterais entre o Brasil e Rússia ocorrerão ainda esta semana em Genebra. Indagado sobre o embargo temporário à entrada de carnes procedentes de 85 frigoríficos brasileiros, Medvedkov insistiu que isso não tem vínculo com a negociação na OMC.
O prazo dado por Moscou para responder ao Brasil se acabava o embargo ou o mantinha expirou na sexta-feira, sem nenhuma resposta por parte dos russos.
Porto de Santos
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