LEGISLAÇÃO

terça-feira, 12 de julho de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 12/07/2011

Investimento de R$ 11 mi visa reduzir filas em porto
No último mês, a Ferroeste, a Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Co­­dapar) – vinculada à Se­­cretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento – e a Ad­­mi­­nistração dos Portos de Para­­naguá e Antonina (Appa) se debruçaram em um projeto que pretende, com um investimento de R$ 11 milhões, criar seis centros logísticos (Cascavel, Ma­­ringá, Guarapuava, Araucária, Ponta Grossa e Paranaguá) para estacionar caminhões, armazenar e classificar a carga que vai para o Porto de Paranaguá.
O projeto parte do reaproveitamento de estruturas das três entidades e da Companhia Na­­cional de Abastecimento (Conab) já existentes – e ociosas em boa parte do tempo – para tentar diminuir a fila de caminhões na BR-277 e agilizar o trabalho do porto. Nem todo o setor produtivo teve acesso ao projeto ainda, mas as primeiras análises indicam que a proposta é paliativa e pode até aumentar os custos para transportadores e cooperativas.
“O projeto não exclui todas as outras medidas necessárias, como a ampliação da Ferroeste, mas dá sobrevida à ferrovia”, explica o presidente da Fer­­roeste, Maurício Querino Theo­­doro. O objetivo do projeto, segundo ele, é não só controlar melhor o tráfego de caminhões, mas dar um lugar seguro e adequado para os caminhoneiros esperarem, com restaurantes e banheiros, já na safra do ano que vem, e começar todo um trabalho de classificação que resultaria, daqui a dois ou três anos, em um programa de certificação de origem – um selo para os produtos agrícolas paranaenses, sob a responsabilidade da Em­­presa Paranaense de Classi­­ficação de Produtos (Claspar).
O montante estimado para o projeto consta das prioridades da Secretaria de Estado de Infra­­estrutura e Logística para o orçamento de 2012, segundo o secretário José Richa Filho, e estaria sendo avaliado pelo secretário de Estado do Planejamento e Coor­­denação Geral, Cassio Taniguchi. O projeto também teria sido apresentado ao Banco Inter­­nacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
O projeto começaria pelos centros de Cascavel e Guara­­puava, em um piloto intermodal. O uso dos silos da Ferroeste, da Codapar e da Conab existentes no estado representaria um aumento de 50% na capacidade estática de armazenamento do Porto de Paranaguá (557.340 toneladas). Uma diferença grande ocorreria também na classificação de cargas. Hoje, o Porto de Paranaguá tem capacidade para avaliar, no máximo, a carga de 1,8 mil caminhões/dia. Se o trabalho ocorrer antes, nos seis centros logísticos, esse número saltaria para mais de 4 mil/dia.
Produtores - Para o assessor econômico e técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) Nilson Hanke Camargo, que teve acesso ao projeto há 20 dias, a ideia do governo estadual não resolve os problemas de escoamento da produção paranaense; apenas alivia, domesticamente, a situação. “É um esforço para se reaproveitar estruturas e órgãos um tanto ociosos e isso é válido, mas não resolve nosso principal gargalo: a velocidade de carregamento do Porto de Paranaguá”, diz.
Hanke afirma que a classificação anterior ao porto também não ajuda muito, porque o problema está mesmo na entrada no pátio de triagem por causa da demora no carregamento. “Em 1990, entravam e saíam 13 milhões de toneladas. Em 2010, 20 anos depois, esse número saltou para 38 milhões de toneladas e o porto é o mesmo, os equipamentos estão obsoletos”, descreve. Ele alerta ainda que a armazenagem da carga nos silos dos centros logísticos pode acarretar em mais custos. “Você vai ter o custo do transbordo, do caminhão para o silo e vice-versa, e o custo do período em que a carga ficará ali. Se isso vier a representar um aumento nos gastos em relação ao que existe hoje, não vejo validade”, argumenta.
Nos estudos prévios do governo estadual, o piloto intermodal nos centros de Cascavel e Guarapuava seria mais viável economicamente que o modelo exclusivamente rodoviário. No trecho entre Cascavel e Para­­naguá, por exemplo, o custo com o novo centro – estacionando caminhões e armazenando a carga nos silos – ficaria entre R$ 55,30 e R$ 60,30 por tonelada transportada, contra R$ 58,06 a R$ 68,94 do transporte feito apenas pelos caminhões.
A Organização das Coope­­rativas do Paraná (Ocepar) informou que está com o projeto em mãos, mas que ainda vai discuti-lo com os 288 grupos de produtores que representa, nas próximas semanas, para formular uma avaliação. Uma delas, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Maringá (Noroeste), disse que não tem conhecimento do projeto.
Gazeta do Povo - PR




Estrangeiros vão investir em portos
Meta, segundo o ministro dos Portos, é construir novas instalações, mas só após a Copa do Mundo

Enquanto as licitações para boa parte dos 18 portos que passarão por obras até a Copa do Mundo de Futebol de 2014 - inclusive o do Mucuripe, em Fortaleza - ainda estão sendo preparadas, o titular da Secretaria Especial dos Portos (SEP), o cearense Leônidas Cristino, afirmou que empresas estrangeiras já estão negociando com a pasta para construir novos terminais de passageiros nos portos brasileiros. Em entrevista transmitida pela Empresa Brasileira de Comunicação, ele ainda informou que o prazo para a realização destas obras "é lá para frente", depois de 2014.

A respeito dos projetos em curso, ele garantiu que todo o recurso, cerca de R$ 740 milhões, é do governo federal e também buscarão minimizar as preocupações com a vinda de turistas em cruzeiros.

"Sem dúvida nenhuma, ao longos dos últimos três, quatro anos, tem crescido a vinda desses cruzeiros, e o governo tem se preocupado. Por isso daremos toda a estrutura necessária para bem atender esses passageiros", garantiu o secretário.
Ele ainda lembrou da construção de sete novos terminais (dentre eles, o de Fortaleza), que foram planejados e, "por determinação da presidente Dilma, todos estarão construídos até o final de 2013".

Mucuripe

Ao todo, foi anunciado pela SEP um montante de R$ 149 milhões a ser aplicado somente nas obras do Porto do Mucuripe, que teve sua profundidade ampliada de 10,5 metros para 14 metros no processo de dragagem. Atualmente, segundo foi divulgado pela Companhia Docas do Ceará, o processo encontra-se 90% finalizado, faltando apenas "os ajustes finais".

Também fazem parte das obras de ampliação previstas pelo Programa de Aceleração de Crescimento - Copa a construção de um cais de passageiros de 340 metros de largura e 14 de profundidade, além de um pátio para armazenar cargas secas, o qual será usado quando não existir fluxo de pessoas no terminal.
Portos e Navios




Fábrica de celulose importará peças pelo Porto de Paranaguá
Chegarão pelo Porto de Paranaguá, a partir de outubro, peças para a maior fábrica de celulose de fibra curta do mundo. Representantes de duas empresas finlandesas que trarão o equipamento estiveram quinta-feira (07) em Paranaguá para conhecer a estrutura do terminal. O empreendimento, denominado Projeto Eldorado, será construído em Três Lagoas (MS).

Cerca de 30 mil toneladas de equipamentos para a fábrica irão passar pelos berços do Porto de Paranaguá. Destas, 15 mil toneladas chegarão por contêiner, o que corresponde a 1.700 TEUs (twenty-foot equivalent unit) e o restante chegará em navios de carga geral. A previsão é que o material todo chegue em etapas pelo período de 12 meses. A fábrica deve entrar em operação já no segundo semestre de 2012.

A finlandesa Wasa Logistics foi responsável por todo o estudo logístico de transporte de Paranaguá até o local da fábrica no Mato Grosso do Sul. A Wasa optou pelo terminal paranaense pela localização privilegiada do Porto, o que permitirá fácil deslocamento das peças. De todas as peças transportadas, oito terão mais de 80 toneladas.

“Este é mais um dos muitos clientes que estamos conquistando nesses primeiros meses de trabalho. A nossa intenção é atrair cada vez mais movimentação de cargas para o Porto, principalmente a carga geral que tem alto valor agregado”, afirmou Lourenço Fregonese, diretor empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Projeto

A fábrica contará com um investimento de R$ 4,8 bilhões, tendo uma capacidade de produção de 1,5 milhão de tonelada/ano de celulose. Parte desses recursos será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) juntamente com instituições financeiras do mundo todo. 30 mil hectares/ano de eucaliptos plantados no Brasil produzirão toda a matéria-prima necessária para que a fábrica produza por cerca de cinco anos.

Aproximadamente 70% de todo o material que será usado para a construção da fábrica é proveniente da Andritz, empresa da Finlândia que possui filial em Curitiba e decidiu usar o terminal portuário de Paranaguá para trazer suas peças. “A estrutura do porto de Paranaguá é ideal para o transporte dos equipamentos, o que vai agilizar e muito o trabalho de logística do empreendimento”, afirma Leoni M. D. Savaris, gerente da Andritz no Brasil.
O Estado do Paraná

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