LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 27 de abril de 2011

JAPÃO

Primeira fábrica da Suzuki fora do Japão deve ficar em Itumbiara (GO)
GOIÂNIA - A marca japonesa Suzuki deve construir sua primeira fábrica no Brasil em Itumbiara, no sul de Goiás. A linha de montagem deve começar a operar no início de 2013. A informação foi dada ontem por Pedro Alves de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

"Será mesmo em Itumbiara", disse Oliveira. "E o fato de a empresa se instalar na cidade é positivo, porque descentraliza o desenvolvimento industrial de Goiás." Atualmente, o Estado já conta com duas fábricas de automóveis: da Mitsubishi, em Catalão, e da Hyundai Caoa, em Anápolis. Para Oliveira, a chegada da Suzuki a Goiás vai atrair outros investimentos do setor.
Procurada ontem, a direção da empresa não confirmou a decisão. Mas, para o governo goiano, a questão está praticamente encerrada. "De fato, já assinamos o protocolo de intenção", disse o secretário da Indústria e Comércio de Goiás, Alexandre Baldy. "Porém, não posso comentar de forma definitiva, pois isso cabe à empresa divulgar."
Além de Itumbiara, os municípios de Catalão e Anápolis também disputavam o investimento. Nos últimos meses, ocorreu uma intensa disputa entre essas cidades, na expectativa de conquistar os investimentos iniciais do grupo. "Nenhuma montadora do porte da Suzuki sai do papel por menos de US$ 200 milhões", disse Baldy.
Decisão. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que ficou no meio do fogo cruzado entre as cidades que disputaram o investimento, antecipou na semana passada que a decisão da companhia seria feita com base em um "ponto de vista técnico, e não político".
Para garantir a instalação da Suzuki, o Estado de Goiás ofereceu a área para construção da linha de montagem, mais investimentos em infraestrutura e R$ 2,1 bilhões em financiamento de incentivos fiscais - que já foram liberados pelo presidente Álvaro Fonseca, da Goiás Fomento, para a SBV Automotores, que representa a Suzuki e a Mitsubishi no País.
Fontes do setor industrial disseram ontem que o anúncio oficial da fábrica está previsto para a primeira semana de maio, quando também serão divulgados os valores do investimento da primeira montadora da Suzuki fora do Japão.
Em outubro, o grupo já havia anunciado que o jipe Jimny, com tração 4x4, motor 1.3 de 16 válvulas, 85 cavalos de potência e capacidade de transportar quatro passageiros, será o primeiro veículo a ser montado na nova fábrica. A previsão inicial é de uma produção em torno de 3 mil unidades ao ano. O modelo ocupará uma faixa de veículos ainda sem concorrentes no País. A Suzuki já está importando o jipe do Japão, vendido hoje por R$ 54.790.
O Estado de São Paulo




Toyota é a primeira a paralisar no Brasil
Os prejuízos da tragédia provocada pelo terremoto seguido de tsunami, no Japão, no início de março, começam a chegar até as fábricas de veículos de marcas japonesas instaladas na América do Sul. Já faz alguns dias que componentes importados para a produção local começaram a chegar com falta de algumas peças, segundo informações de dirigentes do setor. A falta de abastecimento levou a Toyota, a maior das japonesas, a paralisar ontem a produção no Brasil e na Argentina.
A Honda calcula ter estoque de peças vindas do Japão suficiente para manter a produção de carros em Sumaré (SP) até 20 de maio. Já a sua linha de motocicletas, em Manaus (AM), que depende muito menos de itens importados, deverá funcionar normalmente até junho, segundo a empresa.
A Nissan e a Mitsubishi ainda não paralisaram a produção e nem tampouco informaram previsão de começar a enfrentar dificuldades pela falta de componentes. Principalmente a Mitsubishi depende, em grande parte, do abastecimento da matriz para a produção de itens da transmissão dos veículos que produz em Catalão (GO). Por isso, a empresa poderá enfrentar problemas já a partir de maio.
As concessionárias das quatro marcas japonesas que têm fábricas de carros no Brasil ainda trabalham com estoques. Mas as informações sobre o abastecimento das lojas são variadas. A maior parte dos vendedores informa ao consumidor que não haverá falta de peças de reposição ou mesmo de veículos importados do Japão. Alguns explicam que a queda de produção nas fábricas japonesas também não afetará o Brasil e que os veículos produzidos no país não dependem da matriz.
Mas as marcas japonesas com fábricas no Brasil são as que mais dependem do fornecimento da matriz. Principalmente porque até agora o trabalho das equipes de engenharia e de desenvolvimento de produto locais é limitado. Por isso, as linhas de montagem na América do Sul dependem da importação de grande parte dos itens que compõem motor e transmissão, itens mais importantes no automóvel.
Na fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP), de onde sai o sedã Corolla desde 1998, a linha de produção parou ontem e voltará a ser paralisadas dias 6 e 20 de maio, segundo comunicado da empresa. Em Zárate, na Argentina, onde é fabricada a picape Hilux, o segundo turno será suspenso por três dias, em 13, 20 e 27 de maio.
A montadora voltou a informar ontem que a manterá as obras de construção da fábrica em Sorocaba (SP), onde será produzido um automóvel compacto a partir do segundo semestre do próximo ano.
As fábricas da Toyota no Japão estão distantes da área afetada pela catástrofe. Mas os principais fornecedores da companhia dependem de subfornecedores localizados nessas regiões. Por conta da catástrofe, analistas já prevêem que a Toyota deverá perder, este ano, a liderança mundial nas vendas de veículos. A montadora conseguiu passar à frente da General Motors há dois anos.
Recentemente, o presidente da Toyota do Mercosul, Shunichi Nakanishi, disse que contava com a estratégia habitual da indústria japonesa, que costuma não depender de um único fornecedor.
No comando das fábricas do Brasil e Argentina desde o início do ano, Nakanishi nasceu em Iwate, em Hokaido, e morou durante quatro anos em Sendai, município devastado pelo tsunami, onde cursou economia na universidade local.
Os problemas que começam a afetar a produção nas fábricas ainda não se refletem na participação das marcas japonesas no mercado brasileiro. Essas marcas ainda têm pequenas fatias nas vendas de veículos no Brasil.
Na primeira quinzena de abril, o volume de licenciamentos de automóveis no Brasil garantiu fatia de 3,86% para a Honda e 2,18% para a Toyota. Já no segmento de comerciais leves, a Mitsubishi, líder entre as japonesas, ficou com participação de 6,30% do mercado na primeira metade do mês. A Toyota, também forte nesse segmento, principalmente por conta da picape Hilux, importada da Argentina, obteve participação de 3,86%.
Valor Econômico

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