LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 8 de abril de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 08/04/2011

Governo quer aumentar exportações para a China
Atualmente, as vendas externas são, em grande parte, de produtos básicos cotados internacionalmente (commodities).

O Brasil quer uma relação comercial mais estratégica com a China. Na visita que fará à China a partir de sexta-feira, 8, a presidente Dilma Rousseff vai defender que os dois países construam uma relação de sociedade, em vez do atual modelo de balcão de negócios.
Apesar de a China ser o seu maior parceiro, o governo brasileiro quer aumentar a exportação de produtos de alto valor agregado, visto que, atualmente, as vendas externas são, em grande parte, de produtos básicos cotados internacionalmente (commodities). Em contrapartida, as importações chinesas são predominantemente de produtos industriais.
Em 2010, o saldo da balança comercial do Brasil com a China foi superavitário em US$ 5,1 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 30,7 bilhões. Os embarques para o exterior de minério de ferro representaram 43,3% do total de vendas à China, somando US$ 13,3 bilhões.
A remessa de soja triturada aparece com 23,2%, alcançando US$ 7,1 bilhões. As vendas externas de óleo bruto de petróleo representaram 13,2% do total, rendendo ao país US$ 4 bilhões.
As importações, por sua vez, alcançaram US$ 25,5 bilhões no ano passado. Partes de aparelhos transmissores ou receptores lideraram as compras internas, somando US$ 1,4 bilhões.
Itens e acessórios de máquinas automáticas para processamento de dados registraram US$ 1 bilhão do total importado. Também aparecem na lista ar-condicionado, brinquedos, telefones celulares e peças para carros, motos e bicicletas.
O Brasil também quer aumentar a exportação de produtos de maior valor agregado, visto que 60% da pauta comercial são de matérias-primas.
Portos e Navios

Empresários já podem se inscrever para missão ao México
Estão abertas, até o dia 15 de abril, as inscrições para a Missão Empresarial ao México, que será realizada entre os dias 13 a 15 de junho, na Cidade do México, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O objetivo é ampliar o fluxo comercial e de investimentos, explorar as possibilidades de cooperação entre os setores produtivos brasileiros e mexicanos, e estreitar os laços comerciais entre os dois países.

A programação é voltada para empresas industriais, comerciais exportadoras, tradings e consórcios de exportação brasileiros, que sejam qualificados e tenham potencial de exportar e de firmar parcerias estratégicas com empresas mexicanas. As empresas selecionadas terão oportunidade de se reunir com potenciais compradores mexicanos, qualificados e selecionados para as rodadas de negócios.

Os interessados em participar da missão devem preencher a ficha de inscrição no idioma espanhol. As informações contidas na ficha serão mantidas em sigilo e utilizadas para avaliação e seleção das empresas. O processo seletivo irá levar em consideração os critérios de oferta condizente com os setores prioritários, de experiência com exportação e de confirmação de existência de demanda local pela empresa parceira na identificação de compradores no México.

Vale lembrar que os custos com passagens, hospedagem e alimentação, as despesas com eventual envio de amostras e os pagamentos de taxas e impostos são de responsabilidade dos participantes.

Os setores empresariais escolhidos como prioritários foram: máquinas e equipamentos (industriais, agrícolas, médico-cirúrgicos, para produção de etanol e gráficos); moda (calçados e componentes, cosméticos, e gemas e joias); equipamentos eletrônicos plásticos e produtos químicos metais (não ferrosos, ferramentas e talheres); serviços (softwares, franquias, livros, arte contemporânea); carnes (suína e frango); biscoitos, balas, confeitos e alimentos étnicos; casa e construção civil (vidros, materiais de limpeza e móveis); e tecnologia de material genético bovino.

Intercâmbio Comercial
No primeiro bimestre deste ano, o México foi o 15º mercado de destino das vendas brasileiras ao exterior (US$ 508,8 milhões), com aumento de 17,1% em relação ao mesmo período de 2010. Nas importações, os brasileiros adquiriram US$ 645,6 milhões, entre janeiro e fevereiro de 2011, no México, e o país é o 11º mercado de origem das aquisições brasileiras. Houve crescimento de 40,4% no comparativo com o primeiro bimestre do ano passado. O Brasil, portanto, registra déficit de US$ 136,8 milhões no período nas relações comerciais com o México.
Os principais produtos vendidos para o mercado mexicano, no bimestre de 2011, foram automóveis de passageiros (US$ 51,2 milhões), partes e peças para veículos automóveis e tratores (US$ 44,2 milhões), motores para veículos automóveis (US$ 35,7 milhões), partes de motores para veículos automóveis (US$ 26,2 milhões) e veículos de carga (US$ 26 milhões).
No mesmo período, as principais compras brasileiras no México foram de automóveis de passageiros (US$ 176,6 milhões), ácidos carboxílicos, anidros e halogenetos (US$ 66,8 milhões), partes e peças para veículos automóveis e tratores (US$ 21,7 milhões), chumbo em formas brutas (US$ 18,8 milhões) e materiais corantes, preparados e produtos luminoforos (US$ 18,5 milhões).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC


Indústria vê obstáculos para aumentar exportações
O Brasil transformou-se em país de alto custo em salário, tributos e infraestrutura e só tem chance de expandir vendas industriais à China aumentando a sofisticação em setores que exploram matérias-primas onde tem vantagens comparativas.

É o que pensa o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, um dos principais organizadores da missão comercial que acompanhará a presidente Dilma Rousseff, em viagem à China, na semana que vem.
"Em curto prazo, o comércio com a China será ditado pelas commodities, não há como mudar", comenta Fernandes, rendendo-se à evidência de que produtos como minério de ferro, soja e petróleo ocupam quase 90% das exportações brasileiras aos chineses. "A estratégia para a China passa pela competitividade do Brasil", diz o representante da indústria, ao apontar os custos representados por impostos, insumos como energia e mão de obra no Brasil. "Se não enfrentarmos esses problemas internos, ficaremos sempre em uma agenda defensiva."
José Augusto Fernandes vê a possibilidade de fechamento de negócios pelos quase 300 empresários que acompanharão Dilma à China, aproveitando nichos de mercado naquele país. Mas alerta para a perda acelerada de competitividade dos produtores brasileiros, que deve se agravar com "bombas" já previstas para 2012, como o aumento bem acima da inflação para o salário mínimo.
O custo da energia no Brasil é, hoje, muito superior ao de 28 países industrializados, principalmente por causa dos tributos, que são 300% superiores aos cobrados na França ou Canadá, e 200% aos dos Estados Unidos ou Coreia do Sul.
A inflação no país agrava a perda de competitividade, que exigirá algum tipo de reforma tributária. "Não é só nossa capacidade de exportar na China que está em jogo, é a de nos defendermos aqui", diz o executivo da CNI.
As decisões até agora anunciadas como provável pacote de apoio à indústria, embora importantes, não alteram substancialmente o quadro institucional da tributação no país, avalia José Augusto Fernandes. O governo fala em reduzir gradualmente a tributação sobre folha de salários, mas deve transferir os encargos para o faturamento, reduzirá gradualmente o problema de acúmulo de créditos aos exportadores, mas não parece ter chances de mudar a estrutura dos impostos estaduais, que geram parte desses créditos com a cobrança indevida de impostos. E haverá alguma contribuição para empresa menores, com mudanças no chamado Simples, incentivando vendas ao exterior.
Os encontros de empresários durante a visita de Dilma deverão enfatizar a procura de nichos no mercado chinês e as oportunidades para atração de investimentos e associações de chineses no Brasil, com grandes obras de infraestrutura, apoio governamental à indústria de software e a setores como biocombustíveis, além do potencial de crescimento do consumo interno brasileiro. A comparação das condições para negócios no Brasil e na China, porém, é francamente favorável ao país asiático, dotado de uma infraestrutura moderna nos principais centros urbanos e a melhor logística voltada à exportação entre os países emergentes.
Valor Econômico



Bauru é 28a em ranking sobre exportações paulistas
A Diretoria Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Bauru fechou o ano de 2010 na 28ª posição do ranking sobre a participação de 39 regiões paulistas nas exportações do Estado. No período, a pauta exportadora estadual foi de US$ 56,8 bilhões, responsáveis por 28,1% do montante vendido pelo Brasil no mercado global.
A lista foi elaborada pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) em conjunto com o Departamento de Relações Exteriores (Derex) do Ciesp e da Fiesp, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A região de Bauru, onde o Ciesp atende a 18 municípios, aumentou em 21,1% a remessa de produtos enviados ao exterior no ano de 2010 em comparação ao montante exportado em 2009. O volume passou de US$ 480,9 milhões para US$ 582,3 milhões em 2010.
As importações, por sua vez, mais do que dobraram no ano em análise, ao crescerem 117,8%. Em valores absolutos, o índice indica um aumento de US$ 174,8 milhões para US$ 380,8 milhões. Com isso, a corrente de comércio exterior da região avançou 46,9% em 2010, passando de US$ 655,8 milhões em 2009, para US$ 963,1 milhões em 2010.
Já o superávit da balança comercial da região saiu de US$ 306 milhões no ano de 2009 para US$ 201,5 milhões em 2010, registrando queda de 34,2% na comparação dos períodos. Na avaliação do diretor do Ciesp de Bauru, Domingos Malandrino, os números comprovam que a região, acompanhando um movimento registrado em todo o País, vem passando por um processo de desindustrialização que teve origem há mais de 20 anos. “É um processo lento, gradual e progressivo, como uma doença crônica que mata o paciente aos poucos”, compara, salientando que, nos últimos 20 anos, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) industrial no PIB nacional caiu de 27% para 16%.
Segundo o diretor, o volume elevado de importação de produtos manufaturados para abastecer o mercado interno nas últimas duas décadas reduziu a competitividade da indústria nacional e bauruense, prejudicando seu desempenho em termos de produção e exportação, assim como em relação à contratação de mão de obra.Destaques
Mesmo assim, o município de Bauru concentrou 32,4% das vendas externas regionais, com destaque para siderurgia (US$ 78,0 milhões), produtos de carne (US$ 27 milhões) e outros produtos alimentícios (US$ 21,9 milhões). Os principais destinos das exportações realizadas pela cidade foram a Bolívia (42,3% do total exportado), o Paraguai (6,6%) e a Argentina (6%).
A cidade respondeu por 25,8% das importações regionais, principalmente na aquisição de produtos de borracha (US$ 16,8 milhões) e produtos de metalurgia dos metais não ferrosos (US$ 11 milhões). A China (19,3%), a Argentina (18,8%) e os EUA (13,3%) foram as principais origens dos produtos importados por Bauru.
No ano de 2010, o saldo da balança comercial do Estado de São Paulo foi deficitário em US$ 11,0 bilhões. As exportações do Estado movimentaram US$ 56,8 bilhões, registrando aumento de 22% em relação ao ano de 2009. Já o volume importado somou US$ 67,8 bilhões, um aumento de 34,2%, nos mesmos termos.
NewsComex

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