Cresce contribuição do Estado de Minas Gerais no comércio exterior brasileiro
As exportações mineiras de março alcançaram o valor de US$ 3,09 bilhões, com crescimento de 48,7% em relação ao mesmo mês de 2010. Na comparação com fevereiro de 2011, houve crescimento de 15,2%. Já no primeiro trimestre de 2011, as exportações totalizaram US$ 8,5 bilhões, com expansão de 63,9% em relação a igual período de 2010. O crescimento das exportações mineiras foi superior à variação das exportações nacionais (+30,6%), aumentando a participação de Minas Gerais sobre o total brasileiro para 16,6%.
No período de 12 meses (abril de 2010 a março de 2011), as exportações mineiras totalizaram US$ 31,45 bilhões. Houve crescimento de 54,3% sobre o período abril de 2009 a março de 2010, quando as exportações atingiram US$ 20,38 bilhões. Com o crescimento, a participação de Minas nas exportações brasileiras atingiu 14,7%.
Os dados preliminares foram divulgados no final da tarde desta sexta-feira (1º), pela Central Exportaminas, órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), que realiza mensalmente o Mapeamento das Exportações de Minas Gerais com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, comemorou o resultado. “Minas Gerais é hoje um dos estados que mais contribui para o resultado positivo da balança comercial brasileira. Os dados nos levam a trabalhar, confiantes, de que o Minas continuará apresentando, também em 2011, um crescimento das suas exportações acima da média brasileira”, ressaltou.
Dorothea Werneck enfatizou ainda que é importante lembrar que o resultado das exportações em março revela a consolidação do Estado no patamar de US$ 3 bilhões ao mês, o que significa uma mudança estrutural.
Importações
As importações mineiras aumentaram 16,9% em março, alcançando US$ 917,85 milhões, valor 11% superior ao registrado em fevereiro de 2011. Também no primeiro trimestre do ano, as importações cresceram 32,2% na comparação com o mesmo período de 2010, totalizando US$ 2,63 bilhões. Já as importações nacionais cresceram 25,3%, o que fez com que as importações estaduais respondessem por 5,5% do total brasileiro. As importações dos últimos 12 meses também registraram aumento (+28,3%), contabilizando US$ 9,69 bilhões. As importações mineiras corresponderam a 5,1% do total nacional no período.
Por sua vez, o saldo comercial de março de 2011, que alcançou US$ 2,17 bilhões, apresentou expansão de 68% em relação a março de 2010 e expansão de 17% na comparação com o saldo do mês anterior. No acumulado de janeiro a março de 2011, o saldo comercial de Minas Gerais foi de U$ 5,88 bilhões, enquanto o saldo nacional foi de US$ 3,17 bilhões. Em relação a 2010, o saldo mineiro cresceu 83,5%. O saldo comercial foi superavitário, em 12 meses, acumulando a cifra de US$ 21,96 bilhões. Tal valor foi 12,9% superior ao equivalente período anterior e foi equivalente a 96,5% do saldo brasileiro.
A corrente de comércio mineira atingiu US$ 4,01 bilhões em março de 2011, contabilizando crescimento de 40,4% em relação ao valor do igual mês em 2010. A participação de Minas Gerais ficou em 10,8% do comércio exterior nacional. A corrente de comércio somou US$ 41,14 bilhões, com crescimento de 11,5% sobre o valor acumulado entre abril de 2009 e março de 2010. O comércio exterior do Estado contabilizou participação de 10,1% sobre o nacional.
NewsComex
A produção brasileira marcha para o exterior
Encerrei há um mês minha coluna dizendo que é possível que em alguns semestres a inflação brasileira caminhe para o centro da meta (4.5%). Entretanto, isto só acontecerá se for precedida por uma política monetária e fiscal mais robusta, e ainda assim o tempo para convergência será mais longo do que o admitido pelas autoridades.
Entretanto, imaginemos que a convergência ocorra em algum momento. Aí então a economia poderá crescer mais de 6% ao ano, sem desequilíbrios, certo?
Errado, a meu ver. O Brasil não consegue crescer mais que 4-4.5% sem gerar desequilíbrios como a alta da inflação, como já ocorreu em 2004, em 2008 e tal como agora. Além do baixo nível de poupança, decorrente mais do que tudo do excessivo gasto corrente do governo, o sistema de produção, e especialmente a indústria, está perdendo firme e rapidamente sua capacidade competitiva, por crescentes pressões de custo que só parecem piorar com o tempo. O Brasil se transformou num país caro e difícil para se produzir, especialmente quando medido em dólar. A pesquisa Doing Business do Banco Mundial mostra as crescentes dificuldades de se produzir no Brasil.
Já mencionei neste espaço mais de uma vez as principais razões da perda sistêmica de competitividade, exposta pelo real valorizado. Os custos sobem em virtude de:
1- uma contínua elevação da carga tributária, fortemente baseada em impostos indiretos. A maior parte dos setores paga algo da ordem de 40% do valor adicionado, chegando mesmo a 40% do preço final do bem. O sistema não é de valor adicionado e os créditos de impostos não são recuperados; a guerra fiscal entre estados gera distorções e custos malucos; mesmo impostos regulatórios, como os de comércio exterior e o IOF, acabam por ser geradores de receita; os custos parafiscais são enormes.
2- gastamos em logística mais que nossos principais competidores (pelo menos 50%), para serviços medíocres.
3- os custos de energia não param de subir. Morro de rir quando autoridades falam de modicidade tarifária. Nossa indústria tem uma das energias mais caras do mundo e vai subir ainda mais, tanto pela elevação dos adicionais à tarifa (CCC, RGR), quanto pela crescente importância da energia térmica, muito mais cara.
4- a oferta de mão de obra secou, os custos estão explodindo e vão subir ainda mais, pois a demanda anda muito adiante da formação de pessoal. Calculamos na MB que o salário real inicial (Caged), acumulado nos últimos 12 meses até janeiro de 2011, subiu quase 11% no comércio, 6,6% na indústria e 6% na construção civil
5- a regulação no Brasil é, em geral, excessivamente detalhista, causa muitas vezes custos desnecessários para as empresas e se altera com frequência, inclusive modificando contratos em vigor. Também estamos longe de conciliar a construção de novos projetos e a defesa do meio ambiente. Isto vale para as três esferas de governo.
6- o setor público vem perdendo eficiência, por seu gigantismo, pelo aparelhamento e excesso de patriotismo da direção das organizações. Cito três problemas visíveis a olho nu: Correios, Infraero e Eletrobrás. Esta última empresa ambiciona ser a Petrobrás do setor elétrico, o que seria risível se não fosse trágico, dada sua baixa geração de caixa e a má qualidade dos investimentos.
7- finalmente, o real está claramente valorizado.
A elevação dos custos, decorrentes dos fatores acima mencionados, poderia ser superada com um conjunto de reformas de alguma envergadura. Nada mais distante da realidade, antes de tudo porque o gigantismo do estado, a ampliação do contingente de funcionários, a criação de novas empresas, a má qualidade da gestão e outras coisas mais não são casuais. Ao contrário, resultam da visão de mundo e da forma de operar da coalizão que detém o poder. Gasto é poder e isto exige dinheiro, o que nos leva aos crescentes impostos.
Como resultado deste processo, a produção de bens no Brasil (agricultura e indústria) rachou em dois pedaços, e ambos procuram o exterior. De um lado temos as cadeias de recursos naturais (agronegócio, minérios e metais, petróleo), setores tornados competitivos pela sistemática aplicação de tecnologia na produção e pela forte demanda internacional, atual e futura, por alimentos e energia. Estes setores crescem muito baseado nas exportações, onde as altas cotações compensam os custos brasileiros. Entretanto, mesmo aqui se notam dificuldades: por exemplo, não existe nenhum projeto novo de alumínio viável no Brasil, dado o elevado custo da energia elétrica. O país vai produzir e exportar bauxita e alumina, e nada mais. O mesmo acontece com outros metais.
O remanescente da indústria, como se sabe, vem perdendo a competição internacional e é cada vez mais espremida no mercado local pelas importações mais baratas. A saída clássica para situações como esta passa por inovações, maior produtividade e menores custos. Ora, os estudos mostram que, com poucas exceções, nossa indústria não é particularmente inovadora e sua produtividade total não vem crescendo muito. Logo, só existe uma solução para se manter competitivo: elevar as importações, e não brigar contra elas. Partes, peças, conjuntos, matérias primas e até produtos finais passaram a vir do exterior. Minha percepção, corroborada por executivos da área de crédito e por industriais, é que este processo ganhou enorme vigor no ano passado e está apenas no começo. É por isto que a produção industrial não cresce; o que cresce mesmo são as importações.
Existe mesmo uma versão radical do descrito acima: conheço vários casos onde se estuda e investe em novos destinos (Uruguai, Paraguai, Peru, Colômbia, Caribe, México e outros), uma vez que países como Argentina e China se mostram muito difíceis de operar. Nestes novos locais atraem os impostos, a energia e o custo da mão de obra mais baixos. A produção visa atender o mercado mundial, inclusive o Brasil.
Em resumo, a produção de bens caminha para o exterior: nos setores competitivos o coeficiente de exportações vai seguir crescendo (o que é bom); nos setores menos competitivos o coeficiente de importações vai seguir crescendo (o que não necessariamente é bom).
Existe também outro movimento: muitos empresários estão migrando da indústria para a área de serviços. Esta não tem, em geral, concorrentes importados baratos (o turismo é uma das exceções) e é menos regulado. O próprio IPCA mostra esta dinâmica: bens de consumo duráveis têm quedas absolutas de preços enquanto os serviços caminham para crescer mais de 9% neste ano.
Finalmente, não se muda isto em pouco tempo. Reformas pontuais pouco alteram o conjunto, menos ainda a escolha de campeões nacionais. Como mostra o caso do recente crescimento alemão, a recuperação da competitividade resulta de um esforço nacional.
Para a indústria o ambiente vai piorar antes de melhorar; para as commodities e serviços as oportunidades compensam as ineficiências. O resultado é um crescimento de 4,0%.
O Estado de São Paulo
Inflação ajuda exportador a recompor preço
O repasse da inflação está ajudando a elevar os preços médios de manufaturados exportados pelo Brasil.
O choque de oferta causado pela alta dos preços de commodities agrícolas e a expectativa de recuperação de mercados tradicionais, como o americano, abriu espaço para a correção dos valores dos bens vendidos no exterior – e a alta não se restringe aos produtos básicos.
O preço médio de básicos exportados acumulou alta de 34,3% nos 12 meses terminados em fevereiro. No mesmo período, os semimanufaturados registraram aumento de 29,4%. Embora em patamar menor, a tendência de alta também chegou aos manufaturados. Depois de começar 2010 com queda (3,9% menores em março no acumulado em 12 meses), os preços médios dos manufaturados exportados se recuperaram gradativamente e chegaram, em fevereiro, com alta de 9,4% no acumulado em 12 meses. Os dados são da Fundação Centro de Estudo de Comércio Exterior (Funcex). Para os manufaturados, a alta apenas recompôs o efeito da variação cambial, pois no mesmo período, o real subiu 9% frente ao dólar, reduzindo o ganho do exportador.
“Há uma alta de preços que atinge os manufaturados e chega a ser surpreendente”, diz Fernando Ribeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). De acordo com os dados da fundação, os preços médios de exportação de alguns setores cresceram de forma vigorosa desde dezembro. Nas peças de vestuário vendidas ao exterior, o preço médio dos 12 meses encerrados em dezembro estavam 15% maiores que nos 12 meses anteriores, percentual que alcançou 16,2% em fevereiro. Sempre no mesmo critério de comparação, os preços de artefatos de couro e calçados chegaram a fevereiro, 21,2% maiores.
A elevação, diz Ribeiro, é resultado do repasse dos insumos e outros itens que exercem pressão de custos aos preços de venda. Estão sendo repassados também o aumento da despesa com salários e a perda com a valorização do real frente ao dólar. “Em geral, esse repasse aos preços é possível de ser feito com uma economia mundial aquecida, o que não é bem o caso”, diz o economista. Para ele, a expectativa de um maior aquecimento da economia americana e a inflação mundial têm facilitado a transferência dos custos aos valores cobrados pelos exportadores brasileiros.
“O aumento de preços é resultado de uma inflação mundial que começou a ter maior alta a partir de meados de 2010″, diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. Segundo seus cálculos, a inflação mundial ao consumidor acumulada em doze meses até junho do ano passado era de 3%. No fim de 2010 já chegava a 3,9% e a estimativa da LCA é que esse percentual, até fevereiro esteja próximo a 4,4%. É um índice alto, diz Borges, lembrando que a inflação média imediatamente anterior ao período pré-crise era de 3,5%. “Houve desde meados do ano passado uma aceleração da inflação mundial causada pela grande liquidez da economia mundial, pelo choque de oferta de alguns grãos e pela aceleração do crescimento econômico do Estados Unidos e de alguns países europeus.”
Ribeiro acredita, porém, que o destino também tem feito diferença para manufaturados brasileiros como calçados e vestuário. Esses produtos brasileiros têm a América Latina como grande mercado. Como a região é integrada por países com economias já bastante aquecidas, fica mais fácil aceitar o repasse dos custos aos preços.
A alta de preços acontece também porque nossa pauta de exportação, mesmo de manufaturados, tem um “link” muito forte com commodities ou outros produtos que também seguem padrões de qualidade e preços no mercado internacional, acredita Tatiana Pinheiro, economista do Santander.
Tatiana lembra que de janeiro até 29 de março a alta de preços médios em reais das commodities alimentícias foi de 22% em relação aos preços do fim de 2010. Como consequência, diz, há a inflação de alimentos, detectada nos preços ao consumidor. “É natural também que ocorra a pressão de custos sobre manufaturados com a alta de outros produtos básicos”, diz. Ela dá como exemplos o algodão, que repercute no preço do vestuário, e a celulose, que traz impacto para o papel e as embalagens. O preço do minério de ferro também deve repercutir no aço e em produtos siderúrgicos mais elaborados.
“Um dos resultados da elevação de preços médios de exportação deve acontecer na balança comercial e de pagamentos”, diz Bráulio Borges. Ele lembra que a alta das commodities supera largamente o aumento de preços de manufaturados. O efeito disso para a balança comercial é que os preços de exportação têm crescido em ritmo mais forte que o preço das importações. Isso deve fazer a LCA recalcular o saldo comercial previsto para 2011. Atualmente o saldo é estimado em US$ 15 bilhões. A revisão deve elevar o saldo para cerca de US$ 20 bilhões.
A possibilidade de repassar parte da elevação de custos e da inflação aos preços, porém, não significa, necessariamente, recuperação das exportações pelas indústrias.
Heitor Klein, diretor da Abicalçados, que reúne a indústria calçadista, diz que há efetivamente a prática de preços mais altos, com a tentativa de repassar em produtos de maior valor agregado a perda de rentabilidade com a valorização da moeda brasileira. De acordo com a Abicalçados, o preço médio do par de calçado exportado pelo Brasil subiu 23,8% no primeiro bimestre. No mesmo período, o volume dos embarques de calçados para o exterior caiu 32,1%, sendo que o faturamento registrou retração de 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na sexta-feira, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou os dados do comércio exterior de março. Em valores, a exportação de manufaturados cresceu 22,4% sobre março de 2010, um percentual expressivo, mas abaixo dos demais: a alta em básicos foi de 44,6% e a de semimanufaturados, 43,2%. No mês, a exportação somaram US$ 19,2 bilhões, 34% acima de março de 2010.
Valor Econômico
Brasil reforça fiscalização para impedir entrada de produtos japoneses contaminados por radiação
Brasília – A partir de hoje (4), o governo federal inicia o monitoramento de alimentos vindos do Japão, para prevenir a entrada, no Brasil, de produtos contaminados por radiação. Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura irão coletar amostras das cargas de alimentos para checar se o nível de radiação está dentro dos padrões aceitos internacionalmente. O material coletado será analisado pelos institutos da Radioproteção e Dosimetria (IRD) e de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ambos ligados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Os alimentos que apresentarem nível radioativo acima do limite tolerado serão descartados ou devolvidos ao Japão, de acordo com a Anvisa. Os importadores brasileiros terão ainda de apresentar, no desembarque no Brasil, um certificado comprovando que a carga foi examinada e liberada pelas autoridades sanitárias japonesas.
Os fiscais também vão intensificar a fiscalização de bagagens dos passageiros vindos do Japão. Avisos sonoros nos aviões e aeroportos irão alertar os passageiros sobre a proibição de ingressar no Brasil com alimentos originários de outros países.
Para a Anvisa, a possibilidade de um alimento contaminado entrar no Brasil é pequena, pois é reduzido o volume de importação de alimentos japoneses. A maior parte é massa semipronta para panificação e pastelaria, chás e algas. A previsão é que os próximos carregamentos vindos do Japão cheguem ao Brasil na próxima semana, segundo fiscais agropecuários.
Agencia Brasil
As exportações mineiras de março alcançaram o valor de US$ 3,09 bilhões, com crescimento de 48,7% em relação ao mesmo mês de 2010. Na comparação com fevereiro de 2011, houve crescimento de 15,2%. Já no primeiro trimestre de 2011, as exportações totalizaram US$ 8,5 bilhões, com expansão de 63,9% em relação a igual período de 2010. O crescimento das exportações mineiras foi superior à variação das exportações nacionais (+30,6%), aumentando a participação de Minas Gerais sobre o total brasileiro para 16,6%.
No período de 12 meses (abril de 2010 a março de 2011), as exportações mineiras totalizaram US$ 31,45 bilhões. Houve crescimento de 54,3% sobre o período abril de 2009 a março de 2010, quando as exportações atingiram US$ 20,38 bilhões. Com o crescimento, a participação de Minas nas exportações brasileiras atingiu 14,7%.
Os dados preliminares foram divulgados no final da tarde desta sexta-feira (1º), pela Central Exportaminas, órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), que realiza mensalmente o Mapeamento das Exportações de Minas Gerais com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, comemorou o resultado. “Minas Gerais é hoje um dos estados que mais contribui para o resultado positivo da balança comercial brasileira. Os dados nos levam a trabalhar, confiantes, de que o Minas continuará apresentando, também em 2011, um crescimento das suas exportações acima da média brasileira”, ressaltou.
Dorothea Werneck enfatizou ainda que é importante lembrar que o resultado das exportações em março revela a consolidação do Estado no patamar de US$ 3 bilhões ao mês, o que significa uma mudança estrutural.
Importações
As importações mineiras aumentaram 16,9% em março, alcançando US$ 917,85 milhões, valor 11% superior ao registrado em fevereiro de 2011. Também no primeiro trimestre do ano, as importações cresceram 32,2% na comparação com o mesmo período de 2010, totalizando US$ 2,63 bilhões. Já as importações nacionais cresceram 25,3%, o que fez com que as importações estaduais respondessem por 5,5% do total brasileiro. As importações dos últimos 12 meses também registraram aumento (+28,3%), contabilizando US$ 9,69 bilhões. As importações mineiras corresponderam a 5,1% do total nacional no período.
Por sua vez, o saldo comercial de março de 2011, que alcançou US$ 2,17 bilhões, apresentou expansão de 68% em relação a março de 2010 e expansão de 17% na comparação com o saldo do mês anterior. No acumulado de janeiro a março de 2011, o saldo comercial de Minas Gerais foi de U$ 5,88 bilhões, enquanto o saldo nacional foi de US$ 3,17 bilhões. Em relação a 2010, o saldo mineiro cresceu 83,5%. O saldo comercial foi superavitário, em 12 meses, acumulando a cifra de US$ 21,96 bilhões. Tal valor foi 12,9% superior ao equivalente período anterior e foi equivalente a 96,5% do saldo brasileiro.
A corrente de comércio mineira atingiu US$ 4,01 bilhões em março de 2011, contabilizando crescimento de 40,4% em relação ao valor do igual mês em 2010. A participação de Minas Gerais ficou em 10,8% do comércio exterior nacional. A corrente de comércio somou US$ 41,14 bilhões, com crescimento de 11,5% sobre o valor acumulado entre abril de 2009 e março de 2010. O comércio exterior do Estado contabilizou participação de 10,1% sobre o nacional.
NewsComex
A produção brasileira marcha para o exterior
Encerrei há um mês minha coluna dizendo que é possível que em alguns semestres a inflação brasileira caminhe para o centro da meta (4.5%). Entretanto, isto só acontecerá se for precedida por uma política monetária e fiscal mais robusta, e ainda assim o tempo para convergência será mais longo do que o admitido pelas autoridades.
Entretanto, imaginemos que a convergência ocorra em algum momento. Aí então a economia poderá crescer mais de 6% ao ano, sem desequilíbrios, certo?
Errado, a meu ver. O Brasil não consegue crescer mais que 4-4.5% sem gerar desequilíbrios como a alta da inflação, como já ocorreu em 2004, em 2008 e tal como agora. Além do baixo nível de poupança, decorrente mais do que tudo do excessivo gasto corrente do governo, o sistema de produção, e especialmente a indústria, está perdendo firme e rapidamente sua capacidade competitiva, por crescentes pressões de custo que só parecem piorar com o tempo. O Brasil se transformou num país caro e difícil para se produzir, especialmente quando medido em dólar. A pesquisa Doing Business do Banco Mundial mostra as crescentes dificuldades de se produzir no Brasil.
Já mencionei neste espaço mais de uma vez as principais razões da perda sistêmica de competitividade, exposta pelo real valorizado. Os custos sobem em virtude de:
1- uma contínua elevação da carga tributária, fortemente baseada em impostos indiretos. A maior parte dos setores paga algo da ordem de 40% do valor adicionado, chegando mesmo a 40% do preço final do bem. O sistema não é de valor adicionado e os créditos de impostos não são recuperados; a guerra fiscal entre estados gera distorções e custos malucos; mesmo impostos regulatórios, como os de comércio exterior e o IOF, acabam por ser geradores de receita; os custos parafiscais são enormes.
2- gastamos em logística mais que nossos principais competidores (pelo menos 50%), para serviços medíocres.
3- os custos de energia não param de subir. Morro de rir quando autoridades falam de modicidade tarifária. Nossa indústria tem uma das energias mais caras do mundo e vai subir ainda mais, tanto pela elevação dos adicionais à tarifa (CCC, RGR), quanto pela crescente importância da energia térmica, muito mais cara.
4- a oferta de mão de obra secou, os custos estão explodindo e vão subir ainda mais, pois a demanda anda muito adiante da formação de pessoal. Calculamos na MB que o salário real inicial (Caged), acumulado nos últimos 12 meses até janeiro de 2011, subiu quase 11% no comércio, 6,6% na indústria e 6% na construção civil
5- a regulação no Brasil é, em geral, excessivamente detalhista, causa muitas vezes custos desnecessários para as empresas e se altera com frequência, inclusive modificando contratos em vigor. Também estamos longe de conciliar a construção de novos projetos e a defesa do meio ambiente. Isto vale para as três esferas de governo.
6- o setor público vem perdendo eficiência, por seu gigantismo, pelo aparelhamento e excesso de patriotismo da direção das organizações. Cito três problemas visíveis a olho nu: Correios, Infraero e Eletrobrás. Esta última empresa ambiciona ser a Petrobrás do setor elétrico, o que seria risível se não fosse trágico, dada sua baixa geração de caixa e a má qualidade dos investimentos.
7- finalmente, o real está claramente valorizado.
A elevação dos custos, decorrentes dos fatores acima mencionados, poderia ser superada com um conjunto de reformas de alguma envergadura. Nada mais distante da realidade, antes de tudo porque o gigantismo do estado, a ampliação do contingente de funcionários, a criação de novas empresas, a má qualidade da gestão e outras coisas mais não são casuais. Ao contrário, resultam da visão de mundo e da forma de operar da coalizão que detém o poder. Gasto é poder e isto exige dinheiro, o que nos leva aos crescentes impostos.
Como resultado deste processo, a produção de bens no Brasil (agricultura e indústria) rachou em dois pedaços, e ambos procuram o exterior. De um lado temos as cadeias de recursos naturais (agronegócio, minérios e metais, petróleo), setores tornados competitivos pela sistemática aplicação de tecnologia na produção e pela forte demanda internacional, atual e futura, por alimentos e energia. Estes setores crescem muito baseado nas exportações, onde as altas cotações compensam os custos brasileiros. Entretanto, mesmo aqui se notam dificuldades: por exemplo, não existe nenhum projeto novo de alumínio viável no Brasil, dado o elevado custo da energia elétrica. O país vai produzir e exportar bauxita e alumina, e nada mais. O mesmo acontece com outros metais.
O remanescente da indústria, como se sabe, vem perdendo a competição internacional e é cada vez mais espremida no mercado local pelas importações mais baratas. A saída clássica para situações como esta passa por inovações, maior produtividade e menores custos. Ora, os estudos mostram que, com poucas exceções, nossa indústria não é particularmente inovadora e sua produtividade total não vem crescendo muito. Logo, só existe uma solução para se manter competitivo: elevar as importações, e não brigar contra elas. Partes, peças, conjuntos, matérias primas e até produtos finais passaram a vir do exterior. Minha percepção, corroborada por executivos da área de crédito e por industriais, é que este processo ganhou enorme vigor no ano passado e está apenas no começo. É por isto que a produção industrial não cresce; o que cresce mesmo são as importações.
Existe mesmo uma versão radical do descrito acima: conheço vários casos onde se estuda e investe em novos destinos (Uruguai, Paraguai, Peru, Colômbia, Caribe, México e outros), uma vez que países como Argentina e China se mostram muito difíceis de operar. Nestes novos locais atraem os impostos, a energia e o custo da mão de obra mais baixos. A produção visa atender o mercado mundial, inclusive o Brasil.
Em resumo, a produção de bens caminha para o exterior: nos setores competitivos o coeficiente de exportações vai seguir crescendo (o que é bom); nos setores menos competitivos o coeficiente de importações vai seguir crescendo (o que não necessariamente é bom).
Existe também outro movimento: muitos empresários estão migrando da indústria para a área de serviços. Esta não tem, em geral, concorrentes importados baratos (o turismo é uma das exceções) e é menos regulado. O próprio IPCA mostra esta dinâmica: bens de consumo duráveis têm quedas absolutas de preços enquanto os serviços caminham para crescer mais de 9% neste ano.
Finalmente, não se muda isto em pouco tempo. Reformas pontuais pouco alteram o conjunto, menos ainda a escolha de campeões nacionais. Como mostra o caso do recente crescimento alemão, a recuperação da competitividade resulta de um esforço nacional.
Para a indústria o ambiente vai piorar antes de melhorar; para as commodities e serviços as oportunidades compensam as ineficiências. O resultado é um crescimento de 4,0%.
O Estado de São Paulo
Inflação ajuda exportador a recompor preço
O repasse da inflação está ajudando a elevar os preços médios de manufaturados exportados pelo Brasil.
O choque de oferta causado pela alta dos preços de commodities agrícolas e a expectativa de recuperação de mercados tradicionais, como o americano, abriu espaço para a correção dos valores dos bens vendidos no exterior – e a alta não se restringe aos produtos básicos.
O preço médio de básicos exportados acumulou alta de 34,3% nos 12 meses terminados em fevereiro. No mesmo período, os semimanufaturados registraram aumento de 29,4%. Embora em patamar menor, a tendência de alta também chegou aos manufaturados. Depois de começar 2010 com queda (3,9% menores em março no acumulado em 12 meses), os preços médios dos manufaturados exportados se recuperaram gradativamente e chegaram, em fevereiro, com alta de 9,4% no acumulado em 12 meses. Os dados são da Fundação Centro de Estudo de Comércio Exterior (Funcex). Para os manufaturados, a alta apenas recompôs o efeito da variação cambial, pois no mesmo período, o real subiu 9% frente ao dólar, reduzindo o ganho do exportador.
“Há uma alta de preços que atinge os manufaturados e chega a ser surpreendente”, diz Fernando Ribeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). De acordo com os dados da fundação, os preços médios de exportação de alguns setores cresceram de forma vigorosa desde dezembro. Nas peças de vestuário vendidas ao exterior, o preço médio dos 12 meses encerrados em dezembro estavam 15% maiores que nos 12 meses anteriores, percentual que alcançou 16,2% em fevereiro. Sempre no mesmo critério de comparação, os preços de artefatos de couro e calçados chegaram a fevereiro, 21,2% maiores.
A elevação, diz Ribeiro, é resultado do repasse dos insumos e outros itens que exercem pressão de custos aos preços de venda. Estão sendo repassados também o aumento da despesa com salários e a perda com a valorização do real frente ao dólar. “Em geral, esse repasse aos preços é possível de ser feito com uma economia mundial aquecida, o que não é bem o caso”, diz o economista. Para ele, a expectativa de um maior aquecimento da economia americana e a inflação mundial têm facilitado a transferência dos custos aos valores cobrados pelos exportadores brasileiros.
“O aumento de preços é resultado de uma inflação mundial que começou a ter maior alta a partir de meados de 2010″, diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. Segundo seus cálculos, a inflação mundial ao consumidor acumulada em doze meses até junho do ano passado era de 3%. No fim de 2010 já chegava a 3,9% e a estimativa da LCA é que esse percentual, até fevereiro esteja próximo a 4,4%. É um índice alto, diz Borges, lembrando que a inflação média imediatamente anterior ao período pré-crise era de 3,5%. “Houve desde meados do ano passado uma aceleração da inflação mundial causada pela grande liquidez da economia mundial, pelo choque de oferta de alguns grãos e pela aceleração do crescimento econômico do Estados Unidos e de alguns países europeus.”
Ribeiro acredita, porém, que o destino também tem feito diferença para manufaturados brasileiros como calçados e vestuário. Esses produtos brasileiros têm a América Latina como grande mercado. Como a região é integrada por países com economias já bastante aquecidas, fica mais fácil aceitar o repasse dos custos aos preços.
A alta de preços acontece também porque nossa pauta de exportação, mesmo de manufaturados, tem um “link” muito forte com commodities ou outros produtos que também seguem padrões de qualidade e preços no mercado internacional, acredita Tatiana Pinheiro, economista do Santander.
Tatiana lembra que de janeiro até 29 de março a alta de preços médios em reais das commodities alimentícias foi de 22% em relação aos preços do fim de 2010. Como consequência, diz, há a inflação de alimentos, detectada nos preços ao consumidor. “É natural também que ocorra a pressão de custos sobre manufaturados com a alta de outros produtos básicos”, diz. Ela dá como exemplos o algodão, que repercute no preço do vestuário, e a celulose, que traz impacto para o papel e as embalagens. O preço do minério de ferro também deve repercutir no aço e em produtos siderúrgicos mais elaborados.
“Um dos resultados da elevação de preços médios de exportação deve acontecer na balança comercial e de pagamentos”, diz Bráulio Borges. Ele lembra que a alta das commodities supera largamente o aumento de preços de manufaturados. O efeito disso para a balança comercial é que os preços de exportação têm crescido em ritmo mais forte que o preço das importações. Isso deve fazer a LCA recalcular o saldo comercial previsto para 2011. Atualmente o saldo é estimado em US$ 15 bilhões. A revisão deve elevar o saldo para cerca de US$ 20 bilhões.
A possibilidade de repassar parte da elevação de custos e da inflação aos preços, porém, não significa, necessariamente, recuperação das exportações pelas indústrias.
Heitor Klein, diretor da Abicalçados, que reúne a indústria calçadista, diz que há efetivamente a prática de preços mais altos, com a tentativa de repassar em produtos de maior valor agregado a perda de rentabilidade com a valorização da moeda brasileira. De acordo com a Abicalçados, o preço médio do par de calçado exportado pelo Brasil subiu 23,8% no primeiro bimestre. No mesmo período, o volume dos embarques de calçados para o exterior caiu 32,1%, sendo que o faturamento registrou retração de 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na sexta-feira, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou os dados do comércio exterior de março. Em valores, a exportação de manufaturados cresceu 22,4% sobre março de 2010, um percentual expressivo, mas abaixo dos demais: a alta em básicos foi de 44,6% e a de semimanufaturados, 43,2%. No mês, a exportação somaram US$ 19,2 bilhões, 34% acima de março de 2010.
Valor Econômico
Brasil reforça fiscalização para impedir entrada de produtos japoneses contaminados por radiação
Brasília – A partir de hoje (4), o governo federal inicia o monitoramento de alimentos vindos do Japão, para prevenir a entrada, no Brasil, de produtos contaminados por radiação. Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura irão coletar amostras das cargas de alimentos para checar se o nível de radiação está dentro dos padrões aceitos internacionalmente. O material coletado será analisado pelos institutos da Radioproteção e Dosimetria (IRD) e de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ambos ligados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
Os alimentos que apresentarem nível radioativo acima do limite tolerado serão descartados ou devolvidos ao Japão, de acordo com a Anvisa. Os importadores brasileiros terão ainda de apresentar, no desembarque no Brasil, um certificado comprovando que a carga foi examinada e liberada pelas autoridades sanitárias japonesas.
Os fiscais também vão intensificar a fiscalização de bagagens dos passageiros vindos do Japão. Avisos sonoros nos aviões e aeroportos irão alertar os passageiros sobre a proibição de ingressar no Brasil com alimentos originários de outros países.
Para a Anvisa, a possibilidade de um alimento contaminado entrar no Brasil é pequena, pois é reduzido o volume de importação de alimentos japoneses. A maior parte é massa semipronta para panificação e pastelaria, chás e algas. A previsão é que os próximos carregamentos vindos do Japão cheguem ao Brasil na próxima semana, segundo fiscais agropecuários.
Agencia Brasil
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