LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 27 de junho de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 27/06/2011

O Panamá investe US$ 13 bilhões em infraestrutura e convida empresas brasileiras para fazer negócios no País
O Panamá quer atrair empresas brasileiras para instalar suas bases de operação no país, importar e exportar produtos para as mais diversas regiões do mundo. A informação é do ministro de Economia e Finanças do Panamá, Alberto Vallarino Clément, que esteve em São Paulo, no evento Panamá Invest 2011, encontro de negócios a ser realizado nas principais capitais do mundo, com o objetivo de gerar informações, mostrar as vantagens competitivas e as oportunidades de novos negócios no Panamá. O país oferece vantagens e benefícios fiscais para as empresas se instalarem.

O ministro revelou que o Plano Estratégico de Governo do Panamá 2010-2014 prevê um total de US$ 13,6 bilhões em investimentos em infraestrutura. Desse total, US$ 3,8 bilhões serão destinados a programas sociais, entre obras do metrô do Panamá, novas escolas, hospitais, sistemas de tratamento de água. Mais US$ 5,8 bilhões serão aplicados em infraestrutura como desenvolvimento de estradas, construção de aeroportos e turismo.

Também serão investidos US$ 4 bilhões em programas de meio ambiente, agricultura e educação. De acordo com o ministro, o Panamá é o único país do mundo onde é possível transportar contêineres do Atlântico para o Pacífico em menos de quatro horas. Para facilitar o intercâmbio entre os dois países, estão sendo lançados quatro novos voos para o Brasil, quatro vezes por semana para Brasília e Porto Alegre.

Empresas brasileiras no Panamá – “Podemos apoiar empresas brasileiras para que exportem e importem produtos através do Canal do Panamá. Temos capacidade de atingir 56 destinos e 27 diferentes países com nossa estrutura logística”, afirmou. O Panamá tem conexão com os oceanos Atlântico e Pacífico, ferrovias e ampla estrutura aeroportuária. Mesmo com as condições internacionais adversas, a economia do Panamá cresceu 6,7% no ano passado e o país vem se posicionando como um dos líderes da região em investimentos estrangeiros diretos. Para os próximos cinco anos, o plano estratégico de desenvolvimento do Panamá prevê investimentos importantes em infraestrutura, no total de US$ 13,6 bilhões, dos quais US$ 5,25 serão destinados ao seu projeto de maior destaque, a ampliação do Canal do Panamá.
Considerado um dos maiores projetos de engenharia no mundo, a obra exige trabalhos simultâneos em países das Américas, Europa e Ásia. Trará impacto no transporte marítimo internacional, em especial no segmento de contêineres. O canal, que liga o Atlântico ao Pacífico, representa mais de 6% do PIB, mas as previsões são as de que possa expandir a participação ao tornar-se alternativa para países em desenvolvimento, como Brasil e a China, escoarem seus produtos.

Canal do Panamá – Com quase 100 anos, foi inaugurado em 1914, o canal é uma importante rota que liga as Américas à Ásia à África e à Europa. Além das obras de ampliação o projeto de modernização logística do país prevê a criação de Ferrocarril Interoceânico, um hub marítimo com os portos no Pacífico e no Atlântico e uma plataforma internacional de transporte aéreo para cargas e passageiros. Esse projeto deve expandir a posição geográfica do país, criando um hub natural de acesso a mercados de mais de 3,5 bilhões de pessoas.

A expectativa é de que a partir de 2014, empresas de navegação possam operar com linhas de navios de maior tonelagem, já que atualmente o canal está restrito, nos contêineres, a navios de 4,6 mil TEUs (twenty-foot equivalent unit) ou o equivalente a 20 pés. Essa capacidade será multiplicada por mais de duas vezes. O canal poderá receber navios de até 366 metros de comprimento e transportar, ao largo, 19 fileiras de contêineres. O PIB do Panamá é estimado em US$ 21 bilhões e cresce 7,5% ao ano, sendo que o forte setor de serviços responde por 77%, seguido pela indústria (17,2%) e a agricultura (5,9%). O país vive democracia plena há mais de 20 anos.
NewsComex



Preço de exportação em alta limita déficit externo

Nos últimos cinco anos, os preços de exportação dos produtos brasileiros cresceram 78%, mais que o dobro da alta dos preços dos bens dos produtos importados. Essa diferença de ritmo deu uma segurança extra às contas externas do país. Sem ela, o déficit em conta corrente, hoje na casa de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), seria muito maior, superando 4% do PIB.

O Brasil acumula nos últimos 12 meses um superávit comercial superior a US$ 20 bilhões Se os termos de troca - a razão entre cotações de vendas e compras externas - estivessem hoje nos níveis de 2005, quando estavam próximos da média histórica, o Brasil teria nos 12 meses até abril um rombo na balança comercial de US$ 21,7 bilhões, em vez de um superávit de US$ 23,2 bilhões, segundo cálculos do J.P. Morgan. Essa piora de quase US$ 45 bilhões no saldo comercial faria o déficit em conta corrente pular de US$ 48,9 bilhões para US$ 93,8 bilhões.

O aumento dos preços de exportação reflete o comportamento e o peso das commodities na balança comercial brasileira. No cenário de deterioração da crise europeia, uma desaceleração mais forte da economia global tenderia a afetar as cotações dos produtos primários, reduzindo o saldo comercial, e também pode ter impacto negativo sobre os fluxos de capital estrangeiro que têm ajudado a financiar o rombo na conta corrente (as transações de bens, serviços e rendas com o exterior).

Hoje, esses riscos são considerados relativamente pequenos e um déficit inferior a 2,5% do PIB parece razoável. Além das reservas superiores a US$ 330 bilhões, os investimentos estrangeiros diretos têm superado com folga o buraco em conta corrente. Importante por cobrir integralmente o elevado rombo, esse fluxo crescente de investimento para atividades produtivas deve rondar US$ 60 bilhões neste ano, mas até mesmo esse financiamento pode ser reduzido caso haja uma desaceleração mais significativa da economia global ou um aumento mais forte da aversão ao risco.

Para o economista-chefe do J.P. Morgan, Fabio Akira, a dependência da balança comercial em relação às commodities deixa claro que o país está mais sujeito às oscilações do crescimento global, especialmente da China. Nelson Marconi, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), vê com preocupação o déficit em conta corrente. Ele parece "inofensivo, mas se o humor externo mudar, pode ficar complicado".
Valor Econômico OnLine



Chrysler quer produzir mais na China; apoio de Fiat é avaliado

A Chrysler está explorando 'agressivamente' a possibilidade de fabricar mais veículos na China, onde a empresa se prepara para vender 40 mil carros e caminhões neste ano, disse um executivo na quinta-feira.

A fábrica norte-americana, que é gerida pela italiana Fiat, poderia produzir carros e caminhões na China por meio de uma joint venture entre a Fiat e a empresa Guangzhou Automobile Group (GAC).
Aproveitando essa parceria, a Chrysler pode se expandir na China com mais rapidez.
No ano passado, a montadora vendeu 31 mil unidades na China, que é o maior mercado automobilístico mundial, com um pouco mais de 18 milhões de veículos vendidos.

'Encontrar um parceiro, negociar, obter aprovação governamental, construir uma fábrica --isso demora', disse Mike Manley, que dirige a marca Jeep, subordinada à Chrysler, e as operações internacionais da companhia. 'A Fiat está já através disso.'

Em 2009, a Fiat selou uma parceria com a GAC, que tem sede em Hong Kong e é a sexta maior fábrica chinesa de automóveis. A Chrysler atualmente usa essa joint venture para produzir na China versões mais antigas da sua minivan.
A Fiat assumiu o controle administrativo da Chrysler há pouco mais de dois anos, quando a empresa norte-americana saiu da concordata. Desde então, as duas empresas aprofundaram seus laços operacionais, compartilhando tecnologia e redes de concessionárias.

'Se houver uma oportunidade para nós da mesma forma como fizemos com a Fiat em termos de tecnologia ou uso da sua distribuição, nossa velocidade para chegar ao mercado (chinês) será muito maior', disse Manley, acrescentando que a Chrysler teria de produzir na própria China para conseguir ter uma maior penetração no competitivo mercado dos utilitários esportivos pequenos.

'A localização é crucial para o volume --simples assim', afirmou Manley a jornalistas durante um evento da empresa para exibir os veículos da empresa.
Reuters



Em defesa do etanol, Brasil enfrenta russos e chineses no G-20

O Brasil entrou em confronto com a China e a Rússia no encontro do G-20 agrícola, ontem em Paris, por causa da demanda dos dois parceiros que, na prática, faria com que a política brasileira de biocombustível fosse sujeita à segurança alimentar global.

Os ministros do G-20 concordaram em aumentar a produção agrícola e dar mais transparência e previsibilidade ao mercado, numa tentativa de reduzir a volatilidade de preços dessas commodities no futuro. Mas as divergências sobre etanol, alimentos e preços altos agora surgem também entre os emergentes.

O Valor apurou que o debate se acirrou entre os três grandes aliados no Brics, nos últimos momentos da negociação do plano para evitar a volatilidade dos preços agrícolas, por volta de uma hora da manhã. A divergência foi em relação a um parágrafo que encorajava os países a produzirem etanol a partir de plantas e não de matérias-primas para produção de alimentos, e a reduzirem suas exigências de utilização de biocombustíveis no transporte, o que demanda mais produção de etanol e biodiesel.

Para a China, produção de biocombustíveis é a responsável pelo aumento de preços globais dos alimentos

O pressuposto do texto era que é impossível elevar a produção de biocombustíveis e alimentos no mundo ao mesmo tempo. O Brasil não concorda, considerando que aumentou a produção de ambos.

O negociador brasileiro no encontro, diplomata Luis Balduíno Carneiro, reagiu dizendo que a política nacional de etanol não ia ser negociada no nível internacional e num plano de segurança alimentar que sequer está definido. O representante russo interveio para insistir no contrário, argumentando que o G-20 tentava exatamente uma coordenação para garantir segurança alimentar em nível global.

A China entrou na polêmica também apontando a produção de biocombustíveis como a responsável pelo aumento de preços dos alimentos e acusando-a de ser um problema para sua segurança alimentar.

O debate prosseguiu entre os representantes brasileiro e chinês em meio ao silêncio dos representantes dos Estados Unidos, país que tem sido o maior alvo de críticas, já que utiliza milho como matéria-prima para a produção de etanol. Atualmente, cerca de 40% da produção americana de milho é destinada ao biocombustível. Além da alimentação humana, o milho é a principal matéria-prima para a ração de aves, suínos e bovinos.

A Índia, que apoiava a posição chinesa, foi menos vocal. A Arábia Saudita, líder na exportação de petróleo, preferiu se calar.

Após o encontro do G-20, o ministro da Agricultura brasileiro, Wagner Rossi, observou, de maneira geral, que "não se pode obrigar os países a terem uma política determinada".

O secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, prometeu apoio ao desenvolvimento da segunda geração de etanol à base de algas, dejetos e outros, o chamado etanol celulósico, para "compensar a instabilidade no mercado de energia, que ajuda na flutuação dos preços das commodities".

Os Estados Unidos, Brasil, Canadá terminaram bloqueando tentativas de recomendação de mudanças ou ajustes nas políticas de biocombustível.
O G-20 só diz ser preciso aprofundar os estudos sobre todos os aspectos e necessário examinar os desafios e as oportunidades da produção de biocombustíveis.

Enquanto defendia que o Brasil reduzisse a produção de etanol por razões de segurança alimentar global, a China se opôs a acabar com barreiras na exportação de alimentos sob o argumento de que a segurança dos chineses era mais importante que a do resto do mundo. A China disse que não podia se comprometer em exportar alimentos, porque antes de tudo tinha de garantir a comida dos próprios chineses.

Para desbloquear a discussão, Pequim arrancou o "reconhecimento de que a responsabilidade primeira de cada país-membro é assegurar a segurança alimentar de sua própria população".
Valor Econômico



China e Rússia autorizam empresas a evitar dólar no comércio exterior

China e Rússia concordaram em autorizar empresas de ambos os países a fazerem negócios usando o yuan e o rublo, anunciou nesta quinta-feira, 23, o Banco Popular da China (banco central chinês).

A China passou a usar as duas moedas em novembro do ano passado e a Rússia começou a trocar rublos por yuans em dezembro, dentro de uma estratégia dos países para impulsionar a utilização de suas moedas e diminuir a dependência do dólar.

O anúncio do BC chinês desta quinta-feira se refere à assinatura de um acordo com a Rússia para expandir o uso das moedas de ambos os países em todo o comércio bilateral.

O comércio chinês-russo cresceu 37,8% nos primeiros meses de 2011, chegando aos 22,400 bilhões de dólares, segundo dados do governo chinês.

China e Rúsia, que junto com Brasil, Índia e África do Sul, formam o grupo BRICS, de potências emergentes, buscam reduzir o domínio do dólar nas atividades de comércio e investimento.
O Estado de São Paulo





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