LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 9 de junho de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 09/06/2011

Receita com exportações de café por Santos bate recorde nos primeiros cinco meses do ano
A receita com as exportações de café pelo Porto de Santos, nos cinco primeiros meses deste ano, cresceu 80%. Na soma dos embarques de janeiro a maio, o volume de grãos escoados pelos terminais da região atingiu o valor recorde de US$ 2,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, a cifra foi de US$ 1,5 bilhão.

As informações constam do balanço divulgado nesta terça-feira pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O relatório mostrou ainda que, em volume, os números também são expressivos. Os embarques de café por Santos passaram de 9,4 milhões de sacas de janeiro a maio de 2010 para 10,6 milhões de sacas no mesmo período deste ano.
A Tribuna




Governo descarta acordo com UE sobre matérias-primas estratégicas
A União Europeia (UE) não deve criar expectativa de uma "declaração de intenção" bilateral sobre matérias-primas durante a visita do vice-presidente da Comissão Europeia, Antônio Tajani, na semana que vem. Essa foi a sinalização enviada à UE pelo governo brasileiro.
O plano europeu é começar pelo Brasil uma grande articulação internacional para garantir o abastecimento de matérias-primas estratégicas para a competitividade europeia, no que Bruxelas chama de "diplomacia da matéria-prima", que levaria a um consenso internacional proibindo restrições à exportação de minerais.

O objetivo é atrair primeiro o Brasil, um dos grandes produtos mundiais de minérios, ao conceito de que nenhum país deve impor "distorções comerciais" na exportação de matérias-primas, para, em seguida, "apertar" a China e outros países centrais na produção de commodities para a UE.

No entanto, contrariando a expectativa de Bruxelas até ontem cedo, as autoridades brasileiras indicam que só assinarão com Tajani declarações de intenções sobre turismo, área industrial, programa Galileo (radionavegação por satélite) e estimulo às pequenas e médias empresas. Sobre matérias-primas, será mesmo só conversa e sem texto assinado.

Na visão brasileira, o projeto da UE é muito limitado, a começar pelo fato de Tajani não ter mandato dos comissários europeus para abranger outras setores de matérias-primas, a começar pela agricultura, que é de interesse prioritário do país. A ótica dos europeus é a de abastecimento, sem levar em conta também a ótica do mercado e do produtor.

O Brasil e outros emergentes querem combater a ideia de consolidação de suas posições como eternos produtores de matérias-primas. Assim, os termos de troca vão ser sempre desfavoráveis para os emergentes.

A prioridade brasileira é desmantelar a escalada tarifária europeia, pela qual Bruxelas impõe tarifa de importação baixa para o minério de ferro, mas que fica maior quando o produto é siderúrgico com valor agregado. Na agricultura, a UE importa quase sem tarifa o grão de café, mas cobra alto pela entrada do café solúvel. Isso levou ao exagero de a Alemanha, que não tem um pé de café plantado, ser hoje um dos maiores exportadores mundiais. Os alemães importam o grão, fazem a torrefação, o marketing e exportam com enorme lucro.

Para fontes brasileiras, outra questão precisa tambem ser discutida na articulação que Bruxelas pretende levar adiante na cena internacional. Quando se fala de volatilidade de preços, é necessário examinar qual a contribuição dos bilionários subsídios europeus para sua agricultura, o que prejudica também a competição de outros países com a produção europeia no mercado internacional.

Documento da UE mostra que a Europa depende inteiramente da importação de uma série de minerais que estão concentrados nas mãos de poucos países, como China, Brasil, Rússia e África do Sul. Nada menos de 84% do nióbio e 51% do minério de ferro importado pelos 27 países da UE vêm do Brasil, por exemplo.
Valor Econômico




Governo prepara medidas com desonerações e financiamento para exportadores, diz Pimentel
O ministro do Planejamento, Fernando Pimentel, disse que o governo prepara medidas para contrabalancear a perda de competitividade brasileira causada pelo câmbio e aumentar o consumo interno.

O conjunto de medidas deverá incluir desonerações, incentivos pesados à inovação, aos investimentos, e um reforço nas linhas de financiamento para exportação. “Eu espero que [sejam implementadas] na virada do mês, mas eu não posso falar prazos porque quem determina é a presidenta”.

Também deverá constar das medidas uma política de compras governamentais com forte conteúdo nacional. Pimentel disse que “dentro de alguns dias, talvez semanas”, o governo deverá adotar estas novas medidas.

“Já existe essa política nas compras da Petrobras e alguma coisa do setor elétrico, mas ela pode ir muito além. Os governos estaduais, municipais, e federal são grandes compradores. Se nós colocarmos conteúdo nacional nessas compras, nós vamos beneficiar nossa indústria como um todo”, disse o ministro.
“Não tem nada de errado, nada de retrógrado, nem protecionista. Isto é o que todos os países do mundo fazem para defender a sua economia, defender os seus empregos, empresários e os seus trabalhadores”, defendeu Pimentel.

De acordo com o ministro, o segmento mais prejudicado é o da indústria pesada e a manufatureira, grandes geradoras de empregos no país. Pimentel voltou a dizer que o problema cambial não tem como ser resolvido com medidas internas, e não está ao alcance das ações do governo. “Ela não depende da nossa vontade. Ela tem a ver com a política monetária principalmente dos Estados Unidos, que faz uma política monetária expansionista, quase no limite da irresponsabilidade”.
Agência Brasil




De montadora, a indústria passa a importadora
O governo desistiu, ao que parece, de lutar contra a valorização da moeda nacional em relação ao dólar, que se desvaloriza, ao passo que os negócios no comércio exterior na sua grande maioria são realizados e faturados na moeda norte-americana. Isso explica que nossas importações tenham aumentado 28,2% nos primeiros meses do ano.

Não basta essas importações, que até recentemente se concentravam em matérias-primas e bens intermediários, terem tornado nossa indústria mera montadora de produtos de consumo duráveis, com destaque para a Zona Franca de Manaus.

Agora, em razão de uma taxa cambial supervalorizada, as empresas brasileiras concluem que, para terem produtos a preço convidativo, devem simplesmente se transformar em importadoras de bens acabados, correndo o risco de agravar o processo de desindustrialização que começou alguns anos atrás com a importação de componentes.

Esse processo de substituição de produtos acabados por importados está caminhando lentamente, mas com firmeza. As matérias-primas e os bens intermediários, que representavam 46,8% das importações em 2009, caíram para 46%, no ano passado, e para 45,4%, nos cinco primeiros meses deste ano - e com a alta do preço das commodities o desembolso foi ainda maior.

Neste ano, a participação dos bens de consumo duráveis, para o mesmo período, aumentou gradualmente, de 9,1% para 10,2% e 10,3%.
São dados em dólares. No entanto, se tomamos por base o volume das importações - disponível só até abril -, verificamos que o de bens duráveis, mas a um preço menor do que no passado, cresceu 38,9% no quadrimestre, enquanto o de bens intermediários, no mesmo período, subiu apenas 9,6%, segundo artigo de Raquel Landim no Estado de domingo.

Há outros exemplos que ilustram muito bem a gravidade dessa evolução, em que produtos que não apresentavam dificuldades para ser produzidos no Brasil (como artigos eletrodomésticos) passaram a ser importados por serem mais baratos.
Isso obriga a buscar uma explicação para os fatores que lá fora reduzem o custo de produção. Sem dúvida, a valorização da taxa cambial tem grande responsabilidade no encarecimento externo dos produtos brasileiros.

Não é, porém, a única, e talvez nem a mais importante causa: a carga fiscal, que contribui para elevar os preços dos bens aqui fabricados, também é responsável. Sem falar da falta de inovação.
O Estado de São Paulo





Carro chinês já tira mercado da Argentina
Os chineses fazem diferença principalmente no desembarque de carros menores, de até 1,5 mil cilindradas e com capacidade para até seis passageiros. Estreando no mercado brasileiro de automóveis, os chineses já representam 9% da importação desse tipo de veículo. No ano passado, a China tinha uma fatia de apenas 0,6%. O avanço chinês nessa categoria acontece mês a mês. No acumulado de março a maio, a fatia da China já salta para 13,6%. No mesmo período do ano passado a participação chinesa era de 0,5%.

Marcas como JAC, Chery e Lifan tiraram o lugar do fornecimento argentino, que era praticamente o único até o ano passado. De janeiro a maio de 2010, a Argentina fornecia 93,3% dos carros importados pelo Brasil na mesma categoria. Nos primeiros cinco meses de 2011, a fatia dos vizinhos caiu para 85,6%. De março a maio, cai um pouco mais, para 82,2%

De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), quatro modelos chineses já estão entre os 15 mais emplacados da faixa de carros hatch (sem porta-malas independente) pequenos, no acumulado de janeiro a maio deste ano. O J3, da JAC, o Face e o QQ, da Chery, e o LF320, da Lifan, responderam no período por 4,82% dos emplacamentos desse tipo de carro. As marcas chinesas JAC e Chery foram, em maio, responsáveis por 1,5% dos emplacamentos totais de automóveis e comerciais leves.
Não é só no fornecimento de carros menores, porém, que os asiáticos avançam. Na faixa de carros importados mais potentes, os coreanos tornaram-se o fornecedor mais importante. No acumulado de janeiro a maio eles foram responsáveis por 27,8% dos desembarques de automóveis de até seis passageiros, com potência acima de 1,5 mil cilindradas. A Coreia ficou na frente dos mexicanos, com 24,3%, e dos argentinos, com 21,5%.

A fatia dos coreanos nessa faixa de veículos recuou um pouco no último ano, com queda de 2,2 pontos percentuais no acumulado dos cinco primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Na mesma comparação, México e Alemanha avançaram. Os dois países ampliaram sua fatia em 4,3 pontos percentuais. A grande perda de mercado ficou para a Argentina, que viu sua participação na importação brasileira de carros diminuir 8,3 pontos percentuais, de 29,8% de janeiro a maio do ano passado para 21,5% nos mesmos meses de 2011.

Dados dos últimos meses mostram que a Argentina é o país fornecedor que tem perdido mais espaço na disputa pelo mercado de automóveis importados pelo Brasil. Em maio, quando o governo brasileiro decidiu aplicar o pedido de licença prévia para a importação de veículos e autopeças, a exportação de automóveis da Argentina para o Brasil caiu 13,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado. O movimento chama atenção porque teve sentido inverso ao das importações totais de automóveis do Brasil, que cresceram 45,4% no mesmo mês. O cálculo leva em conta os carros de até seis passageiros e de até três mil cilindradas. Esses veículos representam 85% do total de automóveis de passageiros desembarcados no Brasil.

A queda aconteceu em maio, mas na verdade os desembarques de automóveis argentinos no país perderam ritmo antes. A exportação argentina de carros ao Brasil cresceu bem menos que a média de toda a importação brasileira de automóveis em meses anteriores, como março e abril. O desembaraço de veículos da Argentina teve elevação de 10,9% e 52,9% em março e abril, respectivamente, na comparação com os mesmos meses de 2010. A importação total desses automóveis pelo Brasil, porém, cresceu bem mais, com aumento de 36,1% e de 79,1%, respectivamente, na mesma base de comparação.

"Os dados mostram recuo de participação dos carros argentinos no mercado brasileiro", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB). "Isso tem algum impacto da exigência brasileira de licença prévia sobre automóveis, mas está muito mais relacionado ao fato de que os fabricantes asiáticos estão tomando espaço das montadoras mais tradicionais no Brasil." Isso inclui montadoras que instalaram fábricas na Argentina.

O economista Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, explica que o mercado brasileiro de automóveis tornou-se alvo de vários fabricantes. "É uma economia crescente que, além disso, está com uma moeda nacional valorizada em relação ao dólar, o que facilita a exportação para o Brasil como forma de suprir a demanda por diversificação de modelos e marcas", analisa. Esse movimento traz naturalmente, diz, a diversificação de fornecedores externos.

Para Castro, o Brasil já é para os coreanos um mercado de veículos que começa a caminhar para a consolidação. "Para os chineses ainda é um mercado novo, no qual eles ainda estão entrando." Castro acredita, porém, que a entrada dos asiáticos não deve parar por aí. "Por enquanto, o câmbio favorece a exportação ao Brasil. A consolidação de mercado pode acontecer com a instalação de indústrias."
Valor Econômico



Governo vai desonerar compra de máquinas
O governo bateu o martelo sobre quatro das 52 medidas que prometem integrar a nova política industrial, que está em gestação. Os ministérios envolvidos chegaram a um consenso sobre iniciativas que desoneram a compra de máquinas e equipamentos.

As demais medidas - que vão focar o incentivo à inovação e o fortalecimento da defesa comercial - ainda estão em discussão. Com o nome provisório de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC), o programa deve ser divulgado em solenidade pela presidente Dilma Rousseff nos próximos 30 dias.

"Vai ser uma injeção na veia de vitamina para a indústria, que vem sofrendo com o câmbio valorizado e com a concorrência desleal dos importados", disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

Na quinta-feira à noite da semana passada, Pimentel informou sobre o andamento da nova política industrial a empresários reunidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo. Ele pediu aos seus auxiliares para detalhar as quatro medidas já definidas.
As medidas foram relatadas à reportagem por fontes presentes à reunião e confirmadas pelo ministro. "Com o dólar barato e a desoneração tributária, temos a oportunidade de fazer uma enorme modernização do parque industrial", disse Pimentel.

Bens de capital. A primeira medida vai acelerar a depreciação das máquinas, que permite as empresas declararem o valor pago como despesa, reduzindo o lucro e o pagamento de imposto de renda. Hoje o prazo é de cinco anos e vai cair para 12 meses.

A segunda medida é a recuperação imediata do PIS/Cofins pagos por quem adquire máquinas. A iniciativa é considerada pelos empresários a mais relevante do pacote, embora não englobe o ICMS pago aos Estados.
Hoje o prazo para o crédito de PIS/Cofins na compra de máquinas é de 12 meses e não é a primeira vez que o governo utiliza esse mecanismo. Na crise global e em políticas industriais anteriores, esse prazo caiu dos 48 meses originais para 24 e depois para 12.

O governo também vai zerar o IPI pago na compra de bens de capital. Desde a crise em 2008, a aquisição de máquinas já usufrui do benefício, que será estendido a outros bens - como computadores, caminhões ou até um galpão - desde que utilizados como equipamentos pelas empresas.
Foi definida ainda a criação do "drawback investimento". Esse mecanismo vai permitir que os fabricantes de máquinas adquiram insumos sem pagar PIS/Cofins. É diferente da medida anterior, que beneficia o comprador dos equipamentos.

O impacto dessa medida, no entanto, só será significativo para empresas exportadoras de máquinas, que acumulam crédito de PIS/Cofins. O problema é que poucas empresas estão exportando por causa do real forte.
"As medidas anunciadas pelo governo são importantes, mas são paliativas. O problema do Brasil é o câmbio forte e os juros. Se não mexer nisso, todo o resto é paliativo", disse José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Inovação. Segundo Pimentel, a "espinha dorsal" da nova política industrial será o estímulo à inovação. Essas medidas, no entanto, estão em estudo. Entre as alternativas, os técnicos discutem novas linhas de financiamento do BNDES para empresas inovadoras e a criação de regimes tributários especiais.

Outra alternativa é utilizar as compras governamentais para incentivar alguns setores. Os técnicos ainda não decidiram, no entanto como regulamentar a medida provisória 495, que cria preferência de 25% para as empresas nacionais nas licitações do governo federal e das estatais.

Outro foco da política industrial será a defesa comercial. Pimentel admite, no entanto, que o Brasil está atrelados às regras da Organização Mundial de Comércio (OMC) e que as medidas passam pelo fortalecimento das regras antidumping, o que já vem sendo feito.
O Estado de São Paulo




Exportações de montadoras crescem 12,3% em maio, nota Anfavea
A receita da indústria automobilística brasileira com exportações atingiu US$ 1,32 bilhão em maio, superando em 12,3% o montante registrado no mesmo período de 2010 (US$ 1,17 bilhão).

No acumulado do ano, a receita cresceu 25,7% passando de US$ 4,71 bilhões para US$ 5,91 bilhões.

Em volume, as vendas externas de veículos - entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus - somaram 44,88 mil unidades no mês passado, o que corresponde a um recuo de 5,2% em relação a maio de 2010 (47,35 mil unidades), conforme levantamento divulgado há pouco pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Vale lembrar que a entidade mudou a partir do balanço de abril a metodologia do cálculo de exportações, e também de produção das montadoras. Ambos deixaram de considerar os veículos desmontados, conhecidos pela sigla CKD (completely knocked-down vehicles).

Nos cinco primeiros meses do ano, o Brasil vendeu 213,08 mil veículos ao exterior, uma ampliação de 5,7% sobre o total do mesmo período de 2010.
Segundo a entidade, as exportações de máquinas agrícolas automotrizes somaram 1,66 mil unidades em maio, 16,1% abaixo do volume de um ano antes.
Valor On Line



Governo já decidiu dar o troco em embargo russo
Após a Rússia ter anunciado, semana passada, que vai suspender a partir do próximo dia 15 as importações de carnes de trÊs estados brasileiros (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul), o governo brasileiro decidiu dar o troco. Será publicado hoje Diário Oficial da União portaria sobretaxando o magnésio metálico produzido pelos russos.
No ano passado, o Brasil importou cerca de US$ 15 milhões de magnésio fornecido pela Rúsia. O produto é misturado com outros metais para formar ligas metálicas leves. É também largamente sado fotográficas e na produção de fogos de artifícios. Isso porque, quando queimado, o magnésio emite uma forte luz branca.
Governo russo diz que frigoríficos são inadequados.

O valor da sobretaxa antidumping (aplicada quando um produto chega ao Brasil por um preço artificialmente baixo, prejudicando a indústria doméstica) será conhecido hoje.

Embora a medida tenha sido decidida com base em argumentos técnicos, fontes do governo afirmaram que, diante do embargo russo à carne brasileira, a taxação, que ainda não havia sido totalmente fechada, acabou antecipada para funcionar como retaliação.
O governo russo afirma que os frigoríficos brasileiros não se adequaram às exigências dos padrões do país importador para conservação da carne destinada a consumo humano. E informou ontem que os resultados das inspeções em 29 empresas brasileiras, realizadas pelo especialistas do serviço de defesa do consumidor russo, levaram ao embargo. A medida surpreendeu o governo brasileiro, com informações do jornal o Globo.
Pecuária





Brasil teve a maior alta do saldo comercial
Saldo da balança brasileira voltou ao mesmo nível do período anterior à crise global, em 2008; Brasil bate números do G-7 e de outros Brics
Jamil Chade
O Brasil registrou a maior expansão do superávit comercial entre as principais economias do mundo nos três primeiros meses do ano. O saldo comercial brasileiro voltou aos níveis do período anterior à crise econômica mundial, que eclodiu em 2008.
Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que a alta nos preços de commodities garantiram um avanço nas contas do País e compensaram a valorização do real, quando se leva em conta o resultado da balança comercial, sem considerar setores específicos da economia.

Entre as maiores economias do G-7 (grupo das sete economias mais importantes do mundo) e do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), praticamente todos registraram deterioração em suas balanças comerciais, como China e Estados Unidos.
Guerra de moedas. Diplomatas na Organização Mundial do Comércio (OMC) dizem que o bom desempenho comercial brasileiro fragiliza a posição do Brasil de exigir que a “guerra de moedas”, a desvalorização de moedas de parceiros comerciais do País, seja alvo de investigação na organização.
No fim do primeiro trimestre, o Brasil somou um saldo positivo de US$ 25,1 bilhões, contra apenas US$ 15 bilhões no fim de 2010. No começo do ano passado, o superávit era de apenas US$ 11,1 bilhões. A última vez que o Brasil havia registrado um superávit dessa proporção foi em 2008, justamente nos meses que antecederam à quebra do Lehman Brothers.
Se o saldo é positivo, os dados da OCDE revelam que o primeiro trimestre registrou o maior volume de importações para o Brasil desde que a OCDE começou a coletar informações sobre o País, em 2007. As importações de quase US$ 55 bilhões apenas não foram um problema porque o preço das commodities garantiu alívio para a balança comercial. As vendas do País passaram de US$ 66 bilhões nos últimos meses de 2010 para US$ 79 bilhões entre janeiro e março deste ano. Outro fator que pesou teria sido os freios impostos em algumas importações, o que provocou críticas internacionais.
O cenário do Brasil se contrasta com o do restante das grandes economias do mundo. A Índia teve um saldo negativo de US$ 29 bilhões. Já o superávit chinês vem registrando queda. Nos três primeiros meses do ano, as importações para o mercado da China aumentaram em 8,4%, contra exportações de apenas 3%. Hoje, o superávit chinês chega a US$ 18 bilhões. Mas é menos da metade do valor registrado em 2010. Em 2008, o superávit chinês havia atingido US$ 91,2 bilhões.
Nos EUA, o déficit comercial voltou a aumentar, depois que as importações cresceram a um ritmo duas vezes superior às exportações. No primeiro trimestre, a importação deu um salto de 11,5%. No Reino Unido, o resultado foi um pouco melhor. A economia conseguiu reduzir de US$ 42 bilhões para US$ 36 bilhões seu déficit comercial no período. No Canadá, França, Japão, Rússia e África do Sul, o fluxo comercial mostrou que as importações sofreram elevação a um ritmo superior ao das exportações.
Alemanha. Além do Brasil, quem se beneficiou nesse período foi a Alemanha, que passou de um superávit comercial de US$ 57 bilhões ao fim de 2010 para US$ 60 bilhões neste ano.
Segundo a OCDE, o comércio de bens mostrou forte crescimento no primeiro trimestre de 2011. A importação dos países do G-7 e do Brics teve alta de 11%, comparado com apenas 8,2% de crescimento no fim de 2010. As exportações também registraram aumento, mas inferior às importações. A expansão nas vendas das maiores economias do mundo chegou a 8,5%, contra 8,2% no fim de 2010.
O Estado de São Paulo



Chance de adesão do país ao Mercosul é nula
Humberto Saccomandi – A quase certa vitória de Ollanta Humala nas eleições presidenciais no Peru é uma boa notícia para o governo da presidente Dilma Rousseff. Humala tende a convergir com a posição brasileira numa série de questões regionais. Uma, porém, está fora de cogitação: a adesão do Peru ao Mercosul.
Há uma década o Peru adotou uma política econômica de inspiração asiática, que prevê câmbio competitivo, baixa taxação e abertura da economia. Hoje, o país é um dos mais abertos ao comércio no mundo. Tem uma dezena de acordos de livre comércio, incluindo com os EUA, a União Europeia, o Japão e a China.

A estratégia é simples. O país não tinha uma indústria a proteger. Abrindo seu mercado, pode comprar o que precisa onde for mais barato. Os veículos do corredor de ônibus recém-inaugurado em Lima são chineses, mais baratos que os brasileiros.

Essa política barateia investimentos, o que, no médio e longo prazos, traz ganhos de produtividade para a economia. Muitos supermercados de Lima, por exemplo, são mais bem equipados que supermercados brasileiros.

Além disso, baratear o investimento estimula o desenvolvimento de setores não tradicionais, nos quais o país tem vantagens comparativas, fazendo surgir uma indústria competitiva. Esse processo já está ocorrendo, por exemplo, nos setores de alimentos e têxtil.
A tarifa média de importação do Peru é de só 2%, contra cerca de 14% do Mercosul. Entrar como membro pleno do Mercosul implica adotar a Tarifa Externa Comum do bloco. Isso significaria um reajuste forte nos preços finais de vários bens importados pelo Peru.
Apesar de Humala ter dito que poderia estudar a adesão ao Mercosul, nem a diplomacia brasileira espera que o Peru integre o bloco.

Segundo uma autoridade brasileira ouvida pelo Valor, para entrar no Mercosul o Peru precisaria renunciar à maioria de seus acordos de livre comércio. “Nesses acordos, o país se compromete a oferecer tarifas reduzidas ou zero.”
Essa possibilidade é extremamente remota. Não teria o apoio do empresariado peruano e, possivelmente, nem o do consumidor.
Valor Econômico



Brasil e Equador retomam monitoramento do comércio bilateral

Brasília (8 de junho) – Em reunião realizada hoje, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, e o vice-ministro de Comércio Exterior e Integração do Equador, Francisco Rivadeneira, firmaram Termo de Referência que formaliza a retomada dos trabalhos da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral entre os dois países.
Delegações dos dois governos já haviam realizado encontros anteriores, nos anos de 2006 e 2007, mas agora houve compromisso de ambas as partes de manterem reuniões periódicas entre as autoridades. “As relações entre os dois países tiveram um grande avanço no governo do presidente Lula e esta realização será mantida e aprofundada no governo da presidente Dilma”, afirmou Teixeira.

O vice-ministro equatoriano apresentou propostas de investimento do Brasil no desenvolvimento do parque industrial do Equador e em projetos estratégicos nas áreas de petróleo e gás, hidroeletricidade, construção civil e concessão de rodovias. Rivadeneira listou ainda os setores industriais de pescado, têxtil, automotivo e farmacêutico, entre outros, como prioritários para o estabelecimento de parcerias entre os agentes privados dos dois países. Teixeira e Rivadeneira também propuseram um acesso maior dos produtos brasileiros ao mercado equatoriano e vice-versa. Os equatorianos querem maior presença de seus pescados, chocolates, maracujás e flores, entre outros produtos.

Na reunião, também se discutiu o aperfeiçoamento da logística de transportes entre Brasil e Equador, o que facilitaria o acesso brasileiro ao Oceano Pacífico, e a promoção de destinos turísticos dos dois países. Houve destaque para o potencial das Ilhas de Galápagos como rota turística para o público brasileiro.
Intercâmbio Comercial
Nos primeiros cinco meses de 2011, o Brasil exportou US$ 409,3 milhões para o Equador, o que representou 2,1% de aumento na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 400,7 milhões). O país sul-americano é o 42º destino das vendas brasileiras. Ao todo, 1.445 empresas brasileiras comercializaram mercadorias com o Equador. Em relação às importações, o Brasil adquiriu US$ 35,7 milhões do mercado equatoriano entre janeiro a maio deste ano, com alta de 48,4% no comparativo com o mesmo período de 2010 (US$ 24,1 milhões). O Equador ocupa atualmente a 70ª posição entre os mercados de origem das aquisições brasileiras, sendo que as compras foram encomendadas por 102 empresas importadoras no período.
Como resultado do intercâmbio comercial, há um superávit de US$ 373,6 milhões para o lado brasileiro e a corrente de comércio soma US$ 445,1 milhões. Os produtos mais vendidos pelo Brasil, entre janeiro e maio de 2011, foram polímeros de etileno, propileno e estireno (US$ 37,8 milhões), produtos laminados planos de ferro ou aços (US$ 31,9 milhões), aparelhos transmissores ou receptores e componentes (US$ 30,1 milhões), chassis com motor e carrocerias para veículos automóveis (US$ 29,2 milhões) e aviões (US$ 19,3 milhões).
Os principais produtos adquiridos pelo Brasil no mercado equatoriano, nos cinco primeiros meses do ano, foram preparações e conservas de peixe (US$ 10,3 milhões), produtos de confeitaria sem cacau (US$ 6,7 milhões), chapas, folhas, tiras, películas e lâminas de plástico (US$ 2,3 milhões), chocolate e preparações alimentícias com cacau (US$ 1,4 milhão) e cobertores e mantas (US$ 1,3 milhão).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC


Nenhum comentário: