LEGISLAÇÃO

terça-feira, 21 de junho de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 21/06/2011

Ritmo menor na indústria desacelera importação de insumos
O volume das importações brasileiras está crescendo em ritmo mais fraco. O quantum do total desembarcado aumentou em 14,1% no acumulado dos cinco primeiros meses, na comparação com o mesmo período de 2010. A elevação foi bem mais moderada que a verificada de janeiro a maio do ano passado em relação aos mesmos meses de 2009, quando a alta no volume de importação chegou a 40%. O aumento mais contido das quantidades importadas resultou principalmente da redução no ritmo de desembarques de bens intermediários e de combustíveis, responsáveis por 70% das importações totais do Brasil. Os intermediários (insumos e matérias-primas) representam quase 50%.

A perda de fôlego na importação de combustíveis e, principalmente de intermediários, está relacionada à desaceleração da produção industrial nos cinco primeiros meses de 2011. Com ritmo menor de crescimento em relação ao ano passado, a produção industrial chegou a ter queda de 2,1% em abril na comparação com março, com ajuste sazonal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O efeito da menor expansão do volume no valor das importações não foi tão grande em razão da alta de preços nos desembarques. Em situação inversa do que ocorreu no ano passado, o ritmo de crescimento dos preços aumentou.

De janeiro a maio de 2011, o preço médio do total das importações cresceu 13,4% na comparação com os primeiros cinco meses do ano passado. Trata-se de uma variação maior que a do ano anterior. Levando em conta os mesmos meses, de 2009 para 2010 o crescimento de preços médios na importação foi de apenas 2,8%.

"Há uma mudança importante nas importações em relação ao ano passado", diz Fernando Ribeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em termos de volume, as importações neste ano vêm crescendo menos do que em 2010, enquanto os preços têm aumentando mais rapidamente. No ano passado, aconteceu o inverso. A alta de preços nos desembarques foi pequena, enquanto o volume disparou.

A desaceleração no volume importado neste ano deve-se, diz Ribeiro, principalmente ao menor crescimento nos desembarques de bens intermediários e combustíveis. No acumulado de janeiro a maio, o volume dos desembarques de intermediários cresceu 10,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume de importação de combustíveis ficou praticamente estável, com queda de 0,2%. Os dois desempenhos ficaram abaixo da média de 14,1% de crescimento no volume do total importado.

Ao contrário dos bens de consumo e dos bens de capital, a importação de bens intermediários é menos sensível ao câmbio e ao preço. "A troca de fornecedor para intermediários é mais difícil e demorada, e a compra desse tipo de bem acompanha a evolução da produção industrial", diz Ribeiro.

Para o economista, é possível que alguns bens acabados produzidos pela indústria nacional estejam perdendo mercado para os vindos de fora. Mesmo que seja uma perda de mercado relacionada à elevação de vendas em razão da demanda doméstica. Isso ajuda a explicar o comportamento inverso dos desembarques de bens de capital e bens de consumo duráveis e não duráveis. Essas categorias continuam com crescimento forte, de 28%, 36% e 19,9%, respectivamente, no acumulado de janeiro a maio, na comparação com o mesmo período de 2010.

Para Ribeiro, o desempenho da importação de combustíveis tem explicação semelhante. "A diferença fica por conta da tendência nos últimos anos de redução da importação desse item, já que o Brasil tem se tornado menos dependente da compra de petróleo de outros países."

Sílvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, acredita que a expansão menor na importação de intermediários deve prosseguir até o fim do ano. "O real valorizado frente ao dólar e a renda relativamente elevada ainda devem manter o crescimento maior no volume de importação de bens de capital e de consumo, embora o ritmo deva se reduzir um pouco no segundo semestre."

A tendência também deve manter-se em relação aos preços, acredita Campos Neto. Ele lembra que a atual alta de preços de importação é na verdade resultado de uma recomposição. "Os preços caíram muito no pós-crise, em 2009 e no início de 2010."

A recuperação, lembra ele, começou a acontecer durante o segundo semestre do ano passado, refletindo não só a elevação de preços das commodities agrícolas e metálicas, que acabam tendo reflexo em intermediários e também em produtos acabados como bens de consumo e bens de capital. Há também o repasse da inflação, com elevação de preços por conta do retorno de demanda de mercados internacionais tradicionais, como da Europa e Estados Unidos. "Não se trata de uma demanda exuberante, mas já há um início de recuperação e de demanda maior que o do pós-crise."
Valor Econômico



Até a terceira semana de junho, superávit alcança US$ 2,615 bilhões
Brasília, (20 de junho) – O superávit da balança comercial da terceira semana de junho, com cinco dias úteis (13 a 19), foi de US$ 656 milhões, com média diária de US$ 131,2 milhões. A corrente de comércio foi de US$ 10,412 bilhões (média diária de US$ 2,082 bilhões). As exportações totalizaram US$ 5,534 bilhões (média diária de US$ 1,106 bilhão) e as importações foram de US$ 4,878 bilhões (média diária de US$ 975,6 milhões).

Mês

As exportações no acumulado mensal, com 13 dias úteis, fecharam em US$ 14,273 bilhões (média diária de US$ 1,097 bilhão) e as importações em US$ 11,658 bilhões (média diária de US$ 896,8 milhões). As vendas brasileiras cresceram 34,9% na comparação com a média diária de junho de 2010 (US$ 814 milhões). Frente a maio deste ano (média diária de US$ 1,055 bilhão), houve aumento de 4,1%.

As aquisições brasileiras no mercado internacional, nas três primeiras semanas de junho, tiveram aumento de 27% em relação ao mesmo mês do ano passado (média diária de US$ 706 milhões). Na comparação com maio de 2011 (média diária de US$ 894,6 milhões), as importações tiveram crescimento de 0,2%.

No acumulado mensal, o saldo comercial já alcança o valor de US$ 2,615 bilhões (média diária de US$ 201,2 milhões). Pela média, houve crescimento de 86,3% na comparação com junho de 2010 (resultado médio diário de US$ 108 milhões) e de 25,5% em relação a maio de 2011 (média de US$ 160,3 milhões).
A corrente de comércio foi de US$ 25,931 bilhões (médio diária de 1,994 bilhão), o que representou aumento de 31,2% na comparação com o resultado médio diário de junho do ano passado (US$ 1,520 bilhão) e crescimento de 2,3% sobre a média de maio deste ano (US$ 1,949 bilhão).

Acumulado anual

De janeiro até a terceira semana de junho, o superávit foi de US$ 11,170 bilhões (média diária de US$ 96,3 milhões), resultado 49,6% maior que o verificado no mesmo período do ano passado (média diária de US$ 64,4 milhões). Nos 116 dias úteis de 2011, a corrente de comércio somou US$ 206,604 bilhões (média diária de US$ 1,781 bilhão), com aumento de 28,9% sobre a média do mesmo período do ano passado (US$ 1,381 bilhão).

No ano, as exportações alcançaram US$ 108,887 bilhões (média diária de US$ 938,7 milhões), resultado 29,8% acima do verificado no mesmo período de 2010, que teve média diária de US$ 722,9 milhões. O resultado anual acumulado das importações também foi maior (27,9%) em relação ao ano passado (média diária de US$ 658,5 milhões). Em 2011, as importações somam US$ 97,717 bilhões (média diária de US$ 842,4 milhões).

Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulga a nota completa com os dados da balança comercial do período.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC




Volks tem 2,5 mil veículos parados na fronteira
Os problemas no comércio de automóveis entre o Brasil e a Argentina ainda não foram totalmente solucionados. A Volkswagen está com cerca de 2.500 veículos argentinos parados no porto de Paranaguá (PR), à espera da emissão de licenças não automáticas pelo Ministério do Desenvolvimento. De acordo com o presidente da Volks na Argentina, Victor Klima, o governo brasileiro está exigindo uma guia de importação para cada veículo individualmente, e não por lotes. "Há muita burocracia e falta capacidade para trabalhar com esse procedimento em Brasília", afirmou Klima, ontem, na inauguração do Salão do Automóvel de Buenos Aires.

Apesar de apontar a existência de problemas dentro do Mercosul, o executivo deixou claro que as operações da Volks no bloco deverão estar cada vez mais integradas. Sinal disso, segundo ele, é que a montadora deverá usar a capacidade ociosa em São José dos Pinhais (PR) para produzir até 12 mil unidades por ano da perua SpaceFox. Klima explicou que a demanda pelo utilitário esportivo Amarok tem sido tão alta na Argentina que a unidade da multinacional alemã na Província de Buenos Aires aumentará sua produção, transferindo para o Paraná a fabricação do outro modelo.

"No médio e longo prazos, os governos do Brasil e da Argentina sabem que a integração é vital", disse o executivo, que foi chanceler da Áustria entre 1997 e 2000. "Estou convencido de que, daqui dez ou 15 anos, vamos ter um mercado integrado econômica e politicamente."

Há duas semanas, os dois países baixaram o tom das disputas comerciais e prometeram agilizar a liberação de licenças não automáticas que aplicam. Na Argentina, o prazo legal de 60 dias tem sido ultrapassado para produtos como calçados, baterias automotivas e eletrodomésticos de linha branca. Já o Brasil resolveu impor o mesmo mecanismo aos automóveis, como forma de represália à Argentina, mas também para monitorar a importação de veículos provenientes da Ásia, já que a medida é válida para todos os sócios comerciais.

Lembrando sua experiência política, Klima recomendou ao Mercosul criar "instituições supranacionais que controlem as regras", para evitar a repetição de problemas. "Hoje temos regras, mas ninguém com o poder de controlá-las. Essa é a vantagem da Comissão Europeia."
Klima alertou para a alta dos custos, tanto no Brasil quanto na Argentina, e seus impactos sobre a competitividade dos veículos produzidos no Mercosul para exportação. "Hoje ocorre muitas vezes que, no Chile, um automóvel coreano ou chinês é mais barato do os nossos", observou. Ele falava, com jornalistas brasileiros, sobre a greve que paralisou temporariamente a fábrica de São José dos Pinhais, mas minimizou a greve. "Houve uma solução aceitável para os dois lados", disse o executivo.
De acordo com ele, o mercado argentino terá neste ano um recorde histórico de vendas, com até 750 mil unidades. Ainda há muito espaço para crescer, em sua avaliação. Nos Estados Unidos, são cerca de 800 veículos por cada 1.000 habitantes. Essa relação está em 200 no Brasil e 300 na Argentina. Além disso, 28% de toda a frota argentina tem mais de 23 anos de uso.
Valor Econômico



Árabes são 'mercado seguro' para cooperativas
As exportações das cooperativas brasileiras somaram US$ 2,16 bilhões no período de janeiro a maio deste ano, 30% a mais do que no mesmo período do ano passado. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC). De acordo com o órgão, este é o maior resultado para os cinco primeiros meses do ano desde 2005. Emirados Árabes Unidos, Argélia e Arábia Saudita estão entre os principais compradores das cooperativas nacionais.

Marco Olívio Morato, analista de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) afirma que, de forma geral, os países árabes são um "mercado confiável, pois sofrem menos oscilações com as crises financeiras no mundo". "Eles têm uma economia mais robusta, são um mercado seguro para as cooperativas", diz.

Os Emirados Árabes, maior comprador árabe e quarto na lista geral, importou o equivalente a US$ 147,2 milhões das cooperativas brasileiras entre os meses de janeiro e maio deste ano, 41,14% a mais que no mesmo período de 2010. Os principais produtos exportados para o país do Golfo foram açúcar refinado, açúcar em bruto e carne de frango.

"A Índia está retomando sua produção de açúcar, mas o alto consumo interno afeta suas exportações. Isto permite que o Brasil ganhe o mercado de países vizinhos", declara Morato, sobre as vendas de açúcar brasileiro para os Emirados. O açúcar refinado, por exemplo, apresentou alta nas vendas ao país de 13,78%, na comparação entre janeiro e maio de 2011 e o mesmo período de 2010. No ano passado, não houve exportações brasileiras de açúcar em bruto para lá no período mencionado. Já este ano, as vendas foram de US$ 26,66 milhões.

A Argélia, sétimo país na lista geral, apresentou o crescimento mais expressivo entre os árabes, tendo importado 253% a mais nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2010. Suas importações somaram US$ 107,71 milhões, tendo sido puxadas pelo trigo em grão, produto que não foi exportado para o país do Norte da África no período de janeiro a maio do ano passado. Este ano, as vendas da commodity para a Argélia somaram US$ 85,12 milhões.

"Este trigo vai para a ração animal", diz Morato. "É um trigo diferente do que fica no Brasil, que é para fazer pão. É um nicho de mercado que foi aberto pelo Brasil e esperamos que ele se mantenha", explica.
Apenas a Arábia Saudita apresentou queda em suas importações das cooperativas brasileiras, de 12,55%, tendo comprado o equivalente a US$ 67,18 milhões de janeiro a maio deste ano. A maior redução ocorreu na aquisição na carne de frango, com queda de 96,3%, ocasionada por uma migração das vendas do produto pelas cooperativas para mercados como a Alemanha, principal importador da lista.
No período de janeiro a maio de 2011, as exportações brasileiras foram enviadas a 113 países. Alemanha, China e Estados Unidos foram os três maiores compradores do setor. Já os produtos mais vendidos foram: café em grãos (com US$ 324,3 milhões, com 15% do total exportado); soja em grãos (US$ 283,8 milhões e 13,1%); açúcar em bruto (US$ 255,6 milhões e 11,8%); açúcar refinado (US$ 239,6 milhões e 11,1%), trigo (US$ 219,5 milhões e 10,2%); farelo de soja (US$ 200,5 milhões e 9,3%); pedaços e miudezas de frango (US$ 193,3 milhões e 8,9%); etanol (US$ 121,2 milhões e 5,6%) e carne suína congelada (US$ 65,5 milhões e 3%).
Agência de Notícias Brasil-Árabe

 

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