LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ECONOMIA - 02/02/2011

FUNCEX divulga seu boletim de janeiro com uma análise detalhada da Balança Comercial de dezembro de 2010.


Apesar de a balança comercial ter tido uma variação negativa em relação ao ano anterior, houve uma expressiva expansão da corrente de comércio por conta da recuperação da atividade econômica mundial, após a crise financeira mundial que teve início em setembro de 2008. Confira os principais itens focados.

- A balança comercial brasileira alcançou em 2010 um superávit de US$ 20,3 bilhões, com US$ 201,9 bilhões em exportações e US$ 181,6 bilhões em importações
As exportações encerraram o ano com crescimento de 32,0%, enquanto as importações tiveram aumento de 42,3%.
- Em dezembro de 2010, as exportações tiveram uma alta de 44,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, com o montante de US$ 20,9 bilhões, e as importações cresceram 26,6% na mesma comparação, alcançando US$ 15,6 bilhões.
- Entre as classes de produtos de exportação, os básicos foram os que registraram o melhor desempenho no ano. Entre as categorias de uso de importação o grande destaque foram os combustíveis.
- Os números preliminares de janeiro indicam que as exportações devem crescer cerca de 35,4% em relação ao mesmo mês de 2010, enquanto as importações terão crescimento de 24,9%, gerando um superávit comercial no mês de US$ 1 bilhão.
- Em 2011, as exportações deverão alcançar US$ 243 bilhões e as importações ficarão em cerca de US$ 229 bilhões, gerando um superávit de 14 bilhões.
- O aumento do valor exportado em 2010 deveu-se tanto aos preços quanto ao quantum, cujas variações foram de 20,5% e 9,5%, respectivamente.
- O crescimento dos preços de exportação ocorreu em todas as classes de produtos, sendo mais expressivo nos bens básicos.
- O aumento do quantum também foi significativo em todas as classes, com destaque para os básicos (11,4%).
- O aumento das importações em 2010 foi comandado principalmente pelo quantum, que acumulou variação positiva de 37,0% em relação ao ano anterior, ao passo que os preços tiveram um crescimento mais modesto, de 3,0% na mesma comparação.
- O aumento do quantum importado no ano passado ocorreu em todas as categorias de uso, com destaque para os bens de consumo duráveis.
- Entre os setores CNAE, os melhores desempenhos nos preços de exportação em 2010, na comparação com o ano anterior, foram registrados pela Extração de minerais metálicos e Extração de petróleo.

- Em termos de quantum, o maior destaque foi Veículos automotores, reboques e carrocerias.

- Em termos de preços de importação, destacam-se os desempenhos positivos registrados em 2010 pelos setores da Extração de minerais metálicos e Extração de petróleo, enquanto que as maiores variações de quantum se deram em Refino de petróleo e combustíveis, e Metalurgia básica.

- A demanda externa efetiva apresentou no acumulado dos 12 meses até novembro de 2010 um aumento de 29,8%. No caso do índice das importações mundiais, o crescimento foi de 19,9% no mesmo período.

- A taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA, acumula valorização de 10,5% até dezembro de 2010. Em relação à cesta de 13 moedas, a valorização do real é de 12,2%.

- O índice de rentabilidade das exportações teve crescimento de 1,7% em dezembro ante novembro de 2010. No acumulado dos 12 meses até dezembro de 2010, registra-se um ganho de 2,0%.
ASCOM FUNCEX




Investindo no Paraguai
Brasileiros estão no Paraguai produzindo bens de consumo para vender ao Brasil. Dez das 49 maquiladoras em atividade no país têm pelo menos participação de capital brasileiro, segundo informação do Conselho Nacional da Indústria Maquiladora de Exportação.
À primeira vista, ocorre no Mercosul um fenômeno semelhante ao ocorrido a partir dos anos 90 no âmbito do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Com o acordo comercial entre EUA, Canadá e México, produtos mexicanos passaram a entrar mais facilmente nos dois países mais desenvolvidos da região. Indústrias americanas aproveitaram a oportunidade para se tornar mais competitivas no próprio mercado, produzindo bens mais baratos no vizinho do Sul. Mas a comparação entre o Nafta e o Mercosul é adequada apenas em parte, quando se trata da criação de subsidiárias de empresas do parceiro mais desenvolvido. Há diferenças importantes entre os dois casos.
A instalação das maquiladoras no México foi o resultado previsível do acordo regional de livre comércio. Mesmo sem acordos desse tipo, empresas dos EUA e de outros países avançados começaram há muito tempo a investir em economias em desenvolvimento não só em busca dos mercados locais, mas para aproveitar custos mais baixos. Seria como que uma nova distribuição internacional do trabalho. As economias mais desenvolvidas reteriam as atividades tecnologicamente mais sofisticadas e a própria atividade geradora de novidades técnicas. A produção manufatureira seria transferida para outros países. Esta é uma descrição muito simplificada, mas contém alguns elementos importantes para a compreensão do assunto.
Sindicalistas americanos combateram o Nafta desde a apresentação da proposta de criação do bloco. O acordo, segundo eles, facilitaria a exportação de empregos para o México e resultaria em desocupação nos Estados Unidos. Na última campanha eleitoral, políticos democratas chegaram a prometer uma revisão do acordo.
O prognóstico dos sindicalistas americanos estava errado. O acordo foi bom para a região, a economia americana foi parcialmente reestruturada e houve expansão do emprego nos três países. Outros países se envolveram em movimentos semelhantes. Europeus transferiram atividades criadoras de emprego para o norte da África. Com isso, o comércio na zona do Mediterrâneo cresceu e se diversificou.
Uma evolução semelhante não seria surpreendente no Mercosul. Os salários brasileiros são em média mais altos que os do Paraguai e essa diferença poderia estimular a transferência de algumas atividades. Além disso, o governo paraguaio oferece isenção de impostos sobre as matérias-primas importadas e destinadas à produção de bens exportáveis. Essa política é também seguida no Brasil. O lado incomum da história é outro. O Paraguai oferece energia bem mais barata que a brasileira, embora a produção dependa de Itaipu. A eletricidade no Brasil é bem mais cara, principalmente por causa de impostos. Isso é parte do famigerado custo Brasil.
Depois, a diferença de custo da mão de obra nos dois países não depende só dos salários efetivamente pagos aos trabalhadores. Depende principalmente do peso das obrigações trabalhistas. Essas obrigações são muito menores tanto no Paraguai quanto em vários outros países em desenvolvimento. Já atrapalham a competitividade das empresas brasileiras e dificultam a criação de empregos, mesmo quando as empresas brasileiras não investem no exterior. Empregos são tomados quando empresas estrangeiras com menores custos competem com as brasileiras no País ou no mercado externo.
Não há nada de errado no esforço do governo paraguaio para desenvolver a indústria em seu país. Ao contrário: é uma boa notícia para todos os interessados no progresso da região. Errada é a insistência das autoridades brasileiras em manter obrigações fiscais e parafiscais excessivas, além de outras condições - como a burocracia lenta e pesada - incompatíveis com uma economia forçada a competir.
O Estado de São Paulo




Argentina retoma vigor de indústria automobilística
Com um recorde de vendas no mercado doméstico e servindo como plataforma de abastecimento para o Brasil, que suga mais da metade de todos os automóveis fabricados no país, a Argentina voltou ao radar das montadoras. As nove empresas com instalações locais fizeram anúncios de investimentos pesados, principalmente nos últimos seis meses, o que deverá possibilitar a produção de 1 milhão de veículos por ano antes de 2015.

O renascimento da indústria automotiva argentina é nítido. No auge da década de 90, sua fatia na produção mundial de veículos alcançou 0,6%. Caiu abruptamente com o colapso do mercado interno e a crise da região, em 2002, quando essa participação encolheu para 0,27% e foram fabricadas apenas 159 mil unidades. No ano passado, foram 724 mil carros e caminhões, o equivalente a praticamente 1% do total mundial. Para este ano, a estimativa oficial é que saiam das montadoras até 840 mil.

A perspectiva de crescimento da indústria, que prevê investir cerca de US$ 1 bilhão no período 2010-2012, está fortemente atrelada à demanda do Brasil. O acordo automotivo entre os dois países, hoje bem mais flexível do que era há dez anos, tem permitido o comércio bilateral de veículos sem a pesada tarifa de importação de 35%. A Argentina exporta veículos para 57 países, mas são apenas 11 aqueles que absorvem mais de mil unidades por ano. E o mercado brasileiro isoladamente, considerado um "aspirador de carros argentinos", compra nada menos que 53% da produção do vizinho.
"A Argentina e o Brasil consolidaram um mercado de quase 5 milhões de veículos (novos por ano) e essa demanda é a que devemos valorizar em toda a sua dimensão", disse recentemente a ministra da Indústria, Débora Giorgi, após reunir-se com empresários do setor. O mercado interno, que absorve 37% da produção, superou o recorde anterior de 2008 e fechou o ano passado com 662,5 mil vendas.
Os anúncios de aumento da capacidade instalada, embora não envolvam novas fábricas, têm sido cada vez mais constantes. Neste mês, executivos da Toyota comunicaram à presidente Cristina Kirchner que vão desembolsar US$ 126 milhões, nos próximos dois anos, para elevar a produção em 41%. Em dezembro, a Mercedes-Benz anunciou um investimento de US$ 75 milhões para retomar a montagem de caminhões no país - com o semipesado Frontal 1720 -, depois de 15 anos.

Os fabricantes de veículos de passeio também desengavetaram planos ambiciosos. A Fiat está aplicando 813 milhões de pesos (cerca de US$ 200 milhões) para fabricar, em Córdoba, um novo carro de "classe mundial" e design "completamente novo". Na mesma localidade, onde está a primeira fábrica da Renault fora da França, serão produzidas até 35 mil unidades por ano do modelo Fluence - 20 mil das quais atenderão o Brasil e 5 mil os mercados da Colômbia, Uruguai e Paraguai.
Uma das exceções, em matéria de novas fábricas, é a planta recém-inaugurada da Honda nas proximidades de Buenos Aires. Em um terreno de 142 hectares, que está recebendo investimentos de US$ 250 milhões, a montadora japonesa passará a fabricar toda a linha do sedã Honda City. Antes, o automóvel era fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo. Agora, o mercado brasileiro será atendido a partir da Argentina. Cerca de 60% da produção total estará destinada à exportação e outros 40% ficarão no mercado local.
Com a consolidação da sua indústria automotiva, especialistas consideram que o grande desafio que a Argentina tem pela frente é reduzir o déficit comercial na balança de autopeças, que já supera os US$ 6 bilhões.
De acordo com a Adefa, associação que congrega as montadoras instaladas na Argentina, a baixa integração local de partes e peças se deve a três motivos diferentes: há casos em que a tecnologia não está disponível no país, há outros em que a capacidade dos fabricantes locais já opera no limite e é preciso complementar a produção com importados, e existem ainda situações - como no caso do aço - em que comprar de fornecedores argentinos pode sair mais caro do que adquirir de fornecedores estrangeiros. Fundição, mecânica, eletrônica e pneus são alguns dos segmentos deficitários apontados pela associação.
O presidente da Fiat na Argentina, Cristiano Ratazzi, elogia os esforços do governo para agregar mais conteúdo nacional ao setor. Ele acredita que a tendência é aumentar a incorporação de peças fabricadas no país, mas pondera que esse é um processo lento. "Quando há economia de escala - tanto pelo crescimento da produção quanto pelo mercado de reposição -, abrimos a possibilidade de que também os fabricantes de autopeças façam seus investimentos", disse o executivo ao Valor.

O governo adotou duas estratégias antagônicas. Em um país com baixíssimo financiamento privado de longo prazo e sem um banco de fomento estatal, nos moldes do BNDES, habilitou uma linha de crédito para oferecer empréstimos de cinco anos e com taxa fixa de 9,9% ao ano (muito abaixo da inflação). A linha foi pomposamente chamada de Fundo do Bicentenário, em referência às comemorações de 200 anos do início do processo de independência argentina.

Paralelamente, o governo impõe licenças não automáticas de importação e faz pressões explícitas sobre os fabricantes, na tentativa de arrancar novos investimentos. Em outubro, o presidente mundial da Pirelli chegou a Merlo (a 34 quilômetros de Buenos Aires) pronto para comunicar um investimento de US$ 80 milhões na ampliação de sua fábrica local. Depois de uma conversa a portas fechadas com a presidente Cristina Kirchner, surpreendeu e desembolsou US$ 20 milhões a mais. A capacidade de produção, principalmente nos segmentos de utilitários leves e de utilitários esportivos, subirá de 5 milhões para 6 milhões de pneus por ano. De um déficit atual de US$ 12 milhões, a fábrica passará a ter superávit de US$ 8,5 milhões a partir de 2012, exportando principalmente ao mercado brasileiro.
Outra empresa que anunciou um importante investimento, no fim do ano passado, foi a Fate, fabricante de pneus para ônibus e caminhões. A companhia desembolsará US$ 230 milhões para duplicar a produção e atingir 800 mil unidades por ano, abrindo mais 380 postos de trabalho e substituindo importações em até US$ 90 milhões.
Valor Econômico




Janeiro termina com superávit de US$ 424 milhões
O primeiro mês de 2011 registrou saldo positivo de US$ 424 milhões na balança comercial brasileira, com média diária de US$ 20,2 milhões. Nos 21 dias úteis do período, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) foi de US$ 30,006 bilhões, com média de US$ 1,428 bilhão por dia útil. Neste resultado, houve crescimento de 25,4% em relação à média de janeiro do ano passado (US$ 1,139 bilhão) e retração de 9,9% na comparação com dezembro último (média de US$ 1,585 bilhão).

As exportações em janeiro foram de US$ 15,215 bilhões, com média diária de US$ 724,5 milhões. Por este comparativo, o valor é 28,2% superior à média de US$ 565,3 milhões do mês de janeiro de 2010 e 20,3% menor que a de dezembro passado (US$ 909,5 milhões).

No acumulado mensal, as importações chegaram a US$ 14,791 bilhões, com um resultado médio diário de US$ 704,3 milhões. A média é 22,7% maior a de janeiro do ano passado (US$ 574,1 milhões) e está 4,2% acima do resultado médio de dezembro de 2010 (US$ 676,1 milhões)

Semanas

Na quarta semana de janeiro, com cinco dias úteis (24 a 30), as exportações foram de US$ 3,632 bilhões (média diária de US$ 726,4 milhões) e as importações de US$ 3,654 bilhões (média de US$ 730,8 milhões). Houve, portanto, déficit de US$ 22 milhões e média diária negativa de US$ 4,4 milhões por dia útil. A corrente de comércio na quarta semana foi de US$ 7,286 bilhões, com média de US$ 1,457 bilhão.

A quinta semana do mês, com apenas um dia útil (31), teve déficit de US$ 244 milhões, com exportações de US$ 647 milhões, importações de US$ 891 milhões e corrente de comércio de US$ 1,538 bilhão.


Às 15h30, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulga nota completa sobre o resultado mensal e, no mesmo horário, o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, concede entrevista coletiva no auditório do Ministério para comentar os números.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

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