LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PORTOS E LOGISTICA - 04/02/2011

Portuários franceses aderem a paralisação a partir de sexta-feira, portos ficarão fechados por 4 dias
Trabalhadores portuários franceses entrarão em greve novamente na próxima sexta-feira. A paralisação terá quatro dias de duração e faz parte da luta pela redução na idade mínima para a aposentadoria de doqueiros e outros portuários submetidos a grandes esforços físicos.

A greve foi convocada pela frente comunista Federação Nacional de Portos e Docas (CGT), maior associação de trabalhadores portuários do país, devido à falta de resultados nas negociações com empregadores e com o governo francês.
Apenas no mês passado, foram 14 dias de greve. As paralisações duraram em média quatro dias. Os trabalhadores protestaram contra a revogação de um acordo firmado com empregadores portuários no último ano e que garantia a aposentadoria adiantada para seis mil trabalhadores subtidos a árduo trabalho físico.
A CGT pede um adiantamento de quatro anos na aposentadoria dos doqueiros, mas o governo, que no último mês de novembro elevou a idade mínima para o benefício de 60 para 62 anos, aceita reduzí-la em apenas dois anos.
As empresas portuárias se dizem ansiosas para fechar acordo com os trabalhadores, buscando evitar futuras greves. As paralisações reduziram significantemente a movimentação de cargas, em especial de contêineres, nos portos franceses. Os terminais temem perder espaço no mercado portuário europeu, uma vez que carregamentos destinados a complexos marítimos da nação foram desviados para Roterdã (Países Baixos) e Antuérpia (Bélgica).
A Tribuna On-line



Ministro dos Portos garante investimentos
Há um mês no cargo, o novo ministro dos Portos, José Leônidas Cristino (PSB), visitou ontem pela primeira vez o Porto de Santos, o maior da América do Sul, que acaba de completar 119 anos de operação. Conheceu-o por terra, ar e mar. Gostou tanto do que viu e ouviu que decidiu que o complexo terá prioridade em sua gestão, no que diz respeito a investimentos.
“É o principal porto brasileiro, é um dos maiores portos do mundo, e o Governo Federal vai investir muito para que a gente possa cada vez mais melhorar essa condição do nosso porto”, declarou.
Em linhas gerais, o ministro defendeu a manutenção da política de governo tocada desde a criação da SEP, há três anos, e garantiu o aporte de recursos por meio da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), que prevê R$ 1,4 bilhão para Santos.
Há verbas previstas para a construção da Avenida Perimetral da Margem Esquerda, em Guarujá, e a conclusão da via expressa na Margem Direita, em Santos, para a dragagem de aprofundamento do canal e o alinhamento do cais no trecho do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini.
A Tribuna



Armadores postergam novos serviços
Os armadores estão postergando a introdução de novos serviços nas principais rotas do Extremo Oriente para a Europa e Estados Unidos, dado o enfraquecimento das taxas de frete em janeiro.

Segundo relatório da consultoria marítima Alphaliner, as taxas tem deteriorado apesar de uma melhora nos níveis de utilização da frota marítima, provocado pela demanda pré Ano-Novo Lunar. Além disso, as operadoras estão tentando reduzir o impacto do elevado número de entregas de embarcações de grande porte ao segmentar navios em trades secundários.

No entanto, a retenção deverá ser por um curto período, dadas as embarcações com mais de 10 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) programadas para entre este ano. O movimento será liderado pela MSC, que terá entrega de até 15 porta-contêineres de grande porte - entre 12.500 Teus e 14 mil Teus -, de acordo com registros da Alphaliner.

O serviço Silk da MSC (entre Extremo Oriente e Norte da Europa) já está totalmente em equilíbrio com a escala de 14 mil Teus desde agosto do ano passado, enquanto o serviço Lion ainda tem dois navios de porte menor (11.600 Teus) implantado. O restante dos navios na rota são maiores do que 12.500 Teus. A operadora também já começou a implantar suas unidades de 14 mil Teus para o serviço Dragon - entre Ásia e Mediterrâneo -, no qual emprega atualmente três unidades entre 13 mil Teus e 14 mil Teus. Estes são os maiores navios em serviço em todo o ciclo da Ásia e Mediterrâneo. Apenas o serviço Tiger tem ainda uma capacidade média de menos de 10 mil Teus.
Guia Marítimo



Libra recebe primeiro navio da CSAV
Chegada de unidade de grande porte inicia nova fase.
A Libra Terminais receberá neste final de semana o porta-contêineres Maipo do armador chileno CSAV, com capacidade de 6.500 Teus (medida equivalente a um equipamento de 20 pés). Trata-se da primeira vez que o navio - lançado em agosto de 2010 - irá atracar no Porto de Santos.
A operação de uma unidade de grande porte destaca os investimentos em infraestrutura efetuados no terminal, na visão do diretor comercial para armadores da Libra, Roberto Lopes. "A Libra está investindo em infraestrutura, equipamentos, acessos, visando aumentar sua produtividade e qualidade dos serviços prestados", sustenta o executivo.
"A frota dedicada ao tráfego Brasil-Ásia será composta por navios recém construídos, de última geração e com tecnologia de ponta, similares ao Maipo. Esses navios confirmam a importância que o Grupo CSAV dedica ao mercado brasileiro", afirma o vice-presidente de operações da CSAV no Brasil, David Giacomini,
O executivo também destacou a expertise da Libra para efetuar o recebimento de uma embarcação deste porte. "A operação eficiente desses navios na Libra Terminais Santos é possível devido a preparação e investimentos realizados pelo terminal."
Guia Marítimo



Terminais anunciam serviços de ampliação no complexo
O Porto de Paranaguá será beneficiado pelo aporte financeiro de dois dos terminais privados que operam no complexo em um investimento de aproximadamente R$ 33 milhões, que serão revertidos em obras de ampliação e desenvolvimento das instalações portuárias. A Cotriguaçu - voltada para a movimentação de granéis sólidos - investirá R$ 20 milhões para a construção de mais um armazém em Paranaguá, com capacidade de 60 mil toneladas, enquanto a Fospar, que movimenta fertilizantes, injetará R$ 13,6 milhões na aquisição de um novo guindaste e manutenção de outros equipamentos.
Segundo o superintendente da Cotriguaçu, Cândido Takashiba, os serviços serão executados entre março e outubro, quando o armazém deverá ser concluído. "Nosso objetivo é aumentar nossa movimentação pelo porto em até um milhão de toneladas, após a construção deste armazém", afirma o executivo. A companhia escoa atualmente 2,3 milhões de toneladas de grãos através do complexo de Paranaguá. Além disso, a Contriguaçu está concluindo um novo desvio rodoviário para desafogar o fluxo de veículos nas ruas próximas ao terminal.
Por sua vez, a Fospar anunciou para o segundo semestre de 2011 a chegada do novo equipamento e as obras de desenvolvimento do terminal. "A Fospar busca a modernização de seu terminal para oferecer serviços ainda melhores para os clientes com uma estrutura e equipamentos mais modernos e eficientes", disse Ronaldo Sapateiro, gerente do terminal portuário da Fospar.
O guindaste adquirido tem capacidade de içamento de 33,8 toneladas a um raio de 32 metros de operação, enquanto o equipamento atual possui capacidade de içamento de 22,6 toneladas a um raio de 28 metros.
Para o executivo, tais investimentos são imprescindíveis para o incremento das operações do complexo e dos terminais de carga que lá atuam. "O Porto de Paranaguá é o principal porto de importação de fertilizantes do País e também é essencial para as operações da nossa empresa. Assim, o investimento nas operações do terminal da Fospar em Paranaguá está alinhado com os nossos objetivos estratégicos e com a busca por oferecer o melhor atendimento aos nossos clientes".
Guia Marítimo 



Apm Terminals investe no Porto de Itajaí e amplia o número de armadores
A APM Terminals, operadora do Porto de Itajaí, estima um aumento de 20% na movimentação de carga em neste ano. Em 2010 cerca de 400 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) passaram pelo terminal.

Para atingir a meta, a empresa ampliou o número de armadores de 14 para 16 e passa a oferecer um novo serviço semanal ligando entre a Costa Leste de América do Sul e o Norte da Europa. A expectativa é que as novas operações gerem 2,5 mil novas movimentações por mês.

Dragagem
Com o porto inteiramente recuperado das enchentes de 2008, os gestores do terminal pretendem iniciar o processo de dragagem do Rio Itajaí-Açu, além do projeto de adequação da bacia de evolução.
A meta é fazer com que o Complexo Portuário tenha condições de receber uma nova geração de navios full-container que devem escalar a Costa Leste da América do Sul e manter o título do segundo maior complexo portuário do Brasil.
Portos e Navios



Estaleiros querem exportar para garantir o futuro
Eufórico com a continuidade Lula-Dilma, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, cita que, antes, nenhum governo destinou tantos recursos e deu tanta voz à construção naval.

Lula impôs uma política externa ridícula - com apoio ao Irã e pretensão de se resolver o conflito milenar de árabes e judeus - inchou a máquina estatal e não explicou o "mensalão", mas, na área marítima, foi um grande sucesso - mais para a construção naval do que para a navegação.

Rocha admite o extraordinário êxito do setor nos últimos anos, mas não quer deitar sobre os louros. Afirma que a sustentabilidade da atividade só virá com a exportação.

- Os estaleiros tiveram grande sucesso na década de 70 e depois entraram em crise. Não queremos que isso se repita e achamos que a exportação é que nos dará plena eficiência e garantia de mercado mais amplo – destaca Rocha.
Para ele, essa sustentabilidade virá do chamado “Triângulo de Ouro”, formado pelo próprio Brasil - com o pré-sal, mais Golfo do México e costa Oeste da África. As encomendas do mercado interno praticamente garantem os estaleiros até 2020, mas antes disso já se planeja ação visando a ativas vendas externas.
Em relação aos preços praticados no mercado interno, Rocha tem dois argumentos. O primeiro é o de que, através do sistema de suporte do Fundo de Marinha Mercante, o valor pago pelos armadores é compatível com o mercado mundial. O segundo é que a construção naval quase fechou as portas e sua recuperação tem um custo inicial que não pode ser esquecido; portanto, os navios presentemente encomendados têm custo maior para suas primeiras unidades e valores descendentes para os seguintes.
Lembra que, em 2002, a construção naval somava 1.900 empregos - quase todos nos estaleiros Eisa e Promar Niterói (hoje STX)- e que não havia perspectivas e, portanto, o número fatalmente chegaria a zero. Hoje, há 238 obras em execução e as encomendas em carteira somam US$ 6 bilhões. Para o fim de 2011, Rocha estima carteira de encomendas próximas a US$ 10 bilhões. Para isso, leva em conta que serão encomendados alguns dos 21 navios-sonda projetados pela Petrobras; as plataformas P-58 e P-62, e parte dos 39 navios de armadores privados, contratados pelo sistema EBN.

No momento, entre as principais obras dos estaleiros, destacam-se os 49 navios da Transpetro e algumas plataformas, como P-63 e P-55.

Rocha lembra que um êxito recente foi a edição, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, da NR 34, conjunto de normas sobre construção naval, obtido através de ação de governo, empresários e trabalhadores. Até agora, eram aplicadas normas da construção civil, absolutamente díspares em relação às condições dos estaleiros. Citou também que o estaleiro Eisa tem feito exportações, mas que se planeja estender essa linha a outros estaleiros, em razão de a exportação induzir o setor a ser cada vez mais eficiente.
Além da atual boa situação do setor, o pré-sal surge como nova era de obras para a construção naval, que alguns chegam a chamar de "Eldorado". Destaca que serão necessárias inúmeras plataformas, sendo que cada uma requer de quatro a cinco barcos de apoio para sua operação. De forma genérica, Rocha estima que, dos R$ 140 bilhões a serem aplicados pela estatal até 2014 - para entrega até 2016 – a construção naval deverá reter de 30% a 40% desses valores. O número de plataformas semi-submersíveis a serem encomendas a médio prazo é de dez unidades.

A atual capacidade de processamento de aço da construção naval é de 600 mil toneladas anuais, que deverá ser duplicada até 2012. Entre os novos estaleiros anunciados, citam-se OSX, do grupo de Eike Batista, que saiu de Santa Catarina para o Rio de Janeiro; Alusa-Odebrecht, na Bahia; Ebasa, no Rio Grande do Sul; STX-Promar, em Pernambuco e Corema, na Bahia.

Em relação a armadores que alegam haver desinteresse dos estaleiros, Rocha responde:

- Isso é folclore, de gente interessada em se beneficiar do afretamento de unidades estrangeiras. Veja-se que a brasileira Log-In está encomendando uma série de navios ao Eisa, sem problemas de preço e prazo de entrega. Quem quer mesmo encomendar, consegue, mas há quem encomende apenas pelos jornais.
Lembra ainda que, em relação ao projeto EBN, outros armadores estão fazendo encomendas, como a Pan Coast com o estaleiro Rio Nave.

- No Brasil de hoje, o estaleiro não está mais 100% disponível para o cliente, como no auge da crise. Hoje, há que se negociar a necessidade do comprador com a produção industrial do estaleiro – frisa. Em um ponto Rocha admite carência: reparos navais.

Diz que a atual capacidade não tem condições de atendimento pleno à demanda e, para isso, será necessária expansão e instalação de novos estaleiros, sejam totalmente vinculados a reparos ou parcialmente destinados a esse segmento.
Ariovaldo Rocha trabalhou na equipe do antigo estaleiro Mauá com o líder da construção naval, Paulo Ferraz e cita sua frase de que estaleiro é como bicicleta, precisa-se pedalar sempre para não cair. A pedalada do estaleiro está em novas encomendas.
- Fala-se muito na volta da crise aos estaleiros, mas há que se ver que nenhum governo quer desemprego. Além disso, o país se defronta com um comércio exterior enorme e crescente e, atualmente, há um déficit de fretes em torno de US$ 15 bilhóes anuais. Com um pouco de bom-senso se vê que o país precisa de navios próprios – destaca, além de plataformas de petróleo.
Comenta que, na euforia dos anos 70, a procura era induzida pelo sistema e, agora, é natural, decorrente de demanda firme.
Mas admite: “ Não existe construção naval sem apoio de governo. O setor não é como comércio varejista, em que abre-se o estabelecimento e o público começa a comprar. A construção naval está vinculada a política estratégica, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos, na Europa, no Japão e na China.
- Se os próximos governos mantiveram a atual política, nosso futuro será róseo. Os próximos governos não têm o direito de deixar de lado a construção naval, essencial para a indústria, importante para dar suporte à navegação e reduzir o déficit de fretes e gerar empregos, seja nos estaleiros como na indústria de peças e equipamentos.
Sinaval

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