O avanço dos carros importados nas ruas do Brasil
Há menos de vinte anos, dirigir um veículo importado era um sonho restrito a poucos brasileiros, aqueles com renda superior à média nacional. Robustos, velozes, com uma parafernália que incluía novidades até então ausentes dos carros nacionais. O fato é que os veículos produzidos no exterior eram símbolos de status exclusivo. Não são mais.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta semana que, em janeiro, os carros importados responderam por 23,5% do total emplacado no País, o maior patamar desde dezembro de 1998 (31%). Já os veículos populares vêm perdendo participação nas vendas: alcançaram 46,2% do total em janeiro, o mesmo nível de novembro de 2008, época do agravamento da crise mundial.
Existem fatores intrínsecos à economia do Brasil que explicam essa mudança de paradigma. Primeiramente, a desvalorização do dólar frente ao real. Moeda externa mais barata, preço do produto mais atraente, a lógica é simples. Quem comemora, claro, é o consumidor brasileiro, que antes só podia adquirir um carro popular e, de uns anos para cá, viu-se alçado à paridade com clientes de maior poder aquisitivo.
Embora no fim de 2010 o governo tenha tomado medidas para conter o avanço do crédito, tornando-o mais caro, o fato é que nos últimos anos a oferta de financiamentos só tem crescido, incluindo modalidades como habitação, crédito rural, crédito direto ao consumidor e, obviamente, para a compra de carros. Neste caso, juros mais convidativos aliados a prazos que podiam ultrapassar 60 meses fizeram a alegria dos compradores nos últimos anos.
Deste modo o segmento automotivo protagonizou uma das máximas da economia: mais dinheiro rodando no mercado, maior o crescimento econômico. Consumo em alta, famílias adquirindo bens antes inacessíveis, juros convidativos e elevação da renda são fatores marcantes de uma economia desenvolvida. Mas há que se ter cuidados.
O perigo tem um nome conhecido dos brasileiros: inflação. É uma equação difícil de equilibrar: crescimento e preços. Em excesso, um acaba prejudicando o outro, e é justamente neste ponto que o Banco Central age, como fez em dezembro de 2010, por já antever os sinais de um crescimento inflacionário como tem demonstrado o Comitê de Política Monetária (Copom).
Ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83% em janeiro, ficando 0,20 ponto percentual acima da taxa de dezembro. Essa é a maior taxa para o IPCA desde abril de 2005 (0,87%). Mais um sinal de que o horizonte exige cuidados.
Mesmo assim, os dados recentes da Anfavea indicam que, mesmo com prazos menores e taxas maiores, o setor segue aquecido. No mês passado, as vendas de veículos no mercado brasileiro atingiram 244,9 mil unidades, o que representa uma alta de 14,8% em relação a janeiro de 2010, embora tenha havido um recuo de 35,8% na comparação com dezembro de 2010.
Mesmo com juros maiores e prazos menores, o brasileiro não dá sinais de que vai deixar de trocar de carro. Mas um cuidado é essencial: dívidas de longo prazo em um cenário no qual a inflação surge ameaçadora exigem reflexão antes de se tornar um compromisso.
Jornal do Comércio - RS
Exportações de empresas apoiadas pela Apex-Brasil atingem US$ 26,87 bilhões em 2010
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) apoiou, em 2010, 12.937 empresas de 80 setores produtivos, que exportaram US$ 26,87 bilhões de janeiro a outubro deste ano - o equivalente a 16,43% do total exportado pelo Brasil.
"Os resultados mostram que a Apex-Brasil vem evoluindo nos últimos anos. Saímos de 7% de participação na pauta brasileira em 2007 para 16,43% neste ano. Também passamos de 46 setores produtivos apoiados em 2006 para 80 em 2010. Em relação ao número de empresas, apoiávamos aproximadamente 3 mil em 2006 e hoje temos 12.937", avaliou Teixeira, acrescentando que a Agência atende a empresas de todos os portes, de acordo com as suas especificidades.
Teixeira destacou o importante trabalho de diversificação de mercados de destino para as vendas brasileiras. "Tivemos um forte trabalho de inteligência para mapear e buscar abrir novos mercados em países que não atingíamos", explicou, acrescentando que, atualmente, "os setores apoiados pela Agência sabem exatamente quais mercados são mais favoráveis, quais são os principais concorrentes, quais são os principais compradores, enfim, têm informações fundamentais do ponto de vista dos resultados".
Nos últimos anos, segundo Teixeira, houve um incremento também no número de eventos internacionais organizados: foram 400 eventos em 2006 e, em 2010, o número chegou a 940. "Em quatro anos, são quase 4 mil eventos, o que resulta em um volume significativo de interação entre as empresas brasileiras e os compradores estrangeiros", afirmou. Além das feiras no exterior, a Apex-Brasil apoia a vinda de compradores e jornalistas estrangeiros ao Brasil para participar dos principais eventos setoriais nacionais, tais como CouroModa, São Paulo Fashion Week, entre muitos outros.
O presidente da Apex-Brasil destacou a melhoria nas metodologias e nos instrumentos de promoção comercial, com a capacitação das empresas e das entidades em trabalhos de branding e planejamento estratégico. "Os bons resultados da Agência só foram possíveis em função da forte parceria com o setor privado, que mostrou uma grande evolução nos últimos anos. Hoje, nas principais feiras mundiais, os pavilhões do Brasil estão sempre entre os melhores, e os empresários demonstram profissionalização em sua atuação no comércio exterior".
O presidente da Apex-Brasil falou ainda sobre o trabalho feito na atração de investimento estrangeiro direto (IED), comentando a atuação da Agência na captação de importantes investimentos para o país, tais como os centros de pesquisa da IBM e da General Electric e as fábricas da RIM (fabricante dos telefones Blackberry) e da HCL (terceira maior empresa de software do mundo).
Perspectivas para 2011
Para 2011, Alessandro Teixeira apontou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicando que as exportações mundiais devem crescer 7,1%, enquanto as exportações das economias desenvolvidas aumentarão 6% e as provenientes das economias em desenvolvimentos devem subir 9%. Do outro lado, as importações mundiais, em 2011, devem aumentar 6,8% em 2011, segundo o FMI. As importações feitas pela Ásia subirão 13,1%, as do Norte da África e Oriente Médio devem subir 6,5%, enquanto as da Zona do Euro aumentarão apenas 4,1%.
"Acredito que, em 2011, o Brasil deve atingir pelo menos o mesmo valor de exportações com o qual devemos fechar o ano de 2010, ou seja, cerca de US$ 198 bilhões. Se houver uma recuperação da Europa nos próximos meses, devemos ultrapassar o patamar de US$ 200 bilhões em 2011, o que seria um feito histórico para um país que, há apenas oito anos, exportava apenas US$ 60 bilhões", avaliou Teixeira.
Para ele, é possível fazer um trabalho ainda mais intenso de conquista de novos mercados na Ásia, por exemplo, que deverá ter um crescimento de importações da ordem de 13,1% em 2010. "Há diversos países que podemos explorar mais, como Indonésia, Malásia, Tailândia, entre outros na Ásia. Na África, temos países como a Nigéria, com uma população de 130 milhões de habitantes e dos quais podemos nos aproximar", afirmou.
Em relação à atração de IED, Teixeira disse que o Brasil deve atrair US$ 30 bilhões neste ano e, em 2011, o número deverá se repetir. Para 2012, a expectativa é de que o Brasil capte cerca de US$ 35 bilhões em IED.
Apex - Brasil
FIESP E INMETRO FIRMAM PARCERIA PARA MONITORAR BARREIRAS ÀS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
Intuito é ampliar inserção de pequenas e médias empresas no comércio internacional por meio do conhecimento das exigências técnicas feitas aos produtos exportados
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinaram convênio para monitorar as barreiras técnicas às exportações brasileiras. O acordo visa à aproximação entre o governo e o setor privado para identificar e superar os obstáculos às vendas externas do País.
Segundo a Fiesp, o acordo possibilitará a participação de empresas brasileiras na elaboração ou revisão de exigências técnicas criadas por outros países, possibilitando manifestar seus interesses por meio do governo brasileiro.
Outra vantagem à indústria, conforme a Fiesp, é que a partir de agora as empresas poderão se antecipar para se adaptar às exigências técnicas e aumentar sua participação no mercado externo. "Este monitoramento ajudará as empresas brasileiras a se tornarem mais competitivas no mercado externo", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Alerta Exportador
O convênio entre os dois órgãos também possibilitou a implementação, a partir de desta terça-feira (8), no site da Fiesp, do mecanismo "Alerta Exportador".
Trata-se de um serviço gratuito oferecido pelo Inmetro, em que o empresário brasileiro escolhe os países e os produtos de interesse e passa a receber por e-mail as novas exigências técnicas notificadas à Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com os países e categoria de produtos selecionados.
"O Alerta Exportador ajuda as empresas antecipando a solução de problemas, dando conhecimento sobre o nível de exigência técnica relacionada ao seu produto. E fornece instrumentos para que uma barreira técnica possa ser negociada e removida", explicou o presidente do Inmetro, João Alziro Herz da Jornada.
"No atual cenário econômico, onde a crise econômica ainda está muito presente, as empresas não têm problemas decorrentes somente por questões cambiais, de logísticas e tarifárias", completou.
O Inmetro explica que quando uma barreira técnica é detectada, tanto pelas empresas quanto por qualquer outra parte interessada no comércio internacional, será possível ao governo brasileiro tomar as providências para que esta barreira seja removida por meio de um processo de negociação comercial na OMC.
Projeto de Lei
Para Paulo Skaf, a assinatura do convênio vai ao encontro do Projeto de Lei nº 717/03, de autoria do deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que permite fiscalização mais rigorosa no cumprimento dos regulamentos técnicos nacionais por parte dos produtos importados, promovendo, neste aspecto, isonomia competitiva para a indústria brasileira.
Após o parecer favorável do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o projeto ainda precisa ser votado pelas Comissões de Assuntos Econômicos e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.
"Mais uma medida para evitar uma concorrência predatória e selvagem com a invasão de mercadorias de fora, sem os padrões técnicos aceitáveis", avalia Skaf.
Agência Indusnet Fiesp
Fiesp quer mais agilidade no combate à concorrência desleal de empresas
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) quer que o governo aumente seu quadro de servidores responsáveis por defender as empresas brasileiras da concorrência ilegal da indústria estrangeira. Membros da entidade fizeram, dia 7, um pedido ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para que ele reforce o setor do ministério encarregado por monitorar as práticas desleais dos concorrentes.
O pedido foi feito durante a primeira reunião de Pimentel com direção da Fiesp desde que ele assumiu o ministério. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o aumento do número de funcionários é uma das medidas necessárias para a indústria nacional retome sua competitividade no mercado mundial.
"O governo tem que estar com a equipe adequada para fazer a defesa comercial do país", afirmou Skaf. "Os que estão lá [no ministério] são bons, mas são poucos. A equipe é insuficiente para as necessidades do Brasil", completou.
Para ele, o governo precisa apurar melhor e de forma mais ágil as suspeitas de pirataria e subvalorização de importações para defender as empresas brasileiras. Para isso, necessita de técnicos capacitados e bem treinados trabalhando no ministério.
Skaf disse que Pimentel se comprometeu em analisar a questão e, também, em trabalhar para que outros projetos que beneficiam as empresas brasileiras saiam do papel.
O presidente da Fiesp afirmou que só com um conjunto de medidas o Brasil conseguirá superar o atual cenário de "guerra fiscal" entre as várias economias do mundo. Disse ainda que, caso essas medidas não sejam tomadas, a indústria do Brasil pode ter resultados ainda piores do que o de 2010.
No ano passado, a balança comercial de manufaturados fechou com déficit de 34 bilhões de dólares. A balança geral, entretanto, teve superávit de 20 bilhões de dólares em 2010.
Agência Brasil em Correio Braziliense Online
Estado intensifica relações comerciais com a China
Desde o fim do ano passado, o pátio de cargas do Porto do Recife está repleto de escavadeiras, empilhadeiras, tratores e congêneres da marca chinesa XCMG. No sertão de Pernambuco, onde avançam as obras da ferrovia Transnordestina, parte dos trilhos sobre os quais passarão os trens vem da China, bem como as máquinas utilizadas no projeto. No ano passado, Pernambuco importou o equivalente a US$ 373 milhões do gigante asiático, alta de 66% em relação ao exercício anterior.
É para acelerar ainda mais esse intercâmbio que a Federação do Comércio do Estado de Pernambuco (Fecomercio-PE) vem intensificando as relações com a China. No ano passado, a entidade inaugurou em Pequim o seu segundo escritório de representação naquele país. O primeiro escritório foi aberto em Xangai em 2007, depois da visita de uma missão com mais de 150 empresários pernambucanos, liderada pelo governador Eduardo Campos (PSB).
"O crescimento da China é muito grande e há muito interesse de nossa parte em acelerar esse relacionamento", afirmou o presidente da Fecomercio-PE, Josias Albuquerque, um grande entusiasta da parceria.
Ele admite que o principal objetivo do empresariado pernambucano é mesmo trazer bens chineses para o Brasil, especialmente o segmento de máquinas pesadas, bastante demandadas em tempos de crescimento recorde do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O dirigente garante que há enorme interesse dos asiáticos em investir em Pernambuco. Segundo ele, a chinesa EMC estuda a instalação de uma fábrica de máquinas em Suape, mesmo local onde a fabricante de veículos JAC quer viabilizar uma montadora. No ano passado, a BYD, também do setor de automóveis, fez consultas ao governo de Pernambuco sobre as condições para a instalação de uma operação em Suape. A expectativa é de que pelo menos uma montadora chinesa se instale em Pernambuco, Estado que já atraiu recentemente um investimento de R$ 3 bilhões da Fiat.
Valor Econômico
Há menos de vinte anos, dirigir um veículo importado era um sonho restrito a poucos brasileiros, aqueles com renda superior à média nacional. Robustos, velozes, com uma parafernália que incluía novidades até então ausentes dos carros nacionais. O fato é que os veículos produzidos no exterior eram símbolos de status exclusivo. Não são mais.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta semana que, em janeiro, os carros importados responderam por 23,5% do total emplacado no País, o maior patamar desde dezembro de 1998 (31%). Já os veículos populares vêm perdendo participação nas vendas: alcançaram 46,2% do total em janeiro, o mesmo nível de novembro de 2008, época do agravamento da crise mundial.
Existem fatores intrínsecos à economia do Brasil que explicam essa mudança de paradigma. Primeiramente, a desvalorização do dólar frente ao real. Moeda externa mais barata, preço do produto mais atraente, a lógica é simples. Quem comemora, claro, é o consumidor brasileiro, que antes só podia adquirir um carro popular e, de uns anos para cá, viu-se alçado à paridade com clientes de maior poder aquisitivo.
Embora no fim de 2010 o governo tenha tomado medidas para conter o avanço do crédito, tornando-o mais caro, o fato é que nos últimos anos a oferta de financiamentos só tem crescido, incluindo modalidades como habitação, crédito rural, crédito direto ao consumidor e, obviamente, para a compra de carros. Neste caso, juros mais convidativos aliados a prazos que podiam ultrapassar 60 meses fizeram a alegria dos compradores nos últimos anos.
Deste modo o segmento automotivo protagonizou uma das máximas da economia: mais dinheiro rodando no mercado, maior o crescimento econômico. Consumo em alta, famílias adquirindo bens antes inacessíveis, juros convidativos e elevação da renda são fatores marcantes de uma economia desenvolvida. Mas há que se ter cuidados.
O perigo tem um nome conhecido dos brasileiros: inflação. É uma equação difícil de equilibrar: crescimento e preços. Em excesso, um acaba prejudicando o outro, e é justamente neste ponto que o Banco Central age, como fez em dezembro de 2010, por já antever os sinais de um crescimento inflacionário como tem demonstrado o Comitê de Política Monetária (Copom).
Ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83% em janeiro, ficando 0,20 ponto percentual acima da taxa de dezembro. Essa é a maior taxa para o IPCA desde abril de 2005 (0,87%). Mais um sinal de que o horizonte exige cuidados.
Mesmo assim, os dados recentes da Anfavea indicam que, mesmo com prazos menores e taxas maiores, o setor segue aquecido. No mês passado, as vendas de veículos no mercado brasileiro atingiram 244,9 mil unidades, o que representa uma alta de 14,8% em relação a janeiro de 2010, embora tenha havido um recuo de 35,8% na comparação com dezembro de 2010.
Mesmo com juros maiores e prazos menores, o brasileiro não dá sinais de que vai deixar de trocar de carro. Mas um cuidado é essencial: dívidas de longo prazo em um cenário no qual a inflação surge ameaçadora exigem reflexão antes de se tornar um compromisso.
Jornal do Comércio - RS
Exportações de empresas apoiadas pela Apex-Brasil atingem US$ 26,87 bilhões em 2010
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) apoiou, em 2010, 12.937 empresas de 80 setores produtivos, que exportaram US$ 26,87 bilhões de janeiro a outubro deste ano - o equivalente a 16,43% do total exportado pelo Brasil.
"Os resultados mostram que a Apex-Brasil vem evoluindo nos últimos anos. Saímos de 7% de participação na pauta brasileira em 2007 para 16,43% neste ano. Também passamos de 46 setores produtivos apoiados em 2006 para 80 em 2010. Em relação ao número de empresas, apoiávamos aproximadamente 3 mil em 2006 e hoje temos 12.937", avaliou Teixeira, acrescentando que a Agência atende a empresas de todos os portes, de acordo com as suas especificidades.
Teixeira destacou o importante trabalho de diversificação de mercados de destino para as vendas brasileiras. "Tivemos um forte trabalho de inteligência para mapear e buscar abrir novos mercados em países que não atingíamos", explicou, acrescentando que, atualmente, "os setores apoiados pela Agência sabem exatamente quais mercados são mais favoráveis, quais são os principais concorrentes, quais são os principais compradores, enfim, têm informações fundamentais do ponto de vista dos resultados".
Nos últimos anos, segundo Teixeira, houve um incremento também no número de eventos internacionais organizados: foram 400 eventos em 2006 e, em 2010, o número chegou a 940. "Em quatro anos, são quase 4 mil eventos, o que resulta em um volume significativo de interação entre as empresas brasileiras e os compradores estrangeiros", afirmou. Além das feiras no exterior, a Apex-Brasil apoia a vinda de compradores e jornalistas estrangeiros ao Brasil para participar dos principais eventos setoriais nacionais, tais como CouroModa, São Paulo Fashion Week, entre muitos outros.
O presidente da Apex-Brasil destacou a melhoria nas metodologias e nos instrumentos de promoção comercial, com a capacitação das empresas e das entidades em trabalhos de branding e planejamento estratégico. "Os bons resultados da Agência só foram possíveis em função da forte parceria com o setor privado, que mostrou uma grande evolução nos últimos anos. Hoje, nas principais feiras mundiais, os pavilhões do Brasil estão sempre entre os melhores, e os empresários demonstram profissionalização em sua atuação no comércio exterior".
O presidente da Apex-Brasil falou ainda sobre o trabalho feito na atração de investimento estrangeiro direto (IED), comentando a atuação da Agência na captação de importantes investimentos para o país, tais como os centros de pesquisa da IBM e da General Electric e as fábricas da RIM (fabricante dos telefones Blackberry) e da HCL (terceira maior empresa de software do mundo).
Perspectivas para 2011
Para 2011, Alessandro Teixeira apontou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicando que as exportações mundiais devem crescer 7,1%, enquanto as exportações das economias desenvolvidas aumentarão 6% e as provenientes das economias em desenvolvimentos devem subir 9%. Do outro lado, as importações mundiais, em 2011, devem aumentar 6,8% em 2011, segundo o FMI. As importações feitas pela Ásia subirão 13,1%, as do Norte da África e Oriente Médio devem subir 6,5%, enquanto as da Zona do Euro aumentarão apenas 4,1%.
"Acredito que, em 2011, o Brasil deve atingir pelo menos o mesmo valor de exportações com o qual devemos fechar o ano de 2010, ou seja, cerca de US$ 198 bilhões. Se houver uma recuperação da Europa nos próximos meses, devemos ultrapassar o patamar de US$ 200 bilhões em 2011, o que seria um feito histórico para um país que, há apenas oito anos, exportava apenas US$ 60 bilhões", avaliou Teixeira.
Para ele, é possível fazer um trabalho ainda mais intenso de conquista de novos mercados na Ásia, por exemplo, que deverá ter um crescimento de importações da ordem de 13,1% em 2010. "Há diversos países que podemos explorar mais, como Indonésia, Malásia, Tailândia, entre outros na Ásia. Na África, temos países como a Nigéria, com uma população de 130 milhões de habitantes e dos quais podemos nos aproximar", afirmou.
Em relação à atração de IED, Teixeira disse que o Brasil deve atrair US$ 30 bilhões neste ano e, em 2011, o número deverá se repetir. Para 2012, a expectativa é de que o Brasil capte cerca de US$ 35 bilhões em IED.
Apex - Brasil
FIESP E INMETRO FIRMAM PARCERIA PARA MONITORAR BARREIRAS ÀS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
Intuito é ampliar inserção de pequenas e médias empresas no comércio internacional por meio do conhecimento das exigências técnicas feitas aos produtos exportados
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinaram convênio para monitorar as barreiras técnicas às exportações brasileiras. O acordo visa à aproximação entre o governo e o setor privado para identificar e superar os obstáculos às vendas externas do País.
Segundo a Fiesp, o acordo possibilitará a participação de empresas brasileiras na elaboração ou revisão de exigências técnicas criadas por outros países, possibilitando manifestar seus interesses por meio do governo brasileiro.
Outra vantagem à indústria, conforme a Fiesp, é que a partir de agora as empresas poderão se antecipar para se adaptar às exigências técnicas e aumentar sua participação no mercado externo. "Este monitoramento ajudará as empresas brasileiras a se tornarem mais competitivas no mercado externo", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Alerta Exportador
O convênio entre os dois órgãos também possibilitou a implementação, a partir de desta terça-feira (8), no site da Fiesp, do mecanismo "Alerta Exportador".
Trata-se de um serviço gratuito oferecido pelo Inmetro, em que o empresário brasileiro escolhe os países e os produtos de interesse e passa a receber por e-mail as novas exigências técnicas notificadas à Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com os países e categoria de produtos selecionados.
"O Alerta Exportador ajuda as empresas antecipando a solução de problemas, dando conhecimento sobre o nível de exigência técnica relacionada ao seu produto. E fornece instrumentos para que uma barreira técnica possa ser negociada e removida", explicou o presidente do Inmetro, João Alziro Herz da Jornada.
"No atual cenário econômico, onde a crise econômica ainda está muito presente, as empresas não têm problemas decorrentes somente por questões cambiais, de logísticas e tarifárias", completou.
O Inmetro explica que quando uma barreira técnica é detectada, tanto pelas empresas quanto por qualquer outra parte interessada no comércio internacional, será possível ao governo brasileiro tomar as providências para que esta barreira seja removida por meio de um processo de negociação comercial na OMC.
Projeto de Lei
Para Paulo Skaf, a assinatura do convênio vai ao encontro do Projeto de Lei nº 717/03, de autoria do deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que permite fiscalização mais rigorosa no cumprimento dos regulamentos técnicos nacionais por parte dos produtos importados, promovendo, neste aspecto, isonomia competitiva para a indústria brasileira.
Após o parecer favorável do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o projeto ainda precisa ser votado pelas Comissões de Assuntos Econômicos e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle.
"Mais uma medida para evitar uma concorrência predatória e selvagem com a invasão de mercadorias de fora, sem os padrões técnicos aceitáveis", avalia Skaf.
Agência Indusnet Fiesp
Fiesp quer mais agilidade no combate à concorrência desleal de empresas
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) quer que o governo aumente seu quadro de servidores responsáveis por defender as empresas brasileiras da concorrência ilegal da indústria estrangeira. Membros da entidade fizeram, dia 7, um pedido ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para que ele reforce o setor do ministério encarregado por monitorar as práticas desleais dos concorrentes.
O pedido foi feito durante a primeira reunião de Pimentel com direção da Fiesp desde que ele assumiu o ministério. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o aumento do número de funcionários é uma das medidas necessárias para a indústria nacional retome sua competitividade no mercado mundial.
"O governo tem que estar com a equipe adequada para fazer a defesa comercial do país", afirmou Skaf. "Os que estão lá [no ministério] são bons, mas são poucos. A equipe é insuficiente para as necessidades do Brasil", completou.
Para ele, o governo precisa apurar melhor e de forma mais ágil as suspeitas de pirataria e subvalorização de importações para defender as empresas brasileiras. Para isso, necessita de técnicos capacitados e bem treinados trabalhando no ministério.
Skaf disse que Pimentel se comprometeu em analisar a questão e, também, em trabalhar para que outros projetos que beneficiam as empresas brasileiras saiam do papel.
O presidente da Fiesp afirmou que só com um conjunto de medidas o Brasil conseguirá superar o atual cenário de "guerra fiscal" entre as várias economias do mundo. Disse ainda que, caso essas medidas não sejam tomadas, a indústria do Brasil pode ter resultados ainda piores do que o de 2010.
No ano passado, a balança comercial de manufaturados fechou com déficit de 34 bilhões de dólares. A balança geral, entretanto, teve superávit de 20 bilhões de dólares em 2010.
Agência Brasil em Correio Braziliense Online
Estado intensifica relações comerciais com a China
Desde o fim do ano passado, o pátio de cargas do Porto do Recife está repleto de escavadeiras, empilhadeiras, tratores e congêneres da marca chinesa XCMG. No sertão de Pernambuco, onde avançam as obras da ferrovia Transnordestina, parte dos trilhos sobre os quais passarão os trens vem da China, bem como as máquinas utilizadas no projeto. No ano passado, Pernambuco importou o equivalente a US$ 373 milhões do gigante asiático, alta de 66% em relação ao exercício anterior.
É para acelerar ainda mais esse intercâmbio que a Federação do Comércio do Estado de Pernambuco (Fecomercio-PE) vem intensificando as relações com a China. No ano passado, a entidade inaugurou em Pequim o seu segundo escritório de representação naquele país. O primeiro escritório foi aberto em Xangai em 2007, depois da visita de uma missão com mais de 150 empresários pernambucanos, liderada pelo governador Eduardo Campos (PSB).
"O crescimento da China é muito grande e há muito interesse de nossa parte em acelerar esse relacionamento", afirmou o presidente da Fecomercio-PE, Josias Albuquerque, um grande entusiasta da parceria.
Ele admite que o principal objetivo do empresariado pernambucano é mesmo trazer bens chineses para o Brasil, especialmente o segmento de máquinas pesadas, bastante demandadas em tempos de crescimento recorde do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O dirigente garante que há enorme interesse dos asiáticos em investir em Pernambuco. Segundo ele, a chinesa EMC estuda a instalação de uma fábrica de máquinas em Suape, mesmo local onde a fabricante de veículos JAC quer viabilizar uma montadora. No ano passado, a BYD, também do setor de automóveis, fez consultas ao governo de Pernambuco sobre as condições para a instalação de uma operação em Suape. A expectativa é de que pelo menos uma montadora chinesa se instale em Pernambuco, Estado que já atraiu recentemente um investimento de R$ 3 bilhões da Fiat.
Valor Econômico
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