Importação de produtos de alta e média tecnologia quase triplica em seis anos
A indústria brasileira perde espaço em ritmo acelerado para produtos importados nos setores mais dinâmicos da economia nacional. Nos últimos seis anos, quase triplicou a importação de produtos do chamado grupo de média- alta tecnologia, que inclui de veículos automotores e outros equipamentos de transporte a eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos.
Um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entregue há cerca de duas semanas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostra que o consumo desses itens deu um salto de 76% entre 2004 e 2010, mas a produção local cresceu só 40%. E a diferença foi suprida por importações, cujo crescimento atingiu 177% nos seis anos.
A situação é agravada pelo desempenho no grupo de produtos de alta tecnologia, que em boa parte já é dominado pelos importados. No entanto, o diagnóstico acaba sendo dificultado pelos produtos de menor intensidade tecnológica, cujo quadro ainda favorável puxa para baixo a média da participação de importados no consumo global de industrializados.
"Todo mundo fala que a indústria está indo bem, mas precisa ver de qual indústria está se falando", diz o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.
O real valorizado encarece as exportações ao mesmo tempo em que torna as importações mais baratas. Com os custos da produção pressionados para cima pela carga tributária, logística, energia e mão de obra, entre outros fatores que compõem o chamado custo Brasil, as empresas alegam não ter como competir com os importados. Para manter parte do mercado, os fabricantes locais importam componentes e até produtos totalmente fabricados no exterior.
Para especialistas, é prematuro dizer que o País passa por um processo de desindustrialização generalizado. Nos setores considerados de baixa tecnologia, que incluem os segmentos mais intensivos em mão de obra, como alimentos e bebidas, calçados, têxtil e vestuário, na média, a participação de importados no consumo passou de 3% em 2004, para 5,8% no ano passado. É pouco se comparado com a evolução no grupo de média -alta tecnologia, em que os estrangeiros dobraram a sua fatia, de 14,9% para 30,6% do total.
A situação não é tão tranquila para o grupo de média -baixa intensidade tecnológica, entre os quais estão produtos de metal, metalurgia básica, borracha e plástico. Em seis anos, a parcela dos importados no consumo cresceu de 7,1% para 16,9%.
Problemas. Mas nada se compara aos produtos de alta tecnologia, como químicos, material eletrônico e equipamentos médico-hospitalar e de comunicação, em que a produção não acompanha nem de longe o crescimento do consumo.
A fatia dos estrangeiros chegou a 36,9%, ante 24,6% em 2004. A importação de equipamento médico-hospitalar cresceu 268% e hoje responde por 65,5% do consumo brasileiro.
"Os setores de média-alta e alta tecnologia estão sendo desindustrializados", afirma o diretor do Departamento de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Mário Bernardini, responsável pelo estudo.
Para ele, a situação é dramática porque a perda de competitividade faz com que as empresas deixem de ganhar dinheiro, pois têm de baixar seus preços para competir com os importados. O que à primeira vista parece favorecer o consumidor. "A questão é que, baixando o lucro, a empresa não tem dinheiro para investir e vai ter de importar ou fechar as portas", frisa Bernardini.
Um exemplo é o da indústria de material eletrônico, em que a importação dobrou em seis anos e já responde por 56% do consumo brasileiro. A taxa média de investimento em seis anos foi de apenas 3,8% da receita líquida, quando deveria ser acima de 5%.
"Com uma rentabilidade baixíssima e sentindo que o preço de venda tem chance de cair ainda mais, quem vai querer se arriscar a investir? É preciso ter retorno para haver investimento", diz o presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria e Modelação da Abimaq, Alexandre Mix.
O Estado de São Paulo
Trocas comerciais entre Brasil e Alemanha encerram 2010 com crescimento de 29%
2010 é um ano para comemorar a ampliação das relações entre os dois países, que vivem grande momento no cenário mundial.
São Paulo – O comércio entre o Brasil e a Alemanha registrou recorde em 2010. Após um período de pequena retração nas relações comerciais em 2009, devido à crise financeira global, o intercâmbio entre os dois países mostra rápida recuperação e apresenta forte movimentação positiva, com crescimento de 29% no consolidado de 2010.
O crescimento das exportações brasileiras foi acelerado principalmente pela expansão nas saídas de minério de ferro, café, automóveis, soja, minério de cobre e aviões. Do lado dos europeus, destaque para medicamentos humanos e veterinários, automóveis, tratores e compostos químicos.
As exportações brasileiras para a Alemanha chegaram, até o final de 2010, a US$ 8,1 bilhões, o que representa um crescimento de 31,8%, na comparação com 2009, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento - Mdic
As importações brasileiras aumentaram 27,2% e passaram de US$ 9,9 bilhões, para US$ 12,6 bilhões. A corrente de comércio teve recuperação de 29,0%, totalizando US$ 20,7 bilhões, enquanto que, em 2009, foi de US$ 16,0 bilhões.
A Alemanha ocupa a quinta posição entre os principais mercados de destino de produtos brasileiros, abaixo apenas de China, Estados Unidos, Argentina e Países Baixos, e permaneceu estável na comparação com 2009. Entre os países fornecedores de produtos ao Brasil, a Alemanha ocupa a quarta posição, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Argentina. É o primeiro país da Europa nas relações comerciais com o Brasil.
“A Câmara Brasil-Alemanha tem papel preponderante no aprimoramento das relações entre os dois países, que se fortalecem na medida em que a economia brasileira ganha importância no cenário econômico político global“, afirma o Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, Weber Porto.
Os setores mais tradicionais nas relações comerciais brasileiras e alemãs são engenharia mecânica, indústria automotiva, eletrônicos, e produtos químicos e farmacêuticos. Mais recentemente, em 2010 ganham destaque também as áreas de eficiência energética, tecnologias verdes, geração de energia, infraestrutura, segurança, equipamentos médicos, e produção e exploração de petróleo e gás.
Perfil- A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) é uma entidade que desenvolve um papel essencial no fomento das relações econômicas entre os dois países. Filiada à Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), a Câmara Brasil-Alemanha atua como base para o fortalecimento e a diversificação dos negócios de seus associados, na atração de investimentos para o Brasil, na ampliação do comércio bilateral e na cooperação entre os países do Mercosul e da União Europeia.
No Brasil há 94 anos, a Câmara Brasil-Alemanha congrega 1.700 associados, entre empresas de capital ou know how alemão instaladas no Brasil e companhias brasileiras e alemãs voltadas ao comércio exterior, e conta com 220 funcionários atuando em 14 cidades brasileiras. Por meio da Câmara Brasil-Alemanha, os associados se beneficiam de uma rede de mais de 114 câmaras alemãs espalhadas em 81 países, além de 83 entidades do gênero na Alemanha. Em 2010, a Câmara Brasil-Alemanha trouxe para o Brasil 40 delegações empresariais e contou com a participação de 11 mil executivos em congressos, seminários e reuniões anuais.
http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=144773
A indústria brasileira perde espaço em ritmo acelerado para produtos importados nos setores mais dinâmicos da economia nacional. Nos últimos seis anos, quase triplicou a importação de produtos do chamado grupo de média- alta tecnologia, que inclui de veículos automotores e outros equipamentos de transporte a eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos.
Um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entregue há cerca de duas semanas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostra que o consumo desses itens deu um salto de 76% entre 2004 e 2010, mas a produção local cresceu só 40%. E a diferença foi suprida por importações, cujo crescimento atingiu 177% nos seis anos.
A situação é agravada pelo desempenho no grupo de produtos de alta tecnologia, que em boa parte já é dominado pelos importados. No entanto, o diagnóstico acaba sendo dificultado pelos produtos de menor intensidade tecnológica, cujo quadro ainda favorável puxa para baixo a média da participação de importados no consumo global de industrializados.
"Todo mundo fala que a indústria está indo bem, mas precisa ver de qual indústria está se falando", diz o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.
O real valorizado encarece as exportações ao mesmo tempo em que torna as importações mais baratas. Com os custos da produção pressionados para cima pela carga tributária, logística, energia e mão de obra, entre outros fatores que compõem o chamado custo Brasil, as empresas alegam não ter como competir com os importados. Para manter parte do mercado, os fabricantes locais importam componentes e até produtos totalmente fabricados no exterior.
Para especialistas, é prematuro dizer que o País passa por um processo de desindustrialização generalizado. Nos setores considerados de baixa tecnologia, que incluem os segmentos mais intensivos em mão de obra, como alimentos e bebidas, calçados, têxtil e vestuário, na média, a participação de importados no consumo passou de 3% em 2004, para 5,8% no ano passado. É pouco se comparado com a evolução no grupo de média -alta tecnologia, em que os estrangeiros dobraram a sua fatia, de 14,9% para 30,6% do total.
A situação não é tão tranquila para o grupo de média -baixa intensidade tecnológica, entre os quais estão produtos de metal, metalurgia básica, borracha e plástico. Em seis anos, a parcela dos importados no consumo cresceu de 7,1% para 16,9%.
Problemas. Mas nada se compara aos produtos de alta tecnologia, como químicos, material eletrônico e equipamentos médico-hospitalar e de comunicação, em que a produção não acompanha nem de longe o crescimento do consumo.
A fatia dos estrangeiros chegou a 36,9%, ante 24,6% em 2004. A importação de equipamento médico-hospitalar cresceu 268% e hoje responde por 65,5% do consumo brasileiro.
"Os setores de média-alta e alta tecnologia estão sendo desindustrializados", afirma o diretor do Departamento de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Mário Bernardini, responsável pelo estudo.
Para ele, a situação é dramática porque a perda de competitividade faz com que as empresas deixem de ganhar dinheiro, pois têm de baixar seus preços para competir com os importados. O que à primeira vista parece favorecer o consumidor. "A questão é que, baixando o lucro, a empresa não tem dinheiro para investir e vai ter de importar ou fechar as portas", frisa Bernardini.
Um exemplo é o da indústria de material eletrônico, em que a importação dobrou em seis anos e já responde por 56% do consumo brasileiro. A taxa média de investimento em seis anos foi de apenas 3,8% da receita líquida, quando deveria ser acima de 5%.
"Com uma rentabilidade baixíssima e sentindo que o preço de venda tem chance de cair ainda mais, quem vai querer se arriscar a investir? É preciso ter retorno para haver investimento", diz o presidente da Câmara Setorial de Ferramentaria e Modelação da Abimaq, Alexandre Mix.
O Estado de São Paulo
Trocas comerciais entre Brasil e Alemanha encerram 2010 com crescimento de 29%
2010 é um ano para comemorar a ampliação das relações entre os dois países, que vivem grande momento no cenário mundial.
São Paulo – O comércio entre o Brasil e a Alemanha registrou recorde em 2010. Após um período de pequena retração nas relações comerciais em 2009, devido à crise financeira global, o intercâmbio entre os dois países mostra rápida recuperação e apresenta forte movimentação positiva, com crescimento de 29% no consolidado de 2010.
O crescimento das exportações brasileiras foi acelerado principalmente pela expansão nas saídas de minério de ferro, café, automóveis, soja, minério de cobre e aviões. Do lado dos europeus, destaque para medicamentos humanos e veterinários, automóveis, tratores e compostos químicos.
As exportações brasileiras para a Alemanha chegaram, até o final de 2010, a US$ 8,1 bilhões, o que representa um crescimento de 31,8%, na comparação com 2009, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento - Mdic
As importações brasileiras aumentaram 27,2% e passaram de US$ 9,9 bilhões, para US$ 12,6 bilhões. A corrente de comércio teve recuperação de 29,0%, totalizando US$ 20,7 bilhões, enquanto que, em 2009, foi de US$ 16,0 bilhões.
A Alemanha ocupa a quinta posição entre os principais mercados de destino de produtos brasileiros, abaixo apenas de China, Estados Unidos, Argentina e Países Baixos, e permaneceu estável na comparação com 2009. Entre os países fornecedores de produtos ao Brasil, a Alemanha ocupa a quarta posição, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Argentina. É o primeiro país da Europa nas relações comerciais com o Brasil.
“A Câmara Brasil-Alemanha tem papel preponderante no aprimoramento das relações entre os dois países, que se fortalecem na medida em que a economia brasileira ganha importância no cenário econômico político global“, afirma o Presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, Weber Porto.
Os setores mais tradicionais nas relações comerciais brasileiras e alemãs são engenharia mecânica, indústria automotiva, eletrônicos, e produtos químicos e farmacêuticos. Mais recentemente, em 2010 ganham destaque também as áreas de eficiência energética, tecnologias verdes, geração de energia, infraestrutura, segurança, equipamentos médicos, e produção e exploração de petróleo e gás.
Perfil- A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) é uma entidade que desenvolve um papel essencial no fomento das relações econômicas entre os dois países. Filiada à Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), a Câmara Brasil-Alemanha atua como base para o fortalecimento e a diversificação dos negócios de seus associados, na atração de investimentos para o Brasil, na ampliação do comércio bilateral e na cooperação entre os países do Mercosul e da União Europeia.
No Brasil há 94 anos, a Câmara Brasil-Alemanha congrega 1.700 associados, entre empresas de capital ou know how alemão instaladas no Brasil e companhias brasileiras e alemãs voltadas ao comércio exterior, e conta com 220 funcionários atuando em 14 cidades brasileiras. Por meio da Câmara Brasil-Alemanha, os associados se beneficiam de uma rede de mais de 114 câmaras alemãs espalhadas em 81 países, além de 83 entidades do gênero na Alemanha. Em 2010, a Câmara Brasil-Alemanha trouxe para o Brasil 40 delegações empresariais e contou com a participação de 11 mil executivos em congressos, seminários e reuniões anuais.
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