Espera para embarcar açúcar cai para 50 navios,diz Williams Brazil
O número de navios que esperam para embarcar açúcar nos portos brasileiros caiu de 58 para 50 na semana encerrada em 28 de julho, de acordo com relatório da agência marítima Williams Brazil. O relatório considera embarcações já ancoradas, aquelas que estão ao largo esperando atracação e também as embarcações com previsão de chegada até 17 de agosto.Foi agendado o carregamento de 1,663 milhão de toneladas de açúcar. A maior quantidade será embarcada no porto de Santos, de onde sairão 1,26 milhão de toneladas, ou 76% do total. Paranaguá responderá por 23% do embarque, ou 402,25 mil toneladas.
No Porto de Santos, o terminal da Cosan deve embarcar 356,74 mil toneladas no período analisado. No terminal da Copersucar, os embarques devem somar 281,2 mil toneladas. A expectativa é de que 253 mil toneladas sejam embarcadas no terminal de Teaçu. A Cargill deve embarcar 199 mil toneladas.
A maior parte do volume a ser exportado é da variedade VHP (açúcar bruto de alta polarização), com 1,577 milhão de toneladas. O açúcar VHP é embarcado a granel. Do total de VHP a ser exportado, 77,3% serão feitos pelo porto de Santos e 22,7%, por Paranaguá.
Os registros do tipo cristal B-150 devem somar 57 mil toneladas. O volume de açúcar refinado A45 deve ser de 29 mil toneladas. O açúcar cristal e o A45 são embarcados ensacados. Do total de açúcar ensacado a ser embarcado, 76% sairão pelo Porto de Santos e 23%, por Paranaguá.
Agência Estado (AE)
Queda de fretes marítimos ilustra fraqueza do consumo nos EUA
Os fretes de navios de carga para o transporte de artigos como tênis, móveis e televisores de tela plana recuaram 9,3% desde o final de abril, e podem ser um sinal de desaceleração da demanda nos EUA e de prejuízos para as transportadoras num período que é tradicionalmente o mais agitado do ano. Nesse mesmo intervalo do ano passado, o índice Howe Robinson Container, que acompanha as tarifas dos cargueiros, subiu 56%, enquanto as transportadoras aumentavam a frota para atender a demanda de varejistas dos EUA e da Europa que queriam recompor estoques para a temporada de volta às aulas e de feriados nos quais os consumidores geralmente vão às compras.
Empresas como Hanjin Shipping, Orient Overseas e Mitsui O.S.K. também adiaram a aplicação de sobretaxas de alta temporada em rotas entre a Ásia e os EUA em cerca de dois meses. O tráfego combinado de contêineres em Los Angeles e Long Beach, os dois portos mais movimentos dos EUA, caiu 4,6% no mês passado, o primeiro recuo desde janeiro de 2010, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Os fretes, no entanto, poderão voltar a subir mais para o final do ano, já que os estoques das varejistas americanas estão ainda baixos para os padrões históricos. Em maio, por exemplo, os estoques estavam 7% abaixo dos níveis de três anos atrás.
As transportadoras também têm cortado serviços numa aposta para elevar as tarifas. De modo geral, a capacidade em rotas entre a Ásia e a Europa caiu 3,5%, e no espaço do Pacífico diminuiu em 3,9%.
Valor Online
Contratos FOB perdem espaço com frete mais barato
O baixo ritmo das exportações brasileiras abre uma oportunidade para as empresas que vendem ao exterior adotarem estratégias de negociação de fretes marítimos mais competitivas, avalia o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Tradicionalmente, o Brasil opera o valor FOB, modelo no qual o exportador vende apenas a carga, ficando a contratação do transporte sob responsabilidade do comprador lá fora. Para Castro, com os baixos valores dos fretes marítimos para embarcar para o exterior, é hora de as empresas começarem a apostar em operações de venda na qual o exportador comercializa a mercadoria e também o frete, tendo maior controle da cadeia. São os casos dos modelos CFR (custo e frete) e CIF - que inclui o seguro. Ambas modalidades, já usadas em larga escala por empresas que comercializam commodities, agregam valor ao negócio ao permitir uma segunda margem de ganho.
"Existe espaço para vender CIF como tentativa de compensar a defasagem cambial e a depreciação dos preços dos produtos. Ainda mais que o Brasil, em alguns produtos, é o único grande exportador. Como de carne bovina, por exemplo", diz Castro, citando o mercado no qual o país teria um enorme poder de barganha para fechar o transporte.
"Infelizmente, tradicionalmente o Brasil opera FOB na exportação porque nossa marinha mercante sempre foi fraca e não tínhamos poder de negociação", afirma o executivo da AEB. Mas o atual cenário da navegação, em que sobra oferta de espaço nos navios na exportação por conta da baixa demanda de volumes, pode ser o momento ideal para essa mudança.
Em março, um contêiner de 20 pés (Teu) era embarcado para o Norte da Europa por US$ 1.300. Hoje, sai a US$ 750 no mesmo serviço oferecido pelo mesmo consórcio de armadores. Para a Ásia, o Teu está cotado em cerca de US$ 450, ante US$ 800 do fim do ano passado. "Tem navio deixando o país batendo lata", afirma André de Seixas, diretor da Iro-Log, empresa de logística e trading, usando uma expressão típica no meio da navegação para dizer que a embarcação está quase sem carga.
A BBC Chartering, armador especializado em cargas não conteinerizáveis, já verifica a migração de modalidade de frete por parte dos clientes. Segundo o trader Kristopher Bramly, as empresas exportadoras têm optado por fazer mais "custo e frete" do que FOB. "O momento comercial favorece. Mas tem também o fato de o Brasil ser hoje um país mais respeitado lá fora, o mundo está aceitando que o Brasil pode ter grandes empresas com responsabilidade para fechar o ciclo inteiro". Na divisão de bulk (carga solta, como granéis sólidos), quase 90% da carteira de clientes da BBC optam pela venda CIF. Há cerca de dez anos, as negociações FOB eram a maioria.
O diretor da consultoria de gestão Europraxis, Frederico Barbosa, afirma que nos últimos quatro anos alguns clientes passaram a avaliar alternativas para exportar, principalmente no setor de commodities, com a diversificação de mercados. "Desde que a China entrou forte como comprador de commodities a dinâmica mudou, porque não é um mercado como a Europa e a América do Norte, já estruturados. O mercado chinês entrou com volumes grandes."
A Gerdau vem incrementando as exportações CFR para ter maior controle dos embarques, aumentando a garantia dos prazos de entrega prometidos aos clientes. Segundo a empresa, a estratégia é agregar o valor do frete ao preço da carga. Porém, destaca, "não sendo o frete fator direto de ganhos financeiros para empresa, mas sim de satisfação aos clientes".
A Usiminas utiliza há 30 anos a modalidade CFR para exportação de aço. A opção tornou-se possível devido aos volumes de exportação, em geral, de cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano. Atualmente, 80% das vendas ao exterior utilizam a modalidade, sendo os 20% restantes em FOB. "A operação CFR é utilizada para clientes de diversos continentes, como Américas, Europa, Ásia e África. A modalidade agrega valor ao cliente, pois estamos entregando não só o produto, mas, também, o serviço logístico. Ou seja, controlamos todo o processo e damos mais tranquilidade ao cliente", explica o gerente-geral de Vendas e Comércio Exterior, Roy Vieira Vivian. Para realizar a operação, a Usiminas trabalha com armadores brasileiros e estrangeiros e utiliza contratos pontuais e de longo prazo.
Mas a decisão depende de cada segmento, do mercado comprador, da estratégia comercial e do poder de negociação da empresa. "Não é só o custo do transporte que está em jogo, é toda estrutura de preços com a qual mercado se habituou. E quebrar rotinas é difícil. Tirando as grandes empresas de commodities, como mineradoras, é um segmento muito pequeno que tem presença mundial para controlar a cadeia", avalia o diretor-geral da companhia de navegação Grimaldi, Helder Malaguerra. Na divisão brasileira do armador, 80% dos contratos são FOB.
"Sim, os fretes estão baixos, mas não vão ficar assim para sempre, pelo menos é a nossa expectativa. E o produtor brasileiro que exporta não quer levar o risco do aumento do frete", diz o diretor-geral de outra empresa marítima, a TBS do Brasil, Christian Silva, que não vê muito espaço para o mudança de paradigma na gestão de contratos.
Justamente para se livrar das oscilações dos preços de frete, algumas empresas estão avaliando outras saídas. Como os contratos de longo prazo, aluguel de navios e, no limite, aquisição de embarcações, a exemplo da Vale, diz a Europraxis. "Uma viagem de navio para a China demora em torno de 45 dias. Você já perde a possibilidade de atender o mais rapidamente possível, então é preciso buscar alternativas para ser competitivo", explica Philip So, diretor da consultoria. "Tentamos ajudar o cliente a definir uma estratégia em que haja previsibilidade de frete a médio e longo prazos, como se fosse um hedge de custos."
Valor Econômico
Mercado terá recorde de contêineres em 2012
As companhias marítimas esperam receber a entrega de 230 novos navios, o que deve adicionar 1,5 milhão de Teus (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) à frota mundial, aumentando a capacidade global em 9,5%, totalizando 16,8 milhões de Teus, de acordo com dados da Braemar Seascope. De acordo com o relatório da companhia analista, 59 dos navios a serem entregues terão uma capacidade nominal de 10 mil Teus. "O influxo de novas embarcações no próximo ano irá bater o recorde anual anterior, de 1,52 milhão de Teus. Tendo em mente que a maior parte dos navios ultralargos serão empregados nos serviços Ásia-Europa, o influxo do próximo ano sera suficiente para criar outros cinco loops com dez navios de 13 mil Teus", afirmou a companhia no relatório.
Guia Marítimo
Transportadoras aumentam taxas do trade Índia-Europa
Três das maiores transportadoras marítimas estão aumentando as taxas dos embarques nos trades da Índia para a Europa, a partir do começo do mês de agosto. A MSC aumentou as taxas nessa rota para US$ 250 por Teu (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés), a partir do dia 8 de agosto. O aumento irá cobrir todas as cargas destinadas para a Europa, para o Mar Adriático, para o Mediterrâneo e para o Mar Negro.
A Hamburg Süd irá aumentar suas taxas em US$ 150 por Teu nos contêineres exportados se movendo da Índia para a Europa e para o Mediterrâneo. O aumento está previsto para se tornar efetivo no dia 15 de agosto. A Hapag-Lloyd, por sua vez, irá aumentar para US$ 125 por Teu nas linhas do trade Índia-Europa.
Guia Marítimo
Santos Brasil dobra lucro com aumento de importação
Maior operadora de terminais de contêineres do país, a Santos Brasil duplicou o lucro líquido no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2010, para R$ 40 milhões.A empresa atribui o desempenho à combinação de crescimento do comércio exterior e aumento da produtividade nos três terminais que opera: Tecon Santos (SP), Tecon Imbituba (SC) e Tecon Vila do Conde (PA). A operação portuária de contêineres responde por quase 80% da receita da Santos Brasil, que controla ainda um terminal de veículos, no porto de Santos, e tem uma divisão de logística.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do segundo trimestre registrou aumento de quase 70%, para R$ 115,8 milhões.
No total, o volume operado nas três unidades portuárias somou 238.384 contêineres, aumento de 11% na comparação com abril e junho do ano passado. No acumulado do ano, o salto foi de 19,9%, para 465.383 contêineres.
Do total escoado no segundo trimestre, 80% foram contêineres cheios, resultado influenciado pelas importações. As cargas vindas do exterior representam uma segunda fonte de lucro para o terminal, pois ficam armazenadas até a retirada pelo importador. "A grande vedete tem sido as importações. Nos últimos dois anos elas têm sido o nosso maior motor de crescimento nas operações de contêineres", diz o diretor de relações com investidores da companhia, Marcos Tourinho.
Historicamente, afirma ele, os desembarques representavam cerca de 45% da movimentação nos terminais, sendo a maior parte exportação. Hoje, a relação se inverteu, e a fatia das importações está maior que 55%. "O melhor é que agrega uma forte receita de armazenagem", completa Tourinho, destacando que o mesmo não ocorre com as exportações, cujos contêineres geralmente embarcam no navio assim que chegam ao porto. O volume armazenado nos terminais da Santos Brasil chegou a 44.979 contêineres no segundo semestre, avanço de 10% sobre abril e junho do exercício anterior. No braço de logística, o crescimento com armazenagem foi de 29,9%, alcançando 19.332 contêineres.
A receita bruta consolidada no segundo trimestre aumentou 45%, atingindo R$ 314,4 milhões. Somente a operação de armazenagem saltou 91,3%, para R$ 105,6 milhões, e representou 33,5% do faturamento, ante participação de 25,4% entre abril e junho de 2010.
Para Tourinho, porém, o aumento da eficiência no cais contribuiu para o resultado. A empresa saiu de uma média de 54 MPH (movimentos por hora de um contêiner) em 2010 para 70 MPH no segundo trimestre deste ano - a meta para o ano.
Segundo o executivo, o avanço foi possível principalmente com a operação plena dos novos portêineres (equipamentos que movimentam o contêiner entre o cais e o navio). As novas máquinas podem içar até dois contêineres de 40 pés ao mesmo tempo.
Valor Econômico
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