LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 22/08/2011

Ministro diz que tarifas não subirão
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, afirmou ontem que a participação da iniciativa privada em 51% dos investimentos nos aeroportos não vai reduzir a importância do papel desempenhado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que será a responsável pela gestão dos aeroportos.

A participação da Infraero "continuará sendo muito importante porque é necessário que um ente público se encarregue da tarefa de coordenação", destacou o ministro, afirmando que a Infraero terá controle acionário de até 49%, de acordo com o modelo proposto pelo governo.

Os contratos com as empresas devem ser assinados no dia 22 de dezembro, mas o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) contestam o modelo de concessão que está sendo estudado pelo governo. A principal crítica diz respeito ao percentual de 51% destinado a empresas privadas – considerado alto pelas entidades de classe.

O ministro afirmou que a concessão à iniciativa privada não resultará em aumento das tarifas aeroportuárias. O que vai ocorrer, segundo ele, é o desmembramento dos valores, com a criação da tarifa de conexão que hoje está embutida na tarifa de embarque. "É a mesma calça, mas com bolsos diferentes", disse Bitencourt, justificando que, "quem se candidata a prestar um serviço, obviamente, terá que ter receita, mas a tarifa total não vai mudar", disse em entrevista do programa Bom Dia, Ministro, da EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Modelo - Para o ministro, o modelo proposto "vai preservar interesses e direitos, que têm a ver com o interesse público. A Infraero vai receber dividendos que vão garantir investimentos nos aeroportos regionais".

A expectativa do governo é que os aeroportos "não apenas vão estar em condições de atender à demanda de passageiros durante os eventos esportivos dos próximos anos, como poderão oferecer ao público um melhor funcionamento, já a partir deste semestre".
Para o segundo semestre estão previstas a implantação de uma série de melhorias no funcionamento dos aeroportos, como check-in compartilhado, menos burocracia no embarque e desembarque assim como no trabalho da Aduana, onde participa a Polícia Federal. O objetivo é usar práticas comuns nos melhores aeroportos do mundo, defendeu Wagner Bittencourt.

A transferência parcial dos aeroportos à iniciativa privada vai começar pelos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas) e Brasília. A concessão de outros aeroportos, como o do Galeão, no Rio, e o de Confins, em Minas Gerais, para a iniciativa privada ainda está em estudo.
Diário de Cuiabá



Novo trecho do rodoanel ligará Cumbica ao porto de Santos
O trecho leste do Rodoanel, que começa a ser construído nesta quarta-feira em São Paulo e tem 30 meses para ser concluído, possibilitará a ligação entre o porto de Santos e o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, os dois mais movimentados do País.

Após a inauguração, o rodoanel interligará as rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna, que servem Cumbica, com as rodovias Anchieta e Imigrantes, que dão acesso ao porto.

De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), isso possibilitará uma melhora na logística do Estado, que beneficiará, inclusive outros Estados. "Será uma ligação mais rápida, que permitirá uma melhora no transporte das mercadorias que saem e entram pelos dois terminais e beneficiam toda a região Nordeste e Centro-Oeste do País", disse.

De acordo com o governador, a concessionária que construirá a obra já possui a licença ambiental para trabalhar em uma área de cerca de 15 km dos 43,5 km previstos para serem executados. A licença do trecho restante deverá ser conseguida até o dia 30 de agosto. "Começamos o trecho Leste agora e simultaneamente faremos o Norte, que tem previsão de início ainda no final deste ano, o mais tardar no início de 2012", afirmou Alckmin.

Obra

O governo do Estado de São Paulo iniciou nesta quarta-feira, em Ribeirão Pires, município da Grande São Paulo, as obras do trecho leste do rodoanel. Previstas para serem concluídas em 30 meses, o projeto será executado nos municípios de Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Poá, Itaquequecetuba e Arujá, em 43,5 km de extensão. O trecho Leste permitirá a interligação das rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra, além da SP 066, em Suzano. O custo estimado da obra é de R$ 2,8 bilhões.

A previsão do governo é a de que o trecho Leste receba cerca de 24 mil veículos diariamente, com fluxo entre 60 e 70% de veículos pesados. Na primeira etapa, serão produzidas no canteiro da obra as peças pré-moldadas - vigas e peças de concreto usinado - para a construção da rodovia. Na obra, são estimadas mais de 12 mil vigas. Serão 16,8 quilômetros de pontes e viadutos, além de 1 km de túnel.

A expectativa é a de que sejam contratados 3,5 mil operários para trabalhar diretamente na obra, além de outros 14 mil empregos indiretos. Ainda este ano, o governo pretende iniciar as obras do trecho Norte do rodoanel, última etapa da obra, com a conclusão prevista até 2014. Nessa etapa serão investidos outros R$ 6,1 bilhões e a rodovia passará por São Paulo, Guarulhos e Arujá, passando pelo aeroporto de Guarulhos e pela rodovia Fernão Dias. O custo maior se deve a vários trechos de túneis que serão feitos para que haja um menor impacto ambiental na Serra da Cantareira, área de preservação natural.
Portal Terra




Importação de têxteis será fiscalizada
A Receita Federal inicia hoje uma operação de fiscalização em todos os portos e aeroportos do País para combater a importação ilegal ou desleal de tecidos e vestuários. Será o início de uma ação mais ampla do governo para fechar o cerco contra os fraudadores. O Fisco já tem outros setores na mira que serão incluídos no reforço de fiscalização aduaneira nos próximos meses.

O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita, Ernani Checcucci, antecipou ao Estado que será publicada hoje, no Diário Oficial da União, uma norma de execução dando início à operação, batizada de "Panos Quentes 3". "Essa norma vai orientar a fiscalização aduaneira para exercer controles mais rigorosos sobre o setor de confecções. Em todos os pontos de entrada no País teremos procedimentos mais rigorosos", afirmou.
Checcucci disse que a operação será estendida para outros setores sensíveis, nos quais a Receita e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, identificaram uma série de suspeitas. "Não quero anunciar outros setores antes de montar a organização das operações. Mas outros setores serão incluídos."

Ele também não revelou a origem das importações com maior problema, alegando que são informações sigilosas. Os fiscais vão tentar barrar as fraudes nas importações como subfaturamento, certificado falso de origem e triangulação.

Com o dólar barato, setores da indústria brasileira estão sofrendo com a concorrência dos importados. Por isso, o governo tem reforçado a defesa comercial. Alguns produtos já são monitorados pela Receita Federal, mas o subsecretário afirmou que nenhum com a amplitude da operação que se inicia hoje. O setor têxtil e de confecções já foi alvo de operações no passado em função de denúncias de irregularidades nas importações brasileiras, principalmente, da China.

Certificação. Para que os exportadores estrangeiros, que atuam na legalidade, não sejam prejudicados com as operações de fiscalização, a Receita vai possibilitar que eles informem espontaneamente a capacidade produtiva, a aferição de custos de produção, despesas e margens de agregação de valor, além da identificação das matérias-primas e de marcas comerciais e direitos de reprodução utilizados nas mercadorias exportadas para o Brasil.

Com isso, os exportadores "aprovados" pelo Fisco terão mais agilidade no desembaraço das mercadorias. Os novos procedimentos de verificação aduaneira foram publicados ontem no Diário Oficial da União. Durante a análise dos dados apresentados pelo operador estrangeiro, os auditores da Receita podem realizar visitas técnicas a armazéns, áreas e instalações produtivas, para confirmar informações sobre o processo de produção, armazenagem e, quando for o caso, sobre a origem local de matérias-primas, partes e peças e embalagens. A Receita considera operador estrangeiro, o produtor, o fabricante ou o exportador estabelecido em outros países.

"O interesse da Receita é conhecer o mercado, como é o processo produtivo da empresa, a questão da formação do preço, para buscar se certificar da legalidade nas transações", disse o subsecretário. "Estamos criando esse mecanismo para fomentar o diálogo e dar a possibilidade de também reconhecer os operadores estrangeiros que buscam a legalidade. A ideia é segmentar: quem está buscando a legalidade deve ter um tratamento diferenciado de quem está fazendo atividade ilícita."
Os exportadores estrangeiros certificados pela Receita poderão ser dispensados dos procedimentos especiais de controle.
O Estado de São Paulo




Navio de Hong Kong libera gás tóxico no porto de Santos
Um navio de Hong Kong foi multado em R$ 107 mil na quarta-feira (17) por emitir gás tóxico durante a operação no porto de Santos.

A partir de denúncias da população sobre o mau cheiro, técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Guarujá constataram a irregularidade na embarcação MJ Promise I, que descarregou 31.623 toneladas de enxofre provenientes da Rússia no Terminal Marítimo de Guarujá.

"Ao final do descarregamento, o enxofre fica molhado e vira uma lama preta e malcheirosa. Essa lama de enxofre tem a concentração de sulfito e sulfeto e, com isso, libera o gás sulfídrico e o dióxido de enxofre, caracterizando o odor de ovo podre", diz em nota a secretaria.

Resultado da decomposição do enxofre, o gás sulfídrico é altamente irritante e pode ser fatal dependendo da concentração. O dióxido de enxofre é um dos principais causadores da chuva ácida.

O enxofre é uma matéria-prima importada em forma de pó amarelo, utilizada principalmente pelas indústrias de fertilizantes e farmacêutica para a fabricação de ácido sulfúrico.
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) também recebeu reclamações de moradores tanto de Santos quanto de Guarujá, mas durante vistoria não constatou o odor fora do terminal --o que caracterizaria irregularidade. Depois de aplicar a multa ao navio, a companhia estuda uma possível penalização do terminal.
Portos e Navios




Porto do Rio será ampliado
Os terminais do porto do Rio de Janeiro - arrendados pelas empresas Libra Terminais, dos grupos Borges/Canoilas, e MultiTerminais, da Fink e Gávea - serão ampliados e o porto passará a ter o maior cais contínuo de contêineres do Brasil. As duas empresas investirão R$1,2 bilhão, em empreendimento conjunto, para ampliar suas capacidades de operação.

Os investimentos do projeto de expansão Multi-Rio e Multi-Car (MultiTerminais) totalizam R$ 492 milhões entre obras civis e equipamentos. No Tecar (terminal de veículos da Multi-Car) será construído um edifício-garagem, ampliando a área de 7 mil metros quadrados para 12 mil metros quadrados. Dessa forma, o Tecon (terminal de contêineres da Multi-Rio) ganhará uma área com capacidade para 1,5 milhão de TEUs.

Já o projeto da Libra Terminais será dividido em três fases, com investimento total de R$423,2 milhões em obras, somados a um investimento de cerca de R$340 milhões em equipamentos, tecnologia e instalações.

Se hoje são movimentados 9 milhões de toneladas/ano nos dois terminais cariocas, a expectativa é de que, com a expansão, até 2018, as operações alcancem um total de 25 milhões de toneladas/ano.
Portos e Navios

 

Novo terminal de granéis sólidos no Porto de Itaguaí
A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) vai lançar em breve o edital de licitação para arrendar à iniciativa privada uma área de 245,4 mil metros quadrados do porto de Itaguaí. O terreno, com saída para a Baía de Sepetiba, será um terminal público destinado à movimentação de granéis sólidos e é conhecido como "área do meio" por estar situado entre os terminais da Vale e da CSN.

Quem vencer a licitação para arrendamento da área por 25 anos, renovável por mais 25, terá de investir cerca de R$1,5 bilhão, segundo estimativas da CDRJ, já que o conceito do projeto é "greenfield", ou seja, o arrendatário será responsável pela superestrutura e pela infraestrutura. Vai ganhar, em contrapartida, o direito a explorar um terminal capaz de movimentar 25 milhões de toneladas de minério por ano – com potencial para atingir até 44 milhões.

O porto de Itaguaí tem quatro terminais atualmente, sendo dois de granéis sólidos, operados pela Vale e pela CSN e dois terminais de carga conteinerizada, operados pela Sepetiba Tecom e pela Vale Sul. Juntos, operam 55 milhões de toneladas por ano. Com este quinto terminal da "área do meio", o Porto de Itaguaí atingirá uma movimentação de 80 milhões de toneladas por ano.
Portos e Navio

 


Vale cria empresa de logística
A Vale trabalha na criação de uma nova empresa de logística para abrigar ativos e contratos que envolvem a prestação de serviços para carga geral, um mercado em expansão no Brasil. O projeto em discussão na mineradora prevê a abertura de capital dessa nova empresa no Novo Mercado da BM&F Bovespa até 2012. A Vale deverá ter uma participação em torno de 30% na Vale Logística, como vem sendo chamada a futura companhia, dependendo do apetite do mercado na oferta pública de ações.

O perfil de negócio da Vale Logística será bem diferente da Log-In Logística Intermodal, empresa de capital aberto, na qual a Vale é sócia com 31,3%. A mineradora vem estudando se desfazer da Log-In, que é focada no transporte de carga em contêineres na costa brasileira, a chamada navegação de cabotagem.

Os serviços de logística garantem à Vale uma receita importante. Em 2010, esses serviços geraram uma receita de R$ 3,2 bilhões, com aumento de 14% ante 2009. Em média, cerca de 80% desse valor corresponde ao transporte de carga geral, que inclui produtos como soja, combustível, madeira e siderúrgicos.

No segundo trimestre deste ano, o faturamento com serviços de logística alcançou R$ 950 milhões, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2010. A receita total da Vale no trimestre foi de R$ 25,6 bilhões.

A rentabilidade do negócio de logística, porém, está em queda. A margem Ebit, que é a relação entre o lucro antes de juros e impostos e a receita líquida do segmento, caiu de 23,5% no segundo trimestre de 2010 para apenas 0,5% agora. Segundo a companhia, houve crescimento dos custos nas operações ferroviárias, principalmente por causa da contratação de pessoal, do aumento de preços e volumes de combustíveis e de serviços de manutenção.

A Vale Logística deverá reunir sob seu guarda-chuva as estradas de ferro Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e Ferrovia Norte-Sul (FNS), o terminal portuário da Ultrafértil, no porto de Santos, que pertence hoje à Vale Fertilizantes, e mais os contratos de carga geral com terceiros que venham a ser firmados para transporte na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro Carajás (EFC).

Os ativos indicam que a estrutura da Vale Logística pode ser mais competitiva do que a da Log-In, cujo plano de negócios é visto com ceticismo por parte do mercado. Na visão de uma fonte, a nova empresa atuará em um nicho de mercado, o transporte de carga geral via ferrovias, que vem crescendo a taxas importantes no país.

O projeto ainda está em fase de formatação e modelagem. E é alvo de consultas jurídicas sobre processos de transferência de ativos da Vale para a futura Vale Logística. No caso, os ativos envolvidos são as ferrovias FCA e FNS e o terminal do porto de Santos.

A FCA tem malha ferroviária com mais de 8 mil quilômetros que atravessa sete Estados do país, incluindo as regiões Sudeste e partes do Nordeste e Centro-Oeste. Já na FNS a Vale tem uma subconcessão com a estatal Valec pela qual a mineradora tem direito a explorar 720 quilômetros dessa estrada de ferro, que serve o Centro-Oeste e liga-se ao Nordeste (Maranhão) via Estrada de Ferro de Carajás.

A atividade de carga geral não é prioridade da mineradora, apesar de ser considerada rentável. A ideia da Vale, segundo fontes próximas da companhia, é dispor de recursos do mercado acionário para esse negócio, enquanto destina o dinheiro do caixa para custear os projetos de mineração, foco da empresa.

Só no segundo trimestre deste ano, a receita de transporte ferroviário de carga geral foi de R$ 757 milhões. O resultado foi influenciado pelo início da safra agrícola no Brasil, no segundo e terceiros trimestres.
De abril a junho, as ferrovias da Vale (Carajás, Vitória a Minas, Centro Atlântica e Norte-Sul), além da fatia proporcional de participação na MRS Logística, transportaram 7,043 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) de carga geral para os clientes. Os portos e terminais da companhia movimentaram 6,643 milhões de toneladas de carga geral no período.

As principais cargas transportadas pelas ferrovias da Vale, no segundo trimestre, foram produtos agrícolas (48%), insumos e produtos siderúrgicos (33%), materiais de construção e produtos florestais (11,3%), combustíveis (6,7%) e outros (1%).

A performance da carga geral reforça o plano da mineradora de ter uma empresa na bolsa operando esse tipo de negócio, avaliam analistas.
Portos e Navios


Itaguaí terá novo terminal de granéis sólidos de 245,5 mil metros
A CDRJ (Companhia Docas do Rio de Janeiro) vai lançar em breve o edital de licitação para arrendar à iniciativa privada uma área de 245,4 mil metros quadrados do porto de Itaguaí. O terreno, com saída para a Baía de Sepetiba, será um terminal público destinado à movimentação de granéis sólidos, conhecido como "área do meio" por ser localizado entre os terminais da Vale e da CSN.

A empresa que vencer a licitação para arrendamento da área por 25 anos, renovável por mais 25, terá de investir cerca de R$1,5 bilhão, segundo estimativas da CDRJ, já que o conceito do projeto é "greenfield", ou seja, o arrendatário será responsável pela superestrutura e pela infraestrutura. Em contrapartida, o investidor terá direito de explorar um terminal capaz de movimentar 25 milhões de toneladas de minério por ano, com potencial para atingir até 44 milhões.

Atualmente, o porto de Itaguaí tem quatro terminais, sendo dois de granéis sólidos, operados pela Vale e pela CSN, e dois carga conteinerizada, operados pela Sepetiba Tecon e pela Vale Sul. Juntos, eles operam 55 milhões de toneladas por ano. Com este quinto terminal da "área do meio", o Porto de Itaguaí de atingir uma movimentação de 80 milhões de toneladas por ano.
Guia Marítimo



Vale estuda vender participação na empresa de cabotagem Log-In
A Vale estuda se desfazer das ações que detém na Log-In, empresa da área de navegação de cabotagem na qual a mineradora tem 31,31% do capital. Essa participação equivale a cerca de R$ 190 milhões considerando-se o valor de mercado da empresa ontem, de R$ 604,4 milhões. A decisão sobre uma possível venda dessa participação acionária ainda não foi tomada, mas a análise coincide com o projeto da Vale de criar uma nova empresa para o setor de logística.

Ainda não há definição sobre a saída da Vale da Log-In, mas uma pessoa a par afirmou que o tema vem sendo avaliado. Até ontem, a ação da Log-In acumulou perda de 36,63% no ano, bem acima da queda do Ibovespa no período, de 23,33%. Executivo da área de navegação disse que a ideia da Vale sempre foi estruturar a Log-In, construir os navios necessários à sua operação, e vender sua participação acionária. "Não é o [o negócio principal] da Vale."
O estatuto da Log-In permite que a Vale venda sua participação sem necessidade de fazer uma oferta pública de ações (OPA). Pelo estatuto, a OPA só seria necessária se algum acionista adquirir mais de 35% das ações da companhia.

Além da Vale, os outros sócios com maiores participações são Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), com 12,80%; Fama Investimentos, com 14,7%; e Eton Park Management, com 8,35%. Outros acionistas detêm 26,20%. Há ainda 6,64% de ações em Tesouraria.

Segundo um executivo que conhece a empresa, antes da crise financeira de 2008, a Log-In chegou a contratar o banco Credit Suisse para buscar um comprador. Outra pessoa disse que naquela ocasião sua empresa foi procurada por bancos oferecendo a participação da Vale na Log-In. A dificuldade na transação estaria no alto preço pedido.

Até o momento, não há banco contratado para fazer uma potencial operação de venda da empresa. Mas um executivo do setor afirmou que a Vale continua interessada em vender a Log-In. A Vale, por meio de sua assessoria, disse que não comenta rumores de mercado.

Entre pessoas que acompanham a empresa há quem entenda que a Log-In não tem um projeto claro e que até agora não cumpriu parte dos propósitos originais para os quais foi criada e que incluíam crescimento via aquisições.

Em relação às críticas do mercado ao projeto da Log-In, a mineradora afirmou por e-mail que "a Log-In é um projeto de longo prazo e a Vale, como acionista, acredita em seu plano de negócios. Desde sua criação, a Log-In fez um trabalho de preparação de mercado. Este ano a empresa começou a entregar suas primeiras encomendas. Em mais um ano, a empresa encerra sua fase pré-operacional, conforme previsão original, com a entrega total dos novos navios. A Vale acredita na capacidade da Log-In de gerar valor para seus acionistas".

Vital Lopes, presidente da Log-In, disse que a empresa vem fazendo o que se espera dela. "Desde o início a Log-In era um projeto que passava pela construção de uma frota", disse.

O plano da Log-In inclui a construção de cinco navios de contêineres, dos quais o primeiro deles já entrou em operação e o segundo vai se tornar operacional ainda este ano, além de dois navios graneleiros, previstos para começarem a operar em 2012.

Um executivo do setor avaliou que a Log-In errou ao encomendar os navios em momento em que os preços estavam no pico do mercado, afirmando que hoje esses mesmos navios valem 30%, 40% menos.

Para Lopes, o comentário é "maldoso": "Pagamos o preço do mercado à época", disse.

Um dos fatores que contribuíram para as margens apertadas que vem sendo apresentadas pela Log-In foram os navios antigos alugados para começar a operar, que tiveram paradas não programadas, problema que será resolvido com a configuração da frota, projeto que estará concluído em 2014.

Mesmo assim, o mercado tem cobrado resultados do ponto de vista da rentabilidade.

Recentemente, a empresa encerrou contrato de venda dos serviços ferroviários do chamado Trem Expresso que tinha com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da Vale. Lopes explicou que a empresa não conseguiu gerar valor a esse contrato porque o transporte via caminhão mostrou-se mais agressivo.

Quando a Log-In foi criada, em 2007, os analistas tinham grandes expectativas em relação ao crescimento da empresa no negócio de cabotagem. Eles acreditavam que a companhia, que captou R$ 848,2 milhões na abertura de capital, poderia capturar um pedaço do mercado de logística dominado por caminhões. Estima-se que a partir de 1,5 mil quilômetros é mais vantajoso para as empresas usar o serviço de navios para transportar mercadorias do que as rodovias, mas abaixo dessa distância é difícil competir com o caminhão.

A competição tem sido mais acirrada, porém, do que a empresa provavelmente previu. E suas margens operacionais são menores do que os analistas estimavam. Segundo analistas, a Log-In ainda não conseguiu convencer o cliente de que a cabotagem pode ser uma alternativa. Isso estaria associado, sobretudo, ao fato de o transporte rodoviário ainda sair mais em conta em curtas distâncias.

Lopes discorda: "À frente vamos ter maior rentabilidade, que é o projeto que o investidor comprou". Segundo ele, entre 2007 e 2010 a taxa de crescimento da Log-In na cabotagem foi de 28% ao ano.
Portos e Navios


Mercosul Line espera atingir crescimento de 20% este ano
Com uma expectativa de crescimento de 20% para este ano, a Mercosul Line aposta no aquecimento do setor de cabotagem brasileira.

Segundo o diretor-presidente da companhia, Roberto Rodrigues, atualmente, a cabotagem corresponde a 1/5 do total transporte potencial brasileiro, o que representa uma boa margem de expansão do mercado.
No entanto, segundo ele, para atingir níveis maiores de utilização por este meio de transporte, é necessário que as empresas alterem seus processos logísticos. "Além disso, é preciso que se crie uma conscientização sobre o impacto das operações ao longo da cadeia de suprimentos na emissão de gases poluentes", diz.

De acordo com Rodrigues, apesar de o País estar em pleno crescimento, os investimentos governamentais em infraestrutura, educação e treinamento não acompanham o mesmo ritmo e isso prejudica não só o crescimento da cabotagem, como o do transporte nacional de carga como um todo. "Hoje, especificamente na cabotagem, um dos grandes desafios é a escassa oferta de pessoal para tripulação das embarcações", finaliza.
Guia Marítimo



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